O guarani nesse Texto o trecho que apresenta o ambiente onde acontece a história e

Craotchky

O guarani nesse Texto o trecho que apresenta o ambiente onde acontece a história e
03/08/2020

Ora, ora...
"[Peri] - O fruto que cai da �rvore, n�o torna mais a ela; a folha que se despega do ramo, murcha, seca e morre; o vento a leva. Peri � folha; tu �s a �rvore, m�e. Peri n�o voltar� ao teu seio.
[M�e] - A virgem branca salvou tua m�e; devia deix�-la morrer, para n�o lhe roubar seu filho. Uma m�e sem seu filho � uma terra sem �gua; queima e mata tudo que se chega a ela."

O Guarani, minha segunda experi�ncia com Jos� de Alencar, me imp�s dificuldade no in�cio por apresentar um portugu�s arcaico, povoado de palavras hoje em desuso, al�m de trazer um vocabul�rio pr�prio de certa fauna e flora, e reproduzir uma conjuga��o verbal nada usual. Al�m disso, essas primeiras p�ginas s�o �rduas por descreverem paisagens naturais do cen�rio em que ter� lugar a hist�ria (sempre acho complicado imaginar cen�rios naturais). Embora a narrativa continue um pouco exigente at� o fim, fui me adaptando ao texto e, vencidas as 25/30 p�ginas iniciais, comecei a apreciar (apreciar muito) o livro e seus personagens.

Em determinados trechos Alencar consegue ser po�tico; uma poesia muito pr�pria que se constitui em analogias com elementos do ambiente natural. Ali�s, o trecho que principia este texto � um grande exemplo nesse tocante. Al�m disso, h� claramente a presen�a de caracter�sticas da literatura Rom�ntica como aquelas famigeradas manifesta��es transbordantes de amor, aqueles exageros sentimentais, aquela eloqu�ncia veemente nos discursos dos amantes.

Em minha opini�o, o �ndio Peri, da Na��o Goitac�, filho de Arar�, � a estrela de maior brilho na hist�ria, brilha tanto a ponto de ofuscar todos os outros. O amor de Peri por Ceci � aquele do ideal rom�ntico, um amor submisso, dedicado, de entrega total, de adora��o. Receio que est� al�m de mim descrever esse amor. Eis o que diz o pr�prio livro: "Em Peri o sentimento era um culto, esp�cie de idolatria fan�tica[...] amava Cec�lia n�o para sentir um prazer ou ter uma satisfa��o, mas para dedicar-se inteiramente a ela, para cumprir o menor dos seus desejos,"

Esse amor puro e devotado que Peri sente por Ceci supostamente n�o tem lugar no atual mundo moderno, sobretudo nos grandes centros urbanos, e por isso talvez soe inveross�mil. Entretanto, teimo em acreditar que, ao menos quem sabe se bem l� no interior do Brasil, bem l� nos idos do s�culo XVII, numa sociedade colonial constitu�da quando muito de pequenas cidades e povoados, sociedade essa na qual, segundo o senso comum, a ingenuidade, a inoc�ncia, a pureza por assim dizer, se conservavam por mais tempo; pois bem, insisto no direito de acreditar que talvez, nessas circunst�ncias, nesse per�odo hist�rico, numa distante sesmaria, fosse poss�vel a manifesta��o de um amor tal.

J� estava gostando muit�ssimo da hist�ria quando, antes mesmo da metade, no cap�tulo "Ceci", um determinado trecho conseguiu levar l�grimas aos meus olhos. Neste instante quase favoritei o livro. Enfim, ainda bem que n�o me deixei levar pela pontua��o atribu�da � obra aqui no skoob: somente 3,5. Acredito que essa nota se deve por se tratar de um livro ligeiramente exigente. E se problemas haviam no livro, n�o os notei por estar totalmente envolvido pela hist�ria em si; ou ainda, se os notei, instintivamente os ignorei.

p. s. a cada leitura fico mais convencido de que a Literatura Brasileira � uma das melhores do mundo.

O guarani nesse Texto o trecho que apresenta o ambiente onde acontece a história e

O fragmento abaixo foi retirado do romance O Guarani. Leia-o com atenção e responda às

questões 01 a 05.

        “Enquanto o sol alumiou a terra, caminhamos; quando a lua subiu ao céu, chegamos. Combatemos como Goitacás. Toda a noite foi uma guerra. Houve sangue, houve fogo.

         “Quando Peri abaixou o arco de Ararê, não havia na taba dos brancos uma cabana em pé, um homem vivo; tudo era cinza.

         “Veio o dia e alumiou o campo; veio o vento e levou a cinza.

         “Peri tinha vencido; era o primeiro de sua tribo, e o mais forte de todos os guerreiros.

        “Sua mãe chegou e disse: ‘Peri, chefe dos Goitacás, filho de Ararê, tu és grande, tu és forte como teu pai; tua mãe te ama’.

        “Os guerreiros chegaram e disseram: ‘Peri, chefe dos Goitacás, filho de Ararê, tu és o mais valente da tribo e o mais temido do inimigo; os guerreiros te obedecem’.

        “As mulheres chegaram e disseram: ‘Peri, primeiro de todos, tu és belo como o sol, e flexível como a cana selvagem que te deu o nome; as mulheres são tuas escravas’. (…)

        “Sua mãe veio e disse: ‘Peri, filho de Ararê, guerreiro branco salvou tua mãe; virgem branca também’.

         “Peri tomou suas armas e partiu; ia ver o guerreiro branco para ser amigo; e a filha da senhora para ser escravo. (…)

        “Guerreiro branco, Peri, primeiro de sua tribo, filho de Ararê, da nação Goitacá, forte na guerra, te oferece o seu arco; tu és amigo.”

         O índio terminou aqui a sua narração.

         Enquanto falava, um assomo de orgulho selvagem da força e da coragem lhe brilhava nos olhos negros, e dava certa nobreza ao seu gesto. Embora ignorante, filho das florestas, era um rei; tinha a realeza da força.   O Guarani – José de Alencar

01- No fragmento de O Guarani, a voz enunciadora é de Peri, o protagonista do romance. Os primeiros parágrafos remetem ao contato inicial com os colonizadores. A reação de Peri e sua tribo condiz com a realidade histórica? Justifique:

Sim, a reação violenta de Peri e sua tribo condiz com a realidade histórica, pois os índios reagiram com violência à colonização, por isso ou foram escravizados ou destruídos.

02- O momento que Peri narra no fragmento é o de sua afirmação na tribo como chefe guerreiro. Confirme com o texto a sua aclamação:

A mãe: tu és grande, tu és forte como teu pai; tua mãe te ama’; os guerreiros: tu és o mais valente da tribo e o mais temido do inimigo; os guerreiros te obedecem; as mulheres: tu és belo como o sol, e flexível como a cana selvagem que te deu o nome; as mulheres são tuas escravas.

03- Há, no fragmento, o motivo para Peri estar na presença dos brancos e tornar-se amigo deles. Destaque do texto o que motivou Peri a ser amigo dos portugueses:

O guerreiro branco salvou a mãe de Peri.

04- José de Alencar construiu o herói nacional, colocando-o à altura dos heróis europeus. Reconheça as características de Peri que o tornam grandioso:

A nobreza de seu gesto, o orgulho selvagem e a força da coragem, era um rei, tinha a realeza da força.

05- Comente os motivos de José de Alencar escolher o índio como herói nacional:

O índio era o representante natural do Brasil, o autor procurou dar-lhe roupagem cristã, europeia, associadas à força e beleza natural. Além do mais valoriza a sua língua, como a genuinamente brasileira.

Com base no trecho final de O Guarani, , responda à questão 06.

“Tudo era água e céu.

A inundação tinha coberto as margens do rio até onde a vista podia al­cançar; as grandes massas de água que o temporal durante a noite inteira vertera sobre as cabeceiras dos confluentes do Paraíba desceram das serranias, e, de torrente em torrente, haviam formado essa tromba gigantesca que se abatera sobre a várzea.

A tempestade continuava ainda ao longo de toda a cordilheira, que aparecia coberta por um nevoeiro escuro; mas o céu, azul e límpido, sorria mirando-se no espelho das águas.

A inundação crescia sempre; o leito do rio elevava-se gradualmente; as árvores pequenas desapareciam; e a folhagem dos soberbos jacarandás sobrenadava já como grandes moitas de arbustos.

A cúpula da palmeira em que se achavam Peri e Cecilia, parecia uma ilha de verdura banhando-se nas águas da corrente; as palmas que se abriam formava no centro um berço mimoso, onde os dois amigos, estreitando-se, pediam ao céu para ambos uma só morte, pois uma só era a sua vida.   José de Alencar

A. Dar a diferença entre: confluente e afluente.

Ambos são rios, cursos d’ água, o confluente desemboca na mesma foz com outro rio e o afluente desemboca em outro, que é considerado principal em relação a ele.

 B.Em meio ao drama da inundação, como explicar a expressão “berço mimoso”?

A expressão refere-se ao espaço formado pela cúpula da palmeira que carregava o casal.

O texto abaixo é um fragmento do romance O Guarani, de José de Alencar:

Cenário

De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige para o norte, e engrossado com os mananciais, que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal.

É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito.

Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso sofre o látego do senhor.

Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou quatro léguas acima de sua foz, onde é livre ainda, como o filho indômito desta pátria da liberdade.

Ai, o Paquequer lança-se rápido sobre seu leito, e atravessa as florestas como o tapir, espumando, deixando o pelo esparso pelas pontas do rochedo, e enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. De repente, falta-lhe o espaço, foge-lhe a terra; o soberbo rio recua um momento para concentrar as suas forças, e precipita-se de um só arremesso, como o tigre sobre a presa.

Depois, fatigado do esforço supremo, se estende sobre a terra, e adormece numa linda bacia que a natureza formou, e onde o recebe como em um leito de noiva, sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes.

A vegetação nestas paragens ostentava outrora todo o seu luxo e vigor; florestas virgens se estendiam ao longo das margens do rio, que corria no meio das arcarias de verduras e dos capitéis formados pelos leques das palmeiras.

Aí, ainda a indústria do homem tinha aproveitado habilmente da natureza para criar meios de segurança e defesa.

De um e outro lado da escada seguiam dois renques de árvores, que, alargando gradualmente, iam fechar como dois braços o seio do rio; entre o tronco dessas árvores, uma alta cerca de espinheiros tornava aquele vale impenetrável.  (José de Alencar. O Guarani.)

7.Justifique as afirmações abaixo sobre o romance O Guarani, de José de Alencar:

a) A utilização de recursos estilísticos permite-nos dizer que o cenário criado pelo narrador manifesta o  tema  da integração da natureza e da cultura.

b) O romance tem um componente das novelas medievais da cavalaria, já que, no Romantismo, havia um culto à Idade Média.

a) A natureza é antropomorfizada, animizada e culturalizada. antropomorfismo: elementos da natureza vistos como seres humanos ¾ livre, soberbo, altivo, sobranceiro, filho indômito desta pátria de liberdade, escravo submisso etc.
dinamicidade: atribui-se vida à natureza através de verbos que indicam movimento ¾  enroscando-se como uma serpente, se espreguiçar etc. culturalização: comparações da natureza com artefatos feitos pelo homem ¾ a bacia onde o Paquequer adormece é visto como um leito de noiva, as trepadeiras e flores agrestes, como cortinas, os galhos das árvores, como arcos etc.

b) No romance alencariano, as personagens pautam sua conduta por normas cavalheirescas.  D. Antônio é um senhor feudal: habita num castelo, que abriga vassalos em torno do suserano. O código de honra desses homens fundamenta-se na lealdade ao senhor. Além disso, o espaço em que a relação dos dois rios é apresentada sugere  vassalagem.

(FGV-SP) “Então, no fundo da floresta, troou um estampido horrível, que veio reboando pelo espaço; dir-se-ia o trovão, correndo pelas quebradas da serrania.

Era tarde.

Não havia tempo para fugir; a água tinha soltado o seu primeiro bramido, e, erguendo o colo, precipitava-se, furiosa, invencível, devorando o espaço como um monstro do deserto.

Peri tomou a resolução pronta que exigia a iminência do perigo: em vez de ganhar a mata suspendeu-se a um dos cipós, e, galgando o cimo da palmeira, aí abrigou-se com Cecília.

A menina, despertada violentamente e procurando conhecer o que se passava, interrogou seu amigo.

–– A água!… respondeu ele apontando para o horizonte.”       José de Alencar. O guarani.

8.Sobre o fragmento acima, afirma-se que:

1.Enaltece a força da natureza brasileira.

2.Exalta a coragem do silvícola.

3.Refere um símbolo da fusão dos valores nativos e europeus.

4.“Pronta” (4º parágrafo), no texto, significa “preparada”.

5.“Monstro do deserto” (3º parágrafo) e “A água!” (6º parágrafo) são duas metáforas.

Assinale a alternativa que contém duas afirmações incorretas.

a) 1 e 2.                       b) 2 e 3.                   c) 3 e 4.                     d) 1 e 5.                  e) 4 e 5.

Loredano desejava; Álvaro amava; Peri adorava. O aventureiro daria a vida para gozar; o cavaleiro arrastaria a more para merecer um olhar; o selvagem se mataria, se preciso fosse, só para fazer Cecília sorrir. ( Trecho de O Guarani, de José de Alencar)

9.Sobre as características da obra de onde se extraiu o trecho acima, é correto afirmar:

a)exalta o índio como se fosse um cavaleiro medieval.

b) as personagens são vulgares e mesquinhas.

c) procura mostrar as relações entre o homem e a natureza de maneira objetiva.

d) reserva ao índio um papel subserviente, e ao branco o papel de herói.

e) não exalta a natureza para que esta não se sobreponha às personagens

10.(FUVEST) Assim, o amor se transformava tão completamente nessas organizações*, que apresentava três  sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.
………… desejava; …………. amava; ………….. adorava

(*organizações = personalidades)

Neste excerto de O Guarani, o narrador caracteriza os diferentes tipos de amor que três personagens
masculinas sentem por Ceci. Mantida a sequência, os trechos pontilhados serão preenchidos corretamente com os nomes de:
a) Álvaro / Peri / D. Diogo                      d) Loredano / Álvaro / Peri
b) Loredano / Peri / D. Diogo                  e) Álvaro / D. Diogo / Peri
c) Loredano / D. Diogo / Peri

O fragmento abaixo foi retirado do romance O Guarani. Leia-o com atenção e responda às

questões 11 a 14.

“O índio, antes de partir, circulou a alguma distância o lugar onde se achava Cecília, de uma corda de pequenas fogueiras feitas de louro, de canela, urataí e outras árvores aromáticas. Desta maneira tornava aquele retiro impenetrável; o rio de um lado, e do outro as chamas que afugentariam os animais daninhos, e, sobretudo os répteis; o fumo odorífero que se escapava das fogueiras afastaria até mesmo os insetos. Peri não sofreria que uma vespa e uma mosca sequer ofendesse a cútis de sua senhora, e sugasse uma gota desse sangue precioso; por isso tomaratodas essas precauções.”

 11.FEI-SP O Guarani foi publicado em 1857 e na época gerou uma grande repercussão. O

autor desse romance é:

a) Machado de Assis.                                            d) Álvares de Azevedo.

b) José Lins do Rego.                                             e) José de Alencar.

c) Gonçalves Dias.

 12.FEI-SP Sobre o romance, é possível afirmar que:

a) projeta um futuro trágico para o Brasil.

b) aponta para um tempo em que os indígenas recuperarão o território brasileiro e expulsarão os brancos e negros.

c) defende a união entre negros e índios contra os colonizadores portugueses.

d) reconstitui acontecimentos históricos verídicos do período inicial da colonização do Brasil.

e) pretende narrar a fundação de uma nova nação a partir da miscigenação entre brancos e indígenas.

13.FEI-SP A propósito do trecho transcrito, é correto afirmar que:

I.A descrição do amor que Peri nutre por Ceci visa a criar uma imagem idealizada do

índio brasileiro.

II.O trecho descreve os conflitos entre o homem branco e o negro.

III. O autor pretende demonstrar a inferioridade do indígena brasileiro frente ao colonizador europeu.

a) somente I está correta.                                     d) I e III estão corretas.

b) somente III está correta.                                     e) II e III estão corretas.

c) I e II estão corretas.

 14.FEI-SP Em O Guarani, o autor procura valorizar as origens do povo brasileiro e transformar certos personagens em heróis, com traços do caráter do “bom selvagem”: pureza, valentia e brio. Essa tendência é típica do:

a) romance urbano.                                                         d) romance regionalista.

b) romance indianista.                                               e) poemas épicos.

c) poemas históricos.

15.O romance O Guarani, de José de Alencar, tendo como protagonista Peri e Cecília, encerra-se comum belo e enigmático epílogo que evidencia a ação do homem face às forças da natureza. Tal ação é caracterizada pelo autor como “um espetáculo grandioso, uma sublime loucura” indique a alternativa que comprova essa afirmação.

a)Era um vasto deserto de água e céu e Peri, alucinado, lançou-se nas águas para salvar Cecília que era arrastada pela correnteza.

b) A inundação crescia sempre e Peri, apesar do esforço, sucumbiu ao ímpeto da tormenta.

c) O rio, estorcendo-se em convulsões, saltou um gemido profundo e cavernoso; Peri e Cecília apenas contemplava a fúria da natureza.

d) A inundação abria a fauce enorme para traga-los. Peri com esforço desesperado arranca a palmeira, cuja cúpula, resvalando sobre as águas, levou os amigos para a linha do horizonte.

e) Tudo era água e céu e os dois amigos pediam ao céu para ambos uma só morte, pois uma só era a sua vida

 16.UFRS Leia as afirmações abaixo sobre os romances O Guarani e Iracema, de José de Alencar.

I.Em O Guarani, tanto a casa de Mariz, representante dos valores lusitanos, quanto os Aimorés, que retratam o lado negativo da terra americana, são destruídos.

II.Em Iracema, a guardiã do “segredo da jurema” abandona sua tribo para seguir Martim,o homem branco por quem se apaixonara.

III. Em O Guarani e Iracema, as personagens indígenas – Peri e Iracema – morrem em circunstâncias trágicas, na certeza de que serão vingadas.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.               b) Apenas II.            c) Apenas I e II.        d) Apenas II e III.   17.  e) I, II e III.

17.(FUVEST) Ao final da narrativa, Ceci decide permanecer na selva com Peri: “— Peri não pode viver junto de sua irmã na cidade dos brancos, sua irmã fica com ele no deserto, no meio da floresta.” A decisão de Ceci traduz:

a) a supremacia da cultura indígena sobre a branca europeia.
b) a capacidade de renúncia da mulher que, por amor, submete-se a intensos sacrifícios.
e) a impossibilidade de Peri habitar a cidade, entre os civilizados.
d) o entrelaçamento da civilização branca europeia e da cultura natural indígena.
e) o reconhecimento de que o ambiente natural é o espaço perfeito para a realização amorosa.

18.Os trechos selecionados abaixo, de “O Guarani”, de José de Alencar, relacionam-se a algumas das personagens do romance, listadas na sequência. Identifique a relação, colocando nos parênteses o número correspondente à personagem cujas características aparecem no respectivo trecho.

( ) “Homem de valor, experimentado na guerra, ativo, afeito a combater os índios, prestou grandes serviços nas descobertas e explorações do interior de Minas e Espírito Santo. Em recompensa do seu merecimento, o governador Mem de Sá lhe havia dado uma sesmaria de uma légua com fundo sobre o sertão, […]”

( ) “No pequeno jardim da casa do Paquequer, uma linda moça se embalançava indolentemente numa rede de palha presa aos ramos de uma acácia silvestre, […] Os grandes olhos azuis, meio cerrados, às vezes se abriam languidamente como para se embeberem de luz, e abaixavam de novo as pálpebras rosadas. […] Os longos cabelos louros, enrolados negligentemente em ricas tranças, descobriam a fronte alva, […]”

( ) “[…] a portinha interior do jardim abriu-se, e outra moça, roçando apenas a grama com o seu passo ligeiro, aproximou-se […] era o tipo brasileiro em toda a sua graça e formosura, com o encantador contraste de languidez e malícia, de indolência e vivacidade. Os olhos grandes e negros, o rosto moreno e rosado, cabelos pretos, lábios desdenhosos, sorriso provocador, […]”

( ) “Nessa noite, […] ia dar um passo que, na sua habitual timidez, ele comparava quase com um pedido formal de casamento; tinha resolvido fazer a moça aceitar, malgrado seu, o mimo que recusara, deitando-o na sua janela; esperava que, encontrando-o no dia seguinte, Cecília lhe perdoaria o seu ardimento, e conservaria a sua prenda.”

( ) “Nessa muda contemplação, […] esqueceu tudo. Que lhe importava o precipício que se abria a seus pés para tragá-lo ao menor movimento, e sobre o qual planava num ramo fraco que vergava e se podia partir a todo o instante! Era feliz: tinha visto sua senhora; ela estava alegre, contente e satisfeita; podia ir dormir e repousar.”

1 – Aires Gomes    2 – Álvaro      3 – Antônio de Mariz    4 – Cecília   5 – Diogo de Mariz

6 – Isabel           7 – Lauriana        8 – Loredano         9 – Peri

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: Resposta a

a) 3 – 4 – 6 – 2 – 9.                                                       d) 1 – 6 – 7 – 5 – 8.

b) 3 – 6 – 7 – 5 – 9.                                                           e) 1 – 4 – 7 – 8 – 2.                    

  c) 5 – 7 – 6 – 2 – 8.

19.Unioeste-PR Com respeito à leitura de O Guarani, assinale a(s) alternativa(s) procedente(s).

  1. O tom confidencial da narrativa, focalizado em primeira pessoa, reforça a grandeza

do índio Peri.

  1. A natureza age como mediadora: o óleo da cabuíba, como um bálsamo poderoso,

salva Peri da morte.

  1. A descrição que o narrador faz de Álvaro (cap. III – “A Bandeira”) é representativa

da tese de Rousseau sobre a bondade natural do selvagem.

  1. O brasão escondido de Loredano e sua devoção a Dom Antônio de Mariz são exemplos

da presença do medievalismo na literatura romântica.

  1. A apresentação que o narrador faz do rio Paquequer registra um típico processo de

animização, incorporado a uma atmosfera metaforicamente medieval.

  1. A ação do romance, em termos históricos, transcorre no século XVII, apesar do

autor ter escrito a obra na segunda metade do século XIX.

  1. A elevação de sentimentos e nobreza de caracteres, em oposição à vilania e à maldade, é ilustrada através da oposição entre Cecília e Isabel, no cap. V, intitulado “Loura e Morena”.

Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 50

 Instrução: Para responder às questões 20 e 21, ler o texto que segue.

“(…) florestas virgens se estendiam ao longo das margens do rio, que corria no meio das arcarias

de verdura e dos capitéis formados pelos leques das palmeiras.

Tudo era grande e pomposo no cenário que a natureza, sublime artista, tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos, em que o homem é apenas um simples comparsa. No ano da graça de 1604, o lugar que acabamos de descrever estava deserto e inculto; a cidade do Rio de Janeiro tinha-se fundado havia menos de meio século, e a civilização não tivera tempo de penetrar o interior.

Entretanto, via-se à margem direta do rio uma casa larga e espaçosa, construída sobre uma eminência e protegida de todos os lados por uma muralha de rocha cortada a pique. (…) A habitação

(…) pertencia a D. Antônio de Mariz, fidalgo português cota d’armas e um dos fundadores da cidade do Rio de Janeiro.”

 20.PUC-RS O Brasil português revela-se no trecho da obra ……………, de José de Alencar,

através da fundação daquela que se tornaria a sua capital. A personagem referida, ……………

de Cecília, que é a protagonista da obra, …………… o poder e a audácia dos novos habitantes.

a) O Guarani – irmão – mitifica                            d) Iracema – tutor – critica

b) O Guarani – pai – representa                        e) Iracema – tio – retrata

c) Ubirajara – progenitor – rejeita

21.PUC-RS A obra em questão …………… o passado histórico por meio de uma visão

…………… da ideologia dominante, como se pode observar, por exemplo, em relação ao

processo de …………… à cultura europeizada por que passa Peri.

a) rejeita – pessimista – adaptação                    d) redimensiona – inovadora – rejeição

b) enaltece – ufanista – conformação                    e) idealiza – conservadora – rejeição

c) recupera – comprometida – adaptação

Para responder às questões 22 e 23, leia, atentamente, o texto abaixo.

Texto I

Amor

AS CORTINAS DA JANELA cerraram-se; Cecília tinha-se deitado. Junto da inocente menina, adormecida na isenção de sua alma pura e virgem, velavam três sentimentos profundos, palpitavam três corações bem diferentes.

Em Loredano, o aventureiro de baixa extração, esse sentimento era um desejo ardente, uma sede de gozo, uma febre que lhe requeimava o sangue; o instinto brutal dessa natureza vigorosa era ainda aumentado pela impossibilidade moral que a sua condição criava, pela barreira que se elevava entre ele, pobre colono, e a filha de D. Antônio de Mariz, rico fidalgo de solar e brasão.

Para destruir esta barreira e igualar as posições, seria necessário um acontecimento extraordinário, um fato que alterasse completamente as leis da sociedade naquele tempo mais rigorosas do que hoje; era precisa uma dessas situações à face das quais os indivíduos, qualquer que seja a sua hierarquia, nobres e párias, nivelam-se; e descem ou sobem à condição de homens.

O aventureiro compreendia isto; talvez que o seu espírito italiano já tivesse sondado o alcance dessa ideia; em todo o caso o que afirmamos é que ele esperava, e esperando vigiava o seu tesouro com um zelo e uma constância a toda a prova; os vinte dias que passara no Rio de Janeiro tinham sido verdadeiro suplício.

Em Álvaro, cavalheiro delicado e cortês, o sentimento era uma afeição nobre e pura, cheia da graciosa timidez que perfuma as primeiras flores do coração, e do entusiasmo cavalheiresco que tanta poesia dava aos amores daquele tempo de crença e lealdade.

Sentir-se perto de Cecília, vê-la e trocar alguma palavra a custo balbuciada, corarem ambos sem saberem por quê, e fugirem desejando encontrar-se, era toda a história desse afeto inocente, que se entregava descuidosamente ao futuro, librando-se nas asas da esperança.

Nessa noite Álvaro ia dar um passo que na sua habitual timidez, ele comparava quase com um pedido formal de casamento; tinha resolvido fazer a moça aceitar malgrado seu o mimo que recusara, deitando-o na sua janela; esperava que encontrando-o no dia seguinte, Cecília lhe perdoaria o seu ardimento, e conservaria a sua prenda.

Em Peri o sentimento era um culto, espécie de idolatria fanática, na qual não entrava um só pensamento de egoísmo; amava Cecília não para sentir um prazer ou ter uma satisfação, mas para dedicar-se inteiramente a ela, para cumprir o menor dos seus desejos, para evitar que a moça tivesse um pensamento que não fosse imediatamente uma realidade.

Ao contrário dos outros ele não estava ali, nem por um ciúme inquieto, nem por uma esperança risonha; arrostava a morte unicamente para ver se Cecília estava contente, feliz e alegre; se não desejava alguma coisa que ele adivinharia no seu rosto, e iria buscar nessa mesma noite, nesse mesmo instante.

Assim o amor se transformava tão completamente nessas organizações, que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.” ALENCAR, José de. O Guarani. São Paulo: FTD, 1999, p. 78-79.

22.(UFPB) No texto “Amor”, extraído do romance O Guarani, o narrador, ao descrever o personagem Loredano, chama a atenção para a necessidade de um “acontecimento extraordinário” que pudesse alterar as “leis da sociedade” e permitir ao colono transpor determinadas barreiras sociais e morais. A partir da leitura integral desse romance, é correto afirmar que esse acontecimento extraordinário se relaciona à (ao)

a) Morte de Álvaro, único que obedecia ao código de honra imposto por D. Antônio de Mariz.

b) Revelação sobre o passado religioso de Loredano.

c) Enriquecimento de Loredano que poderia passar da condição de pobre colono à de proprietário de terras.

d) Volta de Peri para a sua tribo, deixando desprotegida a família de D. Antônio de Mariz.

e) Cerco dos Aimorés à casa de D. Antônio de Mariz e à revolta dos colonos.

23.(UFPB) Em relação à caracterização de Álvaro, o narrador

a) Imita-se aos aspectos físicos, descrevendo-o como um nobre.

b) Realça traços patológicos e instintivos próprios do homem daquela época.

c) Traça um perfil do personagem evidenciando, de forma idealizada, seus sentimentos e atitudes.

d) Evidencia determinadas atitudes do persona­gem, associando-as a condicionamentos biológicos.

e) Penetra no inconsciente do personagem, revelando o caráter ambíguo de sua personalidade.

24.I.”… o recebia cordialmente e o tratava como amigo; seu caráter nobre simpatizava com aquela natureza inculta.”

lI. “Em…, o índio fizera a mesma impressão que lhe causava sempre a presença de um homem daquela cor; lembrara-se de sua mãe infeliz, da raça de que provinha.”

III. “Quanto a …, via em Peri um cão fiel que tinha um momento prestado um serviço à família, e a quem se pagava com um naco de pão.” Nestes excertos, registram-se as reações de três personagens de “O Guarani” à presença de Peri, quando este começa a frequentar a casa de D. Antônio de Mariz. Apenas seus nomes foram omitidos. Mantida a ordem da sequência, essas três personagens são:

a) D. Antônio; Cecília; Isabel.                      d) Álvaro; Isabel; Cecília.

b) D. Antônio; Isabel; D. Lauriana.          e) D. Diogo; Cecília; D. Lauriana.

c) D. Diogo; Isabel; Cecília.

25.O romance O Guarani, de José de Alencar, publicado em 1857, é um marco da ficção romântica brasileira. Dentre as características mais evidentes do projeto romântico que sustentam a construção dessa obra, destacam-se:

I.a figura do protagonista, o índio Peri, que é um típico herói romântico, tanto pela sua força física como pelo seu caráter;

II.o amor do índio Peri por Cecília, uma moça branca, sendo que esse amor segue o modelo medieval do amor cortês;

III.o fato de o livro ser ambientado na época da colonização do Brasil pelos portugueses, dada a predileção dos românticos por narrativas históricas;

IV.o final do livro marca o retorno a um passado mítico, pois Peri e Cecília simbolicamente regressam à época do dilúvio.

Então corretas:

a) I e II.                b) I, II e III                   c) I, II e IV.            d) I, III e IV.             e) todas.

16.(FUVEST) A oposição Natureza / Cultura é o eixo mais importante de sustentação da narrativa e de caracterização de personagens de O guarani, de José de Alencar. A partir dessa oposição, podem-se determinar várias relações antitéticas, de acordo com o ponto de observação adotado.

Assinale a alternativa em que essa oposição não se expressa:

a) Peri e os demais índios aimorés representam o homem em seu estado natural, enquanto D. Antônio de Mariz e os aventureiros representam a cultura própria da civilização europeia.

b) Peri em si mesmo simboliza a oposição Natureza / Cultura, pois é o indígena livre que transita com adequação e elegância entre os brancos europeus.

c) Índios aimorés contrapõem-se pela violência antropofágica ao mundo organizado pelas leis cavalheirescas que definem as relações entre D. Antônio de Mariz e os aventureiros.

d) A fortificação de muralhas de pedras que caracteriza a casa da família Mariz é símbolo de contraste entre a exuberante paisagem natural e a arquitetura do homem branco colonizador.

e) Álvaro, espécie de cavaleiro medieval, lembra a honra e lealdade determinada pelas relações culturais do branco europeu e Loredano, vilão da narrativa, simboliza a insubordinação, deslealdade e ambição que se alastram num espaço primitivo, selvagem, do tempo da colonização brasileira.

TEXTO I

“O Vale de Santarém é um destes lugares privilegiados pela natureza, sítios amenos e deleitosos em que as plantas, o ar, a situação, tudo está numa harmonia suavíssima e perfeita; não há ali nada grandioso nem sublime, mas há uma como simetria de cores, de sons, de disposição em tudo quanto se vê e se sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito e o repouso do coração devem viver ali, reinar ali um reinado de amor e benevolência. (…) Imagina-se por aqui o Éden que o primeiro homem habitou com a sua inocência e com a virgindade do seu coração. À esquerda do vale, e abrigado do norte pela montanha que ali se corta quase a pique, está um maciço de verdura do mais belo viço e variedade. (…) Para mais realçar a beleza do quadro, vê-se por entre um claro das árvores a janela meio aberta de uma habitação antiga, mas não dilapidada – (…) A janela é larga e baixa; parece mais ornada e também mais antiga que o resto do edifício, que todavia mal se vê…” (Almeida Garrett, “Viagens na minha terra”.)

TEXTO II:

“Depois, fatigado do esforço supremo, [o rio] se estende sobre a terra, e adormece numa linda bacia que a natureza formou, e onde o recebe como um leito de noiva, sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes. A vegetação nessas paragens ostentava outrora todo o seu luxo e vigor; florestas virgens se estendiam ao longo das margens do rio, que corria no meio das arcarias de verdura e dos capitéis formados pelos leques das palmeiras. Tudo era grande e pomposo no cenário que a natureza, sublime artista, tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos, em que o homem é apenas um simples comparsa.(…) Entretanto, via-se à margem direita do rio uma casa larga e espaçosa, construída sobre uma eminência e protegida de todos os lados por uma muralha de rocha cortada a pique.” (José de Alencar, “O guarani”.)

26. Lendo-se atentamente os textos I (de Almeida Garrett) e II (de José de Alencar), percebe-se que ambos os narradores se identificam quanto à atitude de admiração e louvor à natureza contemplada. Entretanto, verifica-se também, entre os dois, uma diferença profunda e marcante no seu ato contemplativo, quanto aos valores atribuídos a essa natureza. Essa diferença é marcada: 

a) pela existência da vegetação.

b) pela avaliação da magnitude e da beleza do cenário.

c) pela inclusão, na paisagem natural, da habitação humana.

d) pelo predomínio das referências ao mundo vegetal

e) pela explicitação da perda do paraíso terrestre.

27.(FUVEST) Leia o trecho de O guarani, de José de Alencar para responder ao teste:

“Álvaro fitou no índio um olhar admirado. Onde é que este selvagem sem cultura aprendera a poesia simples, mas graciosa; onde bebera a delicadeza de sensibilidade que dificilmente se encontra num coração gasto pelo atrito da sociedade?
A cena que se desenrolava a seus olhos respondeu-lhe; a natureza brasileira, tão rica e brilhante, era a imagem que produzia aquele espírito virgem, como o espelho das águas reflete o azul do céu.”
Em relação ao trecho, pode-se afirmar que:

a) nele se adota uma das principais teses naturalistas, pelo fato de se atribuir à terra a determinação do caráter de seus habitantes primitivos.
b) representa o reconhecimento de características inatas dos indígenas, as quais não se verificavam em habitantes das cidades civilizadas da Europa.
c) a inautenticidade com que se apresenta o índio brasileiro revela um ângulo de observação que combina com o desejo de enaltecimento das raízes da pátria.
d) faz parte da primeira obra da literatura brasileira que manifesta interesse em traduzir e explicar a realidade da vida indígena.
e) a idealização do selvagem está diretamente associada às fantasias egocêntricas românticas e, portanto, não pode ser entendida como expressão de um caráter genérico, nacional.

28.Os epílogos dos romances “Iracema” e “O Guarani” de José de Alencar e o fragmento de “Maíra” de Darcy Ribeiro (autores identificados com a temática de fundação do nacional – séculos XIX e XX) podem ser considerados metáforas para a compreensão de nossa origem.

‘Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas, onde fora tão feliz e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.

Muitas vezes ia sentar-se naquelas doces areias, para cismar e acalentar no peito a agra saudade.  A jandaia cantava ainda no olho do coqueiro; mas não repetia já o mavioso nome de Iracema. Tudo passa sobre a terra. José de Alencar. “Iracema”.

O hálito ardente de Peri bafejou-lhe a face. Fez-se no semblante da virgem um ninho de castos rubores e lânguidos sorrisos: os lábios abriram como as asas purpúreas de um beijo soltando o voo. A palmeira arrastada pela torrente impetuosa fugia… E sumiu-se no horizonte…José de Alencar. “O Guarani”.

Afinal, tudo está claro. Na verdade apenas representei e ainda represento aqui um papel, segundo aprendi. Não sou, nunca fui nem serei jamais Isaías. A única palavra de Deus que sairá de mim, queimando a minha boca, é que eu sou Avá, o tuxauarã, e que só me devo a minha gente Jaguar da minha nação Mairum. Darcy Ribeiro. 

Pela leitura desses fragmentos constata-se que os textos de José de Alencar e Darcy Ribeiro traduzem, sob pontos de vista diferentes:

a) a afirmação de uma etnia brasileira advinda da existência cordial entre as duas culturas;

b) a efetiva resistência da cultura indígena em se submeter à cultura europeia;

c) o surgimento do mito fundador da miscigenação das duas culturas, pela morte dos protagonistas;

d) a impossibilidade de enunciar a plena harmonização entre as culturas europeia e indígena;

e) a inauguração do mito fundador da nacionalidade brasileira através da miscigenação.

29.”Dom Antônio de Mariz, homem de valor, experimentado na guerra, ativo, afeito a combater os índios, prestou grandes serviços nas descobertas e explorações do interior de Minas e Espírito Santo. Em recompensa do seu merecimento, o governador Mem de Sá lhe havia dado uma sesmaria de uma légua com fundo sobre o sertão.” Na passagem de “O guarani”, destacam-se aspectos encontrados na ficção de José de Alencar. A respeito disso, leia as proposições.

I. Nos romances nativistas, o selo da nobreza é dado pela força do sangue, o que tanto vale para os índios como para a estirpe do colonizador branco.

II. Para dar força ao herói, Alencar costuma aproximá-lo da vida da natureza, prática que dialoga com as próprias raízes dos valores românticos.

III. Ao pintar portugueses como heróis e índios como vilões, Alencar tem em conta agradar o Marquês de Pombal e sua política antiindianista.

Está(ão) correta(s)

a) apenas II.            b) apenas I e II.                c) apenas III.         d) apenas I e III.    e) I, II e III.

30.(FUVEST) Leia o fragmento da obra O Guarani, de José de Alencar para responder ao teste.  

“De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal.
É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em vasto leito. Dir-se-ia que vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde, então, a beleza selvática; suas ondas resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do senhor.”
Considere as afirmações abaixo e assinale alternativa correta:
I. O texto é predominantemente descritivo e carregado de recursos de linguagem poética. Um exemplo é a prosopopeia “curva-se humildemente aos pés do suserano”.
II. O narrador mostra a relação entre os rios Paraíba e Paquequer a partir de uma analogia com o mundo feudal, na qual o primeiro surge como “rei das águas” e o segundo, como “vassalo”.
III. No modo de qualificar a paisagem, há uma forte conotação de hierarquia.
a) Estão corretas todas as afirmações.
b) Estão corretas as afirmações I e II.
c) Estão corretas somente as afirmações I e III.
 d) Estão corretas somente as afirmações I, II e III.
e) Está correta somente a afirmação II

31.O guarani apresenta-nos o herói Peri. Comparando-o a Iracema, heroína do romance homônimo, podemos afirmar que:

a)ambas as obras foram escritas por José de Alencar e podem ser classificadas como regionalistas.

b)narram de maneira épica, numa prosa recheada de sonoridade, o heroico esforço dos indígenas em resistir ao invasor português.

c)Peri e Iracema são heróis típicos da segunda geração romântica.

d)Constroem, de maneira alegórica, o mito de surgimento do povo brasileiro, pelo miscigenação entre o invasor branco e o indígena nativo.

e)ambas as obras foram produzidas em um português puro, livre de expressões ou palavras tomadas emprestadas de outros idiomas, mostrando o esforço de José de Alencar em manter a pureza do idioma camoniano.

Onde se passa a história do Guarani?

A história contada por José de Alencar se passa no início do século XVII, na Serra dos Órgãos, interior do Estado do Rio de Janeiro, em uma fazenda as margens do rio Paquequer.

O que acontece na história o Guarani?

A guerra com os aimoré vai ficando cada vez mais tensa e Peri resolve entregar-se a um ato heroico de sacrifício. Sabendo que a tribo aimoré é antropófaga, Peri toma veneno e vai lutar na própria aldeia aimoré. Assim, após Peri morrer em combate, os índios iriam devorar sua carne envenenada e acabariam morrendo.

Em que época se passa a história narrada a da colonização do Brasil B da Proclamação da República do Brasil C da Independência do Brasil D do descobrimento do Brasil?

Período Imperial vai de 1822, com a independência do Brasil, até 1889, com a proclamação da República, e é dividido em três fases principais: o Primeiro Reinado (1822-1831), o Período Regencial (1831-1840) e o Segundo Reinado (1840-1889).

Quem são os personagens principais do livro O Guarani?

O índio valente, Peri; Corajoso, que era chefe da nação goitacá, o Guarani, além de cecília. E quanto aos personagens secundários temos: D antônio, pai de Cecília Isabel, Dona Lauriana, D. Diogo Mariz e Loredano Álvaro.