Quais doenças são diagnosticadas com as técnicas de biologia molecular?

A Reação em Cadeia da Polimerase – PCR – tem sido uma ferramenta aliada a medicina na pesquisa, diagnóstico e monitoramento de diferentes tipos de doenças. Também, é uma ferramenta utilizada para a determinação de características genéticas individuais e em análises forenses. Veja alguns exemplos a seguir.

Com grande importância na medicina, o sistema de prevenção, diagnóstico e controle do câncer humano preocupa vários pesquisadores em todo o mundo.

Uma doença de múltiplos fatores, o câncer pode ser, muitas vezes silencioso. De todos os casos, cerca de 80% dos cânceres estão associados a fatores ambientais como tabagismo, exposição excessiva ao sol, hábitos alimentares não saudáveis e até alguns tipos de vírus estão associados a incidência de determinados tipos de câncer. Mas existem também fatores que fogem ao controle do paciente como fatores hereditários e o envelhecimento.

Análises realizadas por Reação em Cadeia da Polimerase são muito utilizadas para o diagnóstico e acompanhamento de diversos tipos de câncer. Veja alguns exemplos a seguir:

– A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma doença incurável por terapia medicamentosa, sendo que a modalidade curativa está em transplante de medula óssea. A LMC é caracterizada por uma anormalidade citogenética específica, o Cromossoma Philadelphia (Ph). Essa anormalidade leva a formação de um novo gene, específico da leucemia, o BCR-ABL, que é detectável por Reação em Cadeia da Polimerase.

– O tumor Neuroectodérmico Primitivo (PNET) é um tumor extremamente agressivo, sendo que cerca de 30% dos pacientes apresentam metástase no momento do diagnóstico. A doença têm origem neural, podendo comprometer o sistema nervoso central ou periférico do paciente. O PNET é caracterizado por uma alteração entre os cromossomos 11 e 22, que pode ser detectada pela reação de cadeia RT-PCR (transcriptase reversa). Esta detecção é útil tanto no diagnóstico quanto no monitoramento da doença residual.

– O gama-herpes vírus Epstein-Barr (EBV) é um vírus presente em várias localidades cuja infecção em humanos, está associada a várias desordens proliferativas de ordem linfoide. O EBV tem sido amplamente estudado quanto ao seu papel oncogênico sendo que vários achados científicos estão correlacionando a presença deste vírus em pacientes com neoplasias sólidas, com evidências que apontam para a sua participação na tumorigênese dessas neoplasias. Para o estudo do EBV em tumores, de modo que seja possível a análise da participação do vírus nas neoplasias associadas, é necessária a amplificação da sequência do genoma viral, por Reação em Cadeia da Polimerase.

A Reação em Cadeia da Polimerase no exame de cariótipo

Cariótipo é o conjunto de cromossomos de determinado indivíduo, e o estudo dele refere-se a uma avaliação da estrutura e quantidade de cromossomos. Por meio deste estudo é possível avaliar a ocorrência de anormalidades, que podem resultar ou não em doenças no indivíduo.

Muitas vezes o estudo do cariótipo é realizado em casos de infertilidade ou casos de aborto de repetição, já que variações cromossomais podem ser a resposta para ocorrências como estas.

A análise de cariótipos pode ser feita por metodologia denominada Citogenética Molecular, cujos protocolos de execução envolvem análises de DNA por Reação em Cadeia da Polimerase, seguidas de eletroforese e densitometria a laser.

A Reação em Cadeia da Polimerase na sexagem fetal

Outro procedimento, que também é realizado por Reação em Cadeia da Polimerase, na obstetrícia, é a análise para a determinação do sexo do bebê (sexagem fetal) antes mesmo que o sexo seja visivelmente distinguível por ultrassonografia obstétrica. Para a realização do exame, amostras de sangue da mãe são suficientes.

A Reação em Cadeia da Polimerase em doenças ligadas aos genes

A maior parte das doenças tem um componente genético. Com o Projeto Genoma Humano a identificação de muitos genes relacionados a certos fenótipos, incluindo doenças genéticas, se tornou realidade.

A Reação em Cadeia da Polimerase ajuda a focar no segmento real de DNA que é de interesse para a avaliação da presença de mutação relacionada a doença em estudo. Alem disso, em alguns casos, a PCR é aplicada no monitoramento do funcionamento da terapia gênica (se disponível) associada ao tratamento destes distúrbios.

Algumas doenças genéticas que podem ser detectadas por PCR, dentre várias outras, são:

  • Hemoglobinopatias variantes.
  • Imunodeficiência Combinada Grave.
  • Detecção da mutação metileno hidroxiredutase (MTHFR).
  • Trombofilia.
  • Detecção da mutação G1691A (FatorV).
  • Fibrose cística.

A Reação em Cadeia da Polimerase também pode ser utilizada para diagnóstico de doenças causadas por agentes externos, como:

  • Chikungunya (vírus)
  • Dengue (vírus)
  • Zika (vírus)
  • Gonorréia (bactéria)
  • Clamídia (bactéria)
  • HPV (vírus)

A Reação em Cadeia da Polimerase na pesquisa de polimorfismo e aconselhamento nutricional

Diferentes indivíduos respondem de maneira diferente a um mesmo tipo de dieta. Uma parte da explicação para esse fato está codificado em nossos genes. Sim. Os genes podem afetar o modo como nossos corpos absorvem ou lidam com os alimentos que ingerimos. Por isso, alguns alimentos são mais interessantes para um grupo populacional do que outro.

Com base nesta informação, e preocupados com o desenvolvimento crescente de doenças associadas a alimentação, cientistas em todo o mundo apostam no estudo dos genes para determinar a correlação entre determinados marcadores e o ganho excessivo de peso. Beamer e colaboradores (1998) estudaram a associação entre a mutação Pro12Ala no gene PPARγ2 e o aumento do peso corporal e IMC (índice de massa corporal. Seus resultados indicaram uma pré-disposição a obesidade naqueles que possuem a variação genética no locus PPARγ.

Em algumas clínicas médicas, já é possível vivenciar uma orientação alimentar baseada em polimorfismos genéticos do indivíduo. E as análises de polimorfismo envolvem normalmente técnicas de eletroforese e/ou Reação em Cadeia da Polimerase.

Afinal, em que consiste a Reação em Cadeia da Polimerase

A técnica de (Reação em cadeia da DNA polimerase) consiste em realizar in vitro o processo de replicação de DNA, mecanismo de cópia de DNA em todas as células vivas. É uma técnica que permite que uma pequena região de uma molécula de DNA, um único gene, por exemplo, seja muitas vezes copiado por uma enzima, a DNA polimerase e, posteriormente sua presença (ou ausência) na amostra em análise é evidenciada por mecanismos apropriados de estudos de fragmentos de DNA.

Quer saber mais sobre esta técnica aplicada em diferentes áreas de conhecimento? Clique aqui e saiba mais.

Fontes de pesquisa

INCA 

ONCOGUIA

NUPAD

Science Learn 

Igenomix

Laboratório Gene 

Minha Vida 

Univates

Fiocruz

BEAMER, B. A.; YEN, C. J.; ANDERSEN, R. E.; MULLER, D.; ELAHI, D.; CHESKIN, L. J.; SHULDINER, A. R. . Association of the Pro12Ala variant in the peroxisome proliferator activated receptor-g2 gene with obesity in two Caucasian population. Diabetes, 1998 47, 1806-1808.


Quais as técnicas moleculares utilizadas na detecção de doenças?

Pode-se dividir o diagnóstico molecular de doenças em duas técnicas diferentes: PCR e isotérmica.

Quais exames são feitos na biologia molecular?

Os testes de biologia molecular, podem ser realizados com qualquer amostra solicitada pelo médico desde que estejam devidamente validados com o proposto pelos órgãos de saúde, podendo ser, saliva, sangue, plasma, medula, líquor entre outros, na maior parte dos testes genéticos, sangue ou saliva.

Quais as aplicações da biologia molecular na saúde?

A biologia molecular tem sido uma ferramenta aliada a medicina humana na pesquisa, diagnóstico e monitoramento de diferentes tipos de doenças. Por exemplo, em casos de câncer, medicina obstétrica, diagnósticos de doenças ligadas aos genes e até mesmo, na pesquisa de polimorfismos e aconselhamento nutricional.

Para que serve o exame de biologia molecular?

O exame biologia molecular é uma técnica diagnóstica que investiga diversas doenças geradas por condições genéticas. O procedimento inclui testes de DNA para diagnósticos de riscos na evolução molecular, prova de portadores e exames durante o pré-natal para verificar desordens do tipo hereditárias.

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