Aprendizagem Cooperativa/Colaborativa Presencial e Semipresencial: Uma Experi�ncia com Alunos de Escolas P�blicas.ABRIL/2004Armando Luiz Dall�Olio Show
Eliana Moreira de Oliveira Ana Cl�udya Gomes Bessa Elian de Castro Machado,PhD Tema: Educa��o a Dist�ncia nos Sistemas
Educacionais Resumo Palavras-chave: 1. Introdu��o As NTIC criam um amplo espa�o de possibilidades de aprendizagem educacional.�� Entretanto, seus benef�cios dependem da forma em que s�o utilizadas destacando-se como caracter�sticas fundamentais dos novos ambientes de aprendizagem: a criatividade, a autonomia, a criticidade, a coopera��o e a colabora��o. Neste projeto, o termo coopera��o ser� utilizado nas concep��es Piaget e Vygotsky e na pedagogia da autonomia de Paulo Freire, onde a express�o coopera��o representa as trocas sociais entre os sujeitos, com um objetivo compartilhado, que pressup�e um acordo inicial suportado por uma base conceitual comum.�� J� o termo colabora��o, ser� utilizado na concep��o do uso do ambiente de ensino-aprendizagem TelEduc.� Este ambiente disponibiliza, de maneira adequada, as informa��es necess�rias � colabora��o e ao trabalho individual.� Orientados por este ambiente, os seus participantes constroem conhecimentos compartilhados e mutuamente s�o coordenados de forma que seus esfor�os individuais agreguem valor ao trabalho do grupo.� O projeto Webdesign busca suprir a necessidade de implementa��o da intercomunica��o ESCOLAS/ CREDE/ SEDUC/ COMUNIDADE de forma a dar respectivamente maior transpar�ncia �s a��es pedag�gicas escolares, no campo social, das pol�ticas educacionais e de suas implementa��es. Assim como, viabilizar os servi�os de comunica��o e informa��o que pretende oferecer �s comunidades escolares e locais atrav�s do uso do canal� bidirecional de comunica��o. O projeto d�-se em uma experi�ncia, onde se configura como um grupo de estudo sobre webdesign com alunos monitores do projeto Internet nas Escolas � PINE, desenvolvido pelo NTE Fortaleza do 21� Centro Regional de Desenvolvimento da Educa��o - CREDE da Secretaria da Educa��o do Estado do Cear� - SEDUC, com a proposta de desenvolver e atualizar de forma colaborativa websites escolares das sessenta e nove unidades que est�o sob a jurisdi��o do 21� CREDE. As mudan�as de paradigmas pelas quais passa a atual sociedade apontam para uma irreversibilidade e ensejam forte repercuss�o na educa��o escolar.� Tais acontecimentos exigem uma reflex�o de seu significado e o assumir de uma nova postura referente �s novas metodologias de ensino, da linguagem, da organiza��o e dos recursos utilizados para a socializa��o da informa��o e do conhecimento em outros ambientes (virtuais).�� Hoje, � pertinente que haja no ambiente escolar a presen�a e o uso efetivo das Novas Tecnologias de Informa��o e Comunica��o - NTIC nas atividades tanto pedag�gicas como l�dicas. Segundo S�raphin Alava:
A elabora��o deste projeto de ensino-aprendizagem observa as severas exig�ncias do novo modelo de sociedade globalizada e da atual realidade pol�tico-s�cio-cultural das escolas afetas ao 21� CREDE, na ordem de sessenta e nove, que atendem a uma demanda de cento e setenta e tr�s mil, novecentos e setenta e tr�s alunos. Para Paulo Freire:
Assim, nesse grupo n�o predominou o relacionamento professor-aluno, embora haja a figura dos coordenadores, formadores, pesquisadores e especialistas, tanto no ambiente presencial como no virtual. Estes em conjunto com os alunos, que mediam desde o processo de elabora��o e/ou constru��o do material did�tico-pedag�gico e perpassam pelo acompanhamento aluno-aluno e aluno-ambiente virtual at� a rotatividade de seus condutores, lideres moment�neos, em fun��o do seu dom�nio sobre os t�picos abordados nos m�dulos. Essa postura se enquadra tanto no modelo de aprendizagem presencial como a dist�ncia, pois garante a comunica��o, coopera��o e a colabora��o entre os envolvidos, independentemente de quais ferramentas de apoio venha ser utilizada. 2. A Metodologia da Aprendizagem Adotada O conte�do program�tico do Projeto compreende oito m�dulos de 40 h/a cada, no montante de 321 h/a, sendo 214 h/a presencial e 107 h/a virtual, onde tem sido abordadas as teorias/pr�ticas sobre ferramentas avan�adas para modelagem e constru��o de p�ginas da Internet:
A metodologia adotada busca desenvolver em cada participante habilidades como a� lideran�a, a comunica��o em grupo, a colabora��o, a autonomia. Terminologias diferentes que remetem a concep��es e respostas diferenciadas, por�m tendo em comum o objetivo de colocar o aprendiz como sujeito da sua aprendizagem, autor e condutor de seu processo de forma��o, apropria��o e autoconstru��o do conhecimento.� Neste sentido, as teorias de Piaget e Vygotsky apontam a import�ncia da intera��o do sujeito com outros indiv�duos no processo da aprendizagem. Por outro lado, Paulo Freire discute a quest�o da autonomia e do seu desenvolvimento, assim como, Piaget inter-relaciona os conceitos de coopera��o e autonomia; �para que a autonomia se desenvolva � necess�rio que o sujeito seja capaz de estabelecer rela��es cooperativas� (Ramos, 1999).�� Os postulados de Vygotsky destacam a import�ncia da atua��o dos outros membros do grupo social na media��o entre a cultura e o indiv�duo e na promo��o dos processos interpsicol�gicos que ser�o posteriormente internalizados. Sua postula��o ressalta que o desenvolvimento do indiv�duo deve ser olhado de maneira prospectiva, isto �, para al�m do momento atual, com refer�ncia no que o individuo j� se apropriou e na perspectiva dos novos conhecimentos que poder�o ser incorporados na sua trajet�ria. Tanto Piaget como Vygotsky s�o interacionistas, postulando a import�ncia da rela��o entre indiv�duo e ambiente na constru��o dos processos psicol�gicos; nas duas abordagens, portanto, este � ativo em seu pr�prio processo de desenvolvimento: nem est� sujeito apenas a mecanismos de matura��o, nem submetido passivamente a imposi��es do ambiente.�� 2.1 A Aprendizagem Cooperativa Presencial Auxiliada por Computador � percebido que n�o se pode mais trabalhar numa dimens�o em que o educando seja instru�do e ensinado, mas que ele seja o construtor do seu pr�prio conhecimento, que seja conduzido a um ambiente onde seja dada �nfase � sua aprendizagem e, que encontre significados para a mesma. Conforme Jos� Manuel Moran:
Tomamos por base a teoria Vigotskyana, onde �o ser humano cresce num ambiente social e a sua intera��o com outras pessoas � essencial ao seu desenvolvimento�.� Porquanto, atribui-se extrema import�ncia a essa intera��o no processo de constru��o e reconstru��o das fun��es psicol�gicas humanas. O grupo de estudos webdesign permite esta intera��o. Percebe-se ainda que, os seus participantes est�o reconstruindo, reelaborando e dando significados �s id�ias que s�o vivenciadas pelo grupo. No primeiro momento, o grupo de estudo webdesign desenvolveu-se atrav�s de encontros presenciais em ambiente de aprendizagem auxiliado por computador. Isso aconteceu devido � natureza da aprendizagem, o conte�do program�tico do estudo � a confec��o de sites, onde computador era utilizado primordialmente como �objeto de estudo, n�o caracterizado como um ambiente de aprendizagem�, (Valente, 1998). Esse fato, foi tamb�m bastante positivo para o segundo momento, pois os estudantes j� estavam familiarizados com o equipamento e passaram ent�o, a descobrir novas possibilidades do uso da m�quina. Desta feita, utilizaram o computador como ferramenta de comunica��o para aprender sobre ele. 2.2� A Aprendizagem Colaborativa Virtual no Ambiente TelEduc A aprendizagem colaborativa � norteada pelo interc�mbio de encorajamento nas intera��es educacionais, que se d� pela ampla discuss�o tem�tica de estudo de casos problematizados, que direciona a descoberta das solu��es, pelo esfor�o do grupo, de forma colaborativa, pelo reaprimoramento dessas atividades e pela satisfa��o alcan�ada no momento em que se contribui para uma solu��o satisfat�ria.�Atividades feitas em conjunto promovem mais contentamento para aqueles que est�o envolvidos do que as que se realizam individualmente�. (Benbunan & Hiltz, 1999). Experi�ncias que buscam a constru��o de conhecimentos com essa caracter�stica, tendem a ser muito mais ricas em aspectos pedag�gicos e mais motivadoras para os envolvidos. Em um segundo momento, o grupo webdesign entrou em contato com a plataforma de ensino-aprendizagem a dist�ncia TelEduc.� E, a partir da�, tiveram que se adaptar � nova forma de aprender.� Desta vez, n�o estariam mais concentrados, de forma s�ncrona, no laborat�rio de inform�tica do NTE, cada um fica em sua pr�pria escola, comunicando-se, principalmente, pelo ambiente TelEduc portanto, separados no espa�o-tempo. Para propiciar uma comunica��o interativa s�ncrona, minimizar a distancia e facilitar o contato em tempo real, o grupo estabeleceu normas de comunica��o extra-ambiente TelEduc: e-mails, ICQ, Messenger, telefone, celular e/ou fax,� possibilitando estarem juntos virtualmente. Com este procedimento, buscou-se o acompanhamento e assessoramento mais pr�ximo e cont�nuo dos participantes, no sentido de poder entender o que cada um faz, em seu tempo, para ser capaz de propor novos desafios e auxili�-los a atribuir significado ao que est� sendo realizado no instante. S� assim, tem sido poss�vel ajudar cada um no processamento das informa��es, aplicando-as e transformando-as em busca da constru��o de novos conhecimentos. No entanto, os estudos n�o passaram a ser exclusivamente � dist�ncia, por ser algo inteiramente novo para o grupo, o processo se d� de maneira gradual, inicialmente presencial, semipresencial e posteriormente migrando para o virtual. Neste processo faz-se ainda necess�rio, que haja uma adequada assist�ncia ao grupo, tanto pelos formadores, que se envolvem pelo fazer pedag�gico, como pelos especialistas, convidados, que orientam como fazer, com t�cnica, a modelagem e a constru��o dos sites escolares. Esta coordena��o, ampliada, ser� norteadora para que n�o ocorra a dispers�o do grupo e que os esfor�os de comunica��o sejam bem aproveitados. Assim, tamb�m levar� o grupo a planejar, assumir e executar as metas estabelecidas pelo pr�prio, bem como, tratar os conflitos inter-relacionais que venham surgir e encontrar poss�veis solu��es, em parceria com o mesmo. Outra a��o que pode ser desenvolvida atrav�s de atividades via Web � a� metacogni��o (Flavell,1985), tendo em vista que, o trabalho colaborati dos participantes� faz com que desenvolvam a estrat�gia de explicitar e verbalizar a sua consci�ncia da aprendizagem. Para Perraudeau:
Os indiv�duos na sociedade atual s�o continuamente instigados a enfrentarem situa��es novas e complexas em um universo de incertezas. Para tanto, estes devem desenvolver capacidades de iniciativas e de gerir suas compet�ncias e habilidades, de modo a aproveitar as oportunidades para sua forma��o, ao tempo em que elas se apresentam.� 3. Avalia��o Atualmente, os paradigmas de avalia��o est�o sofrendo modifica��es. A forma anterior de testar os alunos n�o satisfaz mais aos educadores.� Freire compara o processo avaliativo com uma �rela��o banc�ria�, o professor deposita informa��es prontas e os estudantes devem �reproduzir� o conhecimento que recebeu. (Freire, 1996, p. 81) A tend�ncia construtivista e colaborativa n�o se adequam a esse tipo de avalia��o. Os estudantes que trabalham em grupo de forma ativa, precisam ser observados ao longo de todo o processo de aprendizagem. Por�m, para que isso aconte�a, � necess�rio uma reformula��o de pr�ticas pedag�gicas. Segundo Gipps:
� Presencial No curso Webdesign, no momento presencial, a forma de avalia��o deu-se por meio da auto-avalia��o, cujas quest�es abordavam t�picos como aproveitamento nos estudos, comportamento, relacionamento, participa��o, atitudes, habilidades, interesses e prefer�ncias, todas discursivas. Para Henrique Immig:
O modelo de avalia��o formal n�o foi adotado por se tratar de um grupo de estudos, diferentemente de uma sala de aula, cujas notas determinam o resultado positivo ou negativo do processo de aprendizagem dos estudantes. � On-line No TelEduc, de forma similar ao apresentado no site do ambiente virtual Aulanet, a avalia��o em EaD pode ser realizada de tr�s formas principais (Aulanet, 1999):
Como citado por Alessandra Rodrigues, as formas de avaliar tamb�m podem classificadas de acordo com as categorias:
A partir do momento em que o grupo deixou de ser totalmente presencial, foi necess�rio adotar uma outra maneira de observar o andamento das atividades do grupo webdesign. Foi escolhida, ent�o, a avalia��o formativa e cont�nua, isto �, uma an�lise que n�o atribui notas classificat�rias, mas que� busque edificar o processo educativo durante o per�odo de execu��o do curso atrav�s das ferramentas de colabora��o e comunica��o do TelEduc. As ferramentas de comunica��o do TelEduc e a rela��o delas com as atividades dos usu�rios foram abordadas por Joice Lee Otsuka e est�o representadas pela Figura 1 (Otsuka, 2000). Figura 1: Organiza��o das ferramentas do TelEduc em: Suporte � Avalia��o Formativa neste Ambiente. D�-se especial �nfase aos componentes Bate-papo, F�rum, Correio, Mural e Di�rio para a realiza��o da avalia��o continuada, pois s�o espa�os para a exposi��o de pensamentos. Cada frase enviada para esse ambiente � registrada, de forma que os estudantes podem ser acompanhados pelos mediadores da turma em diversos momentos. Al�m dos recursos que auxiliam os processos colaborativos e avaliativos, pode-se contar com a ferramenta Acessos e Intermap. A primeira gera relat�rios de entrada dos alunos no ambiente e no curso. A segunda mapeia intera��es entre os participantes do curso. O modelo de avalia��o que se pretende analisar neste grupo de estudo apresenta sustenta��o te�rica, na concep��o cr�tica educativa, portanto um processo pluridimensional que visa o desenvolvimento integral dos participantes deste grupo de estudo.� � processual com corre��es de rotas din�micas e perpassa pela auto-avalia��o, avalia��o pelos componentes do� grupo � cada projeto elaborado, de site escolar, pela observa��o das coordena��es, pelas dos formadores e especialistas, pela avalia��o da comunidade escolar e por fim, dos usu�rios finais em instrumentos avaliativos disponibilizados, via link, em cada site escolar.��� 4. Conclus�o Este artigo relata os aspectos mais significativos a serem considerados, quanto ao estudo comparativo entre aprendizagem cooperativa e colaborativa, nos ambientes presencial e virtual, realizado pelo grupo de alunos do Projeto webdesign.�� Trata-se de um estudo inicial, que al�m de apontar, aos coordenadores e formadores do projeto, possibilidades para explora��o de din�micas espec�ficas em novos ambientes, determinam tamb�m par�metros que possibilitem aos mesmos uma vis�o macro dos avan�os, dificuldades e/ou retrocessos vivenciados pelo grupo. Durante o processo de constru��o e reconstru��o de sua aprendizagem, com vistas a selecionar dentre as diversas possibilidades, as ferramentas computacionais e os ambientes de aprendizagem mais adequados ao desenvolvimento integral do projeto.�������� � importante explicitar, que o trabalho aqui apresentado, se trata de um estudo em andamento nos ambientes presencial e virtual. O objetivo principal refere-se � obten��o do dom�nio pelo grupo de ferramentas avan�adas de modelagem e constru��o de sites, que n�o s�o ainda disponibilizados no ambiente escolar. O projeto webdesign, por ser piloto e, ainda estar em fase experimental, dever� passar por processo de amadurecimento e implementa��o, em que ser� preciso determina��o e integra��o dos seus coordenadores e formadores com prop�sito de estender a outros grupos. Esse projeto, favorece a qualifica��o dos seus participantes, cumprindo o papel da educa��o pela forma��o de cidad�os mais completos e cr�ticos, que al�m de se inclu�rem no mundo tecnol�gico possam atrav�s da qualifica��o ser absorvidos pelo mercado de trabalho globalizado. Para finalizar, podemos elencar os pontos fortes dessa experi�ncia at� o momento, frutos de observa��es feitas por alunos e organizadores:
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Quais os cincos pilares fundamentais para a implantação do método cooperativo na sala de aula?Pilares da aprendizagem cooperativa. Interdependência positiva. ... . Produção individual. ... . Participação de todos. ... . Alta interação simultânea.. |