Qual o principal impacto no meio ambiente causado pelo descarte incorreto de lixo?

Qual o principal impacto no meio ambiente causado pelo descarte incorreto de lixo?
iStock / Getty Images Plus / Anrodphoto O lixo eletrônico causa diversos danos ambientais, sendo que os principais são contaminação por metais pesados, danos à saúde pública e redução do tempo de vida dos aterros.

Lidar com o lixo eletrônico é hoje um dos principais desafios que as três esferas do poder público e a iniciativa privada enfrentam quando o assunto é a construção de uma sociedade realmente justa do ponto de vista social e ambientalmente sustentável.

De acordo com dados identificados em um estudo realizado pela Universidade das Nações Unidas em conjunto com a União Internacional das Telecomunicações, somente em 2017 foram gerados 44,7 milhões de toneladas desse tipo de resíduo em todo o mundo, sendo que até 2021 esse número deve crescer 17%.

Diante disso, é fundamental que tanto os governos quanto as empresas voltem mais sua atenção para essa questão tão primordial para o meio ambiente e para a saúde pública. Porém, para que isso ocorra, é necessário que todos estejam cientes dos danos causados pelo lixo eletrônico ao meio ambiente.

Quais são os principais impactos ambientais do lixo eletrônico?

De maneira geral, os principais danos causados pelo lixo eletrônico ao meio ambiente podem ser divididos em três grandes grupos. São eles:

Redução do tempo de vida útil dos aterros sanitários

Equipamentos eletrônicos como computadores e celulares têm em sua composição grandes quantidades de materiais que demoram muito tempo para se decompor naturalmente, como o vidro e o plástico. Quando descartados em aterros sanitários, esses materiais aumentam seu o volume do lixo no local e reduzem seu tempo de vida útil, causando ainda mais impacto ambiental.

Contaminação por metais pesados

Placas e demais circuitos eletrônicos de equipamentos possuem quantidades significativas de metais pesados — especialmente mercúrio, chumbo e cádmio. Este é um dos principais danos ambientais causados pelo lixo eletrônico ao meio ambiente, pois tratam-se de substâncias altamente poluentes e que afetam tanto a qualidade do solo quanto da água, dos rios quer e dos lençóis freáticos.

Danos à saúde pública

Apesar de não ser uma consequência ambiental propriamente dita, este problema está diretamente relacionado ao descarte incorreto do lixo eletrônico pois a poluição causada pelo descarte incorreto pode causar danos à saúde da população que vive no entorno dos aterros sanitários ou que vivem da separação dos resíduos destinados aos mesmos.

Qual a importância do descarte correto?

Para evitar os danos causados pelo lixo eletrônico, não há outro caminho que não seja investir no descarte correto e em programas de reciclagem que levem em conta todas as pessoas e instituições envolvidas na vida útil dos equipamentos.

Na esfera governamental, um importante passo foi dado com a instalação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e dos Centros de Recondicionamento e Reciclagem de Computadores (CRCs), implementado pelo Governo Federal. Mas essas iniciativas não são suficientes. É preciso que sejam dados incentivos fiscais para empresas que realizam o descarte correto e evitam os danos causados pelo lixo eletrônico ao meio ambiente, uma vez que se trata de um processo custoso, em especial porque muitas empresas fornecedoras desses equipamentos ainda não possuem programas de logística reversa realmente funcionais.

Além disso, postos de descarte devem estar mais acessíveis à população como um todo, uma vez que hoje existem poucos locais nos quais o descarte correto do lixo eletrônico pode ser feito.

Impactos causados por lixão incluem de contaminação ambiental até danos à saúde pública, entre outros

O lixão é uma forma inadequada de disposição final de rejeitos, que se caracteriza pelo simples descarte de lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, segundo a definição do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Como os lixões são locais de descarte ilegal, não existe nenhum controle quanto ao local de disposição ou aos tipos de resíduos depositados. Resíduos domiciliares e comerciais de baixa periculosidade podem acabar sendo depositados junto com resíduos de alto poder poluidor, como os industriais e hospitalares.

Além disso, esses depósitos irregulares são utilizados pela população carente como uma forma de obter renda, por meio da coleta de materiais. Os catadores que trabalham em lixões ficam expostos a diversos riscos. Os lixões, portanto, causam problemas ambientais, de saúde pública e sociais.

Resíduos ou rejeitos?

Resíduo é tudo aquilo que pode ser reutilizado ou reciclado. Para isso, é preciso que os componentes de determinado produto sejam separados de acordo com sua composição. Já o rejeito é um tipo específico de resíduo sólido, aquele para o qual ainda não existe nenhuma possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem. Nesses casos, a solução ambientalmente correta é encaminhar o rejeito para um aterro sanitário licenciado.

É importante ressaltar que muitos resíduos podem e deveriam ter destinações melhores que lixões e aterros sanitários, como a coleta seletiva ou a compostagem.

Qual a diferença entre lixão e aterro sanitário?

A principal diferença entre os dois é que o aterro é uma estrutura planejada e construída para receber os resíduos sólidos que não possuem possibilidade de reciclagem. Já o lixão classifica-se como um vazadouro a céu aberto devido à forma inadequada de descartar os rejeitos, causando graves problemas socioambientais. Para saber mais sobre essas diferenças, confira a matéria a seguir:

Fim dos lixões

O descarte adequado dos rejeitos é atualmente um dos principais desafios enfrentados pelos municípios brasileiros. Com o objetivo de decretar a disposição ambientalmente correta para eles, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina ações como a extinção dos lixões e a substituição por aterros sanitários.

Porém, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil ainda possui cerca de três mil lixões. A falta de recursos financeiros por parte dos municípios tem impedido avanços mais acelerados nessa área.

Inicialmente, a legislação determinava que todos os lixões deveriam ser fechados até o dia 2 de agosto de 2014. As dificuldades de implementação de aterros sanitários, junto com pressões políticas, fizeram com que o prazo fosse prorrogado, segundo as características dos municípios.

As capitais e municípios de suas regiões metropolitanas tiveram até o dia 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, segundo o Censo de 2010, tiveram um ano a mais que as capitais para implementar os aterros sanitários.

Pelas atuais previsões, cidades com 50 a 100 mil habitantes teriam até o dia 31 de julho de 2020. Já para os municípios com menos de 50 mil habitantes o prazo negociado foi 31 de julho de 2021.

Impactos dos lixões

Os lixões caracterizam-se pela simples deposição de rejeitos em uma área aberta. Ao serem depositados dessa forma, eles não são analisados previamente, o que torna impossível saber quais substâncias são lançadas no meio ambiente e o grau de poluição e contaminação que elas podem provocar. Além disso, alguns rejeitos podem atrair animais e vetores de doenças.

Um levantamento feito pelo Departamento de Economia do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) aponta que a queima irregular de rejeitos descartados em lixões libera cerca de seis milhões de toneladas de gases de efeito estufa ao ano. É a mesma quantidade emitida por três milhões de carros movidos a gasolina no mesmo período.

Qual o impacto ambiental gerado pelo lixo?

Os principais impactos ambientais causados pelo descarte incorreto de rejeitos no lixões são:

  • Contaminação do solo pelo chorume, líquido escuro e nesse caso tóxico proveniente da decomposição da matéria orgânica;
  • Contaminação das águas subterrâneas do lençol freático com a penetração do chorume no solo;
  • Mau cheiro;
  • Aumento do número de doenças, já que os lixões atraem animais e vetores de doenças;
  • Emissão de gases do efeito estufa, responsáveis pela intensificação do aquecimento global;
  • Aumento do número de incêndios causados pelos gases que são gerados a partir da decomposição dos resíduos depositados nos lixões.

Vale ressaltar que o chorume produzido em aterros sanitários e lixões é diferente do liberado pela composteira doméstica, que não é tóxico e pode ser utilizado como fertilizante de solo e pesticida natural.

Na composteira, o chorume resulta da decomposição de matéria orgânica pura, enquanto em aterros e lixões os vários tipos de descarte são decompostos juntos e liberam um chorume contaminado e cujo descarte exige atenção.

Além dos impactos ambientais, os lixões também provocam diversos problemas sociais. Esses locais são frequentemente visitados pela população carente para a catação de materiais recicláveis ou reutilizáveis que foram descartados incorretamente e podem ser vendidos.

Essas pessoas em geral não utilizam equipamentos de segurança ao manipular o lixo e ficam sujeitas a acidentes, como cortes com vidros quebrados ou lascas de madeira, e à contaminação por agentes encontrados nos lixos, como líquidos que vazam de pilhas, herbicidas e metais pesados.

Os catadores também se expõem à ação de agentes causadores de doenças e são socialmente excluídos por conta de sua ocupação profissional, o que gera impactos psicológicos.

Soluções para a gestão de resíduos

Mas, então, o que devemos fazer para cuidar do lixo? Entre as medidas necessárias para mitigar os impactos provocados pela destinação incorreta de resíduos, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), destacam-se o fim dos lixões ainda existentes no Brasil e a construção de aterros sanitários capazes de realizar a gestão ambientalmente correta dos rejeitos.

Dados da entidade e da empresa de consultoria PwC apontam que mais da metade das cidades brasileiras ainda destinam incorretamente seus resíduos para lixões, quando poderiam ser reciclados ou reutilizados.

Por isso, são necessárias medidas punitivas mais severas para o avanço da Política Nacional dos Resíduos Sólidos e o fim definitivo dos lixões.

Faça sua parte e destine o seu lixo adequadamente. Aprenda a forma correta de separar seus resíduos e encontre postos de descarte no mecanismo de busca gratuito do Portal eCycle.

Quais os impactos ambientais da descarte incorreto do lixo?

Alagamentos e inundações, aumento da poluição, desperdício de recursos públicos, desvalorização de imóveis, obstrução de vias públicas, prejuízos ao turismo e transtornos com saúde pública são apenas alguns dos principais problemas causados pelo descarte incorreto do lixo.

Qual o impacto que o lixo causa no meio ambiente?

contaminação do solo e da água pelo chorume; mau cheiro causado pelo lixo em decomposição; entupimento de bueiros e aumento das enchentes; aumento no número de incêndios causados pelos gases gerados pelo lixo em decomposição.