Qual foi a primeira estratégia adotada no controle da esquistossomose?

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Cuidados Primários de Saúde

Núcleo de Telessaúde Espírito Santo | 3 junho 2019 | ID: sofs-41806

A Transmissão da esquistossomose é bem complexa e composta por uma diversidade de fatores condicionantes, então o controle da doença depende de várias ações e medidas preventivas: a) diagnóstico precoce e tratamento oportuno; b) vigilância e controle dos hospedeiros intermediários; c) ações educativas em saúde; d) ações de saneamento para modificação das condições domiciliares e ambientais favoráveis à transmissão.(1)

Estas ações devem ocorrer de forma integrada e articuladas como partes de um programa regular de controle. E que deve ser duradouro, sustentável com implementação de políticas públicas que melhorem as condições de vida das populações, especialmente as referentes a saneamento básico e educação. Os responsáveis pela execução das ações de vigilância e controle da esquistossomose devem promover ações de intersetorialidade governamental.(1)

A esquistossomose é uma doença de veiculação hídrica cuja transmissão ocorre quando o indivíduo suscetível entra em contato com águas onde existem cercárias livres. O risco de contágio aumenta com o tempo de exposição em áreas endêmicas, pois amplia as possibilidades de contato com as cercárias.(1). Estratégias de controle da esquistossomose para áreas endêmicas incluem programas de saneamento de água, tratamento em massa e desenvolvimento de vacinas. Essas e outras medidas facilitaram a erradicação da esquistossomose no Japão e foram adotadas como uma estratégia nacional na China.(2)

Minimizar o contato com água doce que contenha larvas infectantes (cercárias) é uma importante medida de controle. O contato direto com a água doce pode ser reduzido pelo fornecimento de água potável com controle de esgoto adequado, bem como pela educação da comunidade em relação ao uso de roupas de proteção e calçados no contexto de contato com água doce. Outras medidas podem incluir a secagem vigorosa da pele exposta com toalhas e / ou aplicar repelente de insetos DEET (N, N-dietil-m-toluamida) após a exposição à água doce. A erradicação de espécies de caracóis via moluscicidas ou controle ambiental de locais de reprodução de caracóis tem sido tentada, embora seja difícil de sustentar porque o repovoamento pode ocorrer rapidamente.(2)

O tratamento repetido em massa pode reduzir substancialmente a prevalência e a morbidade da esquistossomose, mantendo a carga parasitária baixa e aumentando a resistência à reinfecção.(2)

Atributos da APS

Integralidade e coordenação do cuidado: O controle duradouro e sustentável da esquistossomose depende da implementação de políticas públicas que melhorem as condições de vida das populações. A integralidade de ações é essencial para o sucesso do controle da esquistossomose.

Material complementar:

Portal Saúde do Ministério da Saúde. Vigilância em Saúde. Disponível em: //www.saude.gov.br/saude-de-a-z/esquistossomose

Telessaude ES. Vídeo de Webconferência :  Esquistossomose – Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento na APS.  (Aprox. 44 min.). Palestrante: Aloisio Falqueto (Infectologista, Professor do curso de medicina da UFES) ; Zilma Rios (Debatedora) . Publicado em 24 nov 2017. Disponível em: //www.youtube.com/watch?v=zCglor6FFGA

Esquistossomose CID10: B65.9

A esquistossomose é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cujas formas adultas habitam os vasos mesentéricos do hospedeiro definitivo (homem) e as formas intermediárias se desenvolvem em caramujos gastrópodes aquáticos do gênero Biomphalaria. Trata-se de uma doença, inicialmente assintomática, que pode evoluir para formas clínicas extremamente graves e levar o paciente a óbito. A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma grande relevância como problema de saúde pública.

A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o paciente infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como:

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Calafrios;
  • Suores;
  • Fraqueza;
  • Falta de apetite;
  • Dor muscular;
  • Tosse;
  • Diarreia.

Alguns pacientes evoluem para formas crônicas da doença que podem iniciar a partir do sexto mês após a infecção, podendo durar vários anos. Podem surgir os sinais de progressão da doença para diversos órgãos, chegando a atingir graus extremos de severidade, como hipertensão pulmonar e portal, ascite, ruptura de varizes do esôfago. As manifestações clínicas variam a depender da localização e intensidade da carga parasitária, da capacidade de resposta do indivíduo ou do tratamento instituído. Apresenta-se nas seguintes formas clínicas:

  • Hepatointestinal;
  • Hepática;
  • Hepatoesplênica;
  • Hepatoesplênica compensada;
  • Hepatoesplênica descompensada;
  • Outras localizações – são formas que aparecem com menos frequência. As mais importantes localizações encontram-se nos órgãos genitais femininos, testículos, na pele, na retina, tireoide e coração, podendo aparecer em qualquer órgão ou tecido do corpo humano, uma vez que a esquistossomose mansoni é considerada uma doença granulomatosa.
  • Forma pseudoneoplásica – a esquistossomose pode provocar tumores que parecem neoplasias e, ainda, apresentarem doença linfoproliferativa.

IMPORTANTE: Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho.

Agente etiológico

O agente etiológico da esquistossomose é o Schistosoma mansoni, um helminto pertencente à classe dos Trematoda, família Schistosomatidae e gênero Schistosoma. São vermes digenéticos (organismos que, no decorrer do seu ciclo biológico, passam por formas de reprodução sexuada e assexuada), delgados, de coloração branca e sexos separados (característica desta família), onde a fêmea adulta é mais alongada e encontra-se alojada em uma fenda do corpo do macho, denominada de canal ginecóforo.

Reservatório

No ciclo da doença estão envolvidos dois hospedeiros, um definitivo e outro intermediário.

Hospedeiro definitivo

O homem é o principal hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta, reproduz-se sexuadamente. Os ovos são eliminados por meio das fezes no ambiente, ocasionando a contaminação das coleções hídricas naturais (córregos, riachos, lagoas) ou artificiais (valetas de irrigação, açudes e outros).

Hospedeiro intermediário

O ciclo biológico do S. mansoni depende da presença do hospedeiro intermediário no ambiente. Os caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidae e gênero Biomphalaria, são os organismos que possibilitam a reprodução assexuada do helminto. Os planorbídeos são caramujos pulmonados e hermafroditas, que habitam coleções de água doce com pouca correnteza ou parada. No Brasil, as espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila estão envolvidas na disseminação da esquistossomose. No estado do Paraná estas três espécies podem ser encontradas.

Modo de Transmissão

O Indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas, denominadas miracídios, que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários, que vivem nas águas doces. Após quatro semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e ficam livres nas águas. O contato dos seres humanos com essas águas é a maneira pela qual é adquirida a doença.

Período de incubação

Em média, é de duas a seis semanas após a infecção, período que corresponde desde a fase de penetração e desenvolvimento das cercarias, até a instalação dos vermes adultos no interior do hospedeiro definitivo.

Período de transmissibilidade

A transmissão da esquistossomose não ocorre por meio do contato direto, homem→ doente→ homem suscetível. Também não ocorre “auto-infecção. O homem infectado pode eliminar ovos viáveis de S. mansoni a partir de 5 semanas após a infecção e por um período de 6 a 10 anos, podendo chegar até mais de 20 anos.

Os hospedeiros intermediários começam a eliminar cercarias após 4 a 7 semanas da infecção pelos miracídios. Os caramujos infectados eliminam cercarias por toda a vida, que é aproximadamente de um ano.

Diagnóstico

O diagnóstico da esquistossomose é feito por meio de exames laboratoriais de fezes, através do qual é possível detectar os ovos do parasita causador da doença. Pode ser solicitado também, teste de anticorpos para verificar sinais de infecção.

Características epidemiológicas

No Paraná, a esquistossomose tem transmissão localizada em alguns municípios do norte do estado.

Distribuição da esquistossomose segundo percentual de positividade em inquéritos coproscópicos – Brasil, 2012

Fonte: Vigilância da esquistossomose mansoni – Diretrizes técnicas. Ministério da Saúde, 2014.

Tratamento

O tratamento da esquistossomose, para os casos simples, é em dose única feito por meio do medicamento Praziquantel, receitado pelo médico e distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde.  Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação.

Nos casos mais graves, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água. 

Notificação

É doença de notificação compulsória em áreas não endêmicas; e todos os casos diagnosticados nas áreas indenes e vulneráveis, bem como nas áreas com focos, onde inclui-se o estado do Paraná, também devem ser notificados.

Prevenção e Controle

A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O controle da esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco, acesso a água potável e saneamento básico e educação em saúde.

IMPORTANTE: Ainda não há vacina contra a esquistossomose.

A esquistossomose, se não tratada, pode matar.

Quais são as estratégias de controle podem ser usadas na esquistossomose?

Estratégias de controle da esquistossomose para áreas endêmicas incluem programas de saneamento de água, tratamento em massa e desenvolvimento de vacinas. Essas e outras medidas facilitaram a erradicação da esquistossomose no Japão e foram adotadas como uma estratégia nacional na China.

Qual é a principal medida de controle da esquistossomose?

A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O controle da esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco, acesso a água potável e saneamento básico e educação em saúde.

Qual o método para esquistossomose?

Como já foi dito, o método de Kato-Katz é um método laboratorial, utilizado como padrão ouro para o diagnóstico da esquistossomose, pelo alto grau de sensibilidade para esse parasita. Basicamente, é um método quantitativo, que calcula a quantidade de ovos eliminados pelas fezes.

Onde surgiu o primeiro caso de esquistossomose?

Acredita-se que eles surgiram na Ásia e migraram para a África onde passaram por radiação e tornaram-se parasitos exclusivos de moluscos planorbideos. Recolonizaram a Ásia e diversificaram-se em grupos: espécies com ovos de espícula terminal e uma espécie com espícula lateral, o Schistosoma mansoni.

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