Quais os principais hormônios que tem função metabólica durante o exercício?

Quais os principais hormônios que tem função metabólica durante o exercício?

Produzido pelos músculos durante a prática de atividades físicas, a irisina pode alterar a expressão de genes codificadores de proteínas que o vírus usa para entrar nas células humanas

A atividade física, praticada de forma sistemática, regular e orientada por profissionais de Educação Física, é entendida mundialmente como determinante e condicionante da saúde. No contexto de pandemia, ela se faz ainda mais essencial por estimular o sistema imunológico, aumentar a resistência orgânica e reduzir o estresse e a ansiedade. Mas um estudo brasileiro foi além ao levantar mais uma evidência que pode reforçar a importância do exercício físico.

Divulgado no mês de julho, um estudo desenvolvido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), sugere que o hormônio irisina, liberado pelos músculos durante a prática de atividades físicas, pode ter efeito terapêutico em casos de Covid-19. A pesquisa foi feita com testes in vitro (em laboratório), em uma linhagem de células adiposas (adipócitos subcutâneos, responsáveis por armazenar gordura e regular a temperatura corporal), sendo observado que a substância tem efeito modulador em genes associados à maior replicação do vírus no corpo humano. O achado teve como base dados de transcriptoma (conjunto
de moléculas de RNA expressas em um tecido) de células adiposas não infectadas por SARS-CoV-2 que receberam doses de irisina.

De acordo com a pesquisadora da Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu (SP), Miriane de Oliveira, o resultado do estudo representa uma sinalização positiva para a busca por novos tratamentos. Entretanto, ressalta que são dados preliminares.

“Confrontamos as informações sobre os genes importantes na Covid-19 com nossos dados do transcriptoma para fazer correlações. O resultado representa uma sinalização positiva para a busca por novos tratamentos nesse momento de emergência com a pandemia. É preciso ressaltar que trata-se de dados preliminares, uma sugestão do potencial terapêutico da irisina para casos de Covid-19. Estamos indicando um caminho de pesquisa para comprovar ou não o efeito benéfico do hormônio em pacientes infectados”, explica a pesquisadora.

O artigo foi publicado na revista Molecular and Cellular Endocrinology, descrevendo dados gerados no estudo de pós-doutorado de Oliveira, que analisou a ação da irisina e de hormônios tireoidianos em adipócitos. O trabalho contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Por meio de técnicas de sequenciamento, os pesquisadores identificaram 14.857 genes expressos em uma linhagem de adipócitos subcutâneos. Ao tratar as células com irisina, observaram que a expressão de vários genes foi alterada.

Devido à pandemia, os pesquisadores decidiram investigar possíveis efeitos da irisina em genes relacionados à replicação do novo coronavírus. A partir do cruzamento de dados, eles descobriram que o tratamento com a irisina em células adiposas diminuiu a expressão dos genes TLR3, HAT1, HDAC2, KDM5B, SIRT1, RAB1A, FURIN e ADAM10, reguladores do gene ACE2 – fundamental para a replicação do vírus em células humanas. O ACE2 codifica a proteína a que o vírus precisa se ligar para invadir células humanas.

Outro aspecto positivo encontrado no estudo foi a irisina ter triplicado os níveis de transcrição do gene TRIB3. Um estudo anterior demonstrou a importância da manutenção da expressão de TRIB3. Em indivíduos idosos é comum ocorrer a diminuição da expressão desse gene, o que pode estar relacionado à maior replicação do Sars-CoV-2 e ao risco aumentado dessa população à Covid-19.

“Um terceiro aspecto importante está no achado de outros grupos de pesquisa sobre o tecido adiposo aparentemente servir como repositório do vírus. Isso ajuda a entender por que indivíduos obesos têm maior risco de desenvolver a forma grave da Covid-19. Fora isso, indivíduos obesos tendem a ter níveis menores de irisina, assim como maiores quantidades da molécula receptora do vírus [ACE2], quando comparados a indivíduos não obesos”, afirma.

A irisina é um hormônio normalmente produzido de forma endógena durante o exercício físico contínuo. Ela é conhecida principalmente pela função de modificação metabólica do tecido adiposo branco - que armazena lipídios, triglicerídeos, acumula gordura e pode vir a inflamar -, cuja função é parecida com a do tecido adiposo marrom. Esse processo favorece o gasto de energia, tornando a irisina um agente endógeno terapêutico para doenças metabólicas, como a obesidade. Além disso, o hormônio tem propriedades anti-inflamatórias.

Leia o estudo na íntegra aqui.

* Com informações da Agência FAPESP

Praticar exercícios traz inúmeros benefícios para o corpo e para a mente. Isso porque são vários os tipos de hormônios liberados na atividade física em sua corrente sanguínea.

A somatória das práticas físicas com essas substâncias, permite a correta execução dos movimentos, melhora os resultados e aumenta a disposição corporal e mental — tudo o que uma pessoa que tem uma vida agitada deseja, não é mesmo?

É disso que trataremos neste post. Interessado? Então, continue lendo para entender quais são os tipos de hormônios liberados durante os exercícios físicos e como eles agem no organismo!

Em primeiro lugar, precisamos entender três conceitos fundamentais. São eles: metabolismo, anabolismo e catabolismo. Tais termos estão completamente relacionados entre si. Isso porque o primeiro deles engloba os outros dois.

Basicamente, o metabolismo é o conjunto de reações químicas ocorridas no corpo, resultando em alguma mudança. No anabolismo, as moléculas utilizadas para produzir novas substâncias que agem no crescimento e na manutenção do organismo são sintetizadas.

Entretanto, no catabolismo ocorre o inverso, ou seja, ele é um processo capaz de quebrar as moléculas que serão usadas pelo corpo.

Bom, agora que esses conceitos já estão mais claros, vamos conhecer os principais hormônios liberados ao longo das atividades físicas e quais são os seus benefícios fundamentais:

Somatotrofina (o hormônio do crescimento)

Também conhecido como GH, esse hormônio aparece em alta concentração, a depender da intensidade da atividade exercida — quanto mais intensa ela for, maior será sua presença no sangue. Quem deseja emagrecer ou manter o peso, gostará de saber que a somatotrofina estimula, diretamente, a queima de gordura corporal (lipólise).

O GH é importante no anabolismo, já que facilita a síntese proteica (construção muscular), e incentiva o crescimento dos tecidos, da cartilagem e dos ossos. Além disso, ele ajuda muito nos treinos, pois diminui o tempo de recuperação entre eles e fortalece os ligamentos e tendões.

A pergunta que não quer calar agora é: como aumentar o nível do GH em nosso corpo? Essa substância, em sua maioria, é secretada durante a noite. Dessa forma, um bom descanso contribui diretamente nos seus resultados na academia.

Adrenalina e noradrenalina

Esses dois hormônios são liberados durante os exercícios muito intensos, preparando o corpo para os grandes esforços que serão realizados na hora que você começar a malhar. Assim, agem em conjunto para aumentar o gasto energético, uma vez que aceleram a queima de gordura. A adrenalina também aumenta a disposição para fazer atividades físicas.

Além disso, esses hormônios propiciam a liberação de glicose e ácidos graxos no sangue, importantes “combustíveis” na realização dos exercícios físicos. Por fim, ainda agem na dilatação dos vasos sanguíneos dos músculos trabalhados.

Substâncias estimulantes, como a cafeína, turbinam o nível de adrenalina no corpo. Entretanto, é importante ressaltar que esses hormônios em excesso no organismo podem ser prejudiciais, causando mau humor, estresse e ansiedade.

Por todos esses benefícios, fica fácil entender a grande relevância de ambos os hormônios para um ótimo rendimento e alta performance, não é mesmo?

Glucagon e insulina

Reguladores do metabolismo dos tecidos do corpo, esses hormônios têm funções que podem ser opostas ou complementares. Isso porque, ao mesmo tempo que a insulina diminui o nível de glicose sanguínea, o glucagon promove o seu aumento.

Ainda assim, ambos favorecem a disponibilidade de glicose no sangue, para que seja usada pelas células dos músculos durante as atividades físicas.

O glucagon atua mobilizando a glicose do fígado, e a insulina intensifica o transporte dela para dentro das células musculares, que ficam ávidas por energia enquanto você se exercita. Quanto mais durar a atividade física, maior também será a liberação do glucagon e menor será a de insulina.

O exercício é importante, pois facilita a captação de glicose e diminui os níveis de insulina, sendo positivo para quem é portador de diabetes.

Endorfina

Por ser conhecido como um analgésico natural, esse tipo de hormônio tem como uma das principais funções aliviar a dor, controlar a ansiedade e diminuir o estresse. Ele é fundamental para quem tem uma rotina corrida e cansativa, mas não quer deixar de ir à academia para manter a boa forma.

Além de produzir uma sensação de prazer e euforia durante o exercício, a endorfina inibe o desconforto e a dor causada pela atividade física, contribuindo para que os atletas consigam chegar o mais longe possível.

Essa substância também deixa a pessoa mais motivada a se exercitar, trazendo uma sensação de bem estar, pois permite que ela sinta os benefícios do exercício exaustivo enquanto ainda o está praticando. Mas, para isso, é preciso se exercitar por, pelo menos, 30 minutos, e com intensidade de leve a moderada.

Cortisol

O cortisol é conhecido como o hormônio do estresse e tem um ciclo circadiano, ou seja, uma duração de 24 horas. Alguns fatores externos, como sono, exercícios e doenças, agem diretamente na liberação dele.

Esse hormônio ajuda a controlar a tensão, reduzir inflamações e atua no funcionamento do sistema imune. A sua concentração varia de pessoa para pessoa. Pesquisadores verificaram que há menos acúmulo de cortisol em pessoas ativas, quando comparado a indivíduos sedentários.

O seu nível aumenta de forma considerável em atividades físicas de longa duração. Se você pratica corridas de longa distância, por exemplo, o ideal é procurar diminuir a liberação do cortisol em outros momentos do dia.

Para isso, é indicado ter uma boa noite de sono e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Também é adequado investir em práticas relaxantes, como yoga e meditação.

Leptina

A leptina é o hormônio responsável pela nossa saciedade, taxa metabólica e massa corporal. Ela ajuda a regular o nosso peso, controlando o apetite e intensificando o uso da gordura estocada em nosso corpo como combustível para ele.

Existem também alguns indícios de que a leptina ajuda na hipertrofia muscular. Dessa forma, comer alimentos ricos em zinco e fazer exercícios físicos regularmente, contribui para aumentar o nível desse hormônio no nosso corpo.

Serotonina

Atua em alguns fatores, como normalização do humor, sono, apetite, desejo sexual, temperatura corporal, sensibilidade à dor, entre outros.

Com ação semelhante à endorfina, a serotonina proporciona uma sensação de bem-estar, contribuindo para que a pessoa que está praticando atividade física tenha maior tolerância ao desconforto.

Ela também interfere na produção de GH e cortisol caso esteja em um nível mais baixo, prejudicando a qualidade do sono e aumentando o estresse.

Conhecer alguns hormônios que são liberados na atividade física nos ajuda a entender melhor o nosso corpo, contribuindo para uma performance superior à habitual durante e depois dos treinos. 

Esperamos que esse conhecimento traga benefícios a sua prática de atividade física. E não se esqueça de fazer aquecimento e alongamento antes de iniciar qualquer série de exercícios, ok?

Gostou de entender quais são e como agem os diferentes tipos de hormônios liberados na atividade física? Então, aproveite para assinar a nossa newsletter e receber mais artigos como este diretamente em seu e-mail!

Quais são os principais hormônios que atuam durante o exercício?

5 hormônios liberados na atividade física e os efeitos surpreendentes no seu corpo.
Endorfina. A endorfina é um neuro-hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano e, quando liberada, promove a sensação de recompensa e bem-estar. ... .
Serotonina. ... .
Adrenalina. ... .
Somatotrofina (GH) ... .
Cortisol..

Quais são os hormônios envolvidos no controle metabólico durante o exercício?

Os hormônios que têm sua secreção alterada pelo exercício e que podem interferir nos componentes da síndrome metabólica são: o hormônio do crescimento, as catecolaminas, o glucagon, a insulina, a endorfina e, em alguns casos, a leptina. Cada um será discutido separadamente abaixo.

Qual a principal função dos hormônios durante o exercício?

Analgésico natural do corpo humano, a endorfina é a responsável por aliviar dores e reduzir a ansiedade. Ela é quem traz a sensação de bem-estar para o corpo, então o aumento da disposição mental e física, além de uma melhor resposta do sistema imune, são benefícios deste hormônio liberado no sangue.

Como os hormônios são estimulados pela atividade física?

Normalmente, durante o exercício físico, a adrenalina é liberada em picos curtos para dar ao corpo a reserva necessária para aguentar as exigências que lhe serão cobradas, seja levantando pesos ou correndo. Endorfina: hormônio produzido na glândula hipófise e que gera sensação de recompensa e bem-estar no organismo.