Contadora, CRC/SC n� 11.170, Professora e Integrante da Equipe de Ensino e Avalia��o na Pr�-Reitoria de Ensino da UNIVALI - Universidade do Vale do Itaja�. Mestre em Rela��es Econ�micas Sociais e Internacionais pela Universidade do Minho-Portugal. Doutoranda em Ci�ncias Empresariais pela Universidade do Museu Social da Argentina. Integrante da Corrente Cient�fica Brasileira do Neopatrimonialismo e da ACIN - Associa��o Cient�fica Internacional Neopatrimonialista. Show ENDERE�O: Avenida Joca Brand�o n� 111, Edif�cio Dona Em�lia, apto 902 - Centro. CEP 88.301-300 - ITAJA� - SC - E-mail: TELEFONE/FAX: (0XX) 47-3446558 3 - Desenvolvimento sustent�vel e contabilidade - princ�pios da Global Reporting Initiative (GRI) A Iniciativa de Relat�rio Global (GRI) � um acordo internacional, criado com uma vis�o de longo prazo, multi-stakeholder, cuja miss�o � elaborar e difundir as Diretrizes para elabora��o de Relat�rios de Sustentabilidade aplic�veis globalmente e voluntariamente, pelas Organiza��es que desejam dar informa��o sobre os aspectos econ�micos, ambientais e sociais das suas atividades, produtos e servi�os. As Diretrizes para a elabora��o dos Relat�rios de Sustentabilidade abordam os tr�s elementos interrelacionados da Sustentabilidade tal como se aplicam a uma organiza��o. v Econ�micos - inclui, por exemplo, os gastos e benef�cios, produtividade do trabalho, cria��o de emprego, despesas em servi�os externos, despesas em investiga��o e desenvolvimento, e investimentos em educa��o e outras formas de capital humano. v Ambientais - inclui, por exemplo, impactos dos processos, produtos e servi�os no ar, �gua, solo, biodiversidade e sa�de humana. v Sociais - inclui, por exemplo a sa�de e seguran�a ocupacionais, estabilidade do empregado, direitos trabalhistas, direitos humanos, sal�rios e condi��es de trabalho nas opera��es externas. A figura 2 detalha a avalia��o da sustentabilidade dos aspectos econ�micos, ambientais e sociais. Estas Diretrizes fornecem um enquadramento para apresentar os Relat�rios de Sustentabilidade, promovendo as possibilidades de compara��o entre diferentes organiza��es ao mesmo tempo que reconhece a utilidade de compilar e apresentar a informa��o. v introdu��o e orienta��o geral - informa��o b�sica para compreender a necessidade e a natureza da GRI, assim como linhas gerais sobre a concep��o e aplicabilidade das Diretrizes; v princ�pios e m�todos para a elabora��o de Relat�rios de Sustentabilidade - aspectos fundamentais, conceitos e pr�ticas que promovem o rigor, a comparabilidade, e a fiabilidade na elabora��o dos relat�rios; v conte�do do Relat�rio da Sustentabilidade - enquadramento para estruturar um relat�rio GRI, conte�do espec�fico e conselhos para completar as v�rias partes do relat�rio; v anexos - orienta��o adicional e recursos para utilizar as Diretrizes. A GRI visa ajudar as organiza��es a elaborar os relat�rios de modo a que: v apresentem uma vis�o clara do impacto ecol�gico e humano da empresa, para apoiar a tomada de decis�es fundamentadas quanto a investimentos, compras e poss�veis alian�as; v proporcionem, �s partes interessadas (stakeholders), informa��o cred�vel que seja relevante para as suas necessidades e interesses e que convide a um maior di�logo e informa��o com as partes interessadas; v proporcionem uma ferramenta de gest�o para apoiar a organiza��o na avalia��o e melhoria cont�nua do seu desempenho e progresso; v respeitem crit�rios externos j� estabelecidos e comumente aceitos para elabora��o de relat�rios e os apliquem consistentemente nos sucessivos per�odos informativos para garantir transpar�ncia e credibilidade; v se apresentem num formato que seja facilmente compreens�vel e que facilite a compara��o com Relat�rios de Sustentabilidade de outras organiza��es; v complementem, e n�o substituam, outras formas de comunica��o, incluindo financeira; v ilustrem a rela��o entre os tr�s elementos da Sustentabilidade - econ�mico, ambiental e social. A GRI � uma ferramenta valiosa no processo de tomada de decis�es a tr�s n�veis: v a n�vel operacional, as Diretrizes proporcionam uma estrutura l�gica para aplicar o conceito de sustentabilidade ao funcionamento, servi�os e produtos das organiza��es. Tamb�m d� orienta��o quanto � cria��o de sistemas de recolha de dados e informa��o para estimular e controlar os progressos em rela��o a objetivos econ�micos, ambientais e sociais; v a n�vel do Conselho de Administra��o, as Diretrizes s�o um ve�culo interno para avaliar a consist�ncia entre as pol�ticas e o desempenho atual em termos econ�mico, ambiental e social da organiza��o. Conseguir uma maior uniformidade na elabora��o dos relat�rios mediante a utiliza��o das Diretrizes ajudar� as organiza��es a compararem-se com outras e a serem reconhecidas para melhoria cont�nua do seu desempenho; v de um ponto de vista de comunica��o empresarial, as Diretrizes constituem um marco para promover efetivamente um di�logo e um interc�mbio de informa��o com as partes interessadas internas e externas, relacionados com os benef�cios e desafios das empresas para atingir os seus objetivos. A medida que a maioria das empresas decidam adotar as Diretrizes, as oportunidades de comparar o desempenho dentro e atrav�s de setores e pa�ses refor�ar�o a capacidade das partes interessantes para impulsionar cont�nuos progressos nas pr�ticas empresarias compat�veis com a Sustentabilidade. A GRI inclui hip�teses e caracter�sticas qualitativas da informa��o sobre sustentabilidade an�logas as das cont�beis. Deste modo, os princ�pios de informa��o da GRI se estruturam em cinco partes: hip�teses subjacentes, caracter�sticas qualitativas, classifica��o de elementos, indicadores e pol�ticas de informa��o. Os princ�pios subjacentes e as caracter�sticas qualitativas da informa��o sobre a sustentabilidade da organiza��o aparecem no quadro 2. Quadro 2 - Princ�pios subjacentes e caracter�sticas qualitativas da informa��o sobre sustentabilidade Caracter�sticas qualitativas
Fonte: Gonz�lez & Abad�a (2002) Quanto ao princ�pio de alcance, o informe deve expressar de forma clara que temas t�m cobertura entre os que prop�em a GRI: ambiental, econ�mico e social. O princ�pio da import�ncia relativa requer intera��o com o consenso dos stakeholders ou part�cipes da empresa. A relev�ncia da informa��o tamb�m se determina tendo em conta os interesses e as necessidades dos diferentes part�cipes. A fiabilidade da informa��o requer que esta seja exata, completa e neutra. A informa��o � completa na medida que o informe n�o omite nenhum aspecto dentre os propostos para cada dimens�o da sustentabilidade, especialmente aqueles que mostram uma imagem menos favorecedora para a empresa. O conte�do dos informes de sustentabilidade se estrutura de acordo com uma hierarquia que come�a com a defini��o de categorias, ou �reas extensas, sobre quest�es econ�micas, sociais ou ambientais de interesses para os part�cipes. A figura 3 apresenta um esbo�o da maneira em que a GRI estrutura a informa��o e apresenta seu informe de sustentabilidade. No aspecto social, se distingue neste documento as categorias "condi��es de trabalho", "direitos humanos", "fornecedores" e "produtos e servi�os". Os aspectos est�o relacionados com as categorias, podendo uma categoria incluir v�rios aspectos. Dentro dos direitos humanos, a GRI distingue entre os seguintes aspectos: geral, direitos dos povos ind�genas e seguran�a. Estes indicadores permitir�o proporcionar informa��o, normalmente quantitativa, sobre os diferentes aspectos, podendo desenvolver, nestes, diferentes indicadores. As Directrizes GRI cont�m recomenda��es para a avalia��o da sustentabilidade, contemplando indicadores de desempenho agrupados em tr�s sec��es, abrangendo as dimens�es econ�mica, ambiental e social. A GRI estabeleceu uma hierarquia de elementos de informa��o para cada uma das dimens�es da sustentabilidade, observando tr�s n�veis: v Categorias - �reas ou agrupamentos das quest�es econ�micas, ambientais ou sociais que afetam as partes interessadas. v Aspectos - elementos relacionados com uma categoria espec�fica. Uma dada categoria pode conter v�rios aspectos. v Indicadores - valores espec�ficos de um aspecto concreto que possam ser utilizados para acompanhar e demonstrar o desempenho. A GRI admite que os indicadores possam ser quantitativos ou qualitativos. Na figura 3 sintetizam-se as categorias e aspectos contemplados pela GRI. As Diretrizes cont�m ainda uma descri��o pormenorizada dos indicadores que devem ser utilizados para caracterizar os diferentes aspectos. Figura 3 - Categorias e aspectos contemplados nas Diretrizes GRI (GRI, 2002)
Refer�ncias ALMEIDA, F. O bom neg�cio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. CALLENBACH, E., et al. Gerenciamento Ecol�gico - Eco-Manangement - Guia do Instituto Elmwood de Auditoria Ecol�gica e Neg�cios Sustent�veis. S�o Paulo: Ed. Curtis, 1993. CAMPANHOLA, C. Gest�o ambiental e crescimento econ�mico. In: I Simp�sio ambientalista brasileiro no cerrado. Contribui��es para um novo modelo de desenvolvimento. Anais do I Simp�sio Ambientalista Brasileiro no Cerrado. Goi�nia: GO, 1995. CAMPOS, L. M. S. SGADA - Sistema de gest�o e avalia��o de desempenho ambiental: uma proposta de implementa��o. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia da Produ��o) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florian�polis. CENTRO de Recursos Ambientais - CRA. Rumo a um desenvolvimento sustent�vel: indicadores ambientais. S�rie Cadernos de Refer�ncia Ambiental v. 9. Tradu��o de Ana Maria S.F.Teles: Salvador, 2002. COMISS�O Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro: FGV, p.44-50, 1988. DIVIS�O para o Desenvolvimento Sustent�vel das Na��es Unidas. Coopera��o do Minist�rio Federal Austr�aco dos Transportes, Inova��o e Tecnologia. Assuntos Econ�micos & Sociais. Contabilidade da Gest�o Ambiental - Procedimentos e Princ�pios. Preparado para o Grupo de Trabalho de Peritos em "Melhorar o papel do Governo na Promo��o da Contabilidade da Gest�o Ambiental". Na��es Unidas, Nova Iorque, 2001. Vers�o portuguesa de: Constan�a Peneda e Miguel Mar�al, colabora��o Paulo Saraiva e Cristina Santos. www.ioew.at/ioew. Acesso em 30 de mar�o de 2003. DONAIRE, Denis. Gest�o ambiental na empresa. 2 ed. S�o Paulo, Atlas, 1999. GONZ�LEZ, C. L. ABAD�A, J. M. M. Global Reporting Iniciative: Contabilidad y Sostenibilidad. Revista Partida Doble. n. 135, p. 80-87, jul/ago. 2002. www.partidadoble.es. Acesso em 15 de junho de 2003. GRAY, R. Responsabilidade, sustentabilidade e contabilidade social e ambiental: o setor corporativo pode se pronunciar http://www.gla.ac.uk. acesso em 23 de fevereiro de 2003. KRAEMER, M. E. P. O impacto da contabilidade do meio ambiente no sistema de gest�o ambiental. In SEMIN�RIO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL, 2., 2002, Aquiraz. Anais do II Semin�rio da Responsabilidade Social e Ambiental. Aquiraz: CE, 2002. KRAEMER, M. E. P. Contabilidade ambiental como sistema de informa��es. Revista Pensar Cont�bil do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro.. Rio de Janeiro - RJ: ano 3, n. 09, p.19-26, ago/out.2000. KRAEMER, M. E. P. TINOCO, J. E. P. Contabilidade e gest�o ambiental. S�o Paulo: Atlas, 2004. MEYER, M. M. Gest�o ambiental no setor mineral: um estudo de caso. 2000. Disserta��o (Mestrado em Engenharia da Produ��o) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florian�polis. S�, A. L. de. Progressos no campo da Contabilidade aplicada aos fatos do Ambiente Natural - Revista Pensar Cont�bil do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ: n. 17, p. 4-8, ago/out-2002. SCAVONE, G. FERRUCCI, G. An�lisis del Balance de Masas como Herramienta de la Contabilidad de Gesti�n Ambiental - Una experiencia interdisciplinaria. XXII Jornadas Universitarias de Contabilidad. Facultad de Ci�ncias Econ�micas de la Universidad Nacional Del Litoral de Santa F�. www.medioambiente.gov.ar Acesso em 02 de abril de 2003. TORRES, A. F. Contabilidade Ambiental - Preliminares. Pontif�cia Universidad Javerana. Facultad de Ciencias Econ�micas y Administrativas. Departamento de Ciencias Contables. Febrero 2001. www.javeriana.edu.co. Acesso em 19 de janeiro de 2003. http://gasa.dcea.fct.unl.pt - Acesso em 20 de agosto de 2003. www.globalreporting.org. Acesso em 15 de maio de 2003. http://es.inel.gov/partners/acctg/acctg.htm. Textos desenvolvidos por E.P.A, Enviromental Protection Agency de Estados Unidos. Acesso em 12 de novembro de 2002. COMENTARIO DE LECTORES(Martes|16|Febrero|2010|1:57:25)=Excelente artigo. Sugest�o: incluir data de cria��o. Para citar o artigo em trabalhos acad�micos os professores exigem data de cria��o/divulga��o. Andr� email del comentarista= Como a contabilidade pode contribuir para continuidade e sustentabilidade de uma empresa?Ela coleta os dados, medindo-os monetariamente, registrando e transformando em relatórios que contribuem no desenvolvimento da empresa. Usuários dos relatórios Externos e internos Internos Objetivos dos relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos.
Qual a relação da contabilidade com a sustentabilidade?A contabilidade tem grande potencial em contribuir para a sociedade buscando solucionar seus problemas com seu potencial informativo de maneira geral, e dentro do campo do meio ambiente embasando tomada de decisões e demonstrando aos usuários da informação como a empresa atua em relação ao ambiente (FARONI et al., 2010 ...
Como a contabilidade pode contribuir para a gestão ambiental?Um sistema de Contabilidade Ambiental pode ajudar as organizações à melhor entender e cumprir a legislação ambiental vigente; como também, auxilia a direção em seus processos de tomada de decisões e na fixação de políticas e objetivos de gestão ambiental; pode-se, através da Contabilidade Ambiental, detectar áreas ...
O que a contabilidade contribui com o crescimento e desenvolvimento da empresa?A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando- os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.
|