Por que a ação da água da chuva sobre o solo e as rochas é maior nas áreas sem vegetação?

A chuva que se precipita sobre os continentes (solo) poderá seguir caminhos diferentes. Para facilitar o entendimento, vamos considerar que ela será dividida em três parcelas. A primeira parcela da água precipitada na forma de chuva sobre as regiões continentais irá infiltrar-se no solo e fluirá através do mesmo indo abastecer os mananciais (aquíferos) subterrâneos (freáticos e artesianos), que são os responsáveis pelas nascentes (no caso os freáticos) como também pelo abastecimento dos poços perfurados pelo homem (nesse caso, podem ser os freáticos e os artesianos). "A cobertura vegetal do solo e as raízes das plantas são os principais agentes responsáveis pela infiltração da água no solo", afirma Dr. Fabiano Alvim Barbosa, professor do Curso a Distância CPT Tratamento de Água e Esgoto na Propriedade Rural, em Livro+DVD e Curso online.

A segunda parcela da água da chuva que ocorre nas regiões continentais corresponde àquela que poderá escoar sobre a superfície do solo, formando as enxurradas, que, tecnicamente, é chamada de escoamento superficial. Essas enxurradas se formam e deslocam-se com grande intensidade em direção às partes mais baixas do relevo, como os vales e leitos de cursos d’água. A força das águas das enxurradas geralmente provoca o arraste de parte do solo causando erosões nas encostas, principalmente naquelas que não possuem proteção adequada.

O solo que é arrastado pelas enxurradas, é conduzido até o leito dos cursos d’água onde se deposita, causando o assoreamento dos mesmos. Além desses prejuízos (erosão e assoreamento), a água da enxurrada pode ser considerada perdida, do ponto de vista produtivo e de abastecimento, pois ela não infiltrou e, portanto, não abastecerá as nascentes nem os poços perfurados. Por isso, medidas de proteção ambiental são fundamentais para evitar tantos prejuízos como também para se obter melhor aproveitamento das águas das chuvas.

A terceira parcela da água das chuvas, nas regiões continentais, refere-se àquela que ficará retida pela vegetação, portanto, de imediato, ela não infiltrará nem escoará sobre a superfície do solo. Porém, com o passar do tempo, uma parte dessa água irá evaporar e retornará para a atmosfera na forma de vapor d’água. A outra parte dessa água, que se encontra retida na vegetação, atingirá o solo e poderá infiltrar-se através da sua superfície, conforme dito anteriormente.

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Por Silvana Teixeira.

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O deslizamento � um fen�meno provocado pelo escorregamento de materiais s�lidos, como solos, rochas, vegeta��o e/ou material de constru��o ao longo de terrenos inclinados, denominados de encostas. Ocorre em �reas de relevo acidentado, das quais foram retiradas a cobertura vegetal original que � respons�vel pela consist�ncia do solo e que impede, atrav�s das ra�zes, o escoamento das �guas. O deslizamento de terra se difere dos processos erosivos pela quantidade de massa transportada a uma grande velocidade. Esses fen�menos naturais e/ou antr�picos, causam problemas imediatos para a popula��o, independente de sua condi��o social, e tamb�m para o meio ambiente.

O Brasil, pelo fato de ter predomin�ncia de clima tropical, existem grandes �ndices pluviom�tricos no ver�o, que corresponde ao per�odo chuvoso, com isso as encostas naturalmente s�o locais de risco ao deslizamentos de terra.

� not�rio que os deslizamentos em encostas e morros urbanos v�m ocorrendo com uma frequ�ncia alarmante nestes �ltimos anos, devido ao crescimento desordenado das cidades, com a ocupa��o de novas �reas de risco, principalmente pela popula��o mais carente.

Muitas cidades, em sua expans�o, avan�am para terrenos topograficamente mais inclinados e geologicamente inst�veis. � o caso da ocupa��o de vertentes de morros ou de obras efetuadas em �reas extremamente suscet�veis � intemp�ries intensas ou solos fragilizados.

A �poca de ocorr�ncia dos deslizamentos coincide com o per�odo das chuvas, intensas e prolongadas, visto que as �guas escoadas e infiltradas v�o desestabilizar as encostas. Nos morros, os terrenos s�o sempre inclinados e, quando a �gua entra na terra, pode acontecer um deslizamento e destruir as casas que est�o em baixo.

Desta maneira, os escorregamentos em �reas de encostas ocupadas costumam ocorrer em taludes de corte, aterros e taludes naturais agravados pela ocupa��o e a��o humana.

Quando ocorrem as precipita��es o solo absorve uma parcela da �gua, no entanto, outra parte se locomove em forma de enxurrada na superf�cie do terreno, a parte de �gua que se infiltra no solo se confronta com alguns tipos de rochas imperme�veis, com isso a �gua n�o encontra passagem e come�a acumular-se em �nico local tornando, dessa forma, o solo saturado de umidade que n�o consegue suportar e se rompe, desencadeando o deslizamento de terras nas encostas at� a base dos morros.

Os motivos que desencadeiam esse processo est�o ligados � retirada da cobertura vegetal de �reas de relevo acidentado, habita��o humana em locais impr�prios, oferecendo condi��es prop�cias para o desenvolvimento de deslizamentos em encostas.

H� que considerar tr�s fatores de influ�ncia na ocorr�ncia dos deslizamentos:

  • Tipo de solo: sua constitui��o, granulometria e n�vel de coes�o;
  • Declividade da encosta: cujo grau define o �ngulo de repouso, em fun��o do peso das camadas, da granulometria e n�vel de coes�o;
  • �gua de embebi��o: que contribui para aumentar o peso espec�fico das camadas; reduzir o n�vel de coes�o e o atrito, respons�veis pela consist�ncia do solo, e lubrificar as superf�cies de deslizamento.

Os deslizamentos s�o respons�veis por in�meras v�timas fatais e grandes preju�zos materiais. Como exemplo, pode-se citar o ocorrido em Angra, em janeiro deste ano, sendo que os deslizamentos aconteceram por causa das acomoda��es de uma por��o do terreno que se movimentou devido � quebra de atrito entre solo/subsolo ou solo/rocha matriz. O fen�meno ocorreu por causa da grande quantidade de �gua da chuva que se infiltrou no solo e o deslizamento ocorreu quando houve o movimento do material superficial, com a for�a da gravidade. Some-se a isso, o fato das constru��es estarem localizadas no sop� das encostas, destino natural dos sedimentos soltos que v�o sendo carregados pela �gua da chuva.

Outro fato est� relacionado ao morro do Bumba, em Niter�i, na madrugada do dia 06 de abril do decorrente ano.
Como o local onde a comunidade estava instalada abrigou um grande dep�sito de lixo at� 1986, uma das vers�es � a de que o ac�mulo de g�s metano no subsolo da favela teria provocado uma explos�o, precipitando o deslizamento da encosta. Especialistas tamb�m afirmam outras duas causas prov�veis: a de um escorregamento no alto do morro, provocado pela chuva forte que caiu nos dois dias antes da trag�dia, e encharcou a terra, ou o deslocamento do solo na base da comunidade. O fato de ter sido erguida sobre um antigo lix�o, torna essa comunidade ainda mais inst�vel.

Especialistas tamb�m afirmam, que com uma camada de terra de apenas 1 a 2 metros de espessura sobre rochas que, com o tempo, foram se despregando do maci�o original, o terreno dos morros se tornou inst�vel e com baixa capacidade de absorver a �gua. Desta maneira, pesados e encharcados de �gua, as rochas e o solo se soltam e deslizam. Outro fator das causas da trag�dia, tamb�m est� associado ao conjunto de maci�os, que representa um ter�o do territ�rio da cidade do Rio de Janeiro, o qual dificulta a dissipa��o das frentes frias.

Comparando a situa��o acima, com o Morro da Carioca (Centro de Angra), ambas s�o resultado de uma enorme ocupa��o irregular, por�m, o volume de terra e quantidade de v�timas no primeiro caso, parecem ser maiores. Mas, o fato � que a situa��o demonstra um dos maiores deslizamentos da hist�ria do Estado do Rio.

O governador do Rio, S�rgio Cabral Filho, anunciou que utilizar� R$ 1 bilh�o para a remo��o de fam�lias que vivem em �reas de "alt�ssimo risco". As remo��es integram o Plano Diretor de Ocupa��o que o governo do Estado disponibilizar� para os munic�pios do Rio.

� importante ressaltar que a legisla��o s� permite ao governo federal liberar verba para remo��o a moradores que tenham t�tulo de propriedade. Por�m, o Congresso pode flexibilizar certas regras e facilitar esse processo, pois � urgente a necessidade de se remover quem vive em locais de risco. Por isso, as remo��es devem ser feitas com planejamento e indeniza��o, sendo que as pessoas devem ser removidas para lugares com infraestrutura e acessibilidade.

Sinais que indicam que pode ocorrer um deslizamento

  • Aparecimento de fendas, depress�es no terreno, rachaduras nas paredes das casas, inclina��o de tronco de �rvores, de postes e o surgimento de minas d��gua. Ocorrendo um desses sinais, a Defesa Civil deve ser imediatamente acionada.

Como evitar um deslizamento

  • N�o destruir a vegeta��o das encostas;
  • No caso de vazamentos, consertar o mais r�pido poss�vel e n�o deixar a �gua escorrendo pelo ch�o - o ideal � construir canaletas;
  • Juntar o lixo em dep�sitos para o dia da coleta e n�o deix�-lo entulhado no morro;
  • N�o amontoar sujeira e lixo em lugares inclinados porque eles entopem a sa�da de �gua e desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos;
  • N�o jogar lixo em vias p�blicas ou barreiras, pois ele aumenta o peso e o perigo de deslizamento, assim, deve-se jogar o lixo e entulho em latas ou cestos apropriados;
  • N�o dificultar o caminho das �guas de chuva com lixo por exemplo;
  • As barreiras em morros devem ser protegidas por drenagem de calhas e canaletas para escoamento da �gua da chuva;
  • N�o fazer cortes nos terrenos de encostas sem licen�a da Prefeitura, para evitar o agravamento da declividade;
  • Solicitar a Defesa Civil, em caso de morros e encostas, a coloca��o de lonas pl�sticas nas barreiras;
  • As barreiras devem ser protegidas com vegeta��o que tenham ra�zes compridas, gramas e capins que sustentam mais a terra;
  • Em morros e encostas, n�o plantar bananeiras e outras plantas de ra�zes curtas, porque as ra�zes dessas �rvores n�o fixam o solo e aumentam os riscos de deslizamentos;
  • Pode-se plantar para que a terra n�o seja carregada pela �gua da chuva. Perto das casas: pequenas fruteiras, plantas medicinais e de jardim, tais como: goiaba, pitanga, carambola, laranja, lim�o, pinha, acerola, urucum, jasmim, rosa, pata-de-vaca, hortel�, cidreira, boldo e capim santo. Nas encostas pode-se plantar: capim braqui�ria, capim gordura, capim-de-burro, capim s�ndalo, capim gengibre, grama germuda, capim chor�o, grama p�-de-galinha, grama forquilha e grama batatais. A vegeta��o ir� proteger as encostas.
  • Em morros e encostas n�o plantar mam�o, fruta-p�o, jambo, coco, banana, jaca e �rvores grandes, pois acumulam �gua no solo e provocam quedas de barreiras.

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Porque ação da água da chuva sobre o solo e as rochas é maior nas áreas sem cobertura vegetais?

A primeira ação da chuva nos solos sem cobertura vegetal se dá pelo impacto das gotas de chuva, que desagregam os torrões do solo e levam o material mais fino para longe. A força do impacto das gotas de chuva também diminui a porosidade do solo, o que é chamado de selagem.

Por que a ação da água da chuva sobre o solo e as?

A força das águas das enxurradas geralmente provoca o arraste de parte do solo causando erosões nas encostas, principalmente naquelas que não possuem proteção adequada. O solo que é arrastado pelas enxurradas, é conduzido até o leito dos cursos d'água onde se deposita, causando o assoreamento dos mesmos.

Qual é a relação da chuva com o solo e as rochas?

As águas da chuva quando arrastam o solo, quer ele seja rico em nutrientes e materiais orgânicos, quer ele seja árido, provocam o enchimento dos leitos dos rios e lagos com esses materiais e esse fenômeno de enchimento chama-se assoreamento. O arrastamento do solo causa no terreno a erosão.

Porque toda a água da chuva não é absorvida pelo solo?

A única força que se opõe a este movimento é a força de adesão das moléculas d'água às superfícies dos grãos ou das rochas por onde penetra. A água da chuva que não se infiltra, escorre sobre a superfície em direção às áreas mais baixas, indo alimentar diretamente os riachos, rios, mares, oceanos e lagos.