Porque os rios voadores recebem esse nome?

Escrito por IAS em 12 Novembro 2020 Postado em Blog.

Você já ouviu falar em rios voadores? Árvores que transpiram? Parece coisa de desenho animado né? Mas é real!

Os rios voadores levam umidade para extensas regiões da América do Sul. Este fenômeno, estudado por Gerard Moss e Tiago Iatesta, é ocasionado por grandes fluxos aéreos de água sob a forma de vapor que vêm de áreas tropicais do Oceano Atlântico e são alimentados pela umidade que se evapora da Amazônia. As árvores que transpiram são as aliadas dos rios voadores pois elas fornecem muita água para eles. Na região Amazônica a quantidade de plantas que fazem o processo diário de transpiração, ou seja, de doar água para o ar em forma de vapor é imensa.

Uma árvore com copa de 20 metros de diâmetro transpira mais de 1.000 litros em um único dia. Imagine agora 400 bilhões de árvores transpirando juntas? Além disso, a quantidade de vapor de água evaporada pelas árvores da floresta amazônica pode ter a mesma ordem de grandeza, ou mais, que a vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s), tudo isso graças aos serviços prestados da floresta (Projeto Rio Voadores).

Fonte: Revista Veja, 2020

Em uma entrevista para o Programa Porque o Mundo Precisa de Água (POMPA) do Instituto Água Sustentável engenheiro mecânico e também especialista em prevenção e controle  da poluição do ar, Alfred Szwarc menciona que “aquilo que a floresta amazônica recebeu em termos de chuva ela também devolve para a atmosfera, o que acontece nesse processo o vento vai levando essa água em direção a oeste, esse vapor, essas massas enormes de vapor de água encontram uma barreira gigantesca na Cordilheira dos Andes que tem em torno de 4.000 metros de altura e parte cai ao encontrar essa barreira, se condensa, cai na forma de chuva nessas regiões formando as cabeceiras dos rios da região amazônica inclusive do próprio Amazonas e seus afluentes”.

De acordo com o Projeto Rios Voadores (SAIBA MAIS) desenvolvido pela Petrobrás e pelo Governo Federal, essa umidade em condições meteorológicas favoráveis como por exemplo uma frente fria vinda do sul se transforma em chuva. Assim, essa ação de transporte de enormes quantidades de vapor de água pelas correntes aéreas é um fenômeno que tem um impacto enorme no bem-estar social, saúde e economia. 

O engenheiro Alfred Szwarc destaca ainda que essa umidade proveniente dos rios voadores não é a única fonte importante de umidade de água, mas é uma fonte importante e isto pode ser evidenciado pelo fato de apenas 5-7% das terras agricultáveis no Brasil necessitarem de irrigação, nós temos um regime de chuvas fantástico, em parte que é devido presença desses rios voadores.

Os rios voadores são poderosos e sim, parecem sair de um desenho animado! Escute o podcast "Rios voadores e árvores que transpiram" (CLIQUE AQUI) para aprender mais e fique de olho nas nossas redes sociais para não perder a entrevista com Alfred Schwarcz que vai ao ar amanhã, sexta-feira, 13/11, em nosso canal no Youtube: //bit.ly/youtubeias

Fonte: 

Projeto Rios Voadores: //riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/

Podcat Rios voadores e árvores que transpiram: //anchor.fm/dashboard/episode/eivcb2

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água no Brasil

Escrito em 20 / 09 / 2020 por , na categoria Ação Contra a Mudança Global do Clima.

Imagine rios ainda maiores que o Rio Amazonas, com bilhões de toneladas de água, cortando vários estados brasileiros e passando sobre nossas cabeças. Sim. “Rios Voadores” existem.

O termo descreve um fenômeno real, cujo impacto é gigantesco em nossas vidas e determinante para o equilíbrio do ecossistema e da biodiversidade. Eles são formados por imensos volumes de vapor de água levados pelos ventos, muitas vezes, acompanhados por nuvens. Apesar de não os enxergarmos, os Rios Voadores têm cerca de três quilômetros de altura e milhares de quilômetros de extensão.

A importância desses fluxos de água se popularizou no Brasil após a “Expedição Rios Voadores”, criada pelo aviador e ambientalista Gerard Moss. O projeto foi idealizado depois de longas conversas que tiveram início em 2006 entre Moss e o professor Antonio Donato Nobre. Também contou com a colaboração do professor Eneas Salati e de outros cientistas envolvidos no tema, como José Antonio Marengo, Pedro Dias e Reinaldo Victoria.

Gerard Moss voou milhares de quilômetros seguindo as correntes de ar e pegando amostras de vapor de águas para comprovar e registrar, na prática, o que os pesquisadores já haviam descoberto sobre o fluxo e a formação dos chamados Rios Voadores.

Essas correntes de ar e água, invisíveis para nós, passam sobre áreas de campos, florestas e cidades carregando umidade da Bacia Amazônica para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e sul do Brasil. O processo de formação dos Rios Voadores começa originalmente no Oceano Atlântico. A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada no mar. Já em terra, a umidade cai como chuva sobre a mata.

Com a transpiração das árvores e das plantas, a mata devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor. É um ciclo constante, com o ar sempre recarregado com mais umidade. A grande massa de umidade é transportada rumo ao oeste pelos ventos. Parte dela cai novamente como chuva durante o percurso, mas enormes quantidades de vapor de água seguem até se chocar com a Cordilheira dos Andes.

Nesse encontro, a cadeia de montanhas recebe uma porção generosa dessa umidade, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Mas ainda há muito vapor de água sendo levado pelas correntes de vento. Ao se depararem com um paredão de quatro mil metros de altura formado pelos Andes, os Rios Voadores fazem a curva e partem em direção ao Sul, rumo a estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Eles também regulam as chuvas em países vizinhos, como a Bolívia e o Paraguai. A chuva trazida pelos Rios Voadores irriga as lavouras, enche rios e represas e, por tudo isso, sustenta a economia brasileira.

“Os Rios Voadores explicam o mistério para a região que vai de Cuiabá a Buenos Aires e São Paulo ser verde e úmida. Esse quadrilátero representa 70% do PIB da América do Sul, com hidrelétricas, indústrias, agricultura e grandes centros que dependem do equilíbrio climático e da provisão de água para existir. Os rios aéreos de vapor que a Amazônia exporta para essas áreas contraria a tendência normal dessa região de ser desértica. Essa imensa usina de serviços ambientais é o maior parque tecnológico que a Terra já conheceu”, explica Antônio Donato Nobre, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Científicas (Inpe).

Estima-se que existam cerca de 600 bilhões de árvores na Amazônia. As árvores grandes da floresta têm raízes muito profundas, bombeiam água do lençol freático, a 50, 60 metros de profundidade, e as folhas fazem a evaporação.

Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) mostram que uma única árvore frondosa, com copa de 20 metros de diâmetro, pode transpirar mais de mil litros de água por dia. Em toda a Amazônia, é um volume que chega a 20 bilhões de toneladas de água diariamente. Uma porção maior que a do Rio Amazonas, responsável por 17 bilhões de toneladas de água.

O prejuízo do desmatamento

A substituição de florestas por agricultura e pasto, assim como as queimadas e a abertura de clareiras para mineração, provocam alterações dramáticas ao clima da América do Sul. Ao avançar cada vez mais por dentro da floresta, o agronegócio tende a causar a redução da chuva essencial para as plantações.

O impacto humano e predatório sobre a floresta já tem mudado o ciclo das chuvas em todo o país, fato que prejudica o bom desempenho da economia brasileira e o clima global.

O Brasil tem uma situação privilegiada no que diz respeito aos recursos hídricos. Porém, o ciclo da água no país depende da floresta amazônica e, devido ao desmatamento e a diminuição das áreas verdes, o bioma pode ter chegado a um ponto irreversível de recuperação, com consequências muito graves. Satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) provam que muitas áreas na Amazônia já não são mais florestas; viraram savanas.

“A Amazônia produz seu próprio clima, favorável à sua existência e equilíbrio. Com o desmatamento, esse benefício se perde. Estamos transformando uma usina de serviço ambiental em CO2. A conclusão mais lógica é que estamos matando a ‘galinha dos ovos de ouro’. O agravamento do clima, decorrente do desmatamento, é algo irrefutável.

Diversas regiões da Terra estão sofrendo impacto semelhante por conta da supressão de áreas verdes. Perdeu floresta, se prepare para um clima inóspito, pois, tirou a árvore, tirou aquele serviço ecossistêmico, que também é muito importante para a sobrevivência da população”, adverte Antonio Donato Nobre.

Não é só o agronegócio que sofrerá os impactos

E, nesse cenário, não é só a agricultura que acaba prejudicada. O desequilíbrio causado pelo desmatamento na Amazônia interfere no clima das grandes cidades.

O conceito dos Rios Voadores surgiu também das pesquisas do climatologista José Antonio Marengo, coordenador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Inpe, que trabalha com desastres naturais. Para ele, é preciso observar o que ocorre com a situação climática, pois, no Brasil, as catástrofes naturais estão relacionadas com a água; tanto diante de chuvas intensas que causam deslizamentos de terra e inundações quanto de secas intensas.

“Isso nos preocupa. Se houver chuvas mais intensas em áreas vulneráveis como São Paulo ou Rio de Janeiro, aumenta a possibilidade de, no futuro, ocorrerem ainda mais desastres naturais associados a fortes chuvas, como deslizamentos de terra e inundações em áreas urbanas e rurais, por exemplo. No Brasil, esses fenômenos causam a perda de muitas vidas”, afirmou Marengo, em entrevista para a BBC Mundo.

As florestas bombeiam umidade e são fundamentais para que os Rios Voadores sigam seus cursos e distribuam as chuvas de forma equilibrada ao longo do caminho. E os resultados das pesquisas mostram que esses rios são tão vulneráveis às ações humanas quanto os outros rios que conhecemos. Representam um sistema totalmente conectado e dependente da preservação florestal.

Conteúdo original wribrasil.org. Para mais informações, dúvidas ou sugestões de conteúdo, entre em contato conosco.

Quem criou a expressão rios voadores?

A importância destes fluxos de água se popularizou no Brasil graças ao projeto Rios Voadores, criado pelo aviador e ambientalista Gerard Moss. Ele se inspirou nas investigações de Marengo e Nobre e voou milhares de quilômetros seguindo as correntes de ar, pegando amostras de vapor de água.

O que são os rios voadores * sua resposta?

O que são rio voadores? São cursos de água atmosféricos invisíveis, que transportam bilhões de toneladas de água em forma de vapor pelas correntes aéreas. Apesar de não os enxergarmos, os rios voadores têm cerca de três quilômetros de altura e milhares de quilômetros de extensão.

Porque os rios voadores são tão importantes para o país?

Os Rios Voadores são de suma importância para o bem-estar da sociedade, além de serem responsáveis pela economia do país. Esse fenômeno é responsável pelo equilíbrio da biodiversidade, assim como, por serviços ecossistêmicos fundamentais para sobrevivência da sociedade.

Como foram descobertos os rios voadores?

O Projeto Rios Voadores nasceu em 2007 para, através da coleta de amostras de vapor de água em um pequeno monomotor, emprestar asas às pesquisas científicas sobre as massas de ar úmido que vêm da Amazônia trazendo umidade para outras regiões do Brasil, e para fazer as informações e as descobertas dos pesquisadores ...

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