As bacias sedimentares são um tipo de estrutura geológica caracterizada

Com milhares de anos de idade e sendo portadoras de recursos importantíssimos para a subsistência humana, os Crátons e as Bacias Sedimentares carregam a história da Terra e guardam grandes depósitos minerais. 

Os Crátons são formações geológicas muito antigas caracterizadas fundamentalmente pela sua estabilidade, ou seja, suas atividades geológicas não são muito intensas e por isso não ocorrem terremotos. 

Mas se os Crátons são estáveis então eles não sofrem alterações, certo? Errado!

As alterações que eles sofrem estão relacionadas a fatores exógenos, fatores externos. É por esse motivo que sua estrutura é desgastada por fora devido as ações da água, vento e também do clima. 

Como e quando foram formados? 

Já que sabemos que os Crátons são estruturas muito antigas, que tal conhecermos melhor da sua formação? 

Falando mais especificamente, os Cratóns são originários do período Pré Cambriano (mais de dois bilhões de anos atrás). Eles foram formados basicamente por placas continentais, as quais não sofrem alterações de atividades vulcânicas e tectonismos há muito tempo.

Existem dois tipos de estruturas provenientes dos Crátons, são elas os escudos cristalinos (também conhecido como maciços antigos) e as bacias sedimentares (conhecida também como plataformas). 

Nesse primeiro momento você vai conhecer mais sobre os escudos cristalinos, mas acompanhe até o final para adquirir informações bem completas sobre as bacias sedimentares também, certo? 

Escudos cristalinos

Os Escudos Cristalinos são formações geológicas muito resistentes. Isso se deve ao fato de serem compostas por rochas magmáticas e metamórficas. 

Foram geradas no início da formação do nosso planeta, passando pelas etapas de resfriamento e solidificação, gerando as superfícies e posteriormente sofrendo intemperismo, dando origem aos escudos cristalinos que são hoje as rochas mais antigas da Terra.

Esse tipo de Cráton aflora na superfície e não são cobertos por outras estruturas geológicas. Além disso, por serem de origem muito antiga, os escudos cristalinos são grandes hospedeiros de recursos minerais. 

Crátons no Brasil 

O Brasil possui cerca de 36% do seu território formado por escudos cristalinos. Dessa porcentagem, 32% correspondem a terrenos formados no período arqueozoico e 4% a terrenos formados no proterozoico (nesses há uma ocorrência maior de ferro). 

Temos três áreas principais formadas por essas estruturas, são elas:

Escudo do Brasil Central – que fica localizado nas regiões central e norte; 

Escudo das Guianas – localizada no norte do país;

Escudo Atlântico  situado na região centro-leste do Brasil. 

Crátons e depósitos minerais 

Agora que você já sabe o que são os Crátons, seus tipos e como foram formados, vamos para outro tópico muito importante, que é a ocorrência de minerais nessas formações. 

Os Escudos Cristalinos são fonte de minerais metálicos e não metálicos. Dentre eles estão o granito, quartzo, ardósia, magnesita, amianto, feldspato, ouro, minério de ferro, cobre, níquel, cobalto, bauxita, estanho, cromo, chumbo e manganês. 

Dessa forma, grande parte das reservas minerais do Brasil é encontrada nesses maciços antigos. 

Exploração de minérios em escudos cristalinos 

Já vimos alguns dos minérios que estão presentes nos maciços antigos, agora veremos em quais locais do Brasil predomina a extração de alguns deles:  

Minério de Ferro: é explorado principalmente em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero e no Pará, na serra dos Carajás. 

Manganês: encontrado no Mato Grosso do Sul, no Amapá,  Minas Gerais e Pará; 

Cobre e Alumínio: Minas Gerais e no Pará; 

Bauxita: bastante explorado no rio Trombetas no Pará 

Bacias Sedimentares, do intemperismo à litificação. 

As Bacias Sedimentares são estruturas geológicas formadas a partir da deposição de sedimento em ambientes de depressão relativa ou absoluta (lembrando que depressão relativa é a forma de relevo caracterizada por ser mais baixa que as áreas que o rodeiam, no entanto não se encontram abaixo do nível do mar, enquanto as depressões absolutas são as formas de relevo mais baixas que se encontram abaixo do nível do mar). 

Com o passar do tempo, as rochas vão sofrendo ações do intemperismo e com isso são fragmentadas. A partir daí, esses fragmentos são transportados para as áreas mais baixas e vão sendo depositados. 

As bacias sedimentares são um tipo de estrutura geológica caracterizada
Rochas sedimentares Foto: reprodução

Em seguida os sedimentos são convertidos em novas rochas, através do processo de litificação. Isso acontece pois a cada nova camada de sedimento sobreposta, a pressão nas camadas anteriores vai aumentando, reduzindo o espaço entre os grãos e causando a sua compactação.  

Tipos de sedimentos 

Como a maioria das bacias se encontra no limite de placas tectônicas, a deposição de sedimentos é constantemente renovada.

Mas você conhece os tipos de sedimentos que as constituem? 

Então, os materiais podem ser de origem orgânica, de origem rochosa ou ainda assim matérias que são lançados pela água dentro da bacia. Numa explicação melhor temos que: 

Materiais de origem orgânica: são os materiais biológicos, originados dos fragmentos de conchas, restos de animais, recifes de corais, ossos, entre outros.

Materiais rochosos: são mesmo as rochas que passaram pelos processos de erosão e foram transportadas, depositadas e posteriormente reagrupadas.

Materiais lançados pela água: só acontece quando já existiu um lago ou mar no ambiente em que a bacia está situada.

Tipos de Bacias 

É importante saber que grande parte das bacias sedimentares se encontram no fundo do oceano, isso se deve ao fato dele ser o ambiente mais profundo do planeta que acumula a maior quantidade de sedimentos.

Os critérios para definir essas estruturas são a evolução tectônica, substrato da crosta e a localização quanto ao limite de placas.

Os tipos de bacias sedimentares são: 

Bacias de retroarco 

Bacias intracratônicas 

• Bacias de pull-apart 

Bacias frontais 

Bacias intramontanhosas  

Bacias oceânicas 

Margens continentais 

Fossas de afundamento 

Relação do Petróleo e combustíveis fósseis com as Bacias 

Como vimos no tópico de tipos de sedimentos, os materiais orgânicos são compostos biológicos, animais mortos, conchas etc. E o que temos quando a matéria orgânica sofre processos de alta pressão e temperatura? Petróleo! 

Caso as temperaturas e pressão não sejam tão intensas, ocorrerá a preservação de alguns organismos mortos, que são os fósseis.  

Sendo assim, podemos definir que o Petróleo é armazenado nessas estruturas, nas suas camadas mais profundas e antigas. 

Além do Petróleo, temos também a ocorrência do gás natural e do carvão. O gás natural vem associado ao petróleo, ou seja, também é proveniente da matéria orgânica de origem animal e vegetal. Enquanto isso, o carvão é produto da matéria orgânica de origem vegetal. 

Todos esses compostos possuem grande aproveitamento econômico, pois como se sabe, o petróleo é refinado e convertido em diversos subprodutos muito presentes no cotidiano, como a gasolina, querosene, parafina, asfalto, o gás de cozinha (GLP), a nafta petroquímica que é a matéria prima para produção de plásticos etc. 

Bacias sedimentares brasileiras 

Cerca de 60% do território brasileiro são formadas por bacias sedimentares, elas podem ser divididas em três grupos: 

Bacia sedimentar de grande extensão: são exemplos a bacia Amazônica, do Paraná, Central e do Parnaíba. 

Bacia sedimentar de menor extensão: destacamos a bacia do Pantanal Mato-Grossense, bacia Litorânea, bacia do Recôncavo Tucano, do Rio São Francisco. 

Bacia de compartilhamento de planalto ou muito pequena: são as bacias de Curitiba, São Paulo e Taubaté. 

Bacias produtoras de Petróleo 

Já que o Brasil possui grande quantidade de estruturas sedimentares, não seria estranho saber que existem 9 bacias no território que são produtoras de Petróleo. Aqui segue a lista delas: 

• Campos – localizada no Rio de Janeiro, e é a maior produtora de Petróleo do país; 

• Espírito Santo – reserva de tamanho significativo, indo do Espírito Santo ao extremo sul da Bahia; 

• Tucano; 

• Recôncavo;  

• Santos – vai do litoral de Santa Catarina ao litoral do Rio de Janeiro; 

• Sergipe-Alagoas;

• Potiguar – do Ceará ao Rio Grande do Norte; 

• Ceará; 

• Solimões. 

Os Crátons e as Bacias sedimentares são tão importantes assim? 

Como vimos no decorrer desse artigo, os Crátons e as bacias sedimentares são dois elementos muito importantes para entendermos a geografia do nosso território atual e inclusive, para conhecermos a origem do nosso petróleo. 

O nosso Brasil é rico de estruturas sedimentares e ainda é composto por 9 bacias que estão espalhadas por todo o território. Sendo assim, podemos dizer que somos privilegiados, não é mesmo? 


E aí, gostou de conhecer os Crátons e as bacias sedimentares? Veja também outros artigos no blog.

Se você tiver qualquer dúvida ou queira entrar em contato conosco, comenta aí ou nos envie uma mensagem.

Veja também: Mármores x granitos: quais as vantagens e desvantagens de cada um

Qual a característica das bacias sedimentares?

As bacias sedimentares são um tipo de estrutura geológica caracterizada pela sua presença em áreas de depressão relativa ou absoluta resultantes do acúmulo de sedimentos (partículas de rochas), formando várias camadas de rochas sedimentares.

Qual a estrutura das bacias sedimentares?

A bacia sedimentar é um tipo de formação geológica rochosa formada nas depressões de relevo (áreas rebaixadas) que com o tempo, foram acumulando sedimentos, daí surge seu nome. São formadas por várias camadas de sedimentos superpostas que podem ser restos de animais e vegetais, rochas, conchas, ossos, dentre outros.

Como está caracterizada a estrutura geológica?

A estrutura geológica do Brasil é formada por escudos cristalinos, bacias sedimentares e terrenos vulcânicos. Ela é bem distinta do resto da América do Sul, em que há existência de dobramentos modernos, tal qual a Cordilheira dos Andes.

Como se classificam as bacias sedimentares?

Elas são divididas em três tipos diferentes: Bacia sedimentar de grande extensão – exemplos: bacia Amazônica, bacia do Parnaíba, bacia do Paraná e bacia Central. Bacia sedimentar de menor extensão – exemplos: bacia do Pantanal Mato-Grossense, bacia do rio São Francisco, bacia do Recôncavo Tucano e bacia Litorânea.