Quais os desafios as dificuldades encontradas pelos profissionais da enfermagem?

Escrito por Assessoria de Comunicação em 07 de Abril de 2021.

Pelo segundo ano consecutivo, o Dia Mundial da Saúde é celebrado em meio à pandemia, neste dia 7 de abril, a principal mensagem para essa data continua sendo reforçar os cuidados para a prevenção da Covid-19. A crise pandêmica do novo coronavírus chegou ao mundo atual de forma rápida e avassaladora, exigindo todo cuidado e atenção da população, disponibilidade e assertividade da ciência.

Até a produção dessa matéria, mais de 2 milhões de pessoas já haviam perdido suas vidas para o vírus. A linha de frente, composta por profissionais da área de saúde vem se mostrando ainda mais importante na vida de toda e qualquer pessoa, e a enfermagem se tornou a classe ainda mais afetada pelos impactos da pandemia, trabalhando de sol a sol na assistência contínua ao paciente infectado. Somente no Paraná, já passamos a marca de mais de 90 profissionais que perderam suas vidas. No Brasil e no resto do mundo, esse número é ainda maior.

A certeza de que dias melhores virão chegou junto com a vacina, e são eles, profissionais da enfermagem os responsáveis por levar essa pequena dose de esperança para a comunidade. Trabalhando diariamente, esses profissionais deixam suas casas, famílias, para imunizar e acalentar centenas de milhares de pessoas, passando pelas mais diferentes barreiras e desafios. Exemplo forte de perseverança é a auxiliar de enfermagem Ângela Maria de Jesus, que precisou atravessar a pé uma enxurrada para conseguir vacinar um idoso acamado, em Porto Rico, no noroeste do Paraná. "Se eu abrir o frasco de vacina, ela tem um período para ser dada, e eu não posso perder a dose. Não importa o obstáculo, o importante é fazer a vacinação contra a covid". Ao conversar com nossa equipe, Ângela manifestou sua emoção ao participar desse momento histórico e tão importante para a população. “As pessoas estão ansiosas, choram agradecidas por essa vacina chegar nos lugares mais difíceis, e na comodidade dos lares deles. Ver a alegria deles é minha alegria, e toda dificuldade passa”, afirmou a auxiliar.

Superando dificuldades diariamente vive também o enfermeiro Márcio de Freitas Batista, que atua no litoral paranaense, na Ilha de Superagui, que tem cerca de 700 habitantes. Márcio comenta as dificuldades de atuar num local remoto e de complicado acesso: “Existe uma carência enorme de profissionais capacitados em áreas isoladas. A adaptação é difícil pois a Ilha é cercada e isolada por águas turbulentas. É um desafio enorme entender a dimensão da ilha, seus problemas de saúde e a cultura local”. No estado do Paraná já foram aplicadas mais de um milhão de doses da vacina contra a Covid-19, esse número ainda é baixo em relação ao número de habitantes, e as doses distribuídas dependem das aquisições e entregas feitas pelo Governo Federal. A expectativa do Governo do Estado é vacinar toda a população paranaense ainda no ano de 2021.

Em Curitiba, concentrada no Pavilhão da Cura no Parque Barigui, a vacinação teve início no dia 20 de janeiro e pouco depois descentralizada e espalhada em diversos pontos da cidade, entre unidades de saúde e drive-thru. Até o momento, os grupos prioritários concentram profissionais de saúde e idosos com 60 anos ou mais. O enfermeiro Edson Tavares, que participa da campanha de vacinação no drive-thru do Santuário Nossa Senhora do Carmo, no bairro Boqueirão, diz que tem sido gratificante e emocionante participar desse processo, “Existe um carinho muito grande de toda a equipe que está trabalhando na imunização da população, e temos recebido muitos agradecimentos pelo serviço prestado na imunização é simplesmente maravilhoso ver a alegria e a esperança de um mundo melhor nos olhares das pessoas que estamos imunizando”.

Na última semana, o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná recebeu um documento encaminhado pela advogada Juliane Aparecida Ulrich, que elogiava a atuação do enfermeiro frente a imunização. O profissional vacinou a mãe de Juliane, a senhora Regina Gulka Ulrich na data de 04/03. Como agradecimento a advogada escreveu no documento “O referido profissional procedeu a aplicação da vacina em minha genitora, oportunidade na qual ofereceu um atendimento humanizado, cordial, demonstrando bom humor, simpatia, preparo técnico e amor a profissão, sendo um exemplo a ser seguido”.

Apesar de todo o cansaço e desgaste que esse momento vem exigindo do profissional da enfermagem, a dedicação e a vontade de cumprir o trabalho da melhor forma possível falam mais alto do que todas as dificuldades encontradas pelo caminho. “Estamos exaustos tanto fisicamente quanto psicologicamente, temos trabalhando de domingo a domingo vacinando em torno de 1000 a 1200 pessoas por dia faça chuva ou sol, mas estamos lá para dar o nosso melhor”, completou Edson.

Na atualidade, o movimento em busca da prestação de assistência em saúde com qualidade e segurança está na linha de frente das discussões políticas e constitui-se grande desafio para a sociedade. Nesse contexto encontram-se as instituições de saúde com suas inúmeras dificuldades relacionadas aos recursos físicos, matérias e humanos. Embora algumas correções estejam sendo realizadas, a inadequação da área física dos estabelecimentos de saúde ainda é uma realidade que acarreta transtornos como dificuldade nos fluxos de pessoal, clientes e material comprometendo a qualidade da assistência à saúde e a segurança do paciente bem como a satisfação dos profissionais da equipe de trabalho. A escassez de recursos materiais e de equipamentos necessários para a execução das ações leva-nos a desconsiderar os protocolos ao realizarmos o atendimento implicando em riscos para o cliente, a instituição e para o profissional. Quanto ao quantitativo e qualitativo de recursos humanos para execução dos cuidados à saúde podemos afirmar que são poucas as instituições que prestam assistência aos pacientes com o número de profissionais que necessitam, especialmente em relação à equipe de enfermagem que representa o maior número de profissionais dos estabelecimentos de saúde. Na enfermagem o quantiqualitativo de recursos humanos adequado para a prestação do cuidado deve ser determinado pelo dimensionamento de pessoal que representa uma preocupação constante para os enfermeiros uma vez que está diretamente relacionado à qualidade da assistência prestada e a ocorrência de eventos adversos, o que compromete a segurança e a satisfação dos clientes. A segurança do paciente, dentre outros aspectos, envolve a ocorrência de eventos adversos. Esses, por sua vez, configuram-se como um indicador de qualidade da assistência prestada e sua ocorrência leva a resultados que prejudicam a segurança dos clientes, podendo causar aos mesmos lesões irreversíveis ou até a morte(1). Outro aspecto a ser considerado quando abordamos o dimensionamento de profissionais de enfermagem (DIPE) se refere aos trabalhadores da equipe. Estudos internacionais mostram que existe uma relação inversamente proporcional entre o número de profissionais de enfermagem, a fadiga emocional dos mesmos, a insatisfação no trabalho, podendo, ainda, implicar em questões legais e de saúde do trabalhador (2, 3, 4, 5, 6, 7). Além disso, o quantitativo de profissionais inferior ao número necessário para prestar atendimento ocasiona aumento da carga de trabalho levando à alta rotatividade, implicando em novas contratações, horas de treinamento e de aperfeiçoamento e, consequentemente, em aumento dos custos hospitalares (8). Considerando as questões apresentadas, as dificuldades relativas ao ambiente físico, à disponibilidade de materiais e equipamentos suficientes, a importância do provimento e manutenção de número adequado de profissionais para a execução da assistência de enfermagem segura e de qualidade e o fato de que os cuidados de enfermagem são essenciais à prestação de assistência à saúde, faz-se necessário que a equipe de trabalho desenvolva sua capacidade de argumentação técnica e negociação com as instituições nas quais estão inseridos para avançar na busca de soluções para esses problemas. Nessa direção vale ressaltar que os profissionais podem desenvolver parcerias com as instituições de classe da categoria como os Conselhos Regionais, Sindicatos e Associações que, de acordo com sua finalidade, servirá de órgão consultor, orientador e participante das discussões.

Bibliografia: 1. Bezerra ALQ. O contexto da educação continuada em enfermagem. São Paulo: Lemare/Martinari; 2009. 111p. 2. Pronovost PJ, Dang E, Dorman T, Lipsset PA, Garret E, Jenckens M et al. Intensive care unit nurse staffing and the risk for complications after abdominal aortic surgery. Eff Clin Pract. 2001; 4 (5):199-206. 3. Shamiam J, Kers MS, Laschinger HKS, Thompsom D. A hospitallevel analysis of the work environment and workforce health indicators for registered nurse in Ontario’s acute-care hospitals. Can J Nurs Res. 2002; 33 (4):51-70. 4. Curtin LL. An integrated analysis of nurse staffing and related variables: effects on patients outcomes. Online J Issues Nurs. 2009; 8 (3):5. 5. McGills L, Doran D, Pink GH. Nurse staffing models, nursing hours, and patient safety outcomes. J Nurs Adm. 2004; 34 (1):41-5. 6. Nicola AL, Anselmi ML. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário. Rev Bras Enferm. 2005; 58 (2): 186-90. 7. Tourangeau A, Doran D, Pringle D, O’Brien-Pallas L, Hall LM, Tu JV et al. Dotation en personnelinfirmier et milieux de travail: relations entre hospital et niveau de revenue. 2006 |cited 2013 apr 11|. Available from: //www.chsrf.ca/final_research/ogc/tourangeau_f.php 8. Gelinas l, Bohlen C. The business case for retention. J Clin Systems Management. 2002: 4 (78): 14-6.

Autora Maria Alice Coelho Graduada em Enfermagem e em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Pós-graduada em Administração Hospitalar e em Direito Processual Civil. Mestre em Enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás. Doutora em enfermagem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás. Diretora de Enfermagem do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.


Quais as dificuldades encontradas pelos profissionais de enfermagem?

Resultados: Dentre os desafios citados estão o salário que é defasado, a falta de valorização profissional, a falta de materiais hospitalares, a estrutura física inadequada, o relacionamento interpessoal e educação permanente insatisfatória.

Qual o maior desafio da profissão de enfermagem?

Os enfermeiros atuam para contribuir com a melhoria dos pacientes e sua completa reabilitação. Podemos dizer que o desafio da profissão consiste em promover a saúde aos pacientes, e na prática diária dos cuidados durante o exercício das atividades, superando no dia a dia todas as dificuldades.

Quais são os principais desafios éticos do profissional de enfermagem?

Os tipos de problemas éticos enfrentados pelos enfermeiros podem variar de acordo com o ambiente de atuação onde se inserem. No ambiente hospitalar, há cenários dramáticos: são situações críticas da vida ou morte das pessoas, que recebem destaque na mídia, requerendo soluções imediatas.

Quais são as principais dificuldades encontradas por profissionais de saúde e usuários do SUS?

Ainda com relação a esse aspecto percebe-se que as dificuldades encontradas nesse setor é também o despreparo desses profissionais, a falta de conhecimento da sociedade, alta demanda, precariedade do setor público, recursos e número de profissionais insuficientes, falta de estrutura física, instalações e equipamentos ...

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