Qual é o nome da vacina da Pfizer?

Vacinar-se é um ato necessário para a proteção individual e coletiva. Por meio dele, algumas doenças já foram erradicadas, como a varíola e a poliomielite. E, apesar de nenhuma vacina ser 100% eficaz, hoje a imunização é essencial para prevenir óbitos, casos graves da Covid-19 e para conter a pandemia. 

Quatro vacinas contra a doença já receberam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil: CoronaVac, vacina do Butantan produzida em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, e os imunizantes das empresas AstraZeneca, Pfizer e Janssen; mas somente as três primeiras estão sendo utilizadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, até o momento. Um levantamento de um consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias da saúde mostra que até o dia 23/5 haviam sido aplicadas 62,6 milhões de doses nos brasileiros, sendo que a CoronaVac responde por 47,2 milhões delas.

Vale ressaltar que comparar a eficácia das vacinas e tentar eleger a melhor entre elas pode levar a conclusões enganosas. Isso porque os imunizantes foram desenvolvidos a partir de técnicas diferentes e testados em momentos, locais e em populações com nível de exposição ao vírus diferentes. Houve rigor científico em todos os testes e dados que comprovaram segurança e eficácia.

Ainda assim, a variedade de imunizantes disponíveis costuma causar dúvidas sobre aplicação, armazenamento, tecnologia empregada e intervalo entre as doses. Veja abaixo as diferenças entre as vacinas já aprovadas no país e confira a tabela com os principais dados.

CoronaVac

A vacina do Butantan utiliza a tecnologia de vírus inativado (morto), uma técnica consolidada há anos e amplamente estudada. Ao ser injetado no organismo, esse vírus não é capaz de causar doença, mas induz uma resposta imunológica. Os ensaios clínicos da CoronaVac no Brasil foram realizados exclusivamente com profissionais da saúde, ou seja, pessoas com alta exposição ao vírus.

AstraZeneca

Foi desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a universidade de Oxford. No Brasil, é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A tecnologia empregada é o uso do chamado vetor viral. O adenovírus, que infecta chimpanzés, é manipulado geneticamente para que seja inserido o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2. 

Pfizer

O imunizante da farmacêutica Pfizer em parceria com o laboratório BioNTech se baseia na tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA. O RNA mensageiro sintético dá as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus, que estimulam a resposta do sistema imune.

Janssen

Do grupo Johnson & Johnson, a vacina do laboratório Janssen é aplicada em apenas uma dose, mas ainda não está disponível no Brasil. Assim como o imunizante da Astrazeneca, também se utiliza da tecnologia de vetor viral, baseado em um tipo específico de adenovírus que foi geneticamente modificado para não se replicar em humanos.

  CoronaVac Astrazeneca Pfizer Janssen
Tecnologia Vírus inativado Vetor viral RNA mensageiro Vetor viral
Eficácia A eficácia global pode chegar a 62,3% se o intervalo entre as duas doses for igual ou superior a 21 dias. Nos casos que requerem assistência médica a eficácia pode variar entre 83,7% e 100%  76% após a primeira dose e 81% após a segunda 95% após a segunda dose 66,9% de eficácia para casos leves e moderados, e 76,7% contra casos graves 14 dias após a aplicação
Intervalo entre doses 14 a 28 dias 12 semanas Até 12 semanas após a primeira dose Dose única
Armazenamento De 2 a 8ºC De 2 a 8ºC Pode ser armazenada por até cinco dias em temperaturas de 2 a 8°C; entre -25 e -15ºC por até duas semanas e entre -90 e -60ºC após este período  De 2 a 8ºC
Voluntários em ensaios clínicos no Brasil 12,5 mil pessoas 10 mil pessoas 2 mil pessoas 7,5 mil pessoas

A primeira remessa de um milhão de vacinas da Pfizer chega ao Brasil nesta quinta-feira (29), no aeroporto de Viracopos, em Campinas. O lote será distribuído somente nas capitais por questões de armazenamento. A vacina produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer, em parceria com a empresa alemã BioNTech, conta com um esquema de duas doses e já foi aprovada em 83 países.

No dia 23 de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro definitivo da vacina no Brasil, que permite que o imunizante seja comercializado, distribuído e utilizado pela população, tendo sido avaliado a partir de dados robustos dos estudos de qualidade, eficácia e segurança. Saiba mais:

Como funciona a vacina da Pfizer

A vacina Pfizer/BioNTech utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA). O material genético sintético, que carrega o código genético do SARS-CoV-2, estimula o organismo a gerar anticorpos contra o vírus.

Em outras palavras, o objetivo é que o mRNA sintético dê as instruções ao corpo humano para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. São essas proteínas que levam à resposta do sistema imunológico e trazem a proteção para o indivíduo.

As vacinas de RNA mensageiro são um novo tipo de imunizante, considerado de 3ª geração, que também tem como objetivo proteger as pessoas de doenças infecciosas. (veja quadro)

Qual é o nome da vacina da Pfizer?
Tipos de vacinas existentesFoto: Arte/CNN Brasil

Características de armazenamento 

Quando começaram a ser usadas, as vacinas da Pfizer/BionNTech precisavam ficar armazenadas a -70°C, o que dificultava a utilização em regiões sem os refrigeradores adequados.

No final de fevereiro deste ano, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, deu sinal verde para a farmacêutica transportar e conservar a vacina em temperaturas convencionais, entre -25°C e -15°C, normalmente encontradas em freezers farmacêuticos, por um período de até duas semanas.

No Brasil, a Anvisa atualizou as condições de armazenamento de vacina da Pfizer em abril, levando em conta as novas recomendações.

Em entrevista à CNN, o coordenador dos testes do imunizante no Brasil, Cristiano Zerbini, afirmou que o país não terá problema para armazenar o imunizante. “[A vacina] pode ficar entre -15ºC e -25ºC durante 14 dias e entre 2ºC e 8ºC por cinco dias. Então o armazenamento não será um problema, [e como] a distribuição vai ser pelas capitais, esse armazenamento será um pouco mais fácil”, avaliou o especialista.

Esquema de doses

O esquema para a imunização completa considera a aplicação de duas doses, com um intervalo de 21 dias. Segundo a Anvisa, a vacina pode ser aplicada em pessoas com mais de 16 anos.

Eficácia

A vacina apresentou a taxa de eficácia de 91,3% após a aplicação da segunda dose. Os testes de fase três foram realizados com cerca de 44 mil participantes, em 150 centros de pesquisa, no Brasil, e em países como Estados Unidos, Alemanha, Turquia, África do Sul e Argentina. 

Proteção contra variantes

Após o surgimento de variantes do novo coronavírus, uma das principais dúvidas da comunidade científica é a capacidade de proteção dos imunizantes já desenvolvidos. Diversos estudos têm sido desenvolvidos no intuito de responder a essa pergunta.

Uma pesquisa publicada no periódico científico New England Journal of Medicine, em abril, apontou que a vacina da Pfizer protege contra a cepa sul-africana (B.1.351). Outro estudo, publicado no mesmo periódico em março, mostrou que o imunizante foi capaz de neutralizar a variante P.1, que teve origem em Manaus, no Amazonas.

Uma análise preliminar publicada em fevereiro na revista Nature Medicine apontou que a vacina também mostra eficácia contra mutações do coronavírus.

Aplicação em gestantes 

A vacina Pfizer/BioNTech não parece representar nenhum risco sério para grávidas, segundo estudo preliminar conduzido por pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.

A pesquisa, publicada no periódico New England Journal of Medicine, no dia 21 de abril, analisou os dados de mais de 35 mil grávidas que tiveram acompanhamento dos CDC via dispositivos como aplicativos para smartphone.

Segurança da vacina

A vacina da Pfizer parece ser segura e os eventos adversos são raros, de acordo com uma apresentação feita pelo Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos Relacionados da FDA (Food and Drug Administration, órgão norte-americano equivalente à Anvisa) dos Estados Unidos.

Como se chama a vacina da Pfizer?

De acordo com o SAGE, a vacina mRNA da Pfizer-BioNTech contra a COVID-19 é segura e eficaz.

São da vacina da Pfizer?

As reações mais comuns após a aplicação da vacina da Pfizer são dor de cabeça, fadiga e febre, além de dor no local da aplicação. Também, é possível ainda sentir desconforto estomacal, entre outros sintomas. Todas essas reações são passageiras, aparecendo e sumindo em até 48 horas após a aplicação.

Quanto à Pfizer tem de eficácia?

Com uma terceira dose da mesma vacina, a eficácia contra a Covid sintomática foi de 15% e, contra a Covid-19 grave, de 71,3%. Já com uma terceira dose da Pfizer, a proteção aumenta de forma significativa: 56,8% contra a Covid-19 leve e 85,5% contra os casos graves.

Quem tomou a Pfizer pode tomar a Janssen?

A primeira dose de reforço da Janssen deve ser aplicada entre 2 e 6 meses após a dose única, com o mesmo imunizante. Já a segunda aplicação de reforço deve ser feita 4 meses depois da primeira dose de reforço. Nesse caso, podem ser usadas as vacinas da Pfizer, Astrazeneca ou a própria Janssen.