O que aconteceu no continente africano após 1914?

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Imperialismo na África determinou a repartição do continente entre as potências européias do final do século XIX e início do século XX. Durante vários séculos o continente foi explorado por colonizadores estrangeiros e até hoje sofre as consequências das intervenções de outrora.

O que aconteceu no continente africano após 1914?

Imperialismo na África. Ilustração: Edward Linley Sambourne (1844–1910) / Gutenberg.org [domínio público]

O primeiro momento de conquista do território africano na modernidade aconteceu com o avanço das grandes navegações. Inicialmente, Portugal e Espanha foram os colonizadores da África entre os séculos XV e XVII. Esta primeira fase é conhecida como Colonialismo.

Até o século XIX a intervenção européia esteve presente apenas no litoral do continente africano, com uma exploração especialmente marcada pelo trafico negreiro que acontecia no Oceano Atlântico. Mas com a ascensão de outras potências européias acirrou a corrida pelo domínio do continente e ampliou a exploração, adentrando no território.

A entrada de novos países europeus no cenário de dominação do continente africano causou uma imensa fragmentação das comunidades e das culturas nativas, a exploração passou a ser guiada pelos interesses ligados às riquezas naturais – como ouro, cobre e diamantes – e pelas estratégicas regiões localizadas próximas ao Mar Mediterrâneo visando os privilégios no comércio marítimo.

O primeiro país europeu, após Portugal e Espanha, a invadir o continente africano foi a França, que desenvolveu sua conquista imperialista entre 1830 e 1857 na Argélia. Era apenas o começo de uma nova fase de exploração intensa da África. Os franceses prosseguiram a conquista estabelecendo-se na Tunísia, na África Ocidental e na África Equatorial, sendo que o domínio se expandiu ainda até regiões como Madagascar e Marrocos.

Em seguida aos franceses vieram os ingleses, os quais promoveram a conquista imperialista no Egito e o domínio do Canal de Suez. Os alemães vieram em seguida conquistando a África Oriental e Camarões, Togo e Namíbia, estes na parte ocidental do continente. Já atrasados, chegaram os italianos promovendo o domínio na Líbia, na Eritréia e na Somália.

Os povos europeus tinham grande supremacia no processo de conquista imperialista no continente africano. A capacidade de tais países, pelo crescimento conquistado ao longo dos séculos com base na exploração, era inegável e oferecia condições de enfrentamento com grande poderio. As comunidades africanas, contudo, não deixaram de enfrentar os europeus, é bem verdade que a derrota era quase inevitável, mas o processo de dominação imperialista na África não foi tão fácil quanto se pode parecer.

Já entre os países europeus, as disputas por territórios imperialistas no continente africano, onde se pudesse explorar as riquezas e estabelecer a influência ideológica, também foram motivo de atritos. As tensões entre as novas potências européias foram crescendo gradativamente, em simultaneidade com a intensificação do processo de dominação. O ambiente se tornou tão instável que a corrida pela conquista do continente africano e também do asiático foi um dos motivos para a eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial em 1914.

Leia também:

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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/imperialismo-na-africa/

Como advento dos Estados nacionalistas industrializados na Europa do século XIX, as demandas econômicas (matérias-primas, mercado consumidor e mão de obra) tornaram-se acirradas. Essa disputa lançou as principais potências europeias a outras regiões, sobretudo aos continentes asiático e africano, com o objetivo de satisfazer essas necessidades. O continente africano, em especial, foi o que mais sofreu transformações. A chamada Partilha da África tornou-se a expressão principal dessas mudanças.

A expansão dos domínios das potências europeias sobre a África ocorreu entre as décadas de 1830 e 1880 e ficou conhecida a partir de duas designações principais: imperialismo e neocolonialismo. O Imperialismo na África teve como pontapé inicial a expansão do Império Francês, que conquistou a Argélia e ansiava recuperar o esplendor do período napoleônico.

A França ainda conquistou outras regiões, como a Tunísia, a chamada África Ocidental Francesa, que compreendia Guiné, Senegal, Daomé, Níger, Costa do Marfim, Alto Volta e Mali; a África Equatorial Francesa, que compreendia o Gabão, o Congo, o Chade e a República Centro-Africana; além de também exercer domínio sobre o Marrocos e a ilha de Madagascar.

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A Inglaterra também exerceu um domínio gigantesco no continente africano, estabelecendo um protetorado no Egito e, depois, amealhando regiões como Sudão, Rodésia, Uganda, Quênia, Zanzibar, Somália e a chamada África Oriental Inglesa. Além disso, estabeleceu-se também em Gâmbia, Serra Leoa, Costa do Ouro e Nigéria.

O Zaire, ou o Congo Belga, tornou-se propriedade privada do rei Leopoldo II, da Bélgica. À Alemanha, que, assim como a Itália, havia se unificado tardiamente (em 1870), coube o domínio de porções da África como Camarões, Togo e a região da atual Namíbia. Já a Itália conseguiu apropriar-se de regiões como a Somália, a Eritreia e a Líbia.

Um dos momentos decisivos para a Partilha da África foi a Conferência de Berlim, que tinha por principal objetivo estabelecer um acordo pacífico e “amigável” para a disputa por território entre os países europeus, já que esses territórios da África eram cobiçados pelas nações europeias desde a queda do império napoleônico e as resoluções do Congresso de Viena em 1815.

* Créditos da imagem: Commons

O que aconteceu com a África depois de 1914?

A Partilha de África ou Partilha da África, também conhecida como a Corrida a África ou ainda Disputa pela África, foi a proliferação de reivindicações europeias conflitantes ao território africano durante o período do neoimperialismo, entre a década de 1880 e a Primeira Guerra Mundial em 1914.

O que ocorreu com o território do continente africano?

Foi após a Segunda Guerra Mundial que as colônias africanas iniciaram o seu processo de independência. Contudo, o continente ainda vive diversos conflitos territoriais e religiosos.

Quais foram as principais consequências para o continente africano em 1913?

Resposta: Várias regiões da África chegaram a ser exterminadas por completo, sem contar nos conflitos na sociedade africana, problemas étnicos, problemas políticos e principalmente problemas econômicos. Explicação: A miséria que tem origem em dívidas externas que crescem ano após ano.

Quais foram as consequências da Primeira Guerra Mundial para África e Europa?

Surgimento de novos países Deles surgiram uma série de novos países, como Polônia, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Áustria, Hungria, Estônia, Lituânia e Letônia. Assim, uma das consequências da Primeira Guerra Mundial foi a nova divisão política europeia, que redesenhou o mapa do continente.