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A Pré-história americana, em princípio, foca suas discussões sobre o período em que os primeiros homens pré-históricos ocuparam nosso continente. Esse assunto conta com diferentes pesquisas que indicam datas que variam entre 20 e 35 mil anos atrás. Investigações científicas ainda mais recentes trabalham com um período de 50 mil anos atrás. Alguns cientistas trabalham com a hipótese de que a América, assim como os continentes africano e asiático, contava com populações próprias ou nativas. No entanto, a tese do autoctonismo não conta com afirmações materiais, pois ainda não foram encontrados fósseis humanos anteriores ao do Homo sapiens sapiens. Com isso, as correntes teóricas que defendem que grupos humanos teriam migrado de outros continentes para a América ganham maior destaque. A teoria migratória de maior destaque acredita que os primeiros grupos humanos a chegar ao continente contavam com semelhanças físicas próximas das populações mongolóides e pré-mongolóides da Ásia. A chegada desses povos à América aconteceu graças ao congelamento do Estreito de Bering, que separa o continente asiático da porção norte da América. Há cerca de 12 mil anos, o congelamento do Estreito e a baixa no nível das águas do Oceano Glacial Ártico permitiram a migração do homem pré-histórico asiático para a América. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Os defensores dessa tese migratória se embasam nos vestígios pré-históricos encontrados no sítio de Clóvis, localizado no Novo México (EUA). No entanto, essa tese sofre grande questionamento. Uma dessas suspeitas sobre a Teoria do Estreito de Bering aconteceu quando, em 1975, o fóssil de uma mulher foi encontrado na região de Lagoa Santa, situada no estado brasileiro de Minas Gerais. Apelidada de “Luzia”, o antigo fóssil tem uma datação equivalente a dos primeiros povos a ocuparem a América do Norte. Além disso, seus traços são negróides como os das populações do continente africano ou dos aborígines australianos. Baseado nessa descoberta revolucionária, a comunidade científica trabalha com uma terceira hipótese. De acordo com esses estudos, as populações que ocuparam primeiro o continente vieram de regiões do sul asiático, da Polinésia e da Oceania. Tais grupos humanos teriam se deslocado por meio de navegações feitas em embarcações de pequeno porte. Com o passar do tempo fixaram-se no litoral leste do continente americano e, posteriormente, buscado áreas pelo interior da América. Sem chegar a um consenso final, as pesquisas arqueológicas e paleontológicas continuam na América. Cada dia, novas descobertas vão ampliando o debate sobre os povos formadores do nosso continente. Dessa forma, muitos vestígios pré-históricos americanos ainda esperam seu encontro com o homem contemporâneo. Por Rainer Sousa Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja: SOUSA, Rainer Gonçalves. "Povoamento da América"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/ocupacao-continente-americano.htm. Acesso em 14 de setembro de 2022. De estudante para estudanteMande sua perguntaLista de exercíciosAtualidades29/06/2007 - 20:50 Ela preside a fundação responsável pelo único parque das Américas considerado pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade, o Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI). E foi ela quem descobriu partes do esqueleto mais antigo do Brasil, que data de 13 mil anos atrás. São mais de três décadas dedicadas ao estudo dos primeiros humanos habitantes da Terra. Niède Guidon, uma das cientistas mais conhecidas no mundo e a mais importante arqueóloga brasileira, foi entrevistada pelo programa Personalidade. Participaram da entrevista o pesquisador do Centro-Oeste Bismarque Villa Real, o jornalista da Rádio Câmara José Carlos Oliveira e a jornalista da TV Câmara Isabele Carvalho. Isabele Carvalho: A senhora nasceu em Jaú, interior de São Paulo. Como foi parar no interior do Piauí e como foi a criação do Parque Nacional Serra da Capivara? Isabele Carvalho: Qual a importância dos achados no Parque da Serra da Capivara? José Carlos Oliveira: Apesar da importância histórica para a arqueologia mundial, o parque ainda carece de infra-estrutura. Quais as principais dificuldades? Bismarque Villa Real: Como a população local foi inserida nesse projeto? Em muitos sítios arqueológicos no Brasil as pessoas, inadvertidamente, pegam alguma peça, levam para casa, criam seu museu particular. Houve alguma relevância de peças que foram tiradas de lá? Isabele Carvalho: Quais projetos a
Fundação implantou para tentar melhorar a vida dessas pessoas? Bismarque Villa Real: Com relação ao envolvimento da comunidade, estive lá, há uns 4 anos, e vi que o
trabalho de cerâmica é muito rico. Gostaria que a senhora explicasse a origem desse trabalho. José Carlos Oliveira: Vocês têm um extenso núcleo de apoio à comunidade. Quantas pessoas participam desse projeto de inclusão social? Isabele Carvalho: A saída seria buscar recursos da iniciativa privada ou correr atrás do Governo para que ele faça a sua parte? Bismarque Villa Real: Existem dados numéricos em relação ao turismo? Isabele
Carvalho: A importância do parque é conhecida mundialmente. Por que ainda não foi implantado um projeto de turismo efetivo nesse e nos outros parques? Será que é simplesmente falta de decisão política? José Carlos Oliveira - A senhora identifica essa falta de vontade política em outros setores, em outras
necessidades urgentes para o desenvolvimento do País? Bismarque Villa Real: Como estão os outros sítios do Brasil? Como está a política nesse sentido? Isabele Carvalho - O Estado, nos anos 80, foi o grande depredador desses vestígios arqueológicos, quando se construíam hidrelétricas e estradas sem mapeamento arqueológico. E, mesmo sabendo da existência desses vestígios, não se interrompiam as obras. Isso mudou? José Carlos Oliveira - Falta alguma tradição ou percepção maior das autoridades em
relação à importância da arqueologia? José Carlos Oliveira - Só existe um curso de arqueologia, hoje, no País? Isabele Carvalho: Que turismo precisamos implantar nesses locais? O turismo pode ser também uma atividade que causa grande impacto ao local, ele pode ser depredador. Isabele Carvalho: No governo brasileiro, existe uma briga comum entre as pastas de Meio Ambiente, de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, porque cada uma tem
suas metas, não é um trabalho integrado. Também há falta de continuidade dos projetos com as mudanças de governo. O que é pior? Isabele Carvalho: O projeto de corredores ecológicos, tão antigo, para ligar as áreas protegidas, iria ser implantado também na Serra da Capivara, ligando-a à Serra das Confusões. Como está isso? Bismarque Villa Real: A senhora falou a respeito do desmatamento Nestes anos todos que está no Piauí, a senhora percebeu uma mudança drástica? José Carlos Oliveira: A senhora é autora de um artigo no qual fala que teríamos até passado dos limites de utilização, de avanço tecnológico e que o homem está entrando numa rota de depredação da natureza. Bismarque Villa Real: Perdemos a oportunidade de aprender muito com os índios. E ainda estamos perdendo com o que resta dos índios. Isabele Carvalho: E as pinturas que a senhora analisou no Parque Nacional, o que elas nos trazem sobre a vida desses primeiros habitantes? Isabele
Carvalho: Como o governo e a sociedade brasileira vão se portar agora que a mídia resolveu dar visibilidade à questão do aquecimento global? As pessoas vão se conscientizar? José Carlos Oliveira: Como a
senhora analisa a legislação nesse setor? Ela é avançada? Bismarque Villa Real:
Com relação à questão técnica, as universidades geram os profissionais em quantidade correta para atender toda essa demanda? Bismarque Villa Real: Mas esse técnico vai para o interior, fica e gosta? Isabele Carvalho: Para encerrar, gostaria que
a senhora fizesse uma rápida avaliação do governo brasileiro em relação às políticas públicas de preservação e falasse qual é a sua expectativa para o futuro. Qual o nome da arqueóloga brasileira mundialmente conhecida por suas pesquisas no parque e teorias sobre a ocupação humana na América?Niède Guidon é uma brasileira, arqueóloga, estudiosa e responsável por descobertas que mudaram a história da ocupação do continente americano. O seu trabalho no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, defende que os primeiros homens a chegarem na América o fizeram há cerca de cem mil anos.
Qual e o nome da arqueóloga brasileira?
Qual e a teoria de Niède Guidon?A teoria mais difundida sobre o povoamento das Américas dizia que os primeiros humanos teriam chegado ao continente pelo Estreito de Bering, entre a Rússia e os Estados Unidos, por volta de 12 mil anos atrás.
Qual e o nome da arqueóloga brasileira que lutou pela criação do Parque Nacional da Serra da Capivara e da Fundação do Museu do Homem Americano?A história de vida da arqueóloga brasileira Niède Guidon se confunde com a do próprio Parque Nacional da Serra da Capivara, hoje considerado patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO. Formou-se em História Natural pela USP e especializou-se em arqueologia pela Université de Paris.
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