Quais são os principais impactos do desmatamento?

O Brasil é conhecido como o país mais biodiverso do mundo. Parte dessa fama vem da Amazônia, que abrange cerca de 59% do território brasileiro. Além do Brasil, a floresta entra nos territórios do Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. No território nacional, ela compreende dez estados – Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Goiás e Tocantins – e é distribuída por 775 municípios.

O conceito de Amazônia Legal foi criado em 1966 e a área compreende 5 milhões de quilômetros quadrados. A floresta representa 67% das florestas tropicais do mundo, compreende um terço de todas as florestas do globo e responde por 20% do total de água doce do planeta. Em comparação com um país, a Amazônia Legal ocuparia o 6º lugar no ranking de maior extensão territorial.

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Ao mesmo tempo em que a Amazônia representa a magnitude da natureza e a riqueza de recursos naturais, nos últimos anos, virou motivo de grande preocupação. Altos índices de desmatamento e devastação preocupam ambientalistas, representantes do setor privado e público alinhados à causa da preservação ambiental. No entanto, é necessário construir um esforço integrado, com estratégia e investimento por parte do poder público, para fiscalizar e controlar o desmatamento ilegal na região.

As causas para o desmatamento na Amazônia são diversas e complexas. Há questões econômicas, sociais, políticas e ambientais que fazem parte da realidade de quem vive na região. De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), em abril de 2021, o desmatamento na Amazônia Legal atingiu 778 quilômetros quadrados, o maior valor da série histórica para o mês dos últimos 10 anos.

De acordo com os dados, que são do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), os estados com maior área desmatada são o Amazonas, com 28%, seguido pelo Pará, com 26%, Mato Grosso, com 22%, Rondônia, com 16%, Roraima, com 5%, Maranhão, com 2%, e Acre, com 1%. Além do alto índice em comparação com a série histórica dos últimos dez anos, o número também representa um aumento de 45% em relação a abril de 2020, quando o desmatamento somou 536 quilômetros quadrados.

As causas para o desmatamento na Amazônia são diversas e complexas — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Entre os principais motivos para o desmatamento está a ocupação ilegal de terras públicas por meio da grilagem. De acordo com uma nota técnica divulgada pela Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), até o fim de 2020, 18,6 milhões de hectares de florestas públicas, o equivalente a 32% de sua área total, foram declarados ilegalmente como propriedade particular no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (CAR). Além do registrado em 2020, no primeiro trimestre de 2021, 33% do desmatamento na região ocorreu em áreas de florestas públicas não destinadas, sendo que 98% ocorreram nas florestas sob responsabilidade da União.

O ciclo do desmatamento é um sistema que se repete ano após ano. Depois da invasão da terra e da derrubada das árvores, os criminosos vendem a madeira com valor comercial. Após a extração dos principais materiais de interesse dos invasores, a forma de “limpar” a área é pelo uso de fogo: 18% dos focos de calor nos mesmos anos de referência na nota técnica foram identificados nas mesmas regiões de florestas públicas não destinadas.

De acordo com a nota técnica do IPAM, “o desmatamento ilegal das florestas representa uma forte ameaça ao equilíbrio climático da região, com consequências negativas diretas para a produção agrícola, a proteção de recursos hídricos, o controle de incêndios e bem-estar da população”. Ainda segundo o documento, “o avanço da destruição pode agravar ainda mais a já́ debilitada imagem do Brasil perante a comunidade internacional e de investidores”.

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Entre 2015 e 2016, foi registrado um aumento de 57,7% do desmatamento das regiões de Mata Atlântica no Brasil em relação ao período anterior (2014-2015). Os dados da Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram que um total de 290 km² de áreas foram desmatadas, o equivalente a aproximadamente 29 campos de futebol distribuídos entre 17 Estados brasileiros. Se pensarmos nos outros biomas e locais como a Floresta Amazônica e o Cerrado, esses números só crescem.

Quais as principais causas do desmatamento?

A problemática do desmatamento tem reflexos ambientais, sociais e econômicos. Se você pensar bem, o local que você está agora, para que fosse construído, antes deu lugar a uma vegetação que foi desmatada. As causas mais comuns de desmatamento estão ligadas a exploração dos recursos ambientais, como a madeira e minérios, para depois servir como local de cultivo agropecuário. Em outras situações o desmatamento pode ser provocado pelas queimadas ou visa a urbanização do espaço.

Independente do objetivo, o ato de desmatar sempre terá consequências. Veja cinco delas:

1 Alteração no microclima da região

As áreas de floresta, através da vegetação, absorvem grande quantidade da energia solar para fotossíntese e evapotranspiração. Uma vez desmatada, o calor passa a se propagar com mais intensidade para a atmosfera por conta da maior exposição do solo. Isso faz com o que o microclima da região seja alterado. Refletindo, por exemplo, na quantidade de chuvas. A cidade de São Paulo, conhecida inicialmente como “terra da garoa” ilustra bem essa situação. Devido a sua urbanização, o local que possuía poucas chuvas passa a ter precipitações pluviométricas mais intensas, provocando as enchentes.

2 Perda de biodiversidade

Locais de habitat de várias espécies, as florestas conservam a biodiversidade. O desmatamento provoca a morte de diversos animais e põe fim em diferentes tipos de vegetação. A Mata Atlântica abriga 20 mil espécies de plantas e mais de duas mil espécies de animais, algumas endêmica, ou seja, só existem nesse espaço. De acordo com o Sistema Ambiental Paulista, cerca de 400 animais e 200 espécies de plantas estão em ameaça de extinção na Mata Atlântica.

3 Genocídio e etnocídio dos povos indígenas

O avanço do desmatamento em regiões de floresta influencia na questão da demarcação de terras indígenas. Esses povos originários possuem ligação social e ritualística com os locais onde residem. Tomar esses territórios para desmatamento e uso comercial não pode ser considerado só um fator de realocação, mas um atentado cultural. Para expulsar essa população, muitos indígenas são mortos. Toda essa situação parte da construção de um imaginário racista, onde o indígena tido como preguiçoso ocupa um lugar que poderia estar sendo explorado para gerar capital

4 Erosão do solo

Pela falta de vegetação após o desmatamento, o solo fica mais exposto a agentes erosivos, ou seja, que o degradam lentamente, como a água das chuvas e dos rios. A erosão acaba provocando o desagregamento do solo, empobrecendo a quantidade de nutrientes e, por consequência, fazendo com que ele seja impróprio para a agricultura.

5 Desertificação e arenização

Por conta dos fatores erosivos apresentados no tópico anterior, em regiões áridas e semiáridas, que possuem poucas chuvas e pouca umidade, é possível observar o processo de desertificação. Em locais úmidos com com solos arenosos acontece a arenização, formação de bancos de areia sobre o solo.

A longo prazo e com proporções globais, o desmatamento através das queimadas ainda contribui para o aumento de gás carbônico na atmosfera. Gás este que é um dos principais fatores para a ampliação do efeito estufa e consequentemente do aquecimento global.

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Quais os principais impacto do desmatamento?

Quais são os impactos do desmatamento?.
Modificação do clima mundial – É reduzida a capacidade da floresta de absorver o gás carbônico (CO2) poluidor. ... .
Perda do ciclo hidrológico – O desmatamento reduz os serviços hidrológicos providenciados pelas árvores, que são fundamentais..

Quais são as consequências e impactos do desmatamento?

O desmatamento causa perda na biodiversidade, ou seja as espécies perdem seu habitat ou não conseguem sobreviver nos pequenos fragmentos florestais que restam. As populações de plantas, animais e microrganismos ficam debilitadas e eventualmente algumas podem se extinguir.

Quais são as principais causas do desmatamento?

As principais causas de desmatamento estão relacionadas às atividades humanas. A retirada da vegetação de um local para dar lugar à moradias, plantações ou para a utilização da madeira retirada, por exemplo, para a produção de energia, não é um processo recente, ocorrendo em todo mundo há séculos.

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