Quem engorda o gado é o olho do dono

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Quem engorda o gado é o olho do dono

Este ditado antigo... Como muitos vindos da sabedoria de nossos ancestrais, ainda é de muita valia. Alguns até o criticam, como o autor/ empresário Ricardo Semler em seu livro da década de 80, “Virando a Própria Mesa”, onde dizia que: “empresário que acredita nisso deveria ficar realmente na fazenda olhando os bois do que gerir uma empresa...”

Na real Ricardo Semler tinha e tem uma visão muito além do seu tempo! E foi mal interpretado ao dizer que o “dono” (gestor, supervisor, gerente) não precisaria ficar de “olho” em sua empresa ou equipe...

Imaginem que na década de 80, onde o que se predominava era a gestão hierárquica de grandes empresas americanas (como GM, Wal-Mart e etc...) ele despachava de casa!

Ele mesmo dizia que os office boys (lembre-se não existia internet) que iam até a casa dele para pegar uma assinatura em algum documento ficavam espantados ao serem recebidos por ele de bermuda e chinelo! (Ele virou CEO da empresa do pai com 22 anos – justamente pela renuncia e carta branca que seu pai deu a ele, pois não concordava com as “novas” ideias e estratégias de governança de seu filho).

Pois bem, o que seus “críticos” na época não entenderam era que quando ele dizia que organogramas rígidos e arcaicos onde cumprir horas e horas de reuniões presenciais e estar na empresa 8, 10, 12, 14horas por dia, não era sinônimo ou garantia de sucesso!

- Mas Ricardo Você não começou este artigo justamente dizendo que os olhos do dono engordam o boi?
Sim! E ainda continuo acreditando nisso! Só que não necessariamente este olhar precisa ser biológico!

Ele pode ser à distância abusando da tecnologia:

• Câmeras
• Relatórios
• Sistemas on line
• Skype
• Celular
• Tablets
• E etc...

E com uma gerencia mais criativa e inovadora com:

Cadastre-se e busque a vaga de emprego ideal!

  • 1 Crie uma conta grátis
  • 2 Cadastre seu currículo
  • 3 Busque vagas e candidate-se
  • 4 Aguarde contato do recrutador

• Metas bem claras, definidas e COBRADAS, PREMIADAS E PUNIDAS;
• Dar qualidade de vida para que os funcionários tenham tempo de PENSAR E CRIAR (inclusive olhando, visitando pesquisando os vizinhos);
• Permitir que as áreas se “conversem” estimulando este contato (não criando feudos dentro da empresa onde um é contra o outro);
• Linhas diretas para PALPITES, IDEIAS E SUGESTÕES;
• Participar dos LUCROS E PREJUIZOS! (sim prejuízos também!).

Você engajando as pessoas pode e deve conseguir dirigir a distância dos olhos físicos, mas não dos olhos mentais!

Não vou ser hipócrita de dizer que os líderes NUNCA precisam estar “in loco” no local do trabalho (alguns exigem amadurecimento e comprometimento da turma antes de dar a “liberdade”, basta citar que muitas “franquias” quebram pelo fato do dono achar que franquia é um “investimento” não um empreendimento).

Mas não trate seus funcionários como bois, para que tenha que ficar olhando para eles a todo instante. O curral vai te cercar também!

Seus olhos devem estar no controle do processo e da entrega de metas! Estas sim devem ser estimuladas, cobradas, inovadas, renovadas e observadas!

Ricardo Ventura! – autenticidade e experiência –
www.ricardoventura.com.br

#312

Joicy Maromba: a marca milionária do mercado fitness

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"O único padrão que você precisa seguir é o seu próprio. Busque se superar todos os dias."

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O causo é recente. Estamos nós viajando visitando clientes, e como é de costume nessas viagens ao campo, visitando clientes do Agro, se sai muito cedo para estar na fazenda do cliente as 8 da manhã. Saímos então antes do começo do café da manhã no hotel e combinamos de parar no restaurante do Chico para tomar café. Chego lá e comento: poxa dado o lugar tão isolado, e na beira da estrada, até que o restaurante é legal. Meu colega de empresa diz: sim, mas você não viu isso 10 anos atrás, agora tem até hotel do Chico aqui ao lado! O outro colega comenta: é.... o Chico tá ganhando dinheiro. E vem a réplica: mas tem que morar aqui em compensação. E rimos.

A história muda, mas a região não. Estamos nós ainda visitando clientes que plantam há quase 30 safras. Cada agricultor tem sua história, uns construindo seu patrimônio e outros já muito consolidado. Mas uma coisa é certa, não importa o quanto o caboclo seja rico, ele está na roça toda semana. Não tem a história do gado só cresce nos olhos do dono. Então... a soja, o algodão, o milho também. 

Partindo para um mercado mais informal, já viu alguma padaria que o dono não participa do dia a dia? Açougue?

É claro que aquilo que convencionou chamar de ditado popular e se refere à maneira como os proprietários que realmente se interessam pelo próprio negócio cuidam do mesmo e, decorrente de tal cuidado, o empreendimento cresce e dá frutos. Mas isso é verdade sempre?

Então meu empreendimento só dará certo se eu estiver lá? Minha área na empresa só vai gerar resultados se eu estiver lá todos os dias? 

Vamos pegar um exemplo de um mercado mais novo. Start up! Como funciona esse negócio? Normalmente alguém com uma ideia boa para ser executada, propõe começar um desenvolvimento, normalmente hoje em dia um aplicativo, de uma ideia que foi testada e checada se tem aderência de mercado. O linguajar do mercado hoje é: com essa aplicação estamos resolvendo a dor de quem? Resolvendo qual problema?

E aí pessoas que acreditam nessa ideia entram como sócios ou como investidores anjos. O empreendedor que teve a ideia pode ou não aportar dinheiro, tornando- se assim também sócio. 

Com esses fundos captados o empreendedor (dono da ideia) vai buscar aperfeiçoa-la, criar um protótipo e encontrar clientes, ou seja, pessoas dispostas a usar aquela aplicação e entender como aquilo facilita a vida delas.

Aqui como no hotel do Chico, na fazenda, na padaria, o empreendedor é fundamental para o negócio funcionar bem e deslanchar. 

O negócio nesse estágio só cresce com os olhos do dono. O empreendedor entende como o negócio foi criado e o mecanismos quero levou aquele ponto e como ele tem que ser conduzido.

Mas um gerente executivo não pode fazer isso? Depende... quanto maduro está o negócio. 

Se o negócio está no momento de fazer uma transição de uma gestão familiar para uma gestão profissional, há uma série de fatores a serem levados em conta para que o boi possa crescer sem o dono estar lá.

Normalmente trazer uma nova geração de líderes para áreas essenciais para o funcionamento do seu negócio: gestão da operação, finanças e RH. E dizem as consultorias que quanto mais próximo o DNA desses novos líderes do DNA do empreendedor, maiores a chance de sucesso da sucessão. Aliás uma transição dessa feita pelo próprio sucessor é muito difícil, normalmente será preciso o apoio de uma consultoria especializada.

Até que chegará o momento que a avaliação precisara ser feita com base em metas atingidas e indicadores de desempenho, e não mais por questões de afinidade, relacionamento pessoal, amizade ou tempo de casa.

Se você trabalha numa grande organização tente fazer um exercício de analogia para sua área. Está claro a quem toma decisão quando você não está lá? As pessoas estão autorizadas a errar? Ou vão ser reprimidas? Rolou um processo de profissionalização da gestão e verificação de desempenho por indicadores?

Afinal para saber se o dono ainda precisa estar presente o que vale mesmo é a maturidade do seu negócio, a necessidade de ter mais pessoas tomando decisão e com o devido empoderamento para tomá-la. Isso vai valer para sua área da grande empresa, para o restaurante do Chico e também para a start-up.

No fim é importante saber também que não adianta querer ter o melhor restaurante do Km 55 da Br 020 se você não tem prazer em estar lá. Não adianta ter a fazenda com uma super produtividade se você não vai curtir sua colheita e não adianta sentar à bunda 10 horas por dia no escritório se você não tem inspiração para estar lá.

Eu diria que mais que crescer nos olhos do dono o que vale mesmo é a inspiração e a felicidade do dono em alimentar o gado. Se ele é feliz dando comida, o gado vai comer bem.