O que os fenícios inventaram que é muito importante na nossa cultura?

Por Rainer Sousa

Os fenícios foram responsáveis pela formação de uma rica civilização que ocupou uma faixa do litoral mediterrâneo que adentrava o território asiático até as montanhas do atual Líbano. No início de sua trajetória, a exemplo de outros povos da Antiguidade, os fenícios desenvolveram uma economia exclusivamente voltada à agricultura. Contudo, graças ao seu posicionamento geográfico, acabou viabilizando o contato comercial com várias caravanas nômades.

A expansão comercial foi responsável pela organização de vários centros urbanos independentes, entre os quais destacamos Arad, Biblos, Ugarit, Tiro e Sídon. Em cada uma dessas cidades, observamos a presença de um monarca escolhido pela decisão dos grandes comerciantes e proprietários de terra do local. Dessa forma, podemos afirmar que o cenário político fenício era eminentemente plutocrático, ou seja, controlado pelas parcelas mais ricas da população.

O desenvolvimento do comércio entre os fenícios aconteceu primordialmente através da realização de trocas de mercadorias. Com o passar do tempo, a expansão das atividades privilegiaram a fabricação de moedas que facilitaram a realização de negócios. Sob tal aspecto, devemos ainda destacar a grande complexidade do artesanato entre os fenícios. Madeiras, tapetes, pedras, marfim, vidro e metais eram alguns dos produtos que atraíam a atenção dos habilidosos artesãos fenícios.

Outra interessante contribuição advinda do comércio entre os fenícios foi a elaboração de um dos mais antigos alfabetos de toda História. Por meio de um específico conjunto de símbolos, os fenícios puderam empreender a regulação de suas atividades comerciais e expandir as possibilidades de comunicação entre as pessoas. Séculos mais tarde, a civilização greco-romana foi diretamente influenciada pelo sistema inaugurado pelos fenícios.

Na esfera religiosa, os fenícios ficaram conhecidos pelo seu amplo interesse nas práticas animistas, ou seja, a adoração às árvores, montanhas e demais manifestações da natureza. A Grande Mãe e Baal (o deus protetor) eram as duas mais prestigiadas divindades do universo religioso fenício. Geralmente, os rituais eram executados ao ar livre e incluíam a realização de sacrifícios, sendo que alguns destes contavam com a oferenda de seres humanos.

História do Mundo

Por Rainer Gonçalves Sousa

Os fenícios foram um povo da Antiguidade que habitou o território conhecido como Levante e concentrou-se, principalmente, na região que atualmente corresponde ao Líbano. A palavra “Fenícia” tem origem no idioma grego e corresponde ao termo “phoinikes”, que era utilizado pelos gregos para fazer menção à tinta púrpura produzida pelos antigos fenícios. Os fenícios também ficaram conhecidos como sidônios, em referência à cidade fenícia de Sidon.

Eles ficaram famosos na Antiguidade por terem sido excelentes navegadores, e seus navios eram considerados os melhores de seu tempo. Os fenícios utilizaram sua habilidade em navegação para aumentar a influência de sua principal atividade econômica, o comércio. O alcance e a fama do comércio fenício foram gigantescos para a época.

Características da Civilização Fenícia

Os fenícios não formaram uma civilização com fronteiras definidas e poder centralizado, e isso aconteceu porque suas cidades desenvolveram-se como cidades-estado. Isso significa que cada cidade existente na Fenícia possuía uma administração independente, e a influência de seu poder estendia-se até os limites da própria cidade.

Os historiadores não sabem precisar se os fenícios consideravam a si próprios como pertencentes de um mesmo povo ou se essa identificação resumia-se apenas aos limites da cidade. Mesmo assim, sabe-se que as cidades fenícias partilhavam inúmeros aspectos em comum, como as tradições culturais, as crenças religiosas, o idioma etc.

As principais cidades existentes na Fenícia eram Sidon e Tiro, importantes centros econômicos e de poder da região, e a cidade de Biblos (os fenícios chamavam-na de Gebal) era também muito influente por causa do seu caráter de centro religioso, que ainda ocupava uma importância econômica na região.

Biblos recebeu esse nome dos gregos como referência ao papiro, que era um dos principais produtos vendidos naquela cidade. Por causa disso, os gregos pegaram a palavra “biblos”, usada para referir-se a livros, e passaram a usá-la para chamar a cidade fenícia, até então conhecida como Gebal. Biblos surgiu por volta de 4000 a.C. e, por volta de 1100 a.C., iniciou um processo de decadência muito relacionado com o crescimento de Tiro.

A cidade de Tiro surgiu em aproximadamente 2800 a.C., nas proximidades de outra importante cidade, Ushu. Com o crescimento de Tiro, Ushu transformou-se em parte de Tiro. Essa cidade fenícia foi um importante centro comercial e possuía um porto extremamente movimentado. O principal produto produzido em Tiro era a tinta púrpura, cuja produção ocorreu em algum momento a partir do século XIV a.C.

Por fim, o surgimento de Sidon aconteceu por volta de 4000 a.C., cidade que teve como principais produtos a tinta púrpura e a produção de vidros. Essa foi a maior cidade existente na Fenícia e, durante muito tempo, disputou a hegemonia na região com Tiro. O auge de Sidon deu-se no período de 1200 a.C. a 800 a.C.

Comércio dos fenícios

Os fenícios tornaram-se extremamente conhecidos por terem desenvolvido habilidades para a navegação marítima e para as atividades comerciais. A priorização dessas atividades por esse povo decorreu da condição geográfica da região, caracterizada pela existência de uma cadeia montanhosa que dificultava o desenvolvimento da agricultura em larga escala.

Atualmente, os historiadores sabem que o alcance dos navios fenícios foi grande e que conseguiu chegar à região da Britânia, a qual corresponde atualmente à Inglaterra. Esses navios utilizavam tanto os remos quanto a força dos ventos, a partir das velas. Os fenícios adornavam essas embarcações com uma cabeça de cavalo em homenagem ao deus fenício dos mares, conhecido como Yam.

Com o desenvolvimento comercial, as mercadorias produzidas pelos fenícios tornaram-se apreciadas e caras. O principal produto fenício, a tinta púrpura, era obtida a partir de um molusco típico do litoral da região, chamado múrice. Essa tinta fenícia era uma mercadoria tão apreciada e cara que a cor púrpura transformou-se em sinônimo de nobreza. Outras mercadorias fenícias apreciadas eram os vidros, a cerâmica, joias etc.

O largo alcance das embarcações e do comércio dos fenícios fez com que eles mantivessem contatos comerciais constantes com regiões distantes como Mesopotâmia, Egito, Chipre, Creta e outras regiões do litoral do Mar Mediterrâneo. Essa expansão comercial possibilitou que os fenícios fundassem diversas colônias em diferentes regiões litorâneas.

As colônias fenícias serviam como entrepostos comerciais permanentes que armazenavam mercadorias para serem comercializadas. Fundadas primordialmente visando à expansão da influência comercial dos fenícios, essas colônias não faziam parte de um projeto de expansão territorial (naturalmente, isso acabou acontecendo como consequência da instalação dessas colônias). A maior colônia fenícia foi Cartago, famosa por ter rivalizado com a cidade de Roma entre os séculos III e II a.C.

O grande fluxo do comércio dos fenícios levou-os a produzirem mecanismos de organização de entrada e saída de mercadorias. Para que os registros das vendas e compras pudessem ser mantidos, os fenícios criaram a primeira forma de escrita alfabética da humanidade. O alfabeto dos fenícios foi criado por volta de 1100 a.C. e foi legado aos gregos que, tempos depois, adicionaram as vogais a ele.

Decadência dos fenícios

A fase comercial dos fenícios iniciou-se a partir de 1500 a.C. e, no período de 1200 a.C. e 800 a.C., alcançou o seu auge. A prosperidade da Fenícia atraiu a ambição de povos estrangeiros que atacaram e dominaram a região, como os caldeus liderados por Nabucodonosor. A região da Fenícia foi integrada ao domínio do Império Macedônio a partir de conquista de seu território, em 332 a.C. A cidade de Tiro ofereceu resistência aos exércitos de Alexandre, o Grande e, por isso, a foi saqueada e teve seus cidadãos vendidos como escravos.

O que os fenícios Inventaram que se tornou muito importante na nossa cultura?

O alfabeto, uma criação fenícia O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras, apenas consoantes, e era, portanto, muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica.

Qual foi a invenção mais importante dos fenícios?

Porém, o maior legado fenício foi, sem dúvida, a criação de um sistema de escrita, formado por 22 letras, que ficou conhecido como alfabeto. Os fenícios não foram os criadores da escrita, já que antes deles houve os sumérios, com a escrita cuneiforme, e os egípcios, com os hieróglifos.

O que os fenícios fizeram?

Os fenícios dedicavam-se ao artesanato chegando a inventar o vidro transparente. Na agricultura, cultivavam olivas e vinhas, e se dedicaram especialmente à pesca e ao comércio marítimo. Não desenvolveram grandes atividades agropecuárias tendo em conta que a região que habitavam era montanhosa e pouco extensa.

Qual a importância dos fenícios na história?

Os fenícios eram povos da antiga Fenícia, atual Tunísia. Foram contemporâneos dos hebreus, império grego e império romano. Esse povo é conhecido pelo comércio, navegações e alfabeto. Os fenícios criaram estratégias de comércio muito à frente do seu tempo, fator que ajudou no reconhecimento que existe hoje.