Quais as consequências do envelhecimento da população brasileira

Graduado em Geografia (Centro Universitário Fundação Santo André, 2014)

Ouça este artigo:

O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno recente, devido as melhorias nas condições de vida pelas quais o país passou nas últimas décadas, aumentou-se a expectativa de vida, e consequentemente a população idosa no Brasil.

No geral a estrutura etária de um país não deve ser um problema, mas uma realidade demográfica na qual necessita de orientações das políticas públicas para seu gerenciamento. Como por exemplo a manutenção dos setores que envolvem especialmente a população idosa e maiores investimentos nessas áreas de maior necessidade e no setor previdenciário.

Quais as consequências do envelhecimento da população brasileira

Pirâmide etária do Brasil, segundo o IBGE (dados do Censo 2010). Observa-se uma redução no número de nascimentos, o que em algumas décadas afetará a capacidade do país em produzir. A redução da população mais jovem pressionará para baixo o valor dos benefícios previdenciários aos mais idosos.

O setor previdenciário é um dos mais importantes quando se pensa na população idosa, uma vez que seu sustento sairá desse setor, a partir do pagamento de seus benefícios e aposentadorias, os valores que são gerados para o setor previdenciário vem da contribuição dos trabalhadores mais jovens e das empresas, onde há descontos mensais em seus salários, ou pagamentos de carnês, para o INSS (Instituto Nacional do Serviço Social), órgão no Brasil que regula a previdência social. Atualmente os valores pagos pelo setor previdenciário são baixos, e muitas vezes não suprem as reais necessidades da população idosa no país, principalmente as que possuem altos gastos com medicamentos, já que é uma realidade que a população idosa possui uma saúde mais frágil.

No Brasil o aumento do número de idosos na população tem sido visto como um problema demográfico, principalmente devido ao pagamento da previdência social, pois aumenta os gastos públicos. Porém, alguns analistas questionam essa visão, pois há no mercado de trabalho atualmente um alto número de mão de obra que supre o pagamento das contribuições, o problema se encontra nas crises econômicas que assolam essa população que acaba por optar fazer trabalhos informais nos quais não há contribuição à previdência social, causando um elevado gasto público para o pagamento dos benefícios à população idosa.

O aumento da população idosa que ocorreu nas últimas décadas no Brasil, acompanhou o aumento da população adolescente em idade ativa, pois a redução da taxa de natalidade apenas reduziu o número de crianças, pois é um fator recente no país, não assolando o número de adultos e adolescentes por enquanto. É visto que futuramente o número da população economicamente ativa (PEA) irá se reduzir, a partir de então haverá uma significativa mudança no panorama etário do país, o que resultará em implicações com as contribuições e consequentemente com os benefícios aos idosos.

Contudo atualmente se houvesse a inserção da mão de obra jovem disponível no mercado de trabalho, nos ramos formais, a situação de contribuições e gastos seria equilibrada, não afetando os gastos do setor previdenciário nas contas governamentais, pois haveria números equivalentes de população trabalhando e pagando os encargos sociais, assim como a população idosa que receberia seu benefício pelo tempo já trabalhado.

É visto também que há necessidade intensa de melhorias nos setores de atendimento a população idosa, já que seu aumento significativo é uma realidade ao país, principalmente nos atendimentos médicos especializados (como os geriatras), na acessibilidade (devido a redução da mobilidade), melhoria nos valores de aposentadorias, atendimentos prioritários, entre outros fatores que envolvem diretamente a vida da população idosa no dia a dia, pois ela requer cuidados diferenciados e adaptados as suas necessidades.

Leia também:

  • Distribuição da população brasileira

Bibliografia:

ALMEIDA, Mauricio de – Geografia Global 2 – São Paulo: Escala Educacional, 2010.

SAMPAIO, Fernando dos Santos – Para viver juntos: geografia 7º ano - 3. Ed – São Paulo: Edições SM, 2012.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/envelhecimento-da-populacao-brasileira/

O aumento da expectativa de vida da população mundial e a diminuição das taxas de fecundidade e mortalidade trazem como consequência seu envelhecimento. Na América Latina e Caribe, a taxa de crescimento do grupo populacional com mais de 60 anos no período de 2015-2020 é de 3,77%, maior que a taxa esperada em nível mundial. O envelhecimento da população está progredindo mais rapidamente em países em desenvolvimento, inclusive naqueles que também apresentam uma grande população jovem, como é o caso do Brasil.

O envelhecimento é um triunfo do desenvolvimento. O aumento da longevidade é uma grande conquista da humanidade, que ocorre devido à melhoras na nutrição, nas condições sanitárias, nos avanços da medicina, nos conduidados com a saúde, no ensino e no bem-estar econômico.

Mas este rápido envelhecimento da população da América Latina também mostra desafios importantes, uma vez que a região continua sendo a mais desigual em nível mundial e não alcançou os índices de desenvolvimento humano de outras regiões com níveis similares de envelhecimento.

Em 1991, os princípios das Nações Unidas sobre pessoas idosas estabeleceram a independência, participação, cuidados, realização pessoal e dignidade das pessoas maiores de 60 anos. Vinte anos depois, em 2002, o Plano de Ação Internacional de Madrid sobre o Envelhecimento retomou o tema e estabeleceu recomendações específicas com base em três eixos prioritários:

1) Pessoas idosas e desenvolvimento
2) Fomentar a saúde e bem-estar até a velhice
3) Criar ambientes propícios e favoráveis ao envelhecimento

Atualmente, o Brasil se encontra na categoria de envelhecimento moderado, em que as taxas de fecundidade e mortalidade estão em queda. Esta etapa mantém uma proporção importante de jovens, mas a população idosa começa a aumentar. Em cerca de 20 anos, a população brasileira será considerada envelhecida.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015) cerca de 14% das mulheres brasileiras têm mais de 60 anos, ao passo que 11,9% dos homens estão no mesmo grupo etário. A população de pessoas com mais de 60 anos aumentou de 2% a 12% entre 1960 e 2014 e duplicou-se em apenas 34 anos – 6% em 1980 e 12% em 2014). O grupo etário que mais cresce no Brasil é o de pessoas com 80 anos ou mais.

Para um envelhecimento saudável, é necessário impulsionar políticas adequadas para alcançar o desenvolvimento sustentável e equitativo, ao mesmo tempo que zela pelos direitos da população idosa. 

Quais são as consequências do envelhecimento populacional para o Brasil?

O envelhecimento da população traz problemas como a possibilidade de faltar jovens no mercado de trabalho - o que eleva inclusive o custo da mão de obra gerando problemas econômicos - e a elevação nos custos da previdência social e gastos com saúde.

Quais as causas e consequências do envelhecimento da população brasileira?

A redução das taxas de natalidade e mortalidade são as principais causas do constante envelhecimento populacional. Assim, a pirâmide etária brasileira passa por um processo de transição, reduzindo o ingresso de crianças e, consequentemente, impactando no número da população jovem.

Quais as consequências de um envelhecimento populacional?

Entre as principais consequências econômicas do envelhecimento populacional, têm-se as mudanças no mercado de trabalho (redução do crescimento ou até declínio da oferta de trabalhadores e aumento da participação de idosos no mercado de trabalho), seu impacto no crescimento econômico, as alterações nos padrões de ...

Como ocorre o envelhecimento populacional e quais suas consequências?

Taxa de fecundidade Dessa forma, com as diminuições das taxas de fecundidade, há o aumento da população jovem e adulta, corroborando a terceira fase da transição demográfica. Assim, o envelhecimento populacional no Brasil é um fator inevitável, o que deve ser visto com atenção e cautela pelo Estado.