A Inversão térmica é um fenômeno natural registrado em qualquer parte do planeta, que corresponde à inversão das camadas atmosféricas (em escala local) de forma que o ar frio permanece em baixas altitudes e o ar quente nas camadas mais elevadas.
Dessa maneira, ocorre assim, uma desestabilização momentânea da circulação atmosférica e alteração na temperatura.
Como ocorre a Inversão Térmica?
Normalmente,a inversão térmica acontece no final da madrugada e no início da manhã, em particular, no período do inverno, visto que nessa estação tanto o solo quanto o ar, registram temperaturas mais baixas que próximas do solo, podem chegar abaixo de 4ºC.
Com isso, resulta na impossibilidade do ar frio se elevar, ficando retido nas camadas mais baixas da atmosfera, enquanto o ar relativamente mais quente, que ocupa as camadas mais elevadas da atmosfera, não consegue descer.
Portanto, ocorre, desta forma, uma estabilização temporária da circulação atmosférica, em escala local, onde se verifica uma inversão das camadas ou a chamada Inversão Térmica: o ar frio (mais denso) permanece abaixo e o ar quente (menos denso) acima.
Logo após o nascer do sol, a inversão térmica começa a se desfazer mediante o gradativo aquecimento do solo e do ar, de modo que o ar aquecido que se forma sobe, e proporcionalmente, o ar resfriado cai, voltando a normalidade da circulação atmosférica no ambiente.
Vale lembrar que o fenômeno da inversão térmica ocorre com mais frequência nas regiões cujo solo absorve bastante calor durante o dia e o perde durante a noite, devido sua irradiação, esfriando as camadas mais baixas que ficam impossibilitadas de se elevar.
A Inversão Térmica e o Efeito Tampão
A inversão térmica pode ocorrer em qualquer região do planeta, contudo, um ambiente bastante favorável são as Metrópoles, que absorvem grande quantidade de calor durante o dia, devido às elevadas concentrações de áreas construídas, a impermeabilização do solo, com asfalto, cimento e calçadas, desmatamento; sendo que durante a noite, no entanto, perdem calor rapidamente.
Assim, com a propagação do ar quente, o ar frio se concentra nas camadas mais baixas da atmosfera, que impedido de se dispersar, concentra toneladas de poluentes, provenientes de várias fontes, principalmente das indústrias, agravando a poluição das baixas camadas da atmosfera.
A cidade de São Paulo é um exemplo típico dessa ocorrência, apresentando ainda o chamado "Efeito tampão", que surge com a chegada do verão, cujas massas de ar quente, provenientes do oceano formam um tampão sobre a cidade, que é cercada de morros.
Essa camada de ar quente impede a subida do ar frio que está próximo ao solo, resultando numa inversão térmica natural. No entanto, o "efeito tampão", por impedir a subida do ar frio, permite a concentração de toneladas de poluentes nas camadas mais baixas da atmosfera.
Desse modo, ocorre na cidade de São Paulo a inversão térmica de inverno e a de verão. Durante o inverno, em decorrência do baixo índice pluviométrico, a inversão térmica torna-se muito mais grave dificultando a dispersão dos poluentes.
Importante frisar que esse fenômeno é muito nocivo aos seres humanos, visto que a concentração de poluentes nas camadas próximas do solo, desenvolve muitas doenças respiratórias(asma, bronquite, renite), irritações na pele e nos olhos e intoxicações.
Soluções para a Diminuição da Inversão Térmica
- Políticas ambientais favoráveis e eficientes
- Fiscalização das Indústrias
- Diminuição das Queimadas
- Utilização de Biocombustíveis
- Campanhas de conscientização
Curiosidades
- Em 1952, na cidade de Londres, foi registrada a primeira inversão térmica devido a grande concentração de poluentes.
- Em setembro de 2007, a cidade de São Paulo registrou um dos piores índices de poluentes causado pela Inversão Térmica.
A Inversão Térmica é um fenômeno atmosférico responsável pela retenção do ar próximo à superfície em áreas cercadas por serras e montanhas, o que impede ou diminui a circulação dos ventos. Nas grandes cidades, esse fenômeno dificulta a dispersão dos poluentes emitidos pelas fábricas e pelos carros, fazendo com que esses permaneçam “parados”, tornando o ar mais impuro e causando inúmeros problemas respiratórios.
Esse fenômeno é natural, ou seja, existe com ou sem a participação do homem. No entanto, a emissão de poluentes na atmosfera torna-se um problema quando a inversão térmica manifesta-se em espaços geográficos urbanizados.
Para entender como funciona a inversão térmica, é preciso considerar uma premissa básica: o ar quente é mais leve que o ar frio, portanto, o ar quente tende a subir e o ar frio tende sempre a descer.
Quando a superfície aquece o ar em sua volta em função da reflexão dos raios solares, esse ar quente sobe e o ar frio que está mais acima desce, provocando a movimentação dos ventos e contribuindo para a dispersão dos poluentes presentes na atmosfera.
O céu da Cidade do México sem inversão térmica
No entanto, em dias frios – mais comuns nas manhãs de inverno –, a superfície não consegue aquecer o ar o suficiente para fazer com que ele suba, formando uma camada de ar quente logo acima dele. Como o ar frio, mais pesado, já se encontra abaixo do ar quente, não há movimentação do ar, diminuindo a circulação dos ventos e impedindo a dispersão dos poluentes.
O céu da Cidade do México em dias de inversão térmica
Na cidade de São Paulo, os invernos são conhecidos pelo aumento das taxas de poluição do ar, provocando frequentes problemas respiratórios oriundos desse fenômeno. Pessoas portadoras de doenças como asma, bronquite e enfisema pulmonar tendem a sofrer mais com esse problema. Além disso, a ausência da circulação do ar somada à grande concentração de pessoas nas cidades também contribui para a difusão de vírus e doenças contagiosas.
Em virtude dessas questões, é muito importante que o ser humano condicione a sua vivência no sentido de emitir uma menor quantidade de poluição na atmosfera, pois, nas grandes cidades, esse problema pode ser facilmente sentido e as consequências podem ser graves.
Por Rodolfo Alves
Pena
Graduado em Geografia