A confirmação de que o atacante da seleção brasileira Richarlison estava com caxumba fez com que os demais jogadores e membros da delegação fossem vacinados. A imunização foi realizada logo após uma partida na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, com a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Funcionários do hotel e dos locais onde a seleção treinou foram orientados a procurar uma unidade de saúde para se
vacinarem. O caso serviu de alerta sobre como adultos também estão suscetíveis a contrair o vírus, e, para discutir as causas disso, o Jornal da USP no Ar conversou com o professor Esper Kallás, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina (FM) da USP. A caxumba não é mais uma doença majoritariamente infantil. O especialista conta que “em locais onde há cobertura vacinal, casos em adultos passaram a ser mais comuns do que em
crianças, porque a vacina contra a caxumba causa uma proteção muito boa, principalmente nessa faixa etária. Com o passar dos anos, ela vai perdendo a força, então, quando chega na idade de adulto jovem, uma parte da população deixa de estar protegida, o que faz com que presenciemos um número razoável de casos em adultos de até 30 anos”. Os procedimentos realizados pela equipe da seleção brasileira foram corretos, mas a carteira de vacinação do jogador deveria ter sido conferida antes, pois prevenir é a melhor solução. De acordo com Kallás, a grande preocupação se dá pelo rápido contágio: “A caxumba começa a ser transmitida para outra pessoa cinco dias antes dos sintomas começarem a se manifestar. E quando essa pessoa tem contato com outra não imunizada, as chances de ela
também apresentar os sintomas de caxumba é de 31%. É por isso que as orientações dadas pela equipe da seleção foram corretas, embora um pouco tardias, já que o calendário vacinal de todos deveria ter sido checado antes e pode ter ocorrido a transmissão”. “O vírus da caxumba causa uma inflamação e incha as glândulas, fazendo o rosto ficar alargado. Esse é o sintoma mais comum, mas também pode se ter febre, mal-estar e dores pelo corpo.” O professor ressalta também que há particularidades
nas ocorrências em homens e mulheres: “A notoriedade da caxumba é quando um indivíduo pega caxumba e ela ‘desce’, causando uma inflamação no testículo ou no epidídimo do homem. Para as mulheres, o vírus pode causar inflamações nas glândulas encontradas nos ovários e nas mamas. No mais, a caxumba pode afetar o pâncreas e, mais raramente, até o cérebro, provocando meningite ou encefalite, casos que são pouco comuns”. A situação serve de alerta sobre a importância da imunização, que pode ser
feita por meio da vacina tríplice viral, disponível na rede pública para todas as pessoas de até 49 anos. A orientação do imunologista e infectologista é de que as pessoas verifiquem sua situação vacinal, já que “a vacinação é a melhor forma de combater doenças virais, e as vacinas são muito eficientes. Em caso de dúvida, devem ser tomadas novamente, principalmente com os vários casos de sarampo registrados em todo o Brasil, particularmente em São Paulo”. Fonte:Detalhes Última Atualização: 17 Agosto 2017 A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) esclarece as principais dúvidas sobre a doença viral, que geralmente é transmitida em locais com aglomeração de pessoas e assim como a gripe, é transmitida por gotículas de saliva ou secreção respiratória. “Existem diversos mitos e verdades que envolvem a caxumba, principalmente quando se fala em esterilidade, que é muito rara nos pacientes. Outro fato é a vacinação, já que mesmo as pessoas vacinadas na infância podem contrair novamente o vírus, pois nenhuma vacina tem 100% de eficácia, porém continua sendo a melhor forma de prevenção”, explica Rodrigo Lima e diretor da SBMFC que reforça o papel do médico de família e comunidade quando se trata de caxumba que é recomendar a vacinação, orientar as medidas preventivas, acompanhar as pessoas doentes para manejo adequado dos sintomas e identificação precoce de complicações que recomendem medidas mais intensivas em ambiente hospitalar. Confira os principais mitos e verdades sobre a caxumba:
Quem é o médico de família e comunidade (MFC)? A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias. É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade. Fonte: Katia Nazatto Av. Brasil, 4365 - Centro Administrativo Vinicius Fonseca - Manguinhos, Rio de Janeiro-RJ - CEP: 21040-900 | SAC 08000 210 310 Digite sua busca abaixo e clique em pesquisar...Quem tá vacinado pode pegar caxumba?Segundo a Dra. Sumire Sakabe, infectologista do H9J, quem já teve caxumba ou foi vacinado com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) está imunizado.
Quem já teve caxumba pode transmitir o vírus?A transmissão se dá pelo contato direto com as secreções das vias aéreas superiores da pessoa infectada, a partir de dois dias antes até nove dias depois do aparecimento dos sintomas. Raros são os casos de reinfecção pelo vírus da caxumba. Em geral, uma vez infectada, a pessoa adquire imunidade contra a doença.
Quanto tempo o vírus da caxumba fica no corpo?O período de incubação (até o aparecimento dos sintomas) é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. Já o período de transmissibilidade da doença varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas.
Quantas vezes a pessoa pode pegar caxumba?Posso pegar caxumba mais de uma vez? Os casos de reinfecção pelo vírus da caxumba são muito raros. Em geral, uma vez infectada, a pessoa adquire imunidade contra a doença. No entanto, se a infecção se manifestou apenas de um lado, o outro, eventualmente, pode ser afetado em outra ocasião.
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