Onde fica localizado o abdômen

Quadrantes e regiões do abdômen

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É comum ao profissional de enfermagem utilizar o método dos quadrantes para uma avaliação mais exata da região abdominal, que consiste na divisão do abdômen em quatro regiões iguais, usando duas linhas perpendiculares que se cruzam na linha umbilical.

Quadro: Quadrantes

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Fonte: (Adaptado de TALBOT, 2001, p. 140).

O método das nove regiões também pode ser utilizado contribuindo com mais detalhes ao exame físico e diagnóstico de enfermagem, como pode ser observado na figura a seguir:

Figura 1.2: Regiões do abdômen

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Quadro: Divisão do abdômen do paciente por regiões: método das nove regiões

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Fonte: Adaptado de Morton e Fontaine, 2011, p. 1004.

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Palavra de Profissional

Destaca-se a importância do bom uso dos nossos sentidos no exame abdominal, com atenção especial ao treinamento dos ouvidos, especialmente para a ausculta e percussão. Entretanto, os outros sentidos também tem importância essencial ao diagnóstico de enfermagem. Lembre ainda que este abdômen em sofrimento é apenas uma parcela integrante da complexidade do ser humano em cuidado.

Assim, outras observações e procedimentos fundamentais ao exame abdominal que gostaríamos de destacar são:

• O exame físico abdominal, como um procedimento especial devido à sua importância para o diagnóstico do abdome agudo;
• A situação ideal de exame deve proporcionar o máximo de conforto ao paciente, de preferência em decúbito dorsal, com os braços relaxados e joelhos discretamente curvados sobre uma almofada. Esta posição diminui a tensão sobre a parede abdominal, facilitando outras manobras diagnósticas;
• Estabelecer o processo comunicativo com calma e suavidade, encorajando o paciente a ajudar na avaliação de áreas dolorosas, de modo a evitar maior desconforto físico;
• Aquecer as mãos e o estetoscópio;
• A bexiga deve estar esvaziada, espontaneamente ou por sondagem vesical de alívio. Atentar para a preservação da privacidade do paciente, expondo somente a região corporal em exame;
• Em situação de dor intensa, avaliar a necessidade do exame e interromper o procedimento nos casos de muito desconforto, aumento da sensação dolorosa e tensão do paciente;
• Promover um ambiente aquecido, pois calafrios podem promover tensão abdominal (MORTON; FONTAINE, 2011);
• O aspecto geral do doente e os sinais vitais podem auxiliar no estabelecimento de diagnósticos diferenciais;
• Doentes com peritonite tendem a permanecer quietos, enquanto os que apresentam cólica renal permanecem irrequietos;
• Febre sugere infecção, mas pode estar ausente nos idosos e imunocomprometidos.

Veja o processo a seguir:

Quadro: Algoritmo para diagnóstico da dor abdominal aguda não traumática

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Saiba Mais

Para que você possa aprofundar o exame físico geral e abdominal, convidamos você a assistir aos seguintes vídeos e conteúdos:

Exame do abdome, disponível aqui.

Exame Físico Abdominal, disponível aqui.

Existem inúmeras manobras classicamente descritas que ajudam no estabelecimento do diagnóstico de enfermagem. Além da história do paciente, é importante lembrar-se das etapas básicas de avaliação abdominal em ordem prioritária. Vamos conhecê-las na página a seguir.

Você sabe quais são as regiões do abdome e quais músculos formam cada uma delas? E, ainda, você sabe para que serve cada um dos músculos abdominais? 

Caso você tenha dúvidas ou queira relembrar, continue lendo! Neste artigo, vamos conhecer um pouco sobre os músculos da parede abdominal e sua importância em nossas vidas. Para isso, vamos começar entendendo o que é a região abdominal e quais são as suas “divisões”.

Constituição da região abdominal

A região abdominal é a porção média do tronco, situada entre o tórax (limitada superiormente pelo processo xifóide e margens costais) e a pelve (limitada inferiormente pelos ossos pélvicos e ligamento inguinal).

Ao contrário de outras regiões do tronco, o abdome não tem proteção óssea. Sendo assim, ele é constituído posteriormente pela coluna vertebral e suas paredes laterais e anteriores, estas formadas basicamente por músculos.

Essas estruturas funcionam como uma espécie de cinta e são importantíssimas não apenas para a sustentação e manutenção da postura e das vísceras, mas também na movimentação lombar. Em conjunto com a musculatura dorsal, elas atuam na estabilização da coluna vertebral e na respiração.

As regiões dos músculos abdominais

A região abdominal é formada por várias camadas. Da mais superficial para a profunda temos: pele, fáscia superficial, músculos, fáscia transversal, gordura extraperitoneal (fáscia extraperitoneal) e peritônio.

Os músculos abdominais, por sua vez, são divididos em duas partes principais: aqueles da região ântero-lateral e os da região posterior. A partir daí temos a seguinte divisão:

  • Região anterolateral do abdome, que é composta pelos seguintes músculos: músculo reto abdominal, músculo oblíquo externo do abdome, músculo oblíquo interno do abdome, músculo transverso abdominal e músculo piramidal;
  • A região posterior, composta pelos músculos quadrado lombar e músculo iliopsoas (que são comuns aos músculos do quadril e ao membro inferior);
  • Região superior, que possui basicamente o músculo diafragma;
  • E região inferior, composta pelo músculo levantador do ânus e o isquiococcígeo.

Se estes músculos abdominais não são trabalhados corretamente, eles acabam enfraquecendo e, a longo prazo, isso pode levar a uma hiperlordose lombar e um desvio pélvico anterior. Em casos de sobrecarga, como durante uma gravidez ou em pessoas obesas, a pressão intra-abdominal aumentada pode causar uma abertura herniária na parede abdominal (diástase).

Isso ocorre com maior frequência nas regiões nas quais se tem poucos músculos, o que acaba tornando-as mais fracas. São exemplos disso a linha alba (hérnia epigástrica), o umbigo (hérnia umbilical) e o ligamento inguinal (hérnia inguinal).

Agora, vamos nos aprofundar mais em cada um deles, mostrando suas origens e inserções, bem como ações individuais e conjuntas de cada um dos músculos abdominais. Vamos lá?

Músculos abdominais da região anterolateral

Músculo Reto Abdominal

O músculo reto abdominal trata-se de um músculo longo, reto e aplainado que recobre toda a face anterior do abdome. Além disso, ele é dividido em metades direita e esquerda pela linha alba.

Suas fibras musculares estão dispostas no sentido ascendente em uma linha reta vertical, e ele corre verticalmente de cada lado da parede abdominal anterior.

Este músculo é considerado um músculo poligástrico, ou seja, cada metade é formada por quatro ventres musculares separados por três tendões mais finos, conhecidos como inserções tendíneas. 

Ele também está recoberto pela bainha do reto do abdome, que o mantém em sua posição e é formada pelas aponeuroses do músculo oblíquo externo, músculo oblíquo interno e músculo transverso do abdome.

O músculo reto abdominal é originado da 5ª a 7ª cartilagens costais e  processo xifóide. Ele se insere na sínfise púbica e na crista ilíaca. Sua inervação vem dos nervos intercostais (T7-T11) e do nervo subcostal (T12).

Por fim, temos que suas principais funções são: flexão de tronco, compressão das vísceras abdominais e expiração.

Músculo Oblíquo Externo do Abdome

Este é o músculo amplo mais externo deles. Ele é plano e quadrangular, estando localizado na parede lateral e superficial do abdome e as suas fibras apontam no sentido ínfero-medial.

Ele é mais extenso em sua parte ventral do que na parte dorsal e recobre a face lateral do abdome com sua porção muscular e a face anterior com a porção aponeurótica.

O músculo oblíquo externo do abdome se origina da borda inferior da 5ª a 12ª costelas e se insere na crista ilíaca, no ligamento inguinal e na lâmina anterior da bainha do reto abdominal.

Sua inervação vem dos ramos ventrais dos nervos torácicos, nervo ílio-hipogástrico e nervo ílio-inguinal. Além disso, as principais funções deste músculo são: a compressão do abdome, a flexão e rotação do tronco para o lado oposto e a atuação como um auxiliar na expiração forçada.

Músculo Oblíquo Interno do Abdome

Este é um músculo menor e mais fino, se comparado ao músculo oblíquo externo do abdome. Ele recobre a face anterior e lateral do abdome e está situado entre dois músculos – o músculo oblíquo externo do abdome e o músculo transverso do abdome.

Nos homens, algumas fibras se estendem até o cordão espermático e se fundem para formar o músculo cremaster. Sua origem se dá na crista ilíaca, no ligamento inguinal e fáscia toracolombar, e sua inserção ocorre nas bordas inferiores das costelas 10-12 e linha alba.

Sua inervação vem dos nervos intercostais baixos (T7-T11), nervo subcostal (T12), nervo ilio-hipogástrico (L1) e nervo ilioinguinal (L1).

Por fim, temos que o músculo oblíquo interno do abdome possui como ação para contração bilateral: a flexão de tronco, a compressão das vísceras abdominais e a expiração. Já como contração unilateral ele faz flexão lateral de tronco (ipsilateral) e rotação do tronco (ipsilateral).

Músculo Transverso do Abdome

Este é o músculo mais profundo, se comparado aos outros três músculos abdominais laterais, e suas fibras correm em direção transversal ao abdome.

Ele se origina na face interna das seis últimas cartilagens costais, fáscia toracolombar dos processos transversos das vértebras lombares, lábio externo da crista ilíaca e ligamento inguinal. Sua inserção se dá na linha alba, processo xifóide e púbis.

A inervação do músculo transverso do abdome se dá através dos ramos ventrais dos nervos torácicos (nervos intercostais posteriores), nervo ílio-hipogástrico e nervo ílio-inguinal.

Ainda, temos que sua principal ação é a contração da parede abdominal, ou seja, a compressão abdominal (aumento da pressão intra-abdominal), fazendo um papel de estabilização da coluna vertebral.

Músculo Piramidal

O músculo piramidal, último dos músculos abdominais da região anterolateral, é um músculo transversal pequeno e plano que tem um formato triangular. Ele está situado no interior da bainha do músculo reto do abdome, mais precisamente na região inferior do abdome, próximo ao púbis. Assim, ele faz uma transição entre a linha alba inferiormente e a sínfise púbica.

Esse músculo se origina na sínfise púbica (crista púbica) e se insere na linha alba do abdome. Sua inervação se dá pelo nervo subcostal (T12) e sua principal função é a tensão da linha alba.

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Músculos abdominais da região posterior

Músculo quadrado lombar

O músculo quadrado lombar trata-se de um músculo quadrilátero e bastante espesso que delimita o espaço lateral que corresponde à cintura. Ele está situado na região posterior do abdome e algumas vísceras o tocam em sua face anterior. 

Além disso, ele se origina na crista ilíaca e no ligamento iliolombar e se insere na décima segunda costela e nos processos costais de L1 a L4. Ainda, temos que ele é inervado pelo nervo torácico XII e pelo ramo ventral do nervo intercostal.

Suas ações consistem na depressão da 12ª costela (sendo, portanto, um auxiliar na respiração, facilitando a descida do diafragma), e flexão lateral da coluna vertebral lombar e a caixa torácica.

Músculo Iliopsoas

O músculo iliopsoas, por sua vez, é um músculo profundo que pertence tanto ao abdome como ao quadril. Ele é dividido em três regiões importantes: o músculo ilíaco, o músculo psoas maior e o músculo psoas menor. 

Suas funções são a flexão lateral do tronco, flexão do quadril (sendo o mais forte músculo flexor desta região) e rotação lateral da coxa, sendo um importante músculo da deambulação. Ele também é um importante estabilizador da pelve.

O músculo ilíaco, primeiro que compõe o iliopsoas, é plano e triangular, localizado na fossa ilíaca e recoberto parcialmente pelo músculo psoas. Ele se origina na fossa ilíaca e se insere no trocânter menor do fêmur, sendo inervado pelo nervo femoral (L2-L4). 

Já o músculo psoas é um músculo fusiforme volumoso. Ele está localizado ao lado da coluna lombar e na face posterior da cavidade abdominal. Além disso, ele é dividido em duas partes (o psoas maior e o psoas menor), que também podem ser considerados músculos individuais.

O músculo psoas maior se origina nos corpos vertebrais de L1-L4 e processos transversos de T12-L5 e se insere no trocânter menor do fêmur. Sua inervação é através do nervo femoral e de ramos do plexo lombar. 

O músculo psoas é o um músculo longo, fino e também o menor do conjunto iliopsoas. Ele geralmente está ausente em muitas pessoas (cerca de 40% a 70%). Quando presente, se origina da região lateral da décima vértebra torácica e da primeira vértebra lombar e se insere na eminência iliopúbica e na linha pectínea do púbis, sendo inervado pelos ramos diretos do plexo lombar (L1-L2).

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Músculos abdominais da região superior

Músculo diafragma

Já tratando sobre os músculos abdominais da região superior, temos o músculo diafragma. Ele é uma folha musculotendinosa e está localizado entre o tórax e o abdome, sendo importante para essas duas regiões. Este músculo possui três partes importantes – esternal, costal e lombar – que se originam em regiões distintas, mas compartilham a mesma inserção.

O músculo diafragma também possui duas superfícies, sendo uma torácica (com contato direto com os pulmões e pericárdio) e uma abdominal (com contato direto com o estômago, baço e fígado). Ele possui várias aberturas, fornecendo passagem para várias estruturas do tórax ao abdome.

O diafragma é um dos principais músculos da respiração; quando trabalha em conjunto com os músculos do abdome, sua contração auxilia no aumento da pressão intra-abdominal (auxiliando ações como defecação, micção, vômito e durante o parto).

Em relação às suas origens, temos que elas são distintas. A parte esternal é originada na face posterior do processo xifóide. Enquanto isso, a parte costal origina-se nas superfícies internas das cartilagens costais inferiores e 7ª a 12ª costelas e a parte lombar é originada nos ligamentos arqueados medial e lateral, corpos vertebrais de L1-L3 e ligamento longitudinal anterior. 

Todas essas regiões se inserem no tendão central do diafragma. Por fim, temos que o músculo diafragma é inervado pelos nervos frênicos (C3-C5).

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Músculos abdominais da região inferior

Músculo levantador do ânus 

Essa região conhecida como músculo elevador do ânus forma a maior parte do diafragma pélvico e é formada, na verdade, por três músculos: o puborretal, pubococcígeo e iliococcígeo.

Ele é um importante estabilizador dos órgãos pélvicos e abdominais, sendo inervado pelo plexo sagrado e nervo pudendo. Os músculos puborretal e pubococcígeo se originam na sínfise púbica, enquanto o iliococcígeo se origina na fáscia do obturador interno.

Além disso, temos que o músculo puborretal se insere na banda tendinosa posterior ao reto. Enquanto isso, o músculo pubococcígeo está inserido no arco tendinoso do períneo, no corpo anococcígeo e cóccix. O músculo iliococcígeo, por fim, se insere no cóccix.

Músculo isquiococcígeo

O músculo isquiococcígeo, por fim, é o menor músculo do assoalho pélvico. Ele se origina no ápice da espinha do ísquio e do ligamento sacroespinhal e se insere na margem do cóccix e na face lateral do sacro.

Esse músculo é inervado pelo plexo pudendo (S4-S5). Sua principal ação é tracionar o cóccix ventralmente, suportando a pressão intra-abdominal provocada contra o assoalho pélvico.

Conclusão

E então, o que achou de rever todos os músculos abdominais, além de seu posicionamentos e funções? Sem dúvidas, o conhecimento sobre anatomia é fundamental para que possamos desempenhar da melhor maneira possível nosso trabalho. 

Nesse sentido, é importante que tenhamos conhecimento de todos os elementos que formam o corpo humano. Além de apenas a região abdominal, também é fundamental compreender a anatomia do ombro, quais são os músculos do core e a anatomia do joelho, por exemplo.

Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Qual é a região do abdômen?

O abdome é a maior cavidade do corpo humano e compreende a região do tronco que fica entre o tórax e a pelve. A divisão entre o tórax e o abdome é demarcada pelo diafragma, enquanto a abertura superior da pelve demarca os limites entre as cavidades abdominal e pélvica.

O que pode ser uma dor no abdômen?

A dor abdominal ou dor de barriga é uma ocorrência bastante comum, que pode estar relacionada a problemas simples como má digestão ou excesso de gases, mas também pode indicar disfunções e doenças em algum dos vários órgãos dessa região, como estômago, intestino, fígado, vesícula, bexiga e, no caso das mulheres, útero ...

Quais são os órgãos da região abdominal?

O quadrante superior esquerdo (QSE) contém, em uma ordem craniocaudal contém:.
o lobo esquerdo do fígado..
o baço..
o estômago..
o jejuno..
a parte proximal do íleo..
o corpo e a cauda do pâncreas..
o rim esquerdo e a glândula adrenal esquerda..
a metade esquerda do cólon transverso..

Qual a diferença entre abdômen e barriga?

Abdome ou abdômen indicam a parte inferior do tronco, entre o tórax e a pelve, que aloja a maioria dos órgãos digestivos do corpo humano. São sinônimos de barriga, ventre, pança, pandulho, bandulho e estômago.