Qual a ordem de atendimento do paciente em PCR?

A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como a interrupção abrupta da função contrátil do coração que pode ser revertida por uma intervenção imediata, mas, que leva a morte caso não seja tratada. O mecanismo elétrico mais comum de parada cardíaca é a fibrilação ventricular (FV), que representa 65-80%. A assistolia e a atividade elétrica sem pulso (AESP) correspondem a 20-30% dos casos. A taquicardia ventricular (TV) sem pulso é a causa menos comum.

Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP):

É uma abordagem sistemática para avaliar e tratar pacientes em PCR que consiste em:
1. Suporte Básico de Vida – BLS.
2. Suporte Avançado de Vida – ACLS.

Objetivos:
1. Fornecer suporte e restaurar a oxigenação, a ventilação e a circulação espontânea de forma eficaz.
2. Retorno da função neurológica intacta.

Agora falaremos resumidamente sobre cada abordagem.

BLS:

1. VERIFICAR RESPONSIVIDADE DO PACIENTE:

  • Toque no paciente e fale em voz alta “Você está bem?”.
  • Verifique se o paciente está sem respiração ou respiração anormal (gasping).

2. CHAMAR POR AJUDA:

  • Acionar o serviço de emergência (SAMU) e solicitar o desfibrilador (DEA). Se possível, encarregar outra pessoa para fazer isso.

3. CHECAR PULSO:

  • Palpar o pulso carotídeo em até 10 segundos.
  • Se não sentir o pulso, iniciar a RCP: 30 compressões e 2 ventilações. Se tiver pulso, iniciar a ventilação de resgate: 1 ventilação a cada 6 segundos. Verificar o pulso a cada 2 minutos.

4. DESFIBRILAÇÃO:

  • Ligar o DEA assim que chegar.
  • Aplicar as pás adesivas no tórax do paciente.
  • Durante a análise do ritmo, não tocar no paciente.
  • Se o DEA indicar o choque, os socorristas deverão se afastar do paciente e aplicar o choque.
  • Após o choque, reiniciar RCP: 5 ciclos de 30 compressões e 2 ventilações. Lembrar de trocar a posição dos socorristas a cada 2 minutos!

Qual a ordem de atendimento do paciente em PCR?

ACLS:

Consiste nas medidas do SBV e:

  • MONITORIZAÇÃO CARDÍACA CONTÍNUA + ACESSO VENOSO PERIFÉRICO + O2.
  • DEFINIR RITMO CHOCAVEL (FV E TV) X NÃO CHOCÁVEL (AESP E ASSISTOLIA).

-Se ritmo chocável: aplicar choque 360J (monofásico) ou 100 – 120J (bifásico).

-Retornar a RCP.

-Após 2 minutos, checar o ritmo.

Ritmos Chocáveis:

Qual a ordem de atendimento do paciente em PCR?

Parada Cardiorrespiratória e Ressuscitação Cardiopulmonar é definida como a interrupção abrupta da função contrátil do coração

Uma análise inicial do local é fundamental para garantir a segurança para a vítima, os socorristas e outros que se encontrem próximos à ocorrência. Pode-se tornar o local mais seguro observando potenciais riscos na cena, fazendo a sinalização correta, afastando a vítima de escadas ou corrente elétrica, por exemplo.

Tendo acesso seguro, tocar firmemente nos ombros da vítima, perguntando em voz alta e clara: “Você está bem?”.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Caso a vítima não responda, na presença de um único socorrista no cenário, recomenda-se chamar por outras pessoas, se estiver só, deixar o local para acionar por telefone o SME ou SAMU 192, solicitando um DEA no local, para depois voltar à vítima e instituir as manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP).

Qual a ordem de atendimento do paciente em PCR?
Qual a ordem de atendimento do paciente em PCR?

Fonte: Google imagens.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Observar a expansão do tórax. Para isto, remover as roupas que estiverem cobrindo o tórax e observar se há movimentação de entrada e saída de ar. Se não houver evidência de respiração ou a respiração estiver anormal ou ruidosa, deve-se iniciar imediatamente as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP).

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Em uma situação de PCR, os passos do atendimento em SBV são representados pelo “CABD” primário, onde:

C - Circulação: promover compressões no tórax do paciente. Após posicionar o paciente em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida (por exemplo deitado no chão) e remover as roupas que estiverem cobrindo o seu tórax, posicionar as mãos colocando a face hipotenar (“calcanhar”) de uma das mãos sobre o tórax, entre os mamilos, colocando a outra sobre esta e entrelaçar os dedos. Aplicar movimentos de compressão num ângulo de 90o, formado entre o tórax do paciente e os braços do socorrista. Comprimir forte e rápido, a uma frequência de 100 a 120/min.,  deprimindo o tórax com profundidade de, pelo menos, cinco cm para um adulto médio, evitando profundidades superiores a seis cm, permitindo o retorno do tórax após cada compressão, até a chegada do socorro especializado/DEA. Realizar o rodízio do socorrista a cada 2 minutos se possível para garantir a qualidade das compressões realizadas. Quando realizada por dois socorristas ou profissionais de saúde, realizar a RCP na sequencia de 30 compressões e 2 ventilações (descritas a seguir), iniciando sempre pelas compressões.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

A - Abertura de vias aéreas: segundo a técnica de inclinação da cabeça e elevação do mento, na suspeita de trauma realizar a tração da mandíbula para garantir a permeabilidade, evitando que a queda da língua interfira na passagem de ar pela traquéia.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

B – Boa ventilação: realizar 2 ventilações rápidas de 1 segundo com auxílio de dispositivos de barreira ou de bolsa valva-máscara conectadas a uma fonte de oxigênio (10 a 15 Litros/Minuto). Posicionar a máscara do dispositivo ou da bolsa valva-máscara de forma a vedar a via aérea (nariz e boca) usando a técnica C + E no posicionamento dos dedos e promover a ventilação sob pressão.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

D – Desfibrilação: preparar o DEA para uso, abrindo e ligando o aparelho; abrir a embalagem dos eletrodos de acordo com as instruções do rótulo observando se estão no tamanho adequado para a idade do paciente (adulto ou pediátrico); colocar os eletrodos no peito do paciente, pressionando para a aderência adequada à pele; aguardar a análise do ritmo: se choque indicado, o aparelho dará uma advertência para todos se afastarem do paciente e pressionar o botão de choque; pressionar o botão de choque; reiniciar a RCP, numa sequência de 30 compressões (conforme técnica já detalhada), e 2 ventilações.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

A cada 2 minutos checar o pulso carotídeo em menos de 10 segundos. Garantir o revezamento de quem realiza as compressões com outro socorrista, para assegurar a qualidade e efetividade das compressões.

Fonte: Arquivo pessoal da autora.

Posição de recuperação: se durante o processo de reanimação, o paciente retornar a consciência, apresentar batimentos cardíacos ou respiração espontânea, realizar a laterização do mesmo para garantir a permeabilidade das vias aéreas e evitar o risco de broncoaspiração. Observar continuamente o pulso e a respiração, mantendo os eletrodos do DEA no tórax do paciente, pois este pode apresentar nova PCR, garantindo assim a rápida desfibrilação, se necessário, até a chegada do Suporte Avançado de Vida (SAV) (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015; GONZALES et al, 2013).

Qual a sequência de atendimento a PCR?

Sequência da RCP na AESP/assistolia Ritmo não passível de choque é detectado na análise do ritmo. Reiniciar a RCP imediatamente durante 2 minutos. Instalar dois acessos venosos periféricos calibrosos ou acesso intraósseo. Iniciar epinefrina o mais precoce possível e repeti-la a cada 3-5 minutos.

Qual é o protocolo para atendimento de uma parada cardiorrespiratória?

Iniciar compressões torácicas. Comprimir o centro do tórax com força e rapidez, no mínimo 100 e no máximo 120 compressões por minuto e profundidade de 5 a 6 cm no adulto. Para realização das compressões torácicas, posicione-se ao lado da vítima.