Qual a diferença entre Abordagem clínica e epidemiológica?

Em 21/07/15 08:41.

Qual a diferença entre saúde coletiva e saúde pública?

Na perspectiva assumida pela Abrasco, fazem-se as seguintes distinções:

A Saúde Pública toma como objeto de trabalho os problemas de saúde, definidos em termos de mortes, doenças, agravos e riscos em suas ocorrências no nível da coletividade. Nesse sentido, o conceito de saúde que lhe é próprio é o da ausência de doenças. A Saúde Coletiva, por sua vez, toma como objeto as necessidades de saúde, ou seja, todas as condições requeridas não apenas para evitar a doença e prolongar a vida, mas também para melhorar a qualidade de vida e, no limite, permitir o exercício da liberdade humana na busca da felicidade.

Como instrumentos ou meios de trabalho, a Saúde Pública mobiliza a epidemiologia tradicional, o planejamento normativo e a administração de inspiração taylorista, em abordagens caudatárias da clínica e, portanto, da concepção biologista da saúde. De fato, são as ações isoladas da Vigilância Epidemiológica e da Vigilância Sanitária ou o desenvolvimento de programas especiais, desarticulados das demais ações, como a Saúde Materno-Infantil ou o Programa Nacional de Imunização que configuram os meios de trabalho caracterísiticos da Saúde Pública.

Já a Saúde Coletiva se propõe a utilizar como instrumentos de trabalho a epidemiologia social ou crítica que, aliada às ciências sociais, prioriza o estudo da determinação social e das desigualdades em saúde, o planejamento estratégico e comunicativo e a gestão democrática. Além disso, abre-se às contribuições de todos os saberes - científicos e populares - que podem orientar a elevação da consciência sanitária e a realização de intervenções intersetoriais sobre os determinantes estruturais da saúde. Assim, os movimentos como promoção da saúde, cidades saudáveis, políticas públicas saudáveis, saúde em todas as políticas compõem as estratégias da Saúde Coletiva.

Finalmente, quanto ao trabalho propriamente dito, o agente da Saúde Pública é o trabalhador que desempenha as atividades das vigilâncias tradicionais - Epidemiológica e Sanitária -, aplica os modelos de transmissão de doenças (controle de riscos), realiza ações de educação sanitária e fiscaliza a produção e a distribuição de bens e serviços definidos como de interesse da saúde na perspectiva reducionista do risco sanitário, definido pela clínica biomédica. Ademais, é o agente que assume as tarefas do planejamento normativo, que define objetivos e metas sem considerar outros pontos de vista que o do Estado e sem ter em conta a distribuição do poder na sociedade, e da administração sanitária, orientada pelas tentativas de controle burocrático dos trabalhadores subalternos.

Diferentemente, ao agente da Saúde Coletiva se atribui um papel abrangente e estratégico: a responsabilidade pela direção do processo coletivo de trabalho, tanto na dimensão epidemiológica e social de apreensão e compreensão das necessidades de saúde, quanto na dimensão organizacional e gerencial de seleção e operação de tecnologias para o atendimento dessas necessidades.

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RAMOS, Francisco Lúzio de Paula et al. As contribuições da epidemiologia social para a pesquisa clínica em doenças infecciosas. Revista Pan-Amazônica de Saúde, Ananindeua, v. 7, n. esp., p. 221-229, dez. 2016. Disponível em Scielo

No âmbito da promoção da saúde, a epidemiologia exerce importante papel ao se preocupar não apenas com o controle de doenças e de seus vetores, mas, sobretudo, com a melhoria da saúde da população. Os estudos que privilegiam temáticas da saúde pública, em geral, estão frequentemente interessados em investigar o modo pelo qual as condições sociais influenciam e determinam o processo saúde-doença das populações, o que tem gerado uma forte articulação entre a epidemiologia e as ciências sociais. É assim que se constrói um ramo epidemiológico denominado por alguns estudiosos como epidemiologia social. A epidemiologia social tem como foco principal o estudo do modo pelo qual a sociedade e os diferentes modos de organização social influenciam a saúde e o bem-estar dos indivíduos e dos grupos sociais, possibilitando a incorporação de suas experiências societárias, para a melhor compreensão de como, onde e porque se dão as desigualdades na saúde. O presente artigo de revisão realiza uma discussão que pretende indicar as contribuições que a abordagem da epidemiologia social pode trazer para os estudos realizados pela pesquisa clínica em doenças infecciosas, de modo a se desenvolver um olhar mais amplo sobre o paciente em conjunto com o seu sistema de relações e de produção do adoecimento e da recuperação da saúde.

Este programa realiza pesquisas que unem a clínica e epidemiologia, auxiliando na solução de questões de risco, diagnóstico, terapêutica e prognóstico

A Epidemiologia Clínica reúne conceitos da clínica e da epidemiologia clássica, e tem por objetivo auxiliar o profissional de saúde na solução de questões associadas ao risco, diagnóstico, terapêutica e prognóstico do câncer que se apresentam na prática clínica. O Programa de Epidemiologia Clínica tem como objetivo a realização e promoção de investigações de alta qualidade para responder a perguntas clínicas relativas às doenças e incapacidades e treinar alunos de vários níveis e várias profissões da área da saúde, promovendo o adequado uso dos métodos estatísticos, epidemiológicos e clínico-epidemiológicos utilizados para tratar de questões de pesquisa clínica.

Chefe do programa:

Luiz Claudio Santos Thuler (Pesquisador Associado, )

Grupos de pesquisa:

  • Epidemiologia clínica aplicada à oncologia

Qual a diferença entre a abordagem clínica e epidemiológica?

Ambas tratam de corpos sociais: enquanto a clínica trata do sujeito considerado em suas particularidades, o caso, o um, a epidemiologia aborda o coletivo, busca a generalidade, o grupo de casos, o todos.

O que significa abordagem clínica?

Na perspectiva de abordagem clínica, as diferentes propostas de tratamento partem sempre da avaliação do sofrimento vivenciado pelo sujeito, através da escuta do relato deste e das pessoas que, muitas vezes, o acompanham.

Qual o objetivo da epidemiologia clínica?

A Epidemiologia Clínica reúne conceitos da clínica e da epidemiologia clássica, e tem por objetivo auxiliar o profissional de saúde na solução de questões associadas ao risco, diagnóstico, terapêutica e prognóstico do câncer que se apresentam na prática clínica.

O que significa epidemiológica?

O significado etimológico do termo epidemiologia deriva do grego (PEREIRA, 2013): Portanto, de forma simplificada, o termo “epidemiologiasignifica o estudo sobre a população, que direcionado para o campo da saúde pode ser compreen- dido como o estudo sobre o que afeta a população.

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