Qual a diferença entre unidade de conservação e unidade de preservação?

Qual a diferença entre unidade de conservação e unidade de preservação?

Você sabe a diferença entre conservação e preservação? Essas duas palavras que muitas vezes são utilizadas como sinônimos, na verdade são bem diferentes e formam duas correntes ideológicas amplamente discutidas na área ambiental. Cada uma representa relacionamentos distintos do homem com a natureza. Conservação significa proteção dos recursos naturais com utilização racional, garantindo a sustentabilidade dos mesmos. Preservação quer dizer proteção integral, ou seja o recurso permanece intacto e sem interferência da ação humana.

Qual a diferença entre unidade de conservação e unidade de preservação?
Na segunda metade do século XIX, o crescimento econômico resultante da Revolução Industrial acelerou a destruição do meio ambiente: poluição do ar, do solo e das águas, desmatamento e etc. Com isso veio a preocupação em criar áreas de proteção natural e o questionamento sobre a presença humana e suas atividades nessas áreas de proteção. De um lado, Aldo Leopold, precursor da Biologia da Conservação, defende a participação humana sempre com harmonia e com o objetivo de proteção. Por outro lado, o naturalista John Muir, maior expoente preservacionista, defende que a natureza existe desde muito antes da ocupação humana e por isso deve ser manter intocada.

No Brasil existem tanto áreas conservacionistas (chamadas Unidades de Uso Sustentável), onde populações locais tradicionais podem fazer o uso sustentável dos recursos, quanto áreas preservacionistas (chamadas Unidades de Conservação), onde não é permitido o uso dos recursos e a presença do ser humano é permitida apenas para pesquisa ou visitação.

Embora os dois conceitos possam parecer similares, na prática, são correntes ideológicas diferentes.

Embora muitas pessoas usem estas duas palavras para um mesmo sentido, de fato, há correlação entre elas. No entanto, elas possuem conceitos e aplicação distintos, em especial quando o assunto é Meio Ambiente.

Ao observarmos os conceitos destas palavras no dicionário, lemos que:

Preservar x Conservar — Foto: Google

Conservação:

a) preservação contra dano, perda ou desperdício;

b) conjunto de medidas permanentes para impedir que se deteriorem com o tempo objetos de valor, como monumentos, livros, obras de arte etc.

Preservação

a) conservação (conjunto de medidas);

b) série de ações cujo objetivo é garantir a integridade e a perenidade de algo, defesa, salvaguarda, conservação.

Observando a semântica das palavras, embora haja uma correlação perfeita entre elas, é possível notar que quando falamos em preservação temos a ideia de estarmos nos referindo a algo intocável e que deve se manter íntegro.

Já quando ouvirmos a palavra conservação, a denotação é diferente, a ideia é de que aquilo precise ser mantido ao limite que for possível antes de sua deterioração. Tipo, conservar é manter algo tocável, “íntegro” por mais tempo.

Vamos trazer este entendimento para a temática: meio ambiente, nos referindo ao meio ambiente natural (ecologia, ecossistemas).

Para facilitar nosso entendimento, vamos imaginar um exemplo:

Imaginemos uma Unidade de Conservação (UC), você já deve ter ouvido falar dela. São áreas com características naturais relevantes, criadas e protegidas pelo Poder Público com objetivos de conservação. Entretanto, são criados planos de manejos, onde são permitidas a execução de algumas atividades e alguns tipos de exploração econômica, ou seja, é tocável, porém com medidas que garantam sua manutenção por mais tempo. O nome dado a permissão de atividades nas UC's é Uso Sustentável.

Há outras áreas que são chamadas Áreas de Preservação Permanente (APP). Segundo o atual Código Florestal, Lei nº12.651/12, art. 3º para os efeitos desta Lei, entende-se por:

(…)
II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

As APP’s são áreas naturais intocáveis, com rígidos limites de exploração, ou seja, não é permitida a exploração econômica direta.

É claro, que para intervenção antrópica em ambas, há que se observar fatores, condições e critérios estabelecidos em Leis.

Por fim, atribuímos como conservação ambiental ao conjunto de medidas que viabilizam o uso sustentável do meio ambiente natural em determinadas áreas, conforme plano de manejo. E a preservação ambiental como sendo um instrumento de vedação do uso dessas áreas, ressalvados as condições previstas em Lei.

Qual a diferença entre unidade de conservação e unidade de preservação?
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Qual a diferença entre unidade de conservação e unidade de preservação natural?

Mas, então, qual a diferença das Unidades de Conservação para as áreas de preservação? Bom, as APP's são restritas as florestas e demais formas de vegetação, já as UC's possuem uma maior abrangência, com proteção de diversos bens naturais.

Qual é a diferença entre conservação e preservação?

Conservação, nas leis brasileiras, significa proteção dos recursos naturais, com a utilização racional, garantindo sua sustentabilidade e existência para as futuras gerações. Já preservação visa à integridade e à perenidade de algo. O termo se refere à proteção integral, a “intocabilidade”.

O que é unidade de conservação e preservação?

As unidades de conservação são espaços destinados à preservação ambiental. Com o intuito de preservar ambientes do patrimônio natural e cultural do Brasil, foi criada no ano 2000 a Lei Nacional N° 9.985. Conforme essa lei, a União, os estados e os municípios podem criar novas Unidades de Conservação.

Qual a diferença de unidade de conservação?

As Unidades de Proteção Integral tem como objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Já as Unidades de Uso Sustentável tem como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.