Para o homem, o solo é um recurso tão importante quanto a água que ele bebe e o ar que ele respira. Ele não poderia existir sem essa principal fonte de produção de alimentos.
Mas, afinal, o que é o solo?
O solo é o resultado de um paciente trabalho da natureza. Partículas (minerais e orgânicas) vão sendo depositadas em camadas (horizontes) devido à ação da chuva, do vento, do calor, do frio e de organismos (fungos, bactérias, minhocas, formigas e cupins) que vão desgastando as rochas de forma lenta no relevo da terra.
Para que você tenha ideia de como esse processo de formação do solo é lento e paciente, saiba que são necessários cerca de 400 anos para se formar 1 cm (um centímetro) de solo.
Elementos do solo necessários às plantas
O solo possui elementos minerais que são fundamentais para as plantas, os quais atendem a dois critérios de essencialidade:
- Direto: o elemento tem que participar de algum composto, ou de alguma reação, sem a qual a planta não vive;
- Indireto: o elemento não pode ser substituído por nenhum outro.
Os elementos essenciais dos solos são chamados macronutrientes – N, P, K, Ca, Mg e S –, e são exigidos em maiores quantidades (em quilogramas/hectare) pelas culturas. Já os elementos chamados micronutrientes – B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn, (Si) e (Ni) – são exigidos em menores quantidades (em gramas/hectare) pelas culturas.
Por causa principalmente do clima, a maioria dos solos tropicais tem níveis de acidez de médio a alto (pH em água < 6,0) e baixos teores de elementos essenciais.
Nesses tipos de solo, portanto, as culturas passam a necessitar de mais nutrientes, até mesmo por possuírem mais variedades de plantas de maior potencial produtivo. Dai ser muito importante o produtor monitorar sempre os seus elementos essenciais, para que, em caso de deficiência, ele possa lhes fornecer por meio da correção do solo e de adubações de manutenção e corretivas.
Fonte: Francisco de Brito Melo, pesquisador da Embrapa Meio-Norte.
P�gina preparada pelo prof. Dr. Celso L. Prevedello, como parte de um servi�o prestado pela SAEAFS � comunidade agr�cola brasileira.
SOCIEDADE AUT�NOMA
DE ESTUDOS AVAN�ADOS EM
F�SICA DO SOLO
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CURITIBA
DIN�MICA DA �GUA NOSOLO
SOLO SATURADO E N�O SATURADO DE �GUA
Das tr�s fases do solo, s�lida, l�quida e gasosa, as duas �ltimas s�o complementares, isto �, a m�xima presen�a de uma implica na aus�ncia da outra. Sempre a por��o do espa�o poroso n�o ocupada pela fase l�quida ser� complementada pela fase gasosa. Portanto, a fase l�quida pode estar presente nos poros do solo completa ou parcialmente. No primeiro caso, o solo � dito saturado e, no segundo, n�o saturado. De modo geral, os solos se encontram n�o saturados de �gua, mas mesmo assim armazenam consider�vel quantidade de �gua, parte da qual deve ser utilizada pelas plantas. Os processos din�micos da �gua em solos n�o saturados fazem parte de assuntos cient�ficos terrestres do ciclo hidrol�gico e de problemas relacionados com irriga��o, ecologia de plantas, e com a biologia da fauna e flora do solo. Processos espec�ficos de grande interesse e import�ncia incluem infiltra��o, redistribui��o e evapora��o da �gua pelos solos.
INFILTRA��O DA �GUA NO SOLO
� o processo pelo qual a �gua penetra no solo. A taxa na qual a �gua penetra no solo � vari�vel com o tempo. Ela inicia com taxas altas no in�cio e progressivamente vai diminuindo at� atingir valores constantes. As for�as respons�veis por esse movimento s�o a gravitacional e a m�trica, essa �ltima originada nos meniscos c�ncavos resultantes da intera��o entre as fases s�lida, l�quida e gasosa (for�as de adsor��o, coes�o e tens�o superficial). Quando o solo se encontra relativamente seco no in�cio da infiltra��o, as for�as m�trica dominam o processo e, por isso, as taxas de infiltra��o s�o altas. Com o passar do tempo, essas for�as v�o se anulando e a for�a gravitacional passa a ser a principal respons�vel por esse movimento. O conhecimento desse processo � particularmente importante em estudos de irriga��o, conserva��o do solo e da �gua, etc.
REDISTRIBUI��O DA �GUA DO SOLO
O processo da redistribui��o ou drenagem interna tem in�cio quando cessa a infiltra��o da �gua de chuva ou irriga��o. Portanto, o tempo final da infiltra��o � o tempo zero da redistribui��o. No in�cio desse processo, a for�a gravitacional � a principal respons�vel pelas altera��es ocorrentes, e a umidade nas proximidades da superf�cie do solo � a que mais rapidamente decrescer�, se o solo apresentar boas condi��es para a drenagem livre. Tanto a taxa de fluxo descendente quanto a umidade ser�o progressivamente diminu�das com o tempo, at� quando essas varia��es se tornarem t�o pequenas quanto desprez�veis. Nessas condi��es, costuma-se dizer que o excesso de �gua foi drenado e o solo atingiu a sua condi��o de capacidade de campo, o que pode levar horas, dias ou semanas (a presen�a de camadas restritivas fazem aumentar o tempo). A capacidade de campo tem sido assumida como o limite superior de disponibilidade �s plantas e, por isso, ganhou grande import�ncia, particularmente na engenharia da irriga��o.
EVAPORA��O DA �GUA DO SOLO
A perda de �gua do solo por esse processo constitui-se num importante par�metro no ciclo hidrol�gico, podendo atingir 50%, ou mais, da quantidade evapotranspirada. Contudo, a evapora��o que ocorre na superf�cie do solo � indesej�vel, do ponto de vista agr�cola, porque ela n�o participa diretamente do ciclo das plantas, sendo algumas vezes chamada de evapora��o n�o produtiva. Cerca de 25% do territ�rio brasileiro oferece condi��es reconhecidamente favor�veis ao desenvolvimento da agricultura, mas apresentam problemas bem definidos com respeito �s reservas h�dricas. O conhecimento dos fatores que determinam a evapora��o da �gua dos solos permite a ado��o de t�cnicas que objetivam control�-la, possibilitando a conserva��o da �gua armazenada para uso das plantas. A evapora��o da �gua de um solo nu, por exemplo, passa por tr�s est�gios distintos: no primeiro, quando a umidade do solo for suficientemente alta e a superf�cie do solo for exposta a condi��es constantes de radia��o, umidade do ar, vento e temperatura, a evapora��o caracteriza-se por uma perda constante e unicamente dependente das condi��es meteorol�gicas. Esse est�gio termina quando se estabelece uma resist�ncia ao fluxo da �gua na superf�cie do solo e a velocidade de evapora��o decresce. J� nesse segundo est�gio, a evapora��o decresce com o decr�scimo da umidade na superf’�cie do solo e as condi��es reinantes n�o s�o mais importantes porque o processo � governado pelas propriedades hidr�ulicas nas proximidades da superf�cie do solo. Quanto mais seca e mais espessa a camada, menor a taxa de evapora��o. E a espessura da camada seca � determinada pela taxa na qual o fluxo de �gua das camadas subjacentes pode alcan�ar a superf�cie de secagem. Se o suprimento de �gua for muito lento, a camada superficial de secamento aumenta, causando um aumento na resist�ncia ao fluxo. O terceiro est�gio da evapora��o � algumas vezes identificado quando a taxa de decr�scimo da evapora��o com o tempo torna-se ainda mais baixa. Esse est�gio caracteriza-se por um movimento bastante lento da �gua no solo, decorrente da adsor��o de �gua pelas part�culas s�lidas.
UM ADEQUADO MANEJO DA �GUA DO SOLO PERMITE PRODUZIR MAIS E MELHOR
Diante do exposto � f�cil poder-se admitir que � poss�vel produzir mais e com melhor qualidade, se houver aten��o com a qualidade f�sica dos solos, promovendo-se condi��es para um adequado manejo da �gua, j� que ela � um dos cinco fatores essenciais � produ��o de qualquer esp�cie vegetal .
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Prevedello, C. L. F�sica do solo com problemas resolvidos. Salesward-Discovery, Curitiba, 446p., 1996.