Como os pesquisadores fizeram para relacionar escravização e industrialização no Brasil a qual conclusão os pesquisadores chegaram?

Este estudo focaliza a história da sociologia no Brasil e as recepções de tradições sociológicas européias e norte-americana pela sociologia brasileira. As etapas e os períodos da evolução da Sociologia e de sua institucionalização como disciplina acadêmico-científica no Brasil são apresentados em seus traços principais, assim como a situação atual da sociologia nas universidades, os principais campos de pesquisa da sociologia brasileira e os novos temas e novas abordagens que vieram a ser propostos para a explicação e/ou compreensão da situação social brasileira.

Sociologia no Brasil; História da Sociologia no Brasil


This study focuses on the history of sociology in Brazil and receptions of European and North American sociological traditions by Brazilian sociology. The stages and periods of development of Sociology and its institutionalization as an academic-scientific discipline in Brazil are presented in their main features, as well as sociology's current situation at universities, the main fields of research of Brazilian sociology, and the new themes and approaches that came to be proposed for explaining and/or understanding Brazil's social situation.

sociology in Brazil; history of sociology in Brazil


DOSSIÊ SOCIOLOGIA NA (EN) AMÉRICA LATINA, ALAS

A Sociologia no Brasil: história, teorias e desafios

Sociology in Brazil: history, theories, and challenges

Enno D. Liedke Filho

Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil

RESUMO

Este estudo focaliza a história da sociologia no Brasil e as recepções de tradições sociológicas européias e norte-americana pela sociologia brasileira. As etapas e os períodos da evolução da Sociologia e de sua institucionalização como disciplina acadêmico-científica no Brasil são apresentados em seus traços principais, assim como a situação atual da sociologia nas universidades, os principais campos de pesquisa da sociologia brasileira e os novos temas e novas abordagens que vieram a ser propostos para a explicação e/ou compreensão da situação social brasileira.

Palavras-chave: Sociologia no Brasil, História da Sociologia no Brasil.

ABSTRACT

This study focuses on the history of sociology in Brazil and receptions of European and North American sociological traditions by Brazilian sociology. The stages and periods of development of Sociology and its institutionalization as an academic-scientific discipline in Brazil are presented in their main features, as well as sociology's current situation at universities, the main fields of research of Brazilian sociology, and the new themes and approaches that came to be proposed for explaining and/or understanding Brazil's social situation.

Key words: sociology in Brazil, history of sociology in Brazil.

Este estudo focaliza a história da Sociologia no Brasil, analisando os traços principais das etapas e períodos de sua institucionalização e evolução como disciplina acadêmico-científica, as recepções de tradições sociológicas européias e norte-americana pela sociologia brasileira, assim como a situação atual da Sociologia, os principais campos de pesquisa, os novos temas e novas abordagens que vieram a ser propostos para a explicação e/ou compreensão da situação social brasileira.

A emergência e evolução da Sociologia como disciplina acadêmico-científica no Brasil e na América Latina divide-se nas seguintes etapas e períodos:

A Herança Histórico-cultural da Sociologia

Período dos Pensadores Sociais

Período da Sociologia de Cátedra

Etapa Contemporânea da Sociologia

Período da Sociologia Científica

Período de Crise e Diversificação

Período de Busca de uma Nova Identidade1 1 A reconstrução da evolução da sociologia no Brasil e na América Latina apresentada aqui sucintamente, foi desenvolvida , em detalhe em Liedke Filho (1990a). 2 Sobre o pensamento autoritário na Primeira República, ver Lamounier, 1977. 3 Entre outros, ver Maio, 1996. 4 Esta etapa foi, no entender de Azevedo, antecedida por uma fase pré-científica caracterizada pela contribuição etnográfica dos cronistas (séculos XVI-XVIII) 5 Estas questões são analisadas pelo autor em estudos anteriores (Liedke Filho, 1977 e 1990a). 6 Longa é a lista de experiência históricas internacionais e latino-americanas que têm servido de utopias de referência para as forças democrático-progressistas latino-americanas interessadas na construção de uma sociedade democrática, justa e solidária ( Figura 2). Recorde-se aqui a Revolução Mexicana de 1910, as Revoluções Russas de 1905 e 1917, a experiência das Brigadas Internacionais na Guerra Civil Espanhola (1936 -1939) , a Revolução Chinesa de 1948, a Independência da Índia em 1947, a luta de libertação nacional do Vietnam (1954 e 1975) e as lutas anticolonialistas pela independência do Congo Belga (1960) e da Argélia (1962). Destaque especial cabe à Revolução Cubana de 1959, liderada por Fidel Castro e "Che" Guevara e a sua quase imediata proclamação como socialista em 1961, a qual incendiou imaginações na América Latina e colocou os Estados Unidos da América do Norte em alerta ante os riscos de sua reprodução em outros países latino-americanos, levando à criação da Aliança para o Progresso (1961) e ao incentivo e apoio ao ciclo de governos autoritários na região, a partir de meados dos anos sessenta. 7 Estas questões teórico-políticas serão detalhadas a seguir na parte três, quando da análise das obras de Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso. 8 Ver acerca de sua infância, adolescência e ingresso na USP, os textos-depoimentos "A Geração Perdida" (in 1977), e a entrevista "Sobre o Trabalho Teórico" (1975b). 9 Ver "Introdução" de Folclore e Mudança Social no Brasil (1976), em que Florestan descreve seu aprendizado do funcionalismo. 10 Ver A Sociologia em Uma Era de Revolução Social (1976). 11 Acerca da história do grupo cientistas sociais em questão, ver Fernandes, F. A Sociologia no Brasil (1977), capítulos 7 e 8, e Liedke Filho (1977 e 1990a). 12 Ver o projeto e os resultados da pesquisa que originaram esta linha de investigação, em Bastide, R. e Fernandes, Brancos e Negros em São Paulo, São Paulo: Companhia Ed. Nacional, 1971, 3a. ed.; Cardoso, F H e Ianni, O. Cor e Mobilidade Social em Florianópolis, São Paulo, Cia Editora Nacional, 1960; Cardoso, F H Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, São Paulo: DIFEL, 1962: Ianni O. As Metamorfoses do Escravo, São Paulo, DIFEL, 1962; Fernandes, F O Negro no Mundo dos Brancos, São Paulo: DIFEL, 1972, Fernandes F. A Integração do Negro na Sociedade de Classes; São Paulo: Dominus Editora e Editora da USP, 1965. 13 Ver os projetos 2 e 3 em Fernandes, 1974a e 1976b. 14 Ver os textos incluídos na coletânea de Florestan Fernandes Educação e Sociedade no Brasil (1966). 15 Ver a autocrítica de Florestan quanto à Hipótese da Demora Cultural em "Reflexões sobre as Mudanças Sociais no Brasil", in 1976b: 210. 16 Ver especialmente "A dinâmica da mudança sócio-cultural no Brasil" (1965, in 1969), texto em que a "irracionalidade do comportamento conservador", é objeto de minuciosa análise. 17 Como obras exemplares dessas tendências, ver São Paulo, 1975. Crescimento e Pobreza. (Camargo, 1976) e São Paulo: O Povo em Movimento. (Singer e Brandt, 1980). 18 Para revisões da produção das ciências sociais brasileiras por disciplinas áreas temáticas, ver as coletâneas publicadas pela ANPOCS, sob a direção de Micelli (1999, vol. 1, 2 e 3; e 2002). 19 Para estudos acerca da Sociologia no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, ver Liedke Filho (2001 e 2003a). 20 Ressalte-se que pode ocorrer contagem dupla, pois uma mesma linha pode ser objeto de até três classificações. Outrossim, a classificação das áreas do conhecimento encontra-se presentemente em fase de reformulação por um esforço conjunto do Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq e da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior - CAPES. 21 Ressalte-se também o significativo papel desempenhado pelas associações profissionais e científicas - Associação Brasileira de Antropologia - ABA, Associação Brasileira de Ciência Política - ABCP, Sociedade Brasileira de Sociologia -SBS, Associação Nacional de Pesquisa em ciências sociais - ANPOCS e Federação Nacional de Sociólogos do Brasil - FNSB, e a presença das ciências sociais na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC.

Como os pesquisadores fizeram para relacionar escravização e industrialização no Brasil?

Outra hipótese que pôde ser testada na realidade brasileira é a que relaciona a escravidão e o avanço da industrialização. Para isso, os pesquisadores usaram dados do Censo nacional de antes de depois da Abolição, mais precisamente, de 1872 e 1920.

Como a escravidão dificultou o processo de industrialização do Brasil?

TRABALHO ESCRAVO Apesar de encarecer a compra de produtos estrangeiros, a tarifa era insuficiente para alavancar a atividade industrial. Além do reduzido mercado interno e da concorrência externa, havia outro fator a inibir a implantação de manufaturas.

Como foi o início do processo de industrialização no Brasil?

A industrialização no Brasil ocorreu de forma tardia por meio da política de substituição das importações no contexto de ocorrência da Primeira Guerra Mundial. Os capitais oriundos de cultivos agrícolas, com destaque para o café, foram primordiais para o desenvolvimento da indústria brasileira.

Quais foram os fatores que contribuíram para o processo de industrialização do Brasil?

Vários fatores contribuíram para o processo de industrialização no Brasil no começo do século XX:.
a exportação de café gerou lucros que permitiram o investimento na indústria;.
os imigrantes estrangeiros traziam consigo as técnicas de fabricação de diversos produtos;.
a formação de uma classe média urbana consumidora..