Quais as principais diferenças entre a aquisição oral e a aprendizagem da leitura?

Como ocorre a aprendizagem da leitura e da escrita

K�tilla Maria Vasconcelos Prado, Lady Dayana de Lima e Silva, Maria do Nazar� de Carvalho, Teresinha Rodrigues Alc�ntara

Discentes da Universidade Estadual Vale do Acara� (UVA), em Sobral, Estado do Cear�, Brasil

Trabalho desenvolvido sob a orienta��o do Professor Vicente Martins (Universidade Estadual Vale do Acara�, Sobral, Estado do Cear�, Brasil)

Publicado no Psicologia.pt a: 2008-03-03 | Idioma: Portugu�s do Brasil | Palavras-chave:

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Quais as principais diferenças entre a aquisição oral e a aprendizagem da leitura?
O d�fice da aten��o na epilepsia

Aprendizagem da leitura e da escrita est� condicionada a diversos fatores, que poder�o contribuir para um bom ou ruim desempenho da aprendizagem leitora e para o desenvolvimento eficaz da linguagem escrita. A escrita apresenta em qualquer l�ngua aspectos da fala. A leitura deve ultrapassar a simples representa��o gr�fica e decodifica��o de s�mbolos, � antes de tudo, uma compreens�o e entendimento da express�o escrita.

O professor que trabalha com o ensino de leitura e escrita deve, primeiramente, reconhecer a estruturam e organiza��o do sistema gr�fico para criar estrat�gias de ensino, de acordo com sua vis�o profissional e tamb�m pensando nos alunos e suas necessidades, � que, podem centralizar e auxiliar seus alunos na supera��o de eventuais d�vidas de leitura e ortografia.

Uma das grandes preocupa��es � que muitos alfabetizadores n�o t�m informa��o especializada para exercer bem sua fun��o, ent�o se deve pensar em orienta��es para que esse profissional busque recursos para aprimorar o conhecimento, aprender novas t�cnicas, pesquisar e ler materiais, livros, artigos de especialistas, que tenham uma vis�o geral de como ocorre os processos de aquisi��o da linguagem, da leitura e da escrita.

 Deve-se para tanto reconhecer a estrutura da l�ngua e as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos para que possam se tornar instrumentos de interven��o que possibilitem levar os alunos a superar obst�culos e construir o aprendizado.

 E isso � muito gratificante para o profissional, pois ele n�o se sentir� frustrado nem temeroso, mas sim, capaz de alfabetizar seus alunos, realizando um trabalho s�rio e bem feito, apoiado em conceitos, an�lises e experi�ncias, baseando em pesquisas, utilizando assim, os melhores m�todos.

Al�m de possuir conhecimentos referentes ao ensino da disciplina, o professor deve mostrar aos alunos que cada letra (grafema) e representada por unidades sonoras (fonemas) fato que pode dificultar a compreens�o do processo de leitura.

 Criar maneiras, oportunidade, para que a crian�a tenha mais contato com o alfabeto, com as palavras, com os textos, pode lev�-los a entender melhor a pron�ncia e a escrita de determinadas palavras, que lhes causam confus�o. Explicar a origem das mesmas poder� facilitar esse processo.

Mostrar que a l�ngua possui suas regras e arbitrariedades e que ser� preciso memorizar algumas palavras (forma como se escreve) e em caso de d�vida, � bom ter o dicion�rio como aliado, poder� auxiliar no desempenho das atividades de leitura e escrita.

� importante comentar que o alfabetizador deve ter consci�ncia em adquirir conceitos relacionados � leitura e escrita, como um processo gradual, em que os estudantes ir�o alcan�ar maturidade cognitiva em rela��o � linguagem. Ir�o ocorrer alguns erros dos alunos, at� que eles por si s� (com o aux�lio do educador) alcancem um n�vel de automatiza��o da linguagem. Caber ressaltar as afirma��es da autora:

�... muitas crian�as chegam a escola num estado de relativa confus�o cognitiva em rela��o, que os objetivos da leitura, quer �s propriedades formais da linguagem escrita. O sucesso da aprendizagem da leitura est� condicionada pela evolu��o infantil deste estado de confus�o cognitiva para uma  maior classifica��o dos conceitos funcionais e das caracter�sticas alfab�ticas da linguagem escrita� (SILVA. 2003. p.85)

Alguns alfabetizadores ensinam as palavras atrav�s da pron�ncia das mesmas, mas deve ficar claro que existem varia��es nas formas de falar das pessoas, ocorre varia��es de uma regi�o para outra, ent�o o interessante � relacionar letra e som exemplificando em que situa��es ocorrem �s possibilidades de diferentes pron�ncias.

Por exemplo, a palavra �mal� e �mau�, que possuem pron�ncias id�nticas. O alfabetizador nessa situa��o deve ensinar, n�o utilizando uma pron�ncia diferente da comum, mas sim utilizando o contexto a significa��o para que os alunos possam aprender a diferenciar tais palavras.

 Deve respeitar as variedades ling��sticas e tomar cuidado para n�o cometer discrimina��o ou algum tipo de preconceito que poder� inibir o aluno, e n�o, ajuda-lo a aprender. Deve-se mostrar que existem muitas formas de falar, por�m que a escrita deve ser �nica e segue determinadas normas.

� importante que se estimule o desenvolvimento da mem�ria, pois existem v�rias regras e com algumas exce��es que n�o se encaixam nestas regras ensinadas. Assim deve-se pensar o aluno como um ser capaz, que est� em cont�nuo processo de desenvolvimento.

 Pode-se analisar algumas compet�ncias dos alunos atrav�s de ditado e promover uma auto-corre��o, ou seja, apenas sublinhar a palavra errada e pedir aos alunos que pesquisem no dicion�rio e reescreva corretamente. Esse processo vai permitir uma maior familiariza��o desenvolvimento da capacidade cognitiva

A leitura deve ser vista como um processo dinamizado pela corrente energ�tica que perpassa todas as rela��es ocorridas na sala de aula, todos os alunos devem v�-la como uma forma de intera��o com seus colegas e com o meio. Deve-se enfatizar, no entanto, que dever� existir uma paix�o l�cida do professor pela leitura e uma vontade construtiva do aluno que passar� a influenciar no processo de aprendizagem da linguagem.

O trabalho com obras liter�rias deve facilitar o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, pois a possibilidade de novos olhares e gestos de leitura pode causar transforma��es efetivas no trabalho escolar e de forma mais direta no trabalho com textos que interagem com o meio liter�rio.

Atrav�s do estudo dos processos que envolvem a aquisi��o leitora podemos distinguir tr�s tipos de problemas significativos na aprendizagem de leitura: as crian�as que encontram dificuldades para aprender a ler, as crian�as que l�em de forma passiva e as crian�as que tem dificuldades na compreens�o.

 Os modelos de leituras s�o elementos que constituem a compreens�o dos processos cognitivos implicados na aquisi��o da literacia. Esses questionamentos s�o   essenciais para futuros docentes que desejam enriquecer seus conhecimentos tendo uma vis�o ampla e reflexiva em se tratando de formar alunos com um aprendizado mais satisfat�rio e eficiente.

Considerando tais fatos muitos estudiosos como Ferreiro, Downing, Chauveau e Hiebert e Raphael desenvolveram v�rios modelos a partir da d�cada de oitenta, procurando inserir na aprendizagem de leitura um conjunto de fatores cognitivos, sociais e pedag�gicos, levando em considera��o as singularidades do c�digo alfab�tico e os componentes utilizados nas atividades leitoras. Esta clareza cognitiva encara como aquisi��o de uma habilidade aprendizagem de leitura, igualando a situa��o � destreza de apreens�o de qualquer outro aprendizado.

A aquisi��o da literacia com base nesse modelo corresponde a tr�s fases: cognitiva, de dom�nio e de automatiza��o. A primeira fase consiste na apropria��o das fun��es e dos aspectos t�cnicos de atividade de leitura para as crian�as, com isso, os aprendizes ter�o de assimilar os objetivos comunicativos da escrita e descobrir a rela��o que h� entre a linguagem oral e escrita.

Muitas crian�as chegam � escola com o que se pode chamar de �confus�o cognitiva�, ou seja, num estado de n�o compreens�o e diferencia��o tanto das propriedades formais da escrita como dos objetivos da leitura. � esse estado de confus�o quando evolu�do que gera o bom da aprendizagem leitora, pois assim as crian�as v�em de forma mais clara os conceitos funcionais e as caracter�sticas alfab�ticas da linguagem escrita. As crian�as somente alcan�ar�o � segunda fase quando obtiverem uma representa��o definida da tarefa de ler.

� baseada no exerc�cio das opera��es b�sicas da tarefa de ler at� conseguir um n�vel automatizado que se consiste a fase de dom�nio. Quando as crian�as atingem um n�vel fluente de leitura pode-se dizer que j� chegaram a terceira fase ou automatiza��o.

Oito postulados resumem esse modelo, dentre ao quais podemos destacar pontos como a escrita sendo um c�digo visual representativo dos aspectos da fala para qualquer idioma; o processo aquisitivo residir na redescoberta das fun��es e regras de codifica��o do sistema escrito; os conceitos em rela��o �s fun��es e caracter�sticas da linguagem oral e escrita a serem abordados pelas crian�as como tarefa de aprender a ler; o alargamento da clareza cognitiva surgia a partir da acumula��o de novas sub-habilidades de leitura e a teoria da clareza cognitiva ter aplica��o a todas as l�nguas e sistemas escritos.

Inspirada nos princ�pios piagetianos a perspectiva psicogen�tica da aprendizagem de leitura atribui a crian�a um papel de sujeito ativo que se questiona em frente ao c�digo escrito, ou seja, o objeto de conhecimento a quem tem acesso relativamente cedo.

�as crian�as n�o ficam a espera de ter seis anos e uma professora a frente para come�arem a refletir sobre problemas exatamente complexos, e nada impede que uma crian�a que cresce numa cultura onde a escrita existe reflita tamb�m a cerca desse tipo particular de marcas.�

A leitura n�o � um processo simples, que consiste na aprendizagem de uma s�rie de tarefas mec�nicas; � concebida como uma conduta muito complexa e elaborada, de car�ter criativo na qual o sujeito � ativo quando a realizar e p�e em a��o todos os conhecimentos pr�vios neste caso do tipo ling��stico ou mais especificamente, do tipo gramatical.

 O ato de aprender a ler � sem d�vida o maior desafio que todas as crian�as t�m que enfrentar nas fases iniciais de sua escolariza��o. Isto porque o mundo que nos cerca � totalmente dominado por informa��es escritas. Cabe a crian�a superar esse desafio e desenvolver essa capacidade leitora o qual � o primeiro passo para cada crian�a que freq�enta a escola, seja no futuro um cidad�o efetivamente livre e independente nas suas decis�es.

 Com base nos estudos e investiga��es sobre o aprendizado da Leitura  bem como suas dificuldades encontramos alguns modelos que favorecem estrat�gias para o melhor aprendizado da literacia, s�o modelos que em sua maioria assumem a id�ia de que a aprendizagem se inicia com estrat�gias n�o alfab�ticas, as quais requerem a liga��o na mem�ria entre pistas visuais e palavras.

 Todos eles defendem que a compreens�o infantil do princ�pio alfab�tico � o fator mais importante para se acender a uma leitura fluente. A leitura � aquela em que literalmente lemos e entendemos, ou seja, o entendimento � � base do aprendizado da leitura. Para melhor compreender, vale observar a defini��o do autor abaixo:

�Em contextos mais gerais, esta base do entendimento � tamb�m chamada, pelos psic�logos, de estrutura cognitiva. O termo � bastante bom, porque cognitivo significa conhecimento e estrutura implica organiza��o do conhecimento, e isto � o que, na verdade, temos em nossas cabe�as uma organiza��o do conhecimento�. (Smith 2003 p.22)

Aprendemos a ler, atrav�s da leitura, acrescentando coisas aquilo que j� sabemos. Est� claro pelas afirma��es acima que a compreens�o e o aprendizado da leitura s�o fundamentalmente a mesma coisa.

Para entendermos melhor o processo de compreens�o leitora, devemos considerar o que j� temos em nossas mentes que nos permite extrair um sentido de mundo ou o que chamamos de �conhecimento pr�vio�.

Outro saber que implica numa capacidade fundamental, a compet�ncia grafo- fon�tica e a de decodifica��o. Decodificar al�m de requerer o desenvolvimento da reflex�o e manipula��o sobre a l�ngua oral, considerando o sistema de escrita alfab�tico exige tamb�m, o conhecimento dos valores f�nicos das letras e suas combina��es.

Na descoberta e explora��o textual, s�o necess�rias dois tipos de compet�ncias b�sicas, as verbo-preditivas que se servem do contexto ling��stico e as textuais que controlam as estruturas e estabelecem liga��es entre as partes de um texto.

Os mecanismos que constituem a compreens�o leitora s�o estudos fundamentais para educadores quem desejam enriquecer seus conhecimentos sendo capaz de fazer a diferen�a no aprendizado escolar.

BIBLIOGRAFIA

SMITH, Frank. Compreendendo a leitura: uma an�lise psicoling��stica da leitura e do aprender a ler. 4� ed. Tradu��o de Da�se Batista. Alegre: Artemed, 2003

Qual a importância da linguagem oral para a aquisição da leitura e da escrita?

Concluímos que a linguagem oral e escrita é de extrema importância para toda humanidade, pois é através da mesma que aprendemos tudo, e damos sentido a tudo em nossa volta.

O que é aquisição da linguagem oral?

A linguagem oral é adquirida por meio da audição, ao ouvir, a criança identifica e discrimina os sons da fala, para em seguida compreendê-los e reproduzi-los. Ao familiarizar-se com as estruturas da língua é possível desenvolver condições linguísticas apropriadas para o desenvolvimento da oralidade.

O que é aquisição da leitura?

A aquisição da leitura e da escrita representa um marco na história do desenvolvimento social e cultural do ser humano. Essa aquisição acontece gradativamente a partir do momento em que as crianças entram em contato com os sinais gráficos, ao iniciar seu processo de escolarização.

Qual é a diferença entre oralidade e escrita?

A oralidade e a escrita são duas formas de variação linguística, onde a oralidade é geralmente marcada pela linguagem coloquial (ou informal), enquanto a escrita, em grande parte, está associada à linguagem culta (ou formal).