Qual argumento desse texto sustenta a ideia de que a série agrega à vida do autor Anne with an E?

Em 2015, as III Jornadas Internacionais de Teatro do Oprimido e Universidade (JITOU) trouxeram uma novidade para abordar o tema Sociedade, Diversidade, Comunidade. Além das atividades já constantes na programação dos anos anteriores, realizadas nas dependências da Escola de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), foram programadas também apresentações de espetáculos teatrais em espaços públicos do Rio de Janeiro, estreitando os laços entre a universidade e o cidadão carioca, sobretudo no ano em que celebrávamos os 450 anos da cidade onde nasceu e morreu Augusto Boal. Com isto, o Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido (GESTO) pretendeu alcançar, com cada vez mais profundidade, os objetivos primordiais deste evento acadêmico-cultural: compartilhar reflexões sobre o pensamento e a obra de Boal, a disseminação de pesquisas, o intercâmbio artístico e o aperfeiçoamento técnico dos profissionais que utilizam o método do Teatro do Oprimido em suas práticas pedagógicas e de ação social. Deste modo, a edição de 2015 das JITOU ampliou uma intensa programação de três dias (conferências, apresentação de comunicações orais, mesas temáticas, exibição de filmes, oficinas, apresentações de teatro-fórum e lançamento de livros) em mais dois dias, inteiramente dedicados ao contato direto com a sociedade, expandindo a ação cultural da universidade para além de seus muros, onde pesquisadores, artistas, docentes e estudantes de teatro das redes pública e privada participaram junto à comunidade em geral, de espetáculos de Teatro-Fórum e Teatro Legislativo realizados no Largo do Machado e no Complexo da Maré, com o apoio do Centro de Teatro do Oprimido (CTO). São, estas, experiências exemplares, sobretudo para os profissionais que atuam ou pretendem atuar com o método em comunidades populares, pela diversidade dos olhares com que são confrontadas, pela complexidade dos temas que emergem e pelas discussões e reflexões que delas decorrem, e que publicamos agora, nos anais desta edição das III JITOU. Licko Turle Jussara Trindade

First of all, neste texto irei comparar falas sobre as mensagens de lutas de classes, inclusão e diversidade, entre outas coisas que “Anne With An E” nos ensina. A série é uma adaptação de “Anne of Green Gables”, de 1980, que conta com oito livros e que foi produzida pela CBC (TV Canadense), em parceria com a Netflix. Infelizmente a série foi cancelada e só podemos contar com três temporadas.

Em resumo, é contada a história de Anne Shirley, que foi adotada por engano por um casal de irmãos que queriam um garoto para ajudar na fazenda. Sem outra alternativa, os dois acolheram Anne, uma menina cheia de imaginação e inocência que a deixava “desajustada” para a sociedade do século XIX.

Dá uma olhada no trailer da 1ª temporada:

Ao longo desse texto iremos discutir cada assunto com responsabilidade, pois precisamos entender mais sobre cada tema, como equidade e igualdade de gênero, sexualidade, racismo e empoderamento. Eles são importantes para o amadurecimento social que tanto precisamos!

Quero compartilhar com vocês alguns momentos importantes que acontecem na série. Vamos na sequência?

"Um caminho certo na arte ou na vida. Às vezes, não há nenhum caminho e você deve demolir paredes e esculpir o seu caminho através das madeiras para chegar onde precisa” - Anne Shirley.

O primeiro tema que quero trazer é um dos assuntos mais delicados e importantes trabalhados na história e que está em alta nos dias de hoje: o racismo. Na história contada na série (que, aqui, difere do livro), temos duas frentes: a de Ka’Kwet, uma garota indígena nativa do Canadá, sobre a qual Anne diz:

“[...] É engraçado como as pessoas são tão rápidas para apontar diferenças, quando há tantas maneiras em que somos semelhantes”.

A outra frente é de Bash, homem negro que começa a crescer e vive “entre os brancos”. Uma das falas que me marcaram foi:

“[...] As pessoas enxergam o que desejam independente da verdade”

Não podemos fechar os olhos para o racismo e dizer que ele não existe. Essa luta tomou mais corpo nas organizações em 2016, quando a ONU criou um comitê específico para tratar sobre o assunto e deixar claro que a luta deve ser vivenciada por todos. O presidente do Conselho, Mutama Ruteere, diz: “[...] as opiniões legais e sociais, são instrumentos de mudança institucional nas organizações. Por exemplo, contribuíram para melhorar o desempenho das empresas dos setores público e privado e as apoiaram na promoção da igualdade, da diversidade e da não discriminação”. Você pode ler na integra aqui

Percebemos então, que não somos grupo diferentes, mas sim estamos em condições diferentes. A luta contra o racismo deve ser sedimentada, pois essas políticas de desenvolvimento permitirão igualdade social a todos, acesso à educação de qualidade, oportunidades de melhoria de carreira e, principalmente, liberdade.

 “Ame quem você ama e fique com essa pessoa”. – Anna Shirley

Mas não é só o racismo que é discutido em Anne With An E. Temos também a luta da aceitação da comunidade LGBTQIAP+. Quando Anne começa a descobrir mais sobre o amor e a conhecer mais sobre a sexualidade de seu amigo Cole, ela diz em uma das cenas:

“[...] o amor não é igual para todo mundo. Pode ter muitas formas diferentes, o que pode haver de errado com uma vida se for vivida com quem você ama?

Em uma outra cena na qual conta a trajetória da aceitação de Cole, a mensagem principal da conversa é:

“[...] você tem uma vida de muita alegria pela frente. Não sem momentos difíceis e tropeços na estrada. Fique seguro com aqueles em quem confia.”

Muito de nós da comunidade LGBTQIAP+ vivemos momentos de grande insegurança ao acreditarmos que não há lugar onde realmente pertencemos e, todos os dias, temos que provar nossa existência, resistência e valores no trabalho e na vida.

Isso nos mostra como empresas perdem oportunidades de fazer a real diferença na vida do profissional e da sociedade. Por exemplo, a importância de enxergar esse processo de inclusão e diversidade vai bem mais que “melhorar a imagem da marca”. É preciso ter uma boa comunicação, um branding estruturado e um RH alinhado com todas as áreas.

E podemos sempre tomar o papel questionador, ir à empresa e perguntar quantos cargos de liderança são de diversidade, se há equidade salarial e se os grupos minorizados são ouvidos. Posso dizer, por conhecimento empírico, que é com ética, transparência, responsabilidade social e engajamento que se constrói uma gestão inclusiva.

Eu serei a heroína da minha própria história” – Anne Shirley

O tema mais abordado durante toda série foi o feminismo. Separei duas falas que me marcaram e explicam como esse debate é importante. No primeiro episódio da 1ª temporada, ao descobrir que Anne não seria a escolhida por ser menina e por não poder fazer os trabalhos da fazenda, ela diz:

 “[...] não posso fazer o trabalho da fazenda sendo uma menina? [...] não entendo uma menina não poder trabalhar na fazenda quando podemos fazer o que os garotos fazem e MAIS”

Em outro episódio, discutia-se sobre a liberdade de escolha e de conhecimento da própria mulher. A frase que destaco é:

“[...] tenho os seguintes pensamentos para oferecer, primeiro, você pode se casar a qualquer momento da sua vida[...] e dois: se você escolher uma carreira, poderá comprar um vestido branco, encomendar e usá-lo sempre que quiser.”

A primeira coisa que temos que desmistificar é o significado do feminismo: ele não é mulheres contra homens, ele é a busca de igualdade e equidade de gênero, onde mulheres e homens tenham, de fato, os mesmos direitos. Nos depoimentos que li sobre, percebi que, apesar de todas as conquistas nas últimas décadas, ainda vivemos um uma sociedade machista.

E isso é uma grande realidade brasileira. Um estudo do IGBE mostra que, nos últimos anos, as mulheres ganham cerca de 20,5% a menos que os homens e que, por conta desse machismo estrutural, as dificuldades de ascensão delas no mercado de trabalho é bem mais difícil. Ênfase aos cargos de chefia, que em 2016 não passavam de 37% e isso é refletido em todos os setores da sociedade. Você pode ver mais sobre a pesquisa aqui.

Um exemplo prático: em um curso de gestão que participei, o exemplo dado foi de como uma marca pode sofrer com essa cultura. Com o case da Nike que, em 2015, sofria demandas judiciais e sociais por assédio moral e físico e discriminação, através das quais foi “obrigada” a mudar toda a sua estrutura e lideranças, criando comitês e frentes de diversidades. A mensagem que fica com o case é: se você se dedicou para chegar onde você está, não se cale e mostre ao mundo a profissional incrível que você é.

“Se você tem grandes ideias tem que usar grandes palavras para expressá-las” – Anne Shirley.

Na série, também encontramos bandeiras importantes, como a luta de classes e pela educação inteligente. Em uma cena em frente ao conselho da cidade Anne e os colegas, se opõem ao fechamento da escola e dizem: 

“[...] estamos aqui para sermos ouvidas, mesmo que vocês tenham tentado silenciar nossas vozes. [...] liberdade de expressão é um direito humano.”

Foi discutida também a importância da educação agregadora. Em uma das frases mais emblemáticas da série, Anne e os colegas dizem para toda a Green Gables:

 “[...] diga-me e eu esquecerei, ensina-me e eu me lembrarei, envolva-me e eu aprenderei”.

Educação no Brasil: o que falar? São muitos os problemas que ainda enfrentamos, especialmente na educação pública. A entidade Brasil Escola divulgou uma pesquisa na qual mostra que, a cada 100 alunos que entram na 1ª série do ensino fundamental, somente 47 concluem o 9º ano; e destes, apenas 14 concluem o ensino médio sem interrupção e apenas 11 chegam à universidade.

Isso tudo é resultado direto do que acontece na base da educação e da sociedade. Podemos citar N motivos, como salários reduzidos dos professores, falta de reconhecimento e de material, realidade escolar extremamente diferente do mapa escolar, extrema pobreza, falta de estrutura, entre outros. A pergunta que fica é: o que estamos fazendo para melhorar isso? Como a empresa que atuo ajuda a sociedade? Qual é a responsabilidade social da organização na qual trabalho? É aqui que começamos a entender o verdadeiro sentido de inclusão.

Agora imagine todos esses problemas inseridos em uma organização de dois mil, seis mil ou mais colaboradores! Perceba como isso é potencializado e como pode afetar vidas dos profissionais. Por isso é importante que a gestão inclusiva seja inserida no propósito de qualquer empresa que queira mudar o mundo e deixar seu legado.

Atualmente, as empresas começam a voltar os olhos para a diversidade e a inclusão, mas será mesmo que elas estão fazendo corretamente o dever de casa? Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) apontou um crescimento lento em programas de diversidade no ambiente de trabalho.

Isso me faz pensar se implantar tais programas é algo que condiz de fato com os valores da empresa ou se é só para passar uma imagem de que se preocupam com a diversidade. A pesquisa me responde: 68% das empresas promovem a diversidade para melhorar a imagem e reputação. Ou seja: será que a diversidade está realmente acolhida e valorizada dentro dessas organizações?

A pesquisa mostra que não! Foi revelado que funcionários ainda sofrem discriminação por estereótipos corporais (24%), identidade de gênero (40%), idade (35%) e cor ou etnia (30%). Então, respondendo mais uma vez meus questionamentos, as empresas não estão fazendo o dever de casa como deveriam. Você pode ler mais sobre a pesquisa na matéria da Época Negócios.

Diversidade nas empresas é criar um ambiente que acolhe nas esferas sociais e culturais, de raça, religião, capacidade física, idade, gênero etc. É preciso ter um planejamento de inclusão para que os times possam ter soluções que abordem de inovação à produtividade, por exemplo. Isso significa que a empresa e o colaborador precisam estabelecer essa parceria mútua, em que ambos ganham.

Acredito que todos os que estão preocupados com a gestão inclusiva devem estabelecer um desenvolvimento adequado, sem perder a originalidade. Isso pode ampliar a motivação, fidelização, melhorar o desenvolvimento multicultural e até a diminuição do turnover.

Uma gestão inclusiva e diversa vai muito além das paredes da organização, é o legado que ela deixa na sociedade, é o seu propósito de existência. Essa é a mensagem que Anne nos traz em sua história de resiliência, respeito e amor, sem perder sua essência e seus sonhos.

Ver a beleza é algo que também pode ser aprendido. Há beleza nas cicatrizes e nas diferenças, porque elas são a prova de que sobreviemos. E é essa história que a série conta! Podemos acreditar que esse processo não é fácil e precisa de mudanças de dentro para fora, gerando o verdadeiro impacto que precisamos.

“Não é o que mundo reserva para você, mas o que você traz para o mundo” – Anne Shirley Cuthbert.

Qual o argumento desse texto sustenta a ideia de que a série agrega à vida do autor?

Resposta verificada por especialistas. O argumento utilizado pelo autor que sustenta a ideia de que a série agrega à vida do mesmo está corretamente posto na letra B) "Cada um possui as dores e as delícias de serem o que são, e nos fazem para para pensar sobre a vida [...], mudanças necessárias e sobre o amor".

Qual o texto desse texto apresenta um argumento que sustenta a tese de que é preciso ter cuidado ao usar as redes sociais?

Resposta verificada por especialistas. Podemos inferir que o argumento utilizado pelo autor está inserido no terceiro parágrafo, onde ele cita as pessoal mal intencionadas que usam a internet (item C).

Que argumento o autor usa para justificar sua afirmação de que o amor não chega a idade da razão?

03 – Que argumento o autor usa para justificar sua afirmação de que o amor não chega jamais à idade da razão? O autor justifica sua afirmação dizendo que, mesmo ultrapassando os sete anos, o amor não atinge a idade da razão porque amor e razão são inconciliáveis.

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