O Brasil exportou 40,372 milhões de sacas de 60 kg de café em 2021, obtendo US$ 6,242 bilhões. O desempenho representa queda de 9,7% em volume, mas evolução de 10,3% em receita cambial frente aos números registrados nos 12 meses de 2020. Os dados fazem parte do relatório estatístico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Show
Essa performance implica o terceiro maior volume remetido ao exterior pelo país na história, mesmo em meio à transição para uma safra de ciclo baixo, e, em valores, o melhor nos últimos sete anos, refletindo os preços elevados no mercado e o câmbio favorável às exportações. Café. Foto: Pixbay “Diante do ingresso na temporada 2021/22, com uma menor colheita devido ao ciclo bienal e aos impactos do clima nos cafezais do Brasil, vivemos intensas volatilidades no mercado. As cotações evoluíram para perto de seus níveis históricos, com o preço médio das exportações, de US$ 154,63, sendo um dos maiores da série. Esses fatores, aliados a um dólar forte ante o real, favoreceram o maior ingresso de divisas no Brasil”, analisa Nicolas Rueda, presidente do Cecafé. Conforme ele, o desempenho do ano passado é significativo e resulta do profissionalismo dos exportadores brasileiros, que realizaram trabalho exemplar para lidar com expressiva elevação no custo dos fretes, rolagens de cargas, constantes cancelamentos de bookings e disputa por contêineres e espaço nas embarcações. “Vivemos um ano inteiro com impactos da Covid-19 e a capacidade dos nossos associados foi o que permitiu que o Brasil alcançasse o terceiro melhor desempenho em volume embarcado da história. Os exportadores nacionais foram resilientes e realizaram esforços titânicos, não se deixando vencer. Assim, após mais de duas décadas, e como alternativa, retomaram os embarques na modalidade ‘break bulk‘, com tecnologia moderna, via ‘big bags’, que supriu, em parte, a falta de contêineres”, enaltece. Logística nos embarques de caféApesar do desempenho relevante alcançado pelos exportadores, o Cecafé aponta que os gargalos logísticos no comércio marítimo mundial impactaram o resultado final das exportações brasileiras de café no ano passado. “Observamos uma melhora no fluxo dos embarques em dezembro, também motivada pelas remessas via ‘break bulk’. Ainda assim, projetamos que o Brasil deixou de exportar cerca de 3 milhões de sacas e de receber aproximadamente US$ 465 milhões em receita”, estima Rueda. Outro ponto que evidencia os impactos desses entraves é a redução no número de contêineres enviados ao exterior com café. No ano passado, foram embarcados 112.732 contentores, o que representa uma queda de 9,8% na comparação com os 125.034 remetidos ao longo de 2020. Principais destinosNo acumulado de 2021, o Brasil exportou café para 122 países. Os Estados Unidos lideraram o ranking ao importarem 7,781 milhões de sacas, volume 4,4% inferior ao aferido entre janeiro e dezembro de 2020 e que representou 19,3% dos embarques totais brasileiros no ano passado. A Alemanha, com representatividade de 16,2%, adquiriu 6,539 milhões de sacas (-14,4%) e ocupou o segundo lugar na lista. Na sequência, vêm Itália, com a compra de 2,944 milhões de sacas (-2,5%); Bélgica, com 2,839 milhões (-24,6%); e Japão, com a importação de 2,509 milhões de sacas (+4,2%). É válido destacar, ainda, a Colômbia, terceiro maior produtor de café do mundo, que foi o sétimo principal destino das exportações brasileiras do produto. O país vizinho adquiriu 1,158 milhão de sacas, apresentando o maior crescimento em volume no intervalo, de 289.561 sacas, o que equivaleu a uma alta percentual de 33,4 pontos. Ainda em termos de volume, a China foi o segundo maior destaque nas compras do café brasileiro em 2021, atrás da Colômbia, incrementando suas importações em 132.003 sacas (+65%) na comparação com 2020. Nos 12 meses do ano passado, os chineses adquiriram 333.648 sacas do produto nacional. Tipos de caféO café arábica foi o mais exportado no acumulado de 2021, com o despacho de 32,655 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 80,9% do total. O segmento do solúvel teve 4,032 milhões de sacas embarcadas, com representatividade de 10%. Na sequência, vêm a variedade canéfora (robusta + conilon), com 3,639 milhões de sacas (9%), e o café torrado e moído, com 45.766 sacas (0,1%). Ano safraNos seis primeiros meses da temporada cafeeira 2021/22, o Brasil registra a melhor receita cambial dos últimos cinco anos. O país obteve US$ 3,438 bilhões com o envio de 19,429 milhões de sacas de julho a dezembro passados, desempenho que representa alta de 12,8% ante mesmo intervalo anterior, apesar do recuo de 21,4% em volume. Quais são os fatores que favorecem a expansão da cafeicultura no Brasil?O fato de ser rota de transporte de mercadorias entre o Rio de Janeiro e as zonas de mineração contribuiu também para a adoção da lavoura cafeeira, já que parte das terras estava desmatada, facilitando inicialmente a introdução das roças de café e beneficiando o escoamento da produção através das estradas existentes.
Quais foram os fatores que favoreceram o desenvolvimento do café no Rio de Janeiro?As primeiras grandes lavouras de café surgiram na Baixada Fluminense e no Vale do rio Paraíba, nas províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo. O solo e o clima da região favoreceram a produção do café, que se destinava a atender ao mercado consumidor da Europa e dos EUA.
O que favoreceu a produção de café no Oeste Paulista?As condições de solo e clima eram bem mais propícias para o café em São Paulo, onde a planta chegava a ter cinco anos a mais de produtividade do que em outras regiões. Também o uso de uma tecnologia mais avançada foi muito importante para São Paulo.
O que podemos concluir sobre as exportações brasileiras de café?Exportação do Café
O dado representa um recorde histórico das exportações do produto, assim como aumento de 13,9% em relação ao volume total exportado em 2018. A receita com as exportações de café em 2019 alcançou US$ 5,1 bilhões, enquanto que o preço médio da saca foi de US$ 125,49.
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