Como a pecuária e a extração das drogas do sertão foram desenvolvidas?

7

Comercializavam-se alimentos produzidos na região e produtos importados [...]. Dentre os produtos produzidos na colônia, destacavam-se a farinha de mandioca, de milho e de trigo, feijão, açúcar, rapadura, aguardente, toucinho, charque e came fresca [...] peixe seco e fresco. Dentre os produtos importados, os de maior procura eram vinagre, azeite, vinho, bacalhau, azeitonas, pimenta-do-reino, especiarias [...I e sal. Fonte: BRAICK e MOTA. História: das cavernas ao Terceiro Milênio. Vol. 2. São Paulo: Moderna, 2010. p. 84. Assim, aponte a afirmativa correta, quanto à situação brasileira no período colonial.

 

Como a pecuária e a extração das drogas do sertão foram desenvolvidas?

1. (CEPUERJ) Analise o texto a seguir sobre a Amazônia:
O modo de produção imposto pela economia capitalista determina, em grande parte, os estilos de desenvolvimento nacionais e as estratégias regionais. A fronteira amazônica só pode, portanto, ser compreendida a partir da inserção do Brasil no sistema capitalista global, pós-segunda guerra mundial, em que o capitalismo atua no espaço planetário, mas os estados nacionais conservam suas funções de controle e hierarquização, constituindo agentes primordiais na produção do novo espaço. Na verdade, o povoamento da Amazônia a partir da colonização se fez sempre em surtos devassadores vinculados à expansão capitalista mundial. (BECKER, 1990, p. 11)
O primeiro devassamento da floresta equatorial da várzea, ao longo dos rios amazônicos, decorreu do processo de:
A) busca pelas “drogas do sertão”
B) consolidação do “ciclo da borracha”
C) avanço das frentes pioneiras minerais
D) implantação de grandes projetos hidrelétricos
 
2. (FCC) Durante o período colonial, a região amazônica ganhou importância no âmbito do Império Português por causa
A) da extração e comércio das “drogas do sertão”, entre elas o urucum, o guaraná, a castanha-do-pará e o pau-cravo.
B) da navegação dos rios da bacia amazônica, que possibilitavam o escoamento do ouro explorado na região, para Portugal.
C) do cultivo do cacau e da extração do látex, produtos que foram largamente exportados para indústrias promovendo a riqueza da elite local, presente na modernização de Manaus e Belém.
D) do tráfico de indígenas escravizados para o interior e o centro do território, região onde predominava o plantation que utilizava largamente essa mão de obra.
E) da rentável produção agrícola desenvolvida pelos jesuítas, nas missões, que empregaram de forma assalariada aldeias inteiras no cultivo de algodão e fumo para exportação e o desenvolvimento da região.
 
3. (Cesgranrio-RJ) Apesar do predomínio da agromanufatura açucareira na economia colonial brasileira, a pecuária e a extração das "drogas do sertão" foram fundamentais. A esse respeito, podemos afirmar que:
A) ocorreu uma grande absorção da mão de obra escrava negra, particularmente na pecuária.
B) a presença do indígena na extração das "drogas do sertão" foi essencial pelo conhecimento da geografia da região Nordeste.
C) por serem atividades complementares, a força de trabalho não se dedicava integralmente a elas.
D) ambas foram responsáveis pelo processo de interiorização do Brasil colonial.
E) possibilitaram o surgimento de um mercado interno que se contrapunha às flutuações do comércio internacional.


GABARITO

1:A - 2:A - 3:D

Durante o período colonial, pecuária e povoamento do sertão estiveram intimamente ligados. A partir dos engenhos de cana-de-açúcar, que se localizavam principalmente no litoral nordestino, foi possível aos colonos que aqui habitavam conquistar o sertão da colônia e iniciar o povoamento dessa região.

A pecuária desenvolveu-se inicialmente em torno dos engenhos de cana-de-açúcar. O gado criado nesses locais, bovino e muar, era utilizado na alimentação, na produção de couro para utensílios de trabalho e domésticos, além da tração animal nos trabalhos para a obtenção do açúcar.

Com a expansão das lavouras de cana-de-açúcar ao redor dos engenhos, era necessário encontrar pastagens cada vez mais distantes para a criação de gado. Para encontrar esses ambientes, os vaqueiros partiram para o sertão. Sertão é também definido como o local que não se encontra no litoral.

Os primeiros locais a partir dos quais os vaqueiros deslocaram-se foram os engenhos localizados em Pernambuco e na Bahia. Eles buscaram seguir o rumo contrário do sentido do Rio São Francisco, que passou a ser conhecido como “Rio dos Currais”. Ao longo do vale desse rio foram criados currais e fazendas perto de áreas de pastagens.

Com o desenvolvimento dessa atividade econômica, foram sendo fixados polos de povoamento, principalmente fazendas. Os vaqueiros que habitavam essas fazendas eram geralmente mamelucos, de ascendência indígena e europeia. Eles trabalhavam com os donos dos rebanhos em regime similar ao de parceria: a cada quatro crias sobreviventes, uma era do vaqueiro. Com o tempo, alguns vaqueiros conseguiram formar seu próprio rebanho.

Houve ainda expansão em direção ao norte da colônia, com os vaqueiros ocupando territórios na Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.

A ocupação do sertão a partir da pecuária estendeu-se para além do Nordeste e Norte, principalmente com a descoberta de ouro na região de Minas Gerais. Ainda seguindo o curso contrário do São Francisco, os vaqueiros chegaram próximos às áreas de mineração em território mineiro. Os metais preciosos fizeram com que os vaqueiros se dirigissem também ao oeste da colônia, chegando a Goiás e a Mato Grosso.

Outra região que passou a ser também ocupada por vaqueiros e fazendas de gado foi a região Sul da colônia. Nos pampas, foi encontrado ambiente propício à criação de gado. Esse foi o local em que a pecuária mais se desenvolveu.

Além do couro retirado do gado, era produzido também a carne-seca (ou charque, como era conhecida no sul), muito consumida durante o período colonial, em virtude do tempo de conservação. A produção de gado cresceu para atender ao mercado interno da colônia, que ganhou impulso após a mineração.

O mercado interno levou ainda à criação de rotas para a circulação das mercadorias produzidas, sendo as mulas e burros os meios de transporte utilizados. Nas regiões onde se localizavam as fazendas, formaram-se locais de descanso e comercialização de diversos produtos. Além disso, povoados, aldeias e cidades floresceram, das quais podem ser citadas Feira de Santana, na Bahia, e Vacaria, no Rio Grande do Sul.

Além da questão econômica e territorial, a pecuária serviu ainda como base de formação de uma cultura sertaneja, que tem suas peculiaridades em cada uma das regiões em que se desenvolveu.


Por Me. Tales Pinto

Como começou a extração das drogas do sertão?

De início, os portugueses não se opuseram às missões jesuíticas na Floresta Amazônica e permitiram que fosse ela explorada, em busca das drogas do sertão. Os religiosos usaram a mão de obra indígena na extração desses produtos. Os bandeirantes também se tornaram comercializadores das drogas do sertão.

Qual a relação entre a pecuária e a extração das drogas do sertão na formação do território brasileiro?

A extração de drogas do Sertão na região Norte, aliada ao início da criação de animais, contribuiu para o adentramento do território brasileiro, ainda pouco explorado à época. Os principais envolvidos nesse processo foram os jesuítas portugueses e os bandeirantes da Capitania de São Paulo.

Como era feita a coleta das drogas do sertão?

Era usado, sobretudo, para referir-se a produtos naturais para uso culinário, medicinal, artesanal e manufatureiro. Entre essas drogas, estavam o urucum (ver imagem no topo do texto), o guaraná, a castanha-do-pará, o algodão, o fumo, o açúcar e a mandioca.

Quando começou a exploração das drogas do sertão?

As drogas do sertão reúnem os diversos tipos de especiarias (plantas, raízes, sementes, frutas, ervas medicinais, etc.) que foram comercializadas no Brasil Colônia (sertão nordestino) a partir do século XVI e XVII. Alguns estudiosos referem esse momento como “Ciclo das Drogas do Sertão”.