O horário de verão é a prática de adiantar os relógios durante um período do ano com o objetivo de aproveitar melhor a luz natural e economizar no consumo de energia elétrica.
Devido ao posicionamento da Terra em relação ao sol, durante o verão, os dias são mais longos. Essa diferença de duração do dia é mais significativa nas localidades próximas aos Trópicos de Capricórnio e Câncer.
Já as regiões próximas à linha do Equador apresentam pouca variação na duração do dia e da noite. Por esse motivo, as regiões Norte e Nordeste do Brasil não costumam adotar o horário de verão.
Atualmente vários países do mundo adotam o horário de verão como forma de economia de energia, mas a ideia de adiantar os relógios é do século XVIII.
Em 1784, o americano Benjamin Franklin sugeriu tal mudança para que a luz do sol fosse melhor aproveitada. Naquele momento, ainda não existia energia elétrica.
Horário de verão no Brasil
No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez nos anos de 1931 e 1932, por meio do Decreto Lei 20.466, assinado pelo então Presidente Getúlio Vargas.
Em meio a uma crise econômica mundial, a medida tinha como objetivo gerar uma economia de energia. Naquele momento, todo o território nacional aderiu ao horário de verão, que durou 5 meses.
O horário de verão foi implementado até o ano de 1967, porém sem padrões de datas e duração. De 1967 a 1984 não houve mudança no horário, foi somente em 1985 que a medida voltou a ser adotada.
Em 2008, por meio do Decreto 6.558, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu o horário de verão da seguinte forma:
- Início: zero hora do 3º domingo de outubro (a partir de 2018, o início mudou para o 1º domingo de novembro).
- Fim: zero hora do 3º domingo de fevereiro (caso esse domingo coincidisse com o domingo de carnaval, o horário de verão se encerraria no domingo subsequente).
Suspensão do horário de verão em 2019
Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro suspendeu o horário de verão, que iniciaria no dia 3 de novembro.
Essa foi uma recomendação do Ministério de Minas e Energia, que afirmou que devido às mudanças de hábito dos brasileiros e a configuração do sistema do setor elétrico, o horário de verão não produz mais economias significativas.
Estados brasileiros que adotavam o horário de verão
Entre 1985 e 2018, o horário de verão foi adotado sem interrupções, em todos os estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Os estados que costumavam adotar o horário de verão, portanto, são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Como funciona o horário de verão?
Quando se inicia o horário de verão, os relógios devem ser adiantados em 1 hora. Ao final do período, os relógios devem ser atrasados também em uma hora.
O objetivo do horário de verão é economizar energia, especialmente entre as 18 e 21 horas. Esse intervalo de tempo é chamado de horário de ponta e representa o momento do dia de maior demanda de energia elétrica da população.
Isso porque, é nesse horário que as pessoas chegam em casa, tomam banho e ligam outros aparelhos eletrônicos como a televisão.
Assim, considerando o tempo prolongado de sol nessa estação, ao adiantar o relógio em uma hora, as pessoas podem aproveitar a luz natural por mais tempo e reduzir o consumo energético.
Países que adotam horário de verão
O horário de verão, conhecido por daylight savings em inglês, é utilizado em diversos países do mundo, entre eles:
- Países da União Europeia;
- Estados Unidos;
- Canadá;
- México;
- Rússia;
- Cuba;
- Austrália;
- Nova Zelândia;
- Chile.
Veja também os Trópicos de Câncer e Capricórnio.
O horário de verão foi instituído no Brasil, pela primeira vez, por decreto do presidente da República, Getúlio Vargas, no verão de 1931/1932, com duração de 5 meses, e tendo como abrangência todo o território nacional.
Até 1967, a mudança no horário ocorreu nove vezes e sua implantação foi feita de forma esporádica, sem um critério científico mais apurado. Após 18 anos sem que o horário de verão fosse adotado, essa medida voltou a vigorar no verão de 1985/1986, como uma das ações tomadas pelo governo por causa do racionamento causado, na época, pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Desde então, o horário de verão era adotado anualmente, sem interrupções, com diferenças apenas nos estados atingidos e no período de duração.
Em abril de 2019, porém, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto extinguindo a medida. A decisão foi baseada em recomendação do Ministério de Minas e Energia, que apontou pouca efetividade na economia energética.
Escolha do período
Até 2019, o horário de verão era adotado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mais precisamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
Entre os anos de 2008, mediante o decreto presidencial nº 6.558, de 8 de setembro de 2008, e 2018, ficou instituída a hora de verão a partir de zero hora do terceiro domingo do mês de outubro de cada ano, até a zero hora do terceiro domingo do mês de fevereiro do ano subsequente.
No ano em que havia coincidência entre o domingo previsto para o término da hora de verão e o domingo de Carnaval, o encerramento da hora de verão ocorria no domingo seguinte.
O horário de verão era adotado sempre nessa época sob o argumento de aumento na demanda, ocasionado pelo calor e pelo crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. O segundo motivo era que, nesse período, os dias têm maior duração por causa da posição da Terra em relação ao Sol (solstício de verão) e a luminosidade pode ser mais bem aproveitada.
Objetivo e benefícios
A implantação do horário de verão tinha como principal objetivo reduzir a demanda por energia no período de suprimento mais crítico do dia, ou seja, entre as 18h e as 21h, quando a coincidência de consumo por toda a população provoca um pico denominado horário de ponta.
Portanto, adiantar os ponteiros do relógio em uma hora permitiria que se aproveite melhor a luz natural, obtendo-se uma redução no consumo de energia (apurada por medição pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico) de, em média, 4% a 5%. Além disso, pouparia o país de sofrer as consequências da sobrecarga na rede durante a estação mais quente do ano, quando o uso de eletricidade para refrigeração, condicionamento de ar e ventilação atinge seu ponto máximo.
Outros países adotam o horário de verão
A racionalização do uso de energia elétrica é uma questão mundial - e o horário de verão é uma medida que melhora essa racionalização, propiciando uma grande economia de energia, por meio de um melhor aproveitamento da luz solar, além de preservar o meio ambiente e oferecer outros benefícios associados.
Devido a esses fatores, vários países adotam a medida, buscando aproveitar esses benefícios da melhor maneira.
Abaixo, alguns desses países e os seus respectivos períodos de horário de verão:
- Países Membros da União Européia
Adotam a medida no período anual que vai do último domingo de março ao último domingo de outubro.
- Estados Unidos, Canadá e México
Adotam a medida anualmente, no período de abril a outubro.
- Rússia, Turquia e Cuba
Adotam a medida anualmente, no período que pode variar de março a outubro.
- Austrália, Nova Zelândia e Chile
Adotam a medida anualmente, no período de outubro a março.
Reação da população
Uma pesquisa - realizada no ano de 2001, em parceria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) da Universidade de São Paulo (USP) - revelou que a opinião pública dos estados das regiões Sul/Sudeste/Centro-Oeste e Estados da Bahia e Tocantins (estes últimos, na época, participantes do horário brasileiro de verão) mostrou-se favorável à adoção da medida, apresentando os seguintes resultados:
- 74% aprovaram o horário de verão;
- 25% reprovaram o horário de verão;
- 1% não soube responder;
- adaptabilidade: a maioria dos entrevistados achou que a adaptação ao horário de verão pode ser considerada boa, com 70% das respostas entre muito fácil, fácil e razoavelmente fácil. Dos restantes, 30% acham a adaptação difícil ou muito difícil - ou não se adaptaram;
- repetição para os próximos anos: 55% acham que o horário de verão deva ser repetido nos próximos anos;
- pela pesquisa de opinião pública, constatou-se que a adaptação média ao horário de verão é de oito dias.