Quais atividades eram essenciais para o funcionamento de cidades antigas?

O desenvolvimento da agricultura irrigada nas planícies dos grandes rios foi o fator econômico decisivo na fundação das primeiras cidades, no Oriente Próximo. O principal progresso técnico que a acompanhou foi a descoberta e uso do bronze (metal conseguido a partir da mistura do cobre e do estanho), que substituiu definitivamente a pedra na manufatura de todas as espécies de armas e ferramentas.

As primeiras cidades surgiram entre 3 500 e 3000 a. C., nos vales dos rios Nilo, no Egito e Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia; posteriormente, mais ou menos em 2 500 a.C., no vale do rio Indo, na Índia e por volta de 1 500 a. C., na China.

Agricultura, trabalho coletivo e cidade

As enchentes periódicas dos rios deixavam nas margens uma camada de húmus que favorecia a produtividade da terra. Entretanto, os rios que fertilizavam o solo e serviam de acesso às fontes de matérias primas precisavam ser drenados e controlados, o que demandava a cooperação entre os homens.

A abertura de canais de irrigação, a drenagem de pântanos, a construção de represas e poços eram obras que requeriam o trabalho coletivo da população de várias aldeias, para o melhor aproveitamento das águas. Exigiam também uma direção centralizada, capaz de dividir e racionalizar as tarefas.

A necessidade de centralização levou ao aparecimento da cidade, centro administrativo que reunia várias aldeias surgido em torno do templo do principal deus totêmico da comunidade. Nesse templo era armazenada a produção excedente das aldeias; à sua volta, viviam as pessoas que se dedicavam à administração, ao comércio e ao artesanato.

Entre os servidores do templo, destacavam-se os sacerdotes (herdeiros dos “feiticeiros” das aldeias neolíticas), intérpretes da vontade dos deuses, que acabavam por assumir a função de dirigentes das cidades. Exerciam tarefas de muita importância. Como a distribuição das águas e das sementes, a supervisão das colheitas e a armazenagem dos grãos, apropriando-se também de boa parte das terras e da produção dos  camponeses, como pagamento de impostos devidos aos deuses.

A Divisão do Trabalho, as desigualdades sociais, o Estado

Além do desenvolvimento da agricultura, com direção centralizada dos trabalhos coletivos de irrigação, outros fatores contribuíram para transformar as aldeias em cidades. As técnicas de trabalhar metais, ouro,  prata, bronze, se desenvolveram com rapidez, tornando-se profissões especializadas, como joalheiros e metalúrgicos.

A existência das primeiras cidades dependia também da possibilidade de se organizar o transporte eficaz de grandes quantidades de produtos e de matérias primas. Os habitantes das cidades precisavam receber com regularidade alimentos vindos dos campos ou de localidades distantes. Era indispensável ir buscar em florestas e montanhas, por vezes longínguas, madeira, metais e até pedra.
Essas necessidades levaram a um grande aperfeiçoamento dos meios de transporte e ao desenvolvimento do comércio.

As canoas primitivas foram sendo aperfeiçoadas, até se transformarem em autênticos navios, capazes de transportar artigos volumosos. A descoberta da vela aumentou o raio de ação dos navios. De igual significação foi o desenvolvimento dos transportes terrestres, com  a invenção da roda, da tração animal e também do arado de metal.

O comércio, de início, se processava por simples troca; depois, pelo uso do gado (pecúnia) como unidade de troca, ou por meio de artigos valiosos facilmente transportáveis, tais como os metais (cobre e posteriormente ouro e prata). O aparecimento de mercadores especializados deveu-se à necessidade de se adquirir produtos estrangeiros em regiões distantes, transformando essa atividade numa profissão.

O desenvolvimento do comércio e da vida urbana em geral tornou inevitável a invenção da escrita, dos processos de contagem, dos padrões de medida e do calendário, que foram sendo melhorados com o tempo.

Nas cidades, os cidadãos passaram a ser classificados de acordo com a sua função, incluindo os sacerdotes, os escribas, os mercadores, os artesãos, os soldados, os camponeses,  os escravos domésticos, os estrangeiros. A divisão do trabalho e as  desigualdades de riquezas entre os cidadãos criaram a necessidade de leis e de forças capazes de fazer cumprir as leis. A liderança natural do grupo, que nas aldeias era exercida pelos mais velhos e sábios, cedeu lugar ao governo de um só homem, geralmente o principal administrador do templo ou um grande chefe guerreiro, surgindo assim a cidade-Estado.

Por volta de 3 500 a.C., as cidades dos vales dos rios Nilo, Tigre e Eufrates já constituíam civilizações com governo centralizado nas mãos do rei e o trabalho baseado na servidão dos camponeses.

    A cidade medieval apresentou características distintas nos diferentes momentos da Idade Média. Esse período iniciou-se, cronologicamente, em 476 e encerrou-se em 1453. Dentro desse espaço de tempo, a cidade na Europa Ocidental passou por um processo de esvaziamento, que caracterizou o início da Idade Média, e, após o século XI, viveu um renascimento.

    Início da Idade Média

    A cidade medieval surgiu da fragmentação do Império Romano do Ocidente. O Império Romano, que se encerrou em 476 d.C., passou por um longo processo de crise a partir do século II d.C. A crise econômica, aliada ao processo de invasão dos povos germânicos, causou uma migração da população das cidades para as zonas rurais.

    A invasão dos povos germânicos aconteceu, principalmente, porque esses povos procuravam terras melhores e, também, porque eles fugiam dos povos hunos, que haviam migrado da Ásia e espalhavam terror pela Europa. À medida que as invasões aconteciam, os povos germânicos realizavam saques e traziam destruição para os centros de produção de alimentos do Império Romano. A invasão dos povos germânicos também resultou no enfraquecimento das rotas comerciais.

    Além da destruição, muitas fazendas romanas foram abandonadas pelos camponeses temerosos com a chegada dos germânicos. Assim, a diminuição da produção e o enfraquecimento do comércio resultaram na falta de abastecimento das cidades. Nesse cenário, a fome espalhou-se e contribuiu para o surgimento de doenças epidêmicas.

    Além da falta de alimento, as cidades eram um excelente alvo para os povos germânicos, que viam no saque das cidades romanas uma ótima maneira de obter riquezas rapidamente. A cidade de Roma, capital do Império Romano, por exemplo, foi saqueada em 410, 455 e 476 por diferentes povos germânicos.

    A violência, a destruição, a fome e as doenças resultaram, além da diminuição da população na Europa Ocidental, em um processo de ruralização. A população pobre passou a se abrigar próximo das residências rurais da elite romana, que era dona das terras produtivas. Isso causou um grande processo de isolamento. Nesse período, que abrangeu o século V ao século X, quase não houve comércio.

    Crescimento urbano

    A partir do século XI, inovações técnicas permitiram um desenvolvimento agrário e houve um aumento populacional. Essas técnicas, como a melhoria no uso do arado e a implantação do revezamento do cultivo do solo, ampliaram a capacidade de produção. Além disso, ocorreu o aumento do solo utilizado para cultivo agrícola, a partir do século VIII, com o uso do arroteamento na derrubada de florestas.

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    O aumento das terras cultivadas e da população resultou no surgimento de novas aldeias, e algumas das cidades existentes ganharam novos habitantes a partir de um processo de migração populacional. O historiador Hilário Franco Júnior dá os indícios em estatísticas do aumento populacional e urbano do período:

    Enquanto por volta do ano 1000 talvez não existisse na Europa católica nenhuma cidade com uma população de 10.000 habitantes, no século XIII, havia 55 cidades com um número de habitantes superior àquele: duas na Inglaterra, seis na Península Ibérica, oito na Alemanha, 18 na França e Países Baixos, 21 na Itália|1|.

    Além disso, Hilário Franco Júnior mostra várias cidades italianas que podem ter tido mais de 100.000 habitantes: Milão, Florença, Veneza e Gênova|2|. Já o historiador Jacques Le Goff diz que a cidade de Paris teve por volta de 200.000 habitantes e que muitas outras cidades apresentaram populações menores, mas ainda bastante expressivas para o século XIII|3|.

    O crescimento das cidades ganhou impulso com a construção das muralhas, que permitiam o desenvolvimento delas e traziam um sentimento de segurança contra eventuais saques realizados por povos invasores, como aconteceu com os normandos e húngaros.

    A partir do século XIV, a Europa passou por um novo processo de redução demográfica e esvaziamento das cidades em virtude da proliferação da peste negra. A doença era contraída das pulgas presentes nos ratos e foi trazida por navios vindos da Ásia. Na Europa, proliferou-se de maneira fulminante e, ao final do século XIV, pelo menos um terço da população havia morrido.

    |1| FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média, nascimento do ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006, p.23.
    |2| Idem, p.23.
    |3| LE GOFF, Jacques. As raízes medievais da Europa. Petrópolis: Vozes, 2011, p.147.

    Quais são os elementos mais importantes para a organização política e social das cidades antigas?

    Resposta verificada por especialistas. Os elementos importantes para a organização política e social das cidades antigas são comércio, população, poder e agricultura, portanto, as letras corretas são: B, C, E, F.

    O que já existia antes da cidade?

    Um exemplo disso são as formas produtivas..
    Equipamentos para pequenas cirurgias..
    Sistemas de água e esgoto..
    Armas de guerra..
    Baterias..
    Alimentos processados..

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