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Type: | Trabalho de conclusão de graduação |
Title: | O governo JK e o desenvolvimento econômico brasileiro no período 1956-1961 |
Author(s)/Inventor(s): | |
Advisor: | Bielschowsky, Ricardo Alberto |
Abstract: | Análise sintética da política econômica brasileira promovida durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), citando seus condicionantes e características de governo. Além disso, pretende-se constatar o desenvolvimento econômico observado nesses cinco anos. Considera-se que o período promoveu uma sólida decisão consciente em prol da industrialização, o Plano de Metas, resultado de intenso planejamento e intervenção do Estado na economia. Nesse sentido, o período manifestou a busca clara e objetiva pelo desenvolvimento econômico, identificando e combatendo pontos de estrangulamento e promovendo a industrialização. Partindo de um contexto histórico e ideológico, procura-se identificar as características do governo do presidente JK. Nesse contexto, demonstra-se o viés do pensamento econômico dominante na época, o desenvolvimentismo, e suas implicações na política econômica do período. Nota-se, ainda, que o governo constituiu um período democrático, e, marcado pela estabilidade política, viabilizou o planejamento econômico. Na área da política econômica, observa-se que as políticas monetária e cambial estiveram sobrepostas pela política de desenvolvimento durante o governo Kubitschek. O objetivo de intensificação do processo de industrialização no Brasil deveria ser condicionado pela política econômica, devendo esta eliminar restrições e pontos de estrangulamento. Assim, o desenvolvimento econômico era visto com legitimidade política e ideológica, não importando, freqüentemente, quão elevados fossem os níveis de inflação, de endividamento ou de desequilíbrio externo. O rompimento de relações com o FMI em 1959, nesse sentido, foi estrategicamente fundamental, tendo em vista que, tivesse se submetido às imposições do fundo, o presidente Kubitschek teria que refutar seu Programa de Metas. A criação do Conselho do Desenvolvimento em 1956 promoveu uma série de estudos econômicos setoriais. Desta forma, efetuava-se o planejamento econômico do governo, que identificou setores estratégicos que viabilizariam o desenvolvimento. De fato, o Plano de Metas surgiu desse esforço e pôde consubstanciar os objetivos de política econômica do período. Ademais, o plano econômico corroboraria a continuidade do processo de substituição de importações, introduzindo uma nova fase em que a industrialização foi mais sofisticada, com maior intensidade de capital de orientação da política pública. Disserta-se, ainda, sobre o papel desempenhado pelo BNDE no que tange ao Plano de Metas. A questão do financiamento do plano e da presença de capitais privados também é abordada, bem como os desequilíbrios provenientes do financiamento. Finalmente, conclui-se que o governo Kubitschek foi muito bem-sucedido em seu objetivo de industrializar o Brasil rapidamente, utilizando-se dados estatísticos de forma a ilustrar o progresso econômico do período. |
Keywords: | Política econômica brasileira Desenvolvimento econômico Kubitschek, Juscelino (1956-1961) Industrialização |
Subject CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA |
Production unit: | Instituto de Economia |
Publisher: | Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Issue Date: | Apr-2013 |
Publisher country: | Brasil |
Language: | por |
Right access: | Acesso Aberto |
Appears in Collections: | Ciências Econômicas |
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O governo de Juscelino Kubitschek (JK, 1956-1961) ficou gravado na história republicana brasileira como a época do desenvolvimentismo, um período de grandes investimentos em transporte, produção de energia e indústrias de base, com o intuito de proporcionar o crescimento econômico capitalista ao Brasil. Foi neste período também que os esforços de interiorização da população no território nacional mais foram fortalecidos, com a construção da célebre capital do país, Brasília.
Com a experiência de grandes obras como prefeito de Belo Horizonte, em Minas Gerais, JK se alçou no cenário político nacional prometendo criar um ciclo de desenvolvimento econômico no país durante seu governo, celebrizado pelo lema 50 anos em 5. A base desta proposta foi o Plano de Metas, alicerçado no desenvolvimento de cinco setores: energia, transporte, indústria, educação e alimentação. Os dois últimos setores não tiveram suas metas atingidas, com pouco capital destinado à sua realização. Os demais conseguiram alcançar os objetivos, devido ao grande investimento estatal e do capital estrangeiro. JK fez um apelo explícito ao investimento estrangeiro, chegando suas taxas a níveis que não haviam ainda ocorrido no Brasil.
No governo JK, construíram-se as usinas hidrelétricas de Três Marias e Furnas, esforço necessário para sustentar o ritmo de crescimento econômico, principalmente nas indústrias de bens duráveis, como a indústria automobilística em São Paulo e a siderúrgica Usiminas em Minas Gerais.
No intuito de ocupar e desenvolver também o interior do Brasil, mais de 20 mil quilômetros de rodovias foram construídos, interligando vários pontos do país. Foi com este objetivo que JK mobilizou imensas forças econômicas e sociais para a construção da nova capital no interior do Brasil. Projetada pelo urbanista Lúcio Costa e com edificações elaboradas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, Brasília foi inaugurada por JK em 21 de abril de 1960, apenas quatro anos após ter sido anunciada sua construção.
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A migração realizada no território brasileiro foi outra característica encontrada no Governo JK. Com a industrialização concentrada no sudeste brasileiro, surgiu uma corrente migratória para esta região, com pessoas vindas principalmente do semiárido nordestino, fugindo das miseráveis condições de vida. Para o local da construção de Brasília também se deslocaram centenas de milhares de trabalhadores, que por lá se fixaram dando origem às cidades satélites da nova capital.
O incentivo ao desenvolvimento econômico gerou um grande aumento da dívida externa nacional, pois as divisas obtidas com as exportações não conseguiram contrabalancear a captação de recursos para o Plano de Metas. Novos empréstimos foram realizados para sanar a dívida, mas não resultaram numa situação satisfatória. Outro aspecto econômico negativo foi a crescente inflação que se verificou em seu governo.
Apesar da forte propaganda de suas ações, JK não conseguiu eleger seu candidato à presidência, em 1961. Contra o general Lott, apoiado por JK, venceu o candidato Jânio Quadros, sendo eleito como vice-presidente João Goulart.
*Créditos da imagem: ostill e Shutterstock.com
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