Como pode ser definido a Floresta Amazônica com relação ao seu solo?

O Brasil possui a maior área de floresta tropical do mundo, a qual inclui aproximadamente 40% da cobertura florestal tropical remanescente do planeta. Essa floresta representa uma fonte extraordinária de recursos para a população brasileira e um bem incalculável para a população mundial.

Show

Milhões de brasileiros dependem direta ou indiretamente da floresta amazônica para sobreviver: agricultores comercializam sua produção dentro e fora do país; o setor florestal brasileiro representa aproximadamente 8% de toda riqueza anual do Brasil; e a grande bacia amazônica abriga milhões de indígenas que dependem da riqueza da floresta para suprir suas necessidades básicas.

O fato de o hemisfério Sul ter sofrido seu primeiro furacão da história no ano passado torna ainda mais crítico o reconhecimento do valor dos ecossistemas como o da bacia amazônica e do serviço essencial que eles oferecem para a comunidade global. Esses ecossistemas também servem como reguladores do clima, depositários de biodiversidade e provedores de uma extraordinária capacidade natural de purificação.

À medida que nos tornamos mais conscientes do papel fundamental que os grandes ecossistemas desempenham em nossas vidas atuais e futuras, começamos a entender o quanto é importante manejá-los com sabedoria em uma perspectiva de longo prazo.

Este relatório nos oferece um extraordinário conjunto de ferramentas a ser utilizado nesse esforço. O escopo e os detalhes dos mapas são vitais se estivermos dispostos a fazer escolhas necessárias e inevitáveis no futuro para conciliar as necessidades dos brasileiros com as necessidades legítimas da população mundial, a qual sofre cada vez mais com as mudanças ambientais globais.

Sabemos que a Amazônia está sob pressão humana significativa e podemos ver onde ela ocorre, sua natureza e seus impactos. Entretanto, o que nós também podemos ver é que a pressão humana consolidada — ou seja, incursões humanas na Amazônia — tendem a possuir dinâmica própria. Esse desenvolvimento, uma vez estabelecido, torna-se um estímulo para o que este relatório denomina ocupação “incipiente”, ou pressão emergente na Amazônia que não é planejada. Os mapas do relatório são inequívocos sobre isso.

Uma das ações das quais mais me orgulho enquanto Presidente da República foi o estabelecimento do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA). Juntamente com nossos parceiros, esse programa reconhece o alcance ambiental internacional da Amazônia ao mesmo tempo em que atende as ambições legítimas da população menos favorecida do Brasil.

O que este incomparável conjunto de mapas e relatório mostram, entretanto, é que embora exista na Amazônia área inexplorada mais do que suficiente para atender as nossas metas de preservação, devemos ser vigilantes em relação à pressão humana que se espalha para fora das áreas de ocupação consolidada. Igualmente importante é o impacto de ocupações humanas isoladas que ameaçam ecossistemas intactos e ocasionam danos de maneiras que ainda não entendemoscompletamente. Esses mapas ilustram claramente uma situação que demanda ações urgentes.

O Brasil é extremamente consciente da dupla responsabilidade que a natureza, a geografia, a exploração colonial e a arte de conduzir os assuntos do Estado têm depositado sobre ele. O país não foge da sua obrigação singular para com a comunidade mundial relativa às circunstâncias especiais da Amazônia. Nem pretende fugir da sua responsabilidade de oferecer à população brasileira oportunidades para uma vida mais produtiva e melhor.

Conciliar essas enormes demandas requer escolhas sábias e as ferramentas e informação necessárias para orientar essas escolhas. Este é o inestimável valor deste relatório.

Fernando Henrique Cardoso

Presidente da República Federativa do Brasil entre 1995-2002

Membro do Conselho Diretor do World Resources Institute

 

Principais resultados

• Em 2002, aproximadamente 47% da Amazônia brasileira estava sob algum tipo de pressão humana, incluindo desmatamento, zonas de influência urbana, assentamentos de reforma agrária, áreas alocadas para prospecção mineral e reserva garimpeira, bem como áreas sob pressão indicadas pela incidência de focos de calor (queimadas) em florestas.

• Nossas análises sugerem que, em 2002, ainda havia áreas de floresta sem evidência de pressão humana suficientes para o governo atingir suas metas de expansão do sistema de áreas protegidas. Isso inclui aproximadamente um milhão de km2 de terras consideradas prioritárias para o estabelecimento de novas áreas protegidas, inclusive florestas públicas de produção. Todavia, a pressão continua a aumentar na região de tal maneira que o governo deve agir rapidamente para atingir suas metas de conservação danatureza. Estabelecer novas unidades de conservação em áreas livres de pressão humana ajudará a prevenir conflitos sobre o uso dessas áreas. Áreas sob pressão humana incipiente ainda são valiosas para a conservação devido à intensidade de uso relativamente baixa, mas os custos políticos para estabelecer unidades de conservação nessas zonas serão maiores dados os interesses já estabelecidos.

• Aproximadamente 80% da área desmatada está até 30 km das estradas oficiais. Contudo, quase metade das zonas de influência de focos de calor antigas (1996-1999) e dois terços das zonas de influência de focos de calor recentes (2000-2002) estão além de 30 km das estradas oficiais. É necessário que o planejamento, a construção e a manutenção da infra-estrutura de transporte considerem mais cuidadosamente a extensão dos seus impactos ambientais.

 

Como pode ser definido a Floresta Amazônica com relação ao seu solo?

Como pode ser definido a Floresta Amazônica com relação ao seu solo?

FIGURA A. ACESSIBILIDADE ECONÔMICA PARA A EXTRAÇÃO DE MADEIRA NAS ÁREAS PROTEGIDAS FIGURA B. ACESSIBILIDADE ECONÔMICA PARA A EXTRAÇÃO DE MADEIRA NAS ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO. Nota[1] A estimativa da distância máxima para a exploração madeireira considerou informações sobre a localização de serrarias, corredores de transporte (estradas e rios navegáveis), cobertura vegetal, exploração madeireira, custos de extração e processamento de madeira e preços de mercado da madeira. As estimativas de custos de transporte incorporaram distância e meios de transporte (por exemplo, o transporte fluvial é mais barato que o transporte terrestre).

24 de setembro de 2015


Leia também:

Florestas nacionais na Amazônia: consulta a empresários madeireiros e atores afins à política florestal

Como é definida a Floresta Amazônica com relação ao seu solo?

Resumo sobre a Floresta Amazônica Seu solo é arenoso e pobre em nutrientes. O que condiciona um pouco de fertilidade a ele é a camada superior de matéria orgânica (húmus), que se forma pela deposição de folhas, frutos e restos de animais. Seu clima é o equatorial, marcado por calor e elevada umidade do ar.

Qual o tipo de solo da Floresta Amazônica?

No estado do Amazonas ocorrem, predominantemente, Latossolos Amarelos; entretanto, há ocorrência, em menor escala, de Latossolos Vermelho- -Amarelos e Latossolos Vermelhos. Apresentam baixa fertilidade natural, com teores muito reduzidos de bases trocáveis e fósforo.

Qual a importância da Floresta Amazônica para o solo?

A floresta Amazônica representa um terço das florestas tropicais do mundo, desempenhando papel imprescindível na manutenção de serviços ecológicos, tais como, garantir a qualidade do solo, dos estoques de água doce e proteger a biodiversidade.

Por que o solo da Amazônia é um solo pobre e arenoso?

Os solos amazônicos possuem uma restrita camada de matéria-orgânica que se encontra na superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada fértil é oriunda da própria floresta, nela os organismos (insetos, fungos, algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no ambiente.