Qual a diferença entre trabalho e força de trabalho como a exploração do?

O conceito de trabalho é geralmente entendido como a atividade humana realizada com o objetivo de produzir uma forma de obtenção de subsistência.

O trabalho é definido por Karl Marx como a atividade sobre a qual o ser humano emprega sua força para produzir os meios para o seu sustento.

Ao olharmos para períodos históricos anteriores ao nosso – o período medieval, por exemplo –, vemos que o trabalho rural era a principal forma de labor do período. A produção de alimentos ou de outros bens de consumo estava relacionada com a necessidade daqueles que o produziam. Isso quer dizer que o homem agrário não produzia em função de lucro ou de moeda corrente, mas para consumo próprio. O comércio reduzia-se a formas rudimentares de troca de produtos produzidos por outros trabalhadores, assim, o trabalhador mantinha contato direto com o que produzia. Tratava-se de uma relação próxima entre produto, produção e consumo.

A relação entre trabalho e subsistência, ou sobrevivência, era íntima e direta. Foi por essa razão que Marx definiu a força de trabalho como o bem “inalienável” do ser humano. A partir dessa perspectiva, o trabalho seria o bem mais importante do homem e aliená-lo, isto é, transferir o direito de proveito dos frutos desse trabalho para outra pessoa, seria o mesmo que alienar o direito à própria vida.

Com a Revolução Industrial, houve uma grande mudança nas relações sociais e nas relações de trabalho do indivíduo, que até então vivia ligado diretamente à terra. O surgimento das cidades e o eventual êxodo rural deslocaram o indivíduo que dependia da terra para a sua sobrevivência para os centros urbanos. Segundo Marx, como esse novo homem urbano perdeu seu acesso à terra, surgiu uma classe de trabalhadores que deveria vender sua força de trabalho.

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Relações de produção capitalistas e pré-capitalistas

Para Marx, existe uma diferença histórica entre as relações de produção capitalistas e as relações de produção pré-capitalistas. A forma de produção capitalista caracteriza-se pela impessoalidade do trabalhador com o que produz, isto é, ele não possui nenhum envolvimento pessoal com o que está produzindo, pois não encabeça todo o processo de produção. Nas relações de produção pré-capitalistas, o produto do trabalho estava intimamente associado ao trabalhador, que era o mentor de toda a cadeia produtiva. Essa diferença, segundo Marx, é a que rege as relações de trabalho dentro de uma sociedade capitalista, na qual o trabalhador que não dispõe dos meios de produção para produzir o que necessita para sobreviver passa a vender a única “mercadoria” que tem: sua força de trabalho.

Essa nova forma de se relacionar com o trabalho transforma as relações sociais em todos os aspectos. O sujeito, antes intimamente ligado ao seu labor, agora se vê desconectado do que produz, nunca colhendo os frutos de seu trabalho. Esse trabalho, por sua vez, agora é comprado por um salário, que, na maior parte das vezes, é suficiente apenas para que se mantenha vivo.

Índice

• Diferença entre força de trabalho e mão de obra
• Força de trabalho como mercadoria

A força de trabalho é a capacidade física e intelectual para desenvolver uma atividade produtiva. Foi um conceito cunhado por Karl Marx (vamos nos referir às idéias deste pensador ao longo do artigo).

Ou seja, força de trabalho é aquela capacidade mental e motora de uma pessoa para poder exercer uma ocupação.

Ressalte-se que a força de trabalho, juntamente com os meios de produção (materiais e instrumentos mecânicos e tecnológicos necessários à produção), faz parte dos processos produtivos de desenvolvimento dos bens e serviços que uma sociedade demanda.

Vale ressaltar também que a remuneração da força de trabalho é o salário (vamos nos aprofundar nisso mais adiante).

Diferença entre força de trabalho e mão de obra

Karl Marx diferencia entre trabalho e força de trabalho. O primeiro é o resultado ou realização do segundo. Ou seja, o trabalho é o resultado do trabalho de uma pessoa, obtendo uma mercadoria. Em vez disso, a força de trabalho é o esforço aplicado à tarefa.

Podemos entender melhor com um exemplo. Uma pessoa que se dedica ao fabrico de calçado. Força de trabalho são as habilidades e conhecimentos que você dedicou ao seu trabalho, em um determinado momento. Em vez disso, o trabalho é o par de sapatos que chega ao mercado.

Força de trabalho como mercadoria

Levando em conta o que foi explicado acima, segundo Marx, o trabalhador vende sua força de trabalho ao capitalista, não seu trabalho, funcionando como uma mercadoria. Em troca, o trabalhador recebe uma remuneração.

Isso tem uma implicação importante porque, do ponto de vista do marxismo, o trabalhador está vendendo seu esforço. Porém, o valor disso é menor do que o valor do que ela produz (a mercadoria). Assim, a diferença entre o valor da força de trabalho e o valor criado pelo trabalhador é o que Marx e Engels chamam de mais-valia.

Para Marx, além disso, o trabalhador é de alguma forma obrigado a vender sua força de trabalho ao capitalista porque ele possui os meios de produção. Por isso, segundo essa teoria, os meios de produção não podem ficar menos privados, mas devem ser coletivos.

Outra questão importante a se notar é que, segundo Marx, foi a partir do capitalismo que os trabalhadores começaram a vender sua força de trabalho como mercadoria. Anteriormente, quando o sistema econômico era baseado na escravidão, por exemplo, os escravos não podiam oferecer sua força de trabalho em troca de pagamento.

Além disso, na época feudal, a relação entre o senhor feudal e seus servos era menos desigual do que com os escravos. No entanto, o servo era bastante limitado e não podia decidir livremente, por exemplo, deixar as terras que ocupava sem antes negociar com seu senhor.

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Qual é a diferença entre trabalho e força de trabalho como a exploração do trabalho?

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Qual é a diferença entre força de trabalho?

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