Quais aspectos você considera positivo das aulas de ensino religioso?

Introdu��o

    Durante o decorrer da gradua��o momentos importantes se fizeram presentes, estes momentos foram fundamentais para o crescimento e amadurecimento de id�ias existentes e o surgimento de novas concep��es. Uma id�ia que particularmente possu�a era que a religi�o em forma de �doutrinas religiosas� pudesse influenciar na vida de indiv�duos que as seguem, o que durante os per�odos de est�gios obrigat�rios, confirmou-se.

    Em uma das observa��es escolares pude constatar que alguns alunos n�o participavam das aulas de Educa��o F�sica. Decidi ent�o questionar o professor da disciplina sobre o motivo da falta de participa��o destes, foi quando tive a certeza de que a religi�o realmente influenciava consideravelmente no desenvolvimento dos indiv�duos. A resposta do professor foi categ�rica: �Eles n�o participam porque a religi�o deles n�o permite�. Diante desta constata��o, me senti motivado a pesquisar mais a respeito das religi�es e suas influ�ncias nas aulas de Educa��o F�sica.

    Quando falamos em Educa��o F�sica no �mbito escolar, devemos levar em considera��o o conceito colocado pelo Coletivo de Autores (1992, p. 50) que diz:

    Educa��o F�sica � uma pratica pedag�gica que, no �mbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dan�a, gin�stica, formas estas que configuram uma �rea de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal.

    Tendo este conceito como base, partimos do pressuposto de que a Educa��o F�sica escolar n�o trata apenas de jogos e esportes, mas sim do estudo da cultura corporal e para isto, algumas abordagens s�o necess�rias nessas aulas para que o aluno venha a se apropriar da cultura. Para se ensinar Educa��o F�sica, � indispens�vel que exista na metodologia do professor em algum momento a contraposi��o de saberes dos alunos e muitas vezes se torna obrigat�rio a quebra de alguns paradigmas incutidos em sua cultura. Para o Coletivo de Autores (1992, p. 32) o confronto do saber �: �fundamental para a reflex�o pedag�gica. Isso porque instiga o aluno, ao longo de sua escolariza��o, a ultrapassar o senso comum e construir formas mais elaboradas de pensamento�.

    O intuito, portanto, � realizar uma pesquisa com a finalidade de compreender a influ�ncia da religi�o nas aulas de Educa��o F�sica escolar.

    O objetivo da pesquisa � buscar compreender quais os motivos e/ou causas da n�o participa��o nas aulas de Educa��o F�sica por alunos que freq�entam igrejas em fun��o dos dogmas religiosos impostos.

    Para a realiza��o do trabalho, fizemos uma revis�o bibliografia do assunto. Esta revis�o consistiu em uma busca dos mais variados segmentos religiosos, a fim de conseguir mape�-los.

    A revis�o fizemos a leitura do livro �O Livro das Religi�es� de Gaarder et al (2001), que trata da hist�ria das religi�es, trazendo suas origens, fundadores e distribui��o geogr�fica destas. Fizemos uma busca de artigos que falassem sobre a rela��o da cultura corporal e determinadas religi�es para que pud�ssemos desenvolver a discuss�o a seguir.

1.     Conceito de religi�o

    O conceito de religi�o tem origem no termo latim religare que tem o significado de religa��o e refere-se ao conjunto de cren�as ou dogmas relacionados com a divindade. Ximenes (1954, p. 805) define religi�o como: �cren�a na exist�ncia de for�a(s) sobre-humana(s), criadora(s) do Universo�. Ou ainda como: �cada um dos v�rios sistemas organizados que se baseiam nessa cren�a, e que possuem doutrinas e rituais pr�prios�.

    Marx (apud Hainchelin, 1963, p.14) define a religi�o como: �o suspiro da criatura acabrunhada pela infelicidade, a alma de um mundo sem cora��o, assim como � o esp�rito de uma �poca sem esp�rito. � o �pio do povo�.

    Sabemos que existem in�meros segmentos religiosos, e que para cada religi�o existe uma cren�a diferente, ou com detalhes diferenciados. Cada religi�o traz consigo elementos dogm�ticos, elementos estes que se apresentam carregados de significados que precisamos entender para que esse trabalho possa ser compreendido.

1.1.     As religi�es

    A seguir traremos breves defini��es sobre as diferentes religi�es existentes, levando em considera��o as regi�es onde surgiram, as cren�as, regi�es onde est�o instaladas dentre outros aspectos.

    Para esta tarefa, utilizaremos como base �O Livro das Religi�es� de Gaarder et al (2001).

1.1.1.     Hindu�smo

    O hindu�smo � uma religi�o originaria da �ndia e que possui adeptos no Nepal, em Bangladesh e no Sri Lanka. Na �ndia 80% da popula��o � hindu�sta.

    O hindu�smo � uma religi�o projetada para que seja eterna, n�o possuindo fundador, credo fixo ou qualquer tipo de organiza��o. Sua maior caracter�stica � a imensa capacidade de abranger novos modos de pensamento e de expressar sua religi�o.

    A palavra hindu�smo significa indiano e � relativo ao rio Indo.

    Seu surgimento est� datado de 1500 a.C. a 200 a.C. quando nobres passaram a dominar o vale do rio Indo. Suas cren�as tinham liga��o com outras religi�es indo-europ�ias, como a grega, a romana, e a germ�nica. No culto ariano (culto dos nobres) se faziam importantes os sacrif�cios. Fazia-se oferendas para alcan�ar favores e manter as rela��es sob controle. A base religiosa se d� por meio de castas que s�o diferentes n�veis de classes sociais. Cada casta tem diferentes regras de conduta e de pr�tica religiosa.

    A base religiosa do sistema hindu�sta � a no��o de pureza e impureza. Para um br�mane (sacerdote), tudo o que tenha a ver com coisas corporais ou materiais � impuro. Uma vez impuro se faz necess�rio uma esp�cie de purifica��o, sendo que esta pode vir a ser banhar-se em um dos rios sagrados da �ndia.

    Os hindu�stas acreditam que a alma do homem � imortal, sendo assim, ela n�o envelhece e morre junto com o corpo tornando-se livre para renascer em um outro corpo ap�s a morte (do primeiro corpo), n�o levando em considera��o as castas, acreditando ainda que esta alma poder� at� renascer em um animal.

    Os hindu�stas prestam seus cultos que variam de casa para casa, mas no geral compreendem em sacrif�cios, ora��es, recita��o de textos sagrados e medita��o. Quase sempre um banho purificador � o primeiro passo.

    Para os hindu�stas o que a pessoa faz � mais importante do que aquilo que acredita.

1.1.2.     Budismo

    O budismo foi fundado por um pr�ncipe chamado Sidarta Gautama que nasceu no ano de 560 a.C. vivendo no nordeste da �ndia.

    O budismo cresceu dentro do hindu�smo, com um caminho singular para a salva��o. O budismo possui muitos conceitos em comum com hindu�smo.

    Para Buda, o ser humano � escravizado por uma s�rie de renascimentos e colhe exatamente aquilo que plantou. As a��es de acordo com este sistema geram rea��es autom�ticas e que fugir delas � t�o dif�cil quanto fugir de sua pr�pria sombra.

    De acordo com Buda, o homem ao achar-se um �eu�, cai na ignor�ncia e essa ignor�ncia traz a ele conseq��ncias graves, uma vez que traz consigo o desejo e com ele o pecado.

    O budismo v� a vida como uma s�rie de processos mentais e f�sicos que fazem com que o homem viva em constante altera��o.

    O culto deste sistema se baseia apenas em venerar as rel�quias de Buda e de outros homens santos, mas apesar de venerarem as imagens de Buda queimando incensos e pondo flores e outras oferendas diante delas, os budistas n�o consideram isto como uma adora��o formal. Buda foi apenas o guia da humanidade, o mestre glorificado.

1.1.3.     Religi�es africanas ou primais

    As religi�es africanas tradicionais n�o possuem textos escritos, tornando assim dif�cil seu estudo. Boa parte do conhecimento que se tem sobre essas religi�es s�o baseados em relatos de observadores europeus.

    Uma fonte de conhecimento sobre estas religi�es s�o os mitos que permanecem vivos atrav�s de exposi��es orais, contudo deve-se levar em considera��o que o passar dos anos pode ter feito com que estas hist�rias mudassem seus sentidos.

    As religi�es primais assim como todas as outras s�o influenciadas por elementos externos, muitas adotaram elementos do isl� e outras do cristianismo.

    Cada povo na �frica equivale a uma diferente religi�o. Cada religi�o possui uma maneira peculiar de se dirigir a Deus, seus pr�prios rituais de cultos e suas maneiras de ver, sentir e agir. No entanto estas religi�es possuem muitas peculiaridades em comum, levando-se em considera��o que estas tribos eram n�mades.

    Para estas tribos os mortos s�o considerados ainda participantes da fam�lia, tornando-se uma esp�cie de �esp�rito espi�o�, pois exerce o papel de vigiador dos costumes da tribo que dever�o ser seguidos pelos demais.

    Todas as tribos possuem um l�der. O papel desse l�der varia muito de tribo para tribo e ainda passou a ser influenciado ap�s a coloniza��o europ�ia do continente.

    O l�der n�o � apenas um governante tribal, mas tamb�m exerce o papel de juiz e carrega consigo a justi�a e as leis, tendo tamb�m o papel de sacerdote o que lhe d� o dever de oferecer os sacrif�cios da tribo aos deuses.

    Para os tribais, o l�der � o representante dos deuses na terra e tamb�m o porta voz dos homens perante os deuses.

1.1.4.     Juda�smo

    A palavra juda�smos vem da palavra judeu relativo a Jud�ia (nome de uma parte do antigo reino de Israel). A religi�o leva ainda o nome de mosaica, que considera Mois�s como um de seus fundadores.

    Uma das caracter�sticas e talvez a principal delas, � que o juda�smo � uma religi�o intimamente ligada a fatos hist�ricos. O n�cleo do juda�smo era a vida na sinagoga, local de culto onde os fi�is se encontravam para orar e ler as escrituras.

    O povo judeu durante muito tempo assumiu um papel de lideran�a nos pa�ses por onde firmavam resid�ncia, tendo seu ponto alfa na Espanha nos s�culos XII e XIII.

    Desde a idade m�dia at� hoje os judeus s�o perseguidos, constantemente s�o acusados de terem assassinado Jesus.

    Sem d�vida nenhuma a maior das persegui��es sofrida pelos judeus foi na Alemanha, entre 1933 e 1945, em que cerca de 6 milh�es de judeus foram assassinados pelo ex�rcito nazista de Hitler.

    Durante milhares de anos os judeus esperaram um Messias (que significa o ungido), que viria para criar um reino de paz na Terra.

    Ainda hoje se encontra entre os judeus quem acredite na chegada do Messias, outros acreditam que ele n�o viria em formato humano, mas sim em uma futura �era messi�nica�, outros ainda acreditam que essa promessa tenha se cumprido com a funda��o de Israel, em 1948.

    Para os judeus as escrituras sagradas s�o encontradas na B�blia, que traz em seu interior uma cole��o de textos de natureza hist�rica, liter�ria e religiosa.

    No interior das sinagogas, existe uma esp�cie de altar, no entanto, n�o � permitido qualquer tipo de imagem ou objeto nele. No interior destas sinagogas existe uma esp�cie de arm�rio denominado Arca. Esta Arca fica localizada na parede da sinagoga que fica na dire��o de Jerusal�m. Ali se guardam os escritos sagrados, a Tor�, escritos em pergaminhos.

    As sinagogas prestam servi�os aos s�bados, segundas e quintas-feiras, sendo que a cada cerim�nia, � lido um trecho do texto que se encontra em hebraico e a leitura � feita de forma que ao longo de um ano toda a escritura seja lida.

    Os judeus possuem uma alimenta��o espec�fica, sendo que dentre estas est� inclu�da a proibi��o de comer qualquer tipo de alimento a base de sangue, j� que a vida est� no sangue.

    Os judeus n�o fazem distin��o n�tida entre a parte �tica e a parte religiosa de sua doutrina. Tudo pertence � lei de Deus.

1.1.5.     Islamismo

    O isl� teve origem na Ar�bia e ainda hoje est� intimamente relacionado a cultura �rabe. Entre outras raz�es, pelo qual o livro sagrado dos mu�ulmanos, o Cor�o ou Alcor�o, foi escrito em �rabe. O isl� est� altamente difundido na �frica e na �sia e � praticado por uma s�tima parte da popula��o mundial (cerca de 15%), sendo a segunda maior religi�o do planeta, ficando atr�s apenas do cristianismo.

    A palavra �rabe isl� significa �submiss�o�. Percebe-se na raiz do nome, que o homem tem que se entregar a Deus, ficando a disposi��o Dele para fazer todas as suas vontades. Este � uma condi��o para que voc� se torne um mu�ulmano.

    No isl�, n�o est� compreendida apenas a esfera espiritual, mas est�o abrangidos tamb�m os aspectos da vida humana e social. A interpreta��o da lei, o direito, sempre ocupou espa�o relevante na hist�ria do isl�.

    Por muitos anos no Ocidente o isl� ficou conhecido como �maometanismo�, pelo fato de ser influenciada pelo profeta Maom�.

    Maom� nasceu em Meca, na Ar�bia por volta de 570 d.C. e se tornou �rf�o ainda crian�a. Um de seus tios cuidou e sustentou-o at� o dia em que o levou para trabalhar como condutor de camelos de uma rica vi�va chamada Khadidja que mais tarde se tornaria sua esposa. Khadidja foi a primeira a seguir Maom� enquanto profeta.

    Todo ano, Maom� se retirava at� uma caverna que ficava nos arredores de Meca para meditar. Esse tamb�m era o costume de monges e eremitas crist�os, todavia estes fundamentavam suas medita��es em textos dos evangelhos.

    No cor�o, est�o presentes revela��es de Maom�. Assim os mul�umanos da mesma forma que os judeus e os crist�os, passaram a ter um livro sagrado. O cor�o s� foi escrito ap�s a morte do profeta.

    Ap�s sua primeira revela��o, Maom� come�ou a pregar em Meca. Proclamando-se profeta ou mensageiro de Deus, levantou ira nas fam�lias poderosas de Meca, pois suas a��es levavam estes poderosos a crer que estava tentando roubar os poderes da autoridade pol�tica da cidade.

    Ap�s a morte de seu tio e de sua esposa as coisas tenderam a piorar para o profeta e seus seguidores em Meca. Nessa �poca Maom� possu�a seguidores na cidade de Medina, os quais estavam dispostos a lhe aceitar como um dos seus. Desta forma Maom� acabou por deixar Meca em 622 em segredo em dire��o a Medina.

    Em Medina, se tornou um l�der religioso e pol�tico e conseguiu se firmar financeiramente assaltando caravanas que pertenciam a fam�lias de Meca. Maom� morreu por volta do ano de 632.

    O credo do isl� est� resumido em: �n�o h� Deus sen�o Al�, e Maom� � seu profeta�. Al� em �rabe significa �Deus�.

    O isl� n�o pro�be a que se usufrua da vida na terra, mas deixa claro que acredita que a vida na terra � apenas uma prepara��o para uma vida eterna ap�s o julgamento final.

1.1.6.     Cristianismo

    O cristianismo � a filosofia de vida mais comum entre as popula��es ocidentais. Compreender o cristianismo � essencial para conhecer o modo de vida da sociedade onde vivemos.

    A B�blia, livro sagrado que embasa a doutrina crist�, � o livro mais lido do mundo hoje e em toda a hist�ria humana. A hist�ria do cristianismo se baseia em passagens b�blicas. A hist�ria do cristianismo segundo a B�blia, teve in�cio junto com a forma��o do universo atrav�s da palavra de Deus.

    No livro de G�nesis cap�tulo 1, vers�culo 1 em diante encontramos a descri��o de como Deus formou o planeta.

    No Salmo 33, vers�culo 9 encontra-se uma passagem que diz: �por que Ele diz e a coisa acontece, Ele ordena e ela se afirma�, dando conta de que a cren�a em Deus � �nica e indiscut�vel.

    Para os crist�os, � fundamental entender e acreditar que Deus sustenta o mundo, e que se ele houvesse se retirado ap�s a funda��o do mundo, este teria entrado em colapso.

    De acordo com o livro sagrado para os crist�os, algumas gera��es se passaram at� que Jesus de Nazar�, o ungido de Deus nascesse. No cristianismo se acredita que Jesus seja o pr�prio Deus encarnado, e que portanto estar com ele � estar intimamente pr�ximo do criador. Com a chegada de Jesus, os crist�os passaram a ter ensinamentos pr�prios, sem que dependessem das prega��es judaicas. Embora Jesus fosse um judeu, ele passou adotar hom�lias pr�prias, que diziam dentre outras coisas o seguinte: �V�s aprendestes o que foi dito a vossos antepassados... Eu, por�m, vos digo...�.

    Jesus nasceu por volta de 749 do calend�rio romano, viveu sua juventude na Jud�ia em um per�odo em que o territ�rio judaico era comandado por tropas romanas. Por volta do ano 29 e 30 de nosso calend�rio, Jesus foi condenado por blasf�mia por um tribunal religioso judaico, sendo assim condenado a morte por P�ncio Pilatos.

    Os crist�os acreditam que Jesus ap�s a morte tenha ressuscitado ap�s tr�s dias, e que continua vivo at� os dias atuais, sendo que no dia do julgamento final este voltar� para julgar os vivos e os mortos.

    Ap�s a morte de Jesus, seus seguidores (intitulados ap�stolos) continuaram a pregar seus ensinamentos.

    A cruz � o maior s�mbolo da f� crist�, tendo em vista de que foi em uma cruz que Jesus foi assassinado.

2.     A Educa��o F�sica

    A educa��o f�sica existe desde o surgimento do homem primitivo, este utilizava sem nenhum conhecimento acad�mico de elementos ligados a esta ci�ncia para escapar do perigo das feras e inimigos, conseguir alimentos, para homenagear deuses, para festejar vit�rias entre outras. O homem desta �poca, por possuir um contato muito grande com a natureza, precisava correr, saltar, marchar, arremessar, nadar, jogar, etc. (Gutierrez, 1985).

    Durante toda a sua exist�ncia o homem precisou se adaptar e buscar mudan�as necess�rias para que sua vida se tornasse mais f�cil. As dificuldades encontradas pelo homem para o conv�vio em sociedade levaram este a fundar diversos esportes de forma primitiva. O fato de o homem precisar ca�ar para comer, o levou a criar ferramentas que pudessem auxiliar nesta tarefa. Assim por exemplo surgiu o lan�amento de dardo, quando o homem criou uma esp�cie de lan�a a qual utilizava para abater animais que serviriam para a sua alimenta��o. Outras modalidades ainda surgiram com influ�ncia do homem primitivo. Por serem n�mades estes homens da antiguidade seguidamente precisavam lutar com inimigos por territ�rio e estas lutas muitas vezes se davam at� a morte, para facilitar a vit�ria o homem passou a incorporar em suas lutas t�cnicas que at� ent�o n�o possu�a, surgindo assim as primeiras t�cnicas de arte marcial. Ainda com o intuito de lutar por territ�rio e tendo em vista que muitas tribos haviam se apropriado de t�cnicas que auxiliavam nas lutas, outras tribos deram in�cio a um processo de inven��o da l�mina, o que seria utilizado como arma (espada) para facilitar a elimina��o dos advers�rios, o que levou a funda��o do esporte hoje denominado esgrima.

2.1.     Educa��o F�sica Escolar

    �Enquanto disciplina escolar a educa��o f�sica teve seu inicio no ano de 1774, quando Johann Bernard Basedow a incluiu na grade curricular de ensino da escola-modelo de Dessau na Alemanha e em 1801 passou a figurar no ensino p�blico da Dinamarca� (Revista Escola).

    A educa��o f�sica enquanto objeto de estudo tem por objetivo trabalhar as �reas do desenvolvimento motor, social e cognitivo dos alunos, colaborando na forma��o de indiv�duos cr�ticos para que possam analisar o mundo a sua volta. No entanto a ci�ncia ainda encontra alguns tipos de pr�-conceitos que particularmente acreditava ser motivado pelo formato esportivisado que as aulas de educa��o f�sica possu�am em seus prim�rdios, por�m com as pesquisas, conclu�mos que n�o apenas a pr�tica esportiva era �discriminada�, mas tamb�m algumas manifesta��es culturais e folcl�ricas como: cultura afro-brasileira, carnaval, capoeira entre outras.

2.2.     A discrimina��o

    Algumas denomina��es religiosas exercem influ�ncia discriminat�ria � pr�tica docente de profissionais do ramo de educa��o f�sica por meio de dogmas religiosos impostos por l�deres ligados a elas.

    Para tentar entender um pouco sobre o assunto utilizamos como alicerce o trecho de Ferreira (apud Rigoni, 2010) que diz que

    ...todas as cren�as sup�em uma classifica��o das coisas em �reais� ou �ideais� e que, para ele, est�o ligadas ao profano e ao sagrado, respectivamente. E tamb�m diz que a divis�o entre sagrado e profano traduz o pensamento religioso. A exemplo disto ter�amos os homens como profanos e, portanto, reais e os deuses como sagrados e, portanto, ideais. Os ritos, por sua vez, s�o respons�veis pela comunica��o entre ambos.

    Isso nos faz acreditar que o corpo para algumas religi�es � tido como algo �real� e, portanto �profano�. Ximenes (1954) classifica o profano como: �n�o sagrado; que desrespeita coisas sagradas�, no entanto a B�blia Sagrada, livro que rege as ideologias das igrejas crist�s nos traz na primeira carta do ap�stolo Paulo aos Cor�ntios, cap�tulo 6 e vers�culo 19 que: �acaso n�o sabeis que o vosso corpo � santu�rio do Esp�rito Santo, que est� em v�s, o qual tendes da parte de Deus, e que n�o sois de v�s mesmos?�.

    Acreditando que o professor tem um car�ter formador, entende-se que este deva proporcionar aulas que possam ser vivenciadas por todos, como diz Stumpf (apud Oliveira, 2010):

    Si pretendemos que a educa��o f�sica contribua para o desenvolvimento dos alunos como cidad�os, � necess�rio priorizar o princ�pio da inclus�o, criando condi��es efetivas para que os alunos (meninos, meninas, habilidosos, gordinhos, magrinhos, portadores de necessidades especiais e outros) possam participar das aulas...

    Quando Stumpf fala em outros, podemos entender que estes �outros� possam vir a ser alunos que freq�entam determinadas religi�es cujos dogmas n�o autorizam suas participa��es nas aulas de educa��o f�sica.

    Quando o corpo deixa de ser menosprezado pela religi�o que o pro�be de se manifestar, deixa tamb�m de ser manipulado pelo sistema, que por ser ditador, caminha paralelo a religi�o, por�m, em caminhos completamente diferentes e conflituosos e para isso o professor de educa��o f�sica e suas aulas s�o imprescind�veis, pois possuem o papel de romper barreiras impostas pelo sistema capitalista, proporcionando o desenvolvimento de seus alunos e marcando suas vidas positivamente.

    As restri��es impostas por pais e l�deres religiosos atrav�s de dogmas, podem e v�o influenciar diretamente na vida destas crian�as quando adultas, pois o �nico mundo que conhecer�o ser� o vivido que infelizmente n�o � o mundo real muitas vezes.

2.3.     A influ�ncia

    A Educa��o F�sica exerce fundamental import�ncia na forma��o do individuo enquanto ser inserido no contexto social, assim como tamb�m a religi�o, no entanto encontramos em alguns seguimentos religiosos a id�ia de que a Educa��o F�sica exerce um papel negativo no desenvolvimento de seus fi�is, proibindo assim estes de freq�entarem as aulas desta disciplina.

    De acordo com pesquisa realizada por Dresch (2013) a �nica argumenta��o para n�o praticar atividades f�sicas � de que na B�blia existe uma passagem que diz: �Pois o exerc�cio f�sico para pouco � proveitoso, mas a piedade para tudo � proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora � e da que h� de ser� (1Tm 4,8) o que n�o se caracteriza como um argumento relevante.

    Em pesquisa realizada sobre as religi�es existentes, nenhum outro motivo foi encontrado para tais proibi��es, levando-nos a acreditar que a Educa��o F�sica passa a ser um objeto pass�vel de discrimina��o, levando em conta a sua abrang�ncia esportiva. Ou de contato e exposi��o corporal?

    Levando-se em considera��o o que nos traz o Coletivo de Autores (1992), a educa��o f�sica tem o papel de transformar o mundo por meio de vivencias que possibilitem a apropria��o do conhecimento tendo como instrumento as diferentes possibilidades encontradas na cultura corporal, acreditamos que esta possa auxiliar de forma positiva na conscientiza��o de indiv�duos religiosos.

    Dentro de diferentes religi�es, existem diferentes culturas, e a Educa��o F�sica pode desempenhar o papel de identificador destas, auxiliando aos alunos que participam destas diferentes religi�es a se identificarem como seres inseridos na sociedade. Acreditando ainda que a Educa��o F�sica n�o possui o papel de ensinar a pr�tica de esporte, mas de ensinar a apropria��o da cultura corporal, e de que esta pode ser por meio do esporte, a vemos, portanto como uma formadora de oportunidades para tornar o individuo critico.

3.     Conclus�o

    A realiza��o desta pesquisa nos proporcionou varias possibilidades de analisar quest�es de diferentes formas, possibilitando, portanto compreender o papel desempenhado pela Educa��o F�sica e tamb�m o papel desempenhado pela religi�o, entendendo que estas possuem car�ter distinto, por�m acreditando que possam se tornar aliadas em futuras caminhadas.

    Aprendemos que a Educa��o F�sica em seu papel de apropria��o da cultura corporal, muitas vezes deixa a desejar pelo fato de n�o possuir uma linha de a��o formada, nos levando a entender que muitos professores ainda se formam e ao chegar � escola apenas disponibilizam bolas para que os alunos joguem.

    Entendemos que a Educa��o F�sica deve criar m�todos que visem a divulga��o de sua nova identidade, sabendo que em muitos casos esta nova identidade pode vir a ser menosprezada por d�cadas, mas que pode tamb�m ser identificada como a maneira apropriada de trabalhar, possibilitando assim novas parcerias.

    Compreendemos que a religi�o, n�o est� exercendo o seu papel, nos referindo ao significado da palavra do latim �religare� que visa religar algo ou algu�m ao outro. E que esta tamb�m est� desempenhando o papel de discriminadora sem ao menos conhecer o verdadeiro papel que a Educa��o F�sica exerce dentro da escola.

No entanto, pensando no bem estar dos alunos, acreditamos que o professor deve se adaptar a diferentes vis�es que existem a respeito da disciplina, proporcionando assim possibilidades para o desenvolvimento de uma pr�tica.

    Portanto � relevante salientar que os futuros professores devem estar preparados para a diversidade cultural que encontrar�o ao ingressarem na escola.

    Estes argumentos nos fazem concluir que tanto religi�o quanto professor devem deixar de lado determinadas questi�nculas, e se dedicarem a um �nico prop�sito que � querer o melhor para o ser humano. O dia em que a religi�o e a Educa��o F�sica assumirem o seus reais pap�is estas diferen�as passar�o a ser apenas diverg�ncias de opini�es mas que podem muito bem ser resolvidas entre si.

    Sugiro levantar hip�teses sobre poss�veis causas da influ�ncia da religi�o no impedimento da participa��o nas aulas de EF.

Bibliografia

  • B�blia Sagrada (1999). 2� ed. Barueri, SP: Sociedade B�blica do Brasil.

  • Dresch, D.Z. (2013). Educa��o F�sica e religi�o em dialogo(s): Raz�es para a (n�o) pratica de educa��o f�sica nas escolas. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, RS.

  • Ferreira, L.V.O. (2010). Educa��o F�sica, esporte e religi�o: Interfer�ncias e rela��es. Universidade Federal de Minas Gerais � Escola de Educa��o F�sica, Fisioterapia, e Terapia Ocupacional.

  • Gutierrez, W. (1985). Historia da educa��o f�sica. Escola de Educa��o F�sica do Instituto Porto Alegre, RS.

  • Hellern, V.; Notaker, H.; Gaarder, J. (2001). O livro das religi�es. S�o Paulo: Editora Schwarcz Ltda.

  • Oliveira, V.M. e Delcoti, W.L. (2011). Corpo e Religi�o: Estudos sobre a influ�ncia dos dogmas religiosos nas aulas de Educa��o F�sica. Centro Universit�rio de Maring�, PR.

  • Pinheiro, F. Quem introduziu o ensino da Educa��o F�sica nas escolas? Dispon�vel em: revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 17/11/2014.

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 20 � N� 208 | Buenos Aires,Septiembre de 2015
Lecturas: Educaci�n F�sica y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados

Quais os aspectos você considera positivo das aulas de educação?

Constatamos que entre os aspectos positivos sentidos pelos acadêmicos, o que mais se destacou foi a afetividade e interesse que os alunos demonstravam pelas aulas de Educação Física. Por outro lado, a indisciplina foi o principal aspecto negativo apontado pelos estagiários.

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O que é um aspecto positivo?

Os aspectos saudáveis de nossa vida podem ser chamados de fatores de proteção, que são basicamente os aspectos de nossa vida que são positivos e nos protegem de diversos males, tanto físicos, como por exemplo, o hábito de praticar exercícios e alimentação saudável, quanto psicológicos, como a prática de terapia, ...

Quais são os pontos positivos da atuação na área da Educação Física?

Uma das maiores vantagens do curso de Educação Física é a versatilidade de opções para atuar no mercado. Você terá a chance de trabalhar com diversos públicos e, assim, poderá escolher o que traz satisfação e realização profissional.