De tempos em tempos, vemos notícias sobre terremotos e tsunamis que causaram devastações em cidades ao redor do mundo, principalmente em países como Japão, Indonésia, Haiti, Índia e Chile. Entretanto, estes fenômenos não são comuns no Brasil, por que será? Neste artigo, estudaremos as placas tectônicas e entenderemos qual a relação delas com os terremotos, tsunamis e vulcões. Encontraremos também a resposta para a pergunta anterior. Então vamos lá!
O planeta Terra é dividido em várias camadas. Saindo do núcleo rumo à atmosfera, encontramos basicamente o manto e depois a crosta terrestre. Contudo, a superfície sólida da crosta, a litosfera, não é uma única que recobre todo o planeta, ela divide-se em partes e estas partes são as chamadas placas tectônicas ou litosféricas.
Como podemos observar na imagem abaixo, as placas são extensas e englobam praticamente continentes inteiros. O Brasil e os demais países da América do Sul estão na Placa da América do Sul ou Sul-Americana.
Fonte: //www.jovemexplorador.iag.usp.br/?p=blog_placas-tectonicas
E estas placas não se mantêm imóveis, elas se movimentam constantemente, se aproximando ou afastando umas das outras, sendo esse movimento denominado tectonismo. Quando elas se afastam umas das outras, formam-se as zonas de divergência, enquanto quando se aproximam, formam-se as zonas de convergência. A Teoria da Deriva Continental (que já vimos neste artigo) baseia-se no movimento das placas para explicar a formação dos continentes da forma como são atualmente.
As placas podem ser oceânicas ou continentais, sendo que as oceânicas possuem uma maior densidade e as continentais possuem menor densidade. Nas zonas de convergência, podem ocorrer diferentes situações de acordo com o tipo de placa que se encontra. Pode ocorrer um encontro entre duas placas continentais, duas oceânicas ou uma continental e uma oceânica.
Quando há o encontro de uma placa oceânica e uma continental, devido à densidade, a placa oceânica entra por baixo da continental, em um fenômeno denominado subducção, resultando em uma cadeia de montanhas. Um exemplo desse fenômeno é o encontro que deu origem à Cordilheira dos Andes na América do Sul, entre a Placa de Nazca e a Placa da América do Sul. Além disso, a subducção causa terremotos no limite entre as placas. Quando o encontro se dá entre duas placas oceânicas, a de maior densidade de desloca-se sob a outra, ocorre o fenômeno da subducção e forma-se uma fossa oceânica.
E quando o encontro se dá entre duas placas continentais, a colisão forma cadeias montanhosas, como é o caso, por exemplo, do Himalaia, a cadeia de montanha mais alta do mundo, no encontro entre as placas Eurasiática e Indiana.
Podemos observar então que os terremotos e tsunamis ocorrem nos limites entre as placas, o que justifica a ausência destes fenômenos no Brasil, já que todo o território nacional se encontra dentro de uma única placa.
É importante lembrar também que além de terremotos, os movimentos das placas tectônicas formam também os vulcões. Agora, quando virmos uma notícia sobre um terremoto, tsunami ou vulcão em erupção, podemos entender o porquê de sua formação.
A crosta terrestre – a camada mais externa do planeta Terra, formada por rochas – é subdividida em vários “pedaços”, que, apesar de estarem separados, estão sempre em contato uns com os outros. Ao conjunto desses pedaços dá-se o nome de placas tectônicas.
O tectonismo – também conhecido como o movimento das placas tectônicas – exerce transformações que podem ser diretamente percebidas pelas pessoas na superfície terrestre, tais como os terremotos, a movimentação dos continentes, a formação dos vulcões e também o surgimento das montanhas. Trata-se de um processo que, para nós, não é totalmente visível, pois acontece de forma muito lenta, ao longo de bilhões de anos.
Mas, então, fica a pergunta: por que as placas tectônicas movimentam-se?
Como sabemos, a crosta terrestre encontra-se posicionada logo acima de outra camada do nosso planeta: o manto. Ele é composto basicamente por magma, que nada mais é do que as rochas em estado líquido, com uma consistência um pouco pastosa, tudo por causa das altas temperaturas existentes no interior da Terra. As placas tectônicas literalmente flutuam sobre o magma.
Desse modo, o que faz as placas tectônicas movimentarem-se é justamente o movimento desse magma! E esse movimento não acontece de uma maneira qualquer, mas sim obedecendo a uma variação cíclica, que chamamos de correntes ou células de convecção da Terra.
Observe o esquema a seguir e veja como esse movimento acontece:
Células de convecção da Terra, que influenciam as placas tectônicas
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As células de convecção movimentam-se dessa forma porque as temperaturas são maiores nas áreas mais próximas ao núcleo. O magma localizado mais ao fundo aquece-se e, por isso, fica mais leve e sobe. Ao chegar às áreas mais altas, ele perde temperatura, fica mais denso e desce novamente em direção ao núcleo, onde esse processo é continuado.
Portanto, a movimentação do magma na forma das correntes de convecção faz com que o manto terrestre funcione como se fosse uma “esteira rolante” sobre a qual se movimentam as placas tectônicas da crosta terrestre. Assim, a direção das diversas células de convecção existentes determina também a direção das diferentes placas por elas influenciadas.
* Créditos da imagem: Surachit e Wikimedia Commons.
Por Me. Rodolfo Alves Pena