Como são classificadas as cidades segundo a hierarquia urbana Propostapelo IBGE?

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mediante a perspectiva denominada teórico-quantitativa. Um dos autores conhecidos sobre estudos de hierarquia urbana é Walter Christaller, geógrafo alemão, que em 1933 elaborou a teoria dos lugares centrais. Essa teoria trata da questão da hierarquia urbana, conforme nos explica Roberto Lobato Corrêa (1990, p. 21): Localidades centrais: dotadas de funções centrais, isto é, atividades de distribuição de bens e serviços para uma população externa, residente na região complementar (hinterlândia). A centralidade de um núcleo refere-se ao grau de importância a partir de suas funções centrais: maior a população externa atendida, maior número de funções, maior sua centralidade. Neste caso, a hinterlândia é a área de influência de uma cidade. Christaller define também outros conceitos: » Alcance espacial máximo (raio a partir da localidade central) e sua região complementar; » Alcance espacial mínimo engloba um número mínimo de consumidores que são necessários para a atividade comercial ou de serviços, uma função central, possa economicamente se instalar. Estabelece-se uma hierarquização de ofertas de bens e serviços, ou seja, para Christaller as localidades com maior nível de centralidade são aquelas que têm o maior número de atividades comerciais ou de serviços instalados e que, ao mesmo tempo, atendem a uma população externa à própria cidade, ou seja, a sua hinterlândia. Na teoria de Christaller, portanto, existe uma hierarquia urbana, cuja principal localidade é a chamada metrópole. No caso da metrópole oferece-se um maior número de atividades de 8 Unidade: Redes urbanas bens e serviços, ou seja, uma maior concentração de atividades ligadas a bens e serviços, caso, por exemplo, de serviços de saúde, educação, mas também serviços especializados. Depois da metrópole, seguindo a hierarquização urbana proposta pelo autor, há a capital regional, o centro sub-regional, o centro da zona e o centro local. Outra proposta recente baseada na teoria de Christaller, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2007, denomina-se de Regiões de Influência das Cidades (Regic). Pela proposta do IBGE, utiliza-se também a hierarquia urbana no Brasil a partir de cálculos matemáticos, em uma proposta pragmática, na qual se quantificam as atividades de serviço, de gestão no território, bem como as atividades comerciais. Desse modo, mediante cálculos e fórmulas matemáticas, estabelecem-se as hierarquias, conforme se pode observar no mapa (Figura 1). No ápice dessa hierarquia estão as metrópoles, que no caso da proposta das Regic são divididas em grande metrópole nacional, com apenas São Paulo; metrópole nacional, as cidades do Rio de Janeiro e Brasília e, por fim, a metrópole, que seria Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Recife, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre. Após esse primeiro nível de hierarquia há a capital regional e assim sucessivamente, centro sub- regional e centro de zona. Observa-se no mapa que há metrópole, capital regional, centro sub-regional e centro da zona. Significa que cada uma dessas categorias tem uma quantidade e nível de centralidade de serviços ligados à gestão do território, aos negócios, às atividades comerciais, aos serviços de saúde e aos serviços especializados, entre outras atividades. Apesar da abordagem feita pelo IBGE ser relevante para estudos urbanos no Brasil, há críticas à metodologia proposta por Christaller, bem como – e também – a proposta pelo IBGE. Figura 1 – Parte Centro-Sul do Brasil – regiões de influência das cidades, Regic 2007. Fonte: IBGE (2008). 9 Um dos autores que critica essa proposta é Milton Santos (2008, p. 5), ao afirmar que: Houve tempo em que se podia tratar a rede urbana como uma entidade onde as cidades se relacionavam segundo uma hierarquia de tamanhos e funções. Este tempo passou. Hoje, cada cidade é diferente da outra, não importa o seu tamanho, pois entre as metrópoles também há diferenças. A crítica de Milton Santos diz respeito ao fato de que hoje, com o processo de expansão capitalista, bem como no atual momento da globalização, o tamanho da cidade e sua função transcendem as características que são importantes para o entendimento do atual processo de urbanização no mundo e suas relações com outras cidades. Sobre a hierarquia dos centros urbanos, conforme as Regic (IBGE, 2008), as cidades foram classificadas em cinco grandes níveis, a saber: • Metrópoles – são os 12 principais centros urbanos do País, que caracterizam-se por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. O conjunto foi dividido em três subníveis, segundo a extensão territorial e a intensidade dessas relações: » Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do País, com 19,5 milhões de habitantes, em 2007, e alocado no primeiro nível da gestão territorial; » Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília, com população de 11,8 milhões e 3,2 milhões em 2007, respectivamente, também estão no primeiro nível da gestão territorial. Juntamente com São Paulo, constituem foco para centros localizados em todo o País; e c. Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, com população variando de 1,6 (Manaus) a 5,1 milhões (Belo Horizonte), constituem o segundo nível da gestão territorial. Note- se que Manaus e Goiânia, embora estejam no terceiro nível da gestão territorial, têm porte e projeção nacional que lhes garantem a inclusão neste conjunto. • Capital regional – integram este nível 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. Como o anterior, este nível também tem três subdivisões. O primeiro grupo inclui as capitais estaduais não classificadas no nível metropolitano e Campinas. O segundo e o terceiro, além da diferenciação de porte, têm padrão de localização regionalizado, com o segundo mais presente no Centro-Sul, e o terceiro nas demais regiões do País; • Centro sub-regional – integram este nível 169 centros com atividades de gestão menos complexas, dominantemente entre os níveis 4 e 5 da gestão territorial; têm área de atuação mais reduzida, e seus relacionamentos com centros externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais. Com presença mais adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e do Centro-Sul, e mais esparsa nos espaços menos densamente povoados das Regiões Norte e Centro-Oeste, estão também subdivididos em grupos [...]; • Centro de zona – nível formado por 556 cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares. 10 Unidade: Redes urbanas Como afirma o autor, podemos ter duas cidades, como é o caso de São Paulo e o Rio de Janeiro, com praticamente o mesmo tamanho e função, no entanto, ambas são totalmente diferentes. Logo, para entender a urbanização, não basta fazer apenas a classificação de hierarquia nos moldes tratados pelo IBGE, embora tal proposta seja interessante para verificarmos o nível de centralidade considerando-se a questão de serviços e gestão do território. Na teoria dos lugares centrais, a metrópole é aquela cidade que possui o maior nível de hierarquia urbana, ou seja, a cidade importante do ponto de vista da produção de serviços e atividades comerciais. Desse modo, não importa tão somente a quantidade de população. Por outro lado, ao definir que a cidade mais importante de uma hierarquia urbana é a metrópole, pode-se passar a ideia de que estar na metrópole é ter acesso a tais atividades comerciais e bens e serviço. No entanto, nas metrópoles brasileiras, encontram-se as maiores desigualdades espaciais no Brasil.

Como são classificadas as cidades de acordo com a hierarquia urbana proposta pelo IBGE?

Cidades. São cinco níveis hierárquicos principais: Metrópoles, Capitais Regionais, Centros Sub-Regionais, Centros de Zona e Centros Locais.

Como uma cidade pode ser classificada na hierarquia urbana?

A rede urbana está classificada em: cidades globais, metrópoles, médias e pequenas cidades.

Como está classificada a hierarquia das cidades?

Consideraremos as classificações mais utilizadas, em que as cidades são divididas em grupos como: locais, centros regionais, cidades médias, cidades metropolitanas, metrópole e cidades globais.

O que se define como hierarquia urbana?

A hierarquia urbana é a maneira como as cidades organizam-se dentro de uma escala de subordinação. Na prática, ocorre quando vilas e cidades menores subordinam-se às cidades médias, e estas se subordinam às cidades grandes.

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