Quem tem autismo Cristiano Ronaldo ou Messi?

Eleito por cinco vezes o melhor jogador do planeta e finalista do prêmio da Fifa neste ano, Lionel Messi foi diagnosticado durante a infância com Síndrome de Asperger, uma forma branda de autismo, e algumas das características dessa condição até ajudaram-no a se tornar um dos maiores nomes das história do futebol.

Você provavelmente já ouviu esse papo. E talvez até tenha recebido em seu Whatsapp ou no Facebook um vídeo com cenas que "comprovariam" o autismo do camisa 10 do Barcelona.

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Mas, como será que surgiu essa história, uma das mais conhecidas lendas urbanas do futebol contemporâneo?

Curiosamente, ela não nasceu na Argentina, país onde o craque nasceu há 30 anos, e nem na Espanha, para onde se mudou no começo da adolescência. Os boatos sobre um possível quadro de autismo de Messi só ficaram famosos depois de ganharem uma mãozinha brasileira.

Em 2013, o escritor e jornalista Roberto Amado, sobrinho de Jorge Amado, publicou em seu site "Poucas Palavras" que o então melhor jogador do planeta havia sido diagnosticado com Asperger quando tinha oito anos.

O texto trazia uma série de características de Messi que comprovariam seu autismo: a timidez com a imprensa, seu estilo de finalização e o uso de dribles parecidos, que indicariam um gosto por padrões repetidos, uma das características dos portadores da síndrome.

O relato de Amado contava ainda com declarações de entidades de portadores de Asperger e de pais de crianças portadoras da síndrome. O cunho social do texto fez com que ele se espalhasse pela internet fosse difundido.

A família de Messi, no entanto, sempre negou que o camisa 10 tenha sido diagnosticado com a síndrome. Em entrevista ao UOL, concedida dias depois de o caso ganhar repercussão mundial, o médico Diego Schwarzstein, que tratou da conhecida deficiência hormonal que atrapalhou o crescimento do craque durante a infância, classificou o assunto como "bobagem".

O possível caso de Asperger também foi ignorado pelas principais e mais respeitadas biografias (em texto e vídeo) já lançadas sobre a vida e a carreira do melhor jogador do planeta em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015.

Apesar das negativas oficiais, dos diagnósticos médicos de quem tratou o craque e dos relatos dos biógrafos, ainda há muita gente nas redes sociais que insiste que Messi é sim autista e que simplesmente decidiu esconder essa condição da imprensa mundial por não lidar muito bem com ela.

E é essa crença que fez do autismo do craque do Barcelona uma grande lenda urbana.

O argentino corre por fora na disputa pelo prêmio de melhor jogador do planeta em 2017. O favorito para conquistar o prêmio da Fifa neste ano é o português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. O brasileiro Neymar, do Paris Saint-Germain, completa a lista de finalistas.

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Os sintomas da Síndrome de Asperger trabalharam a seu favor.

Este artigo, de 26 de agosto de 2013, está sendo republicado agora, por conta da notícia de desentendimento entre ele e o técnico da Seleção da Argentina, Jorge Luis Sampaoli, com quem ele não estaria conversando.

Messi é autista. Ele foi diagnosticado aos 8 anos de idade, ainda na Argentina, com a Síndrome de Asperger, conhecida como uma forma branda de autismo. Ainda que o diagnóstico do atleta tenha sido pouco divulgado e questionado, como uma maneira de protegê-lo, o fato é que seu comportamento dentro e fora de campo são reveladores.

Ter síndrome de Asperger não é nenhum demérito. São pessoas, em geral do sexo masculino, que apresentam dificuldades de socialização, atos motores repetitivos e interesses muito estranhos. Popularmente, a síndrome é conhecida como uma fábrica de gênios. É o caso de Messi.

É possível identificar, pela experiência, como o autismo revela-se no seu comportamento em campo — nas jogadas, nos dribles, na movimentação, no chute. “Autistas estão sempre procurando adotar um padrão e repeti-lo exaustivamente”, diz Nilton Vitulli, pai de um portador da síndrome de Asperger e membro atuante da ong Autismo e Realidade e da rede social Cidadão Saúde, que reúne pais e familiares de “aspergianos”.

“O Messi sempre faz os mesmos movimentos: quase sempre cai pela direita, dribla da mesma forma e frequentemente faz aquele gol de cavadinha, típico dele”, diz Vitulli, que jogou futebol e quase se profissionalizou. E explica que, graças à memória descomunal que os autistas têm, Messi provavelmente deve conhecer todos os movimentos que podem ocorrer, por exemplo, na hora de finalizar em gol. “É como se ele previsse os movimentos do goleiro. Ele apenas repete um padrão conhecido. Quando ele entra na área, já sabe que vai fazer o gol. E comemora, com aquela sorriso típico de autista, de quem cumpriu sua missão e está  aliviado”.

A qualidade do chute, extraordinária em Messi, e a habilidade de manter a bola grudada no pé, mesmo em alta velocidade, são provavelmente, segundo Vitulli, também padrões de repetição, aliados, claro, à grande habilidade do jogador. Ele compara o comportamento de Messi a um célebre surfista havaiano, Clay Marzo, também diagnosticado com a síndrome de Asperger. “É um surfista extraordinário. E é possível perceber características de autista quando ele está numa onda. Assim, como o Messi, ele é perfeito, como se ele soubesse exatamente o comportamento da onda e apenas repetisse um padrão”. Mas autistas, segundo Vitulli, não são criativos, apenas repetem o que sabem fazer. “Cristiano Ronaldo e Neymar criam muito mais. Mas também erram mais”, diz ele.

Autistas podem ser capazes de feitos impressionantes — e o filme Rain Man, feito em 1988, ilustra isso. Hoje já se sabe, por exemplo, que os físicos Newton e Einstein tinham alguma forma de autismo, assim como Bill Gates.

Também fora de campo, seu comportamento é revelador. Quem já não reparou nas dificuldades de comunicação do jogador, denunciadas em entrevistas coletivas e até em comerciais protagonizados por ele? Ou no seu comportamento arredio em relação a eventos sociais? Para Giselle Zambiazzi, presidente da AMA Brusque, (Associação de Pais, Amigos e Profissionais dos Autistas de Brusque e Região, em Santa Catarina), e mãe de um menino de 10 anos diagnosticado com síndrome de Asperger, foi uma revelação observar certas atitudes de Messi.

“A começar pelas entrevistas: é  visível o quanto aquele ambiente o incomoda. Aquele ar “perdido”, louco pra fugir dali. A coçadinha na cabeça, as mãos, o olhar que nunca olha de fato. Um autista tem dificuldade em lidar com esse bombardeio de informações do mundo externo”, diz Giselle. Segundo ela, é possível perceber o alto grau de concentração de Messi: “ele sabe exatamente o que quer e tem a mesma objetividade que vejo em meu filho”.

Giselle observou algumas jogadas do argentino e também não teve dúvidas:  “o olhar que ‘não olha’ é o mesmo que vejo em todos. Em uma jogada, ele foi levando a bola até estar frente a frente com um adversário. Era o momento de encará-lo. Ele levantou a cabeça, mas, o olhar desviou. Ou seja, não houve comunicação. Ele simplesmente se manteve no seu traçado, no seu objetivo, foi lá e fez o gol. Sem mais”.

Segundo Giselle, Messi tem o reconhecido talento de transformar em algo simples o que para todos é grandioso e não vê muito sentido em fama, dinheiro, mulheres, badalação. “Simplesmente faz o que mais sabe e faz bem. O resto seria uma consequência. Outra aspecto que se assemelha muito a meu filho”.

Outra característica dos autistas, segundo ela, é ficarem extremamente frustrados quando perdem, são muito exigentes. “Tudo tem que sair exatamente como se propuseram a fazer, caso contrário, é crise na certa. E normalmente dominam um assunto específico. Ou seja, se Messi é autista e resolveu jogar futebol, a possibilidade de ser o melhor do mundo seria mesmo muito grande”, diz ela.

A ideia de uma das maiores celebridades do mundo ser um autista não surpreende, mas encanta. Messi nunca será uma celebridade convencional. Segundo Giselle, ele simplesmente será sempre um profissional que executa a sua profissão da melhor forma que consegue — mas arredio às badalações, às entrevistas e aos eventos.  “Ele precisa e quer que sua condição seja respeitada. Nunca vai se acostumar com o assédio. Sempre terá poucos amigos. E dificilmente saberá o que fazer diante de um batalhão de fotógrafos e fãs gritando ao seu redor. De qualquer modo, certamente a sua contribuição para o mundo será inesquecível”, diz ela.

É vdd que o Messi tem autismo?

Messi é autista”, você com certeza já ouviu ou até contou isso para alguém. A história de que o jogador de futebol argentino está no espectro é muito popular e tende a ser bastante comentada durante as épocas de copa do mundo, mas ela é totalmente falsa.

Qual jogador famoso que têm autismo?

Esses cinco atletas autistas estão literalmente arrasando nos esportes de equipe, individuais e radicais..
Clay Marzo. Surfista. ... .
Tommy Dis Brisay. Corredor. ... .
Jim Eisenreich. Jogador da MLB. ... .
Jessica-Jane Applegate. Nadadora. ... .
David Campion. Atleta de snowboard..

O que cr7 fez com autista?

Desta vez, Cristiano Ronaldo estava deixando o gramado após uma derrota do Manchester United por 1 a 0 pelo Campeonato Inglês. O jogador português se deparou com um jovem de 14 anos, que tem autismo, e acabou o agredindo. Depois do ocorrido, ele pediu desculpas.

Quais são os jogadores que têm autismo?

Embora não seja realidade no caso de Messi, há outros grandes atletas comprovadamente diagnosticados com TEA, como Diego Vivaldo, um dos principais nomes do jiu-jitsu brasileiro, James Eisenreich, ex-jogador de beisebol, e a inglesa Jessica-Jane Applegate, nadadora paralímpica.

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