Pol�ticas p�blicas, desigualdades, pobreza e exclus�o Show Podemos destacar que com as pol�ticas p�blicas vem � tona o surgimento da quest�o social e traz consigo as origens do Estado de Bem Estar Social, ou seja, a interven��o do Estado, a Pol�tica P�blica � o estado agindo na sociedade, seu campo vai responder a uma necessidade. A formula��o de pol�ticas p�blicas constitui-se no est�gio em que os governos democr�ticos traduzem seus prop�sitos e plataformas eleitorais em programas e a��es que produzir�o resultados ou mudan�as no mundo real e que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, �tnico ou econ�mico. As pol�ticas p�blicas correspondem aos direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam gra�as ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes p�blicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou outros bens materiais ou imateriais. Pol�ticas P�blicas � a totalidade de a��es, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) tra�am para alcan�ar o bem-estar da sociedade e o interesse p�blico. � certo que as a��es que os dirigentes p�bli�cos (os governantes ou os tomadores de decis�es) selecionam (suas prioridades) s�o aquelas que eles entendem serem as de�mandas ou expectativas da sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade � sempre definido pelo governo e n�o pela sociedade. Isto ocorre porque a sociedade n�o consegue se expressar de forma integral. Ela faz solicita��es (pedidos ou demandas) para os seus representantes (deputados, senadores e vereadores) e estes mobilizam os membros do Poder Executivo, que tamb�m foram eleitos (tais como prefeitos, governadores e inclusive o pr�prio Presidente da Rep�blica) para que atendam as deman�das da popula��o. A pobreza no Brasil � decorrente de uma heran�a hist�rica, o que temos hoje � resultado de a��es constru�das durante anos.
Ou seja, nossa realidade hoje � reflexo de um passado constru�do e pautado na desigualdade social. Constituindo hoje um pa�s onde a pobreza n�o ocorre devido � falta de recursos, mas devido � m� distribui��o destes, ocasionando assim um dos maiores �ndices de desigualdade mundial.
A pobreza resulta das desigualdades sociais, agravando mais a situa��o desta, que por conseq��ncia ocasiona a exclus�o social, e que para uma equidade desse sistema s�o necess�rias as pol�ticas p�blicas sociais. J� se foi o tempo em que a pobreza era justificada como uma incapacidade da classe inferior em sair desse estado. �O mito da �cultura da pobreza�, segundo a qual os pobres n�o melhoram suas condi��es de vida porque n�o querem, desfaz-se, sempre na dura frieza das evid�ncias, emp�ricas e hist�ricas� (ABRANCHES, 1998, p.16). No entanto o que se percebe � que no Brasil a pobreza n�o � s� resultado dessa heran�a hist�rica que ocasionou essa disparidade econ�mica, mas tamb�m da falta de acesso � educa��o de qualidade, uma pol�tica fiscal injusta, baixos sal�rios e dificuldade da popula��o em desfrutar de servi�os b�sicos oferecidos pelo Estado, como sa�de, transporte p�blico e saneamento b�sico. Outro fator agravante s�o as novas tend�ncias que surgiram no mundo atual, que favoreceram a vis�o de �quanto menos Estado e quanto mais mercado, melhor; quanto mais individualidade e quanto menos coletividade, melhor�. Essa � a perspectiva tem impregnado todas as sociedades neste final de s�culo. De acordo com Sarah Escorel a exclus�o social integra o campo da pobreza e das desigualdades embora seja diferente destes dois conceitos e contenha em si situa��es e processos que podem se desenvolver fora do �mbito da pobreza e das desigualdades sociais, como por exemplo, a impossibilidade dos homossexuais constitu�rem uni�es est�veis e terem direito � heran�a de seus companheiros ou companheiras. Entretanto, a maior parte dos processos de exclus�o social est� relacionada e tem conseq��ncias diretas nas condi��es econ�micas dos grupos populacionais, e se fazem mais presentes em situa��es de intensa pobreza e desigualdades sociais. (ESCOREL, 1999) A defini��o do conceito de pobreza vai se transformando a partir do s�culo XIX para os s�culos XX e XIX e migra da id�ia de mera priva��o de renda e car�ncia de bens materiais para uma perspectiva mais ampla de compreens�o do fen�meno, como a id�ia da priva��o de �capacidades� (SEN, 2000), incluindo a necessidade de bens n�o materiais. A vis�o do �pobre� tamb�m sofre altera��es e este passa a ser visto como um produto da estrutura e n�o como um trabalhador inapto ou mesmo um delinq�ente que escolhe a sua condi��o. A pobreza absoluta significa n�o ter acesso aos bens e servi�os essenciais, � a impossibilidade de suprir as necessidades b�sicas, alimentares e n�o-alimentares (LOPES, 1992). A indig�ncia ou mis�ria � o afastamento de um m�nimo necess�rio � manuten��o da sobreviv�ncia f�sica de um indiv�duo posto que n�o consegue �adquirir a cesta b�sica de alimentos que lhe proporcione nutri��o suficiente para uma vida ativa e produtiva� (GERSHMAN & IRWIN, 2000, p. 15). A pobreza relativa, a desigualdade, � a falta de recursos ou de consumo em rela��o a padr�es usuais ou aprovados pela sociedade do que � considerado essencial para uma vida digna. As desigualdades sociais expressam as modalidades e os mecanismos mediante os quais numa dada sociedade s�o distribu�dos bens e recursos, atribuindo posi��es diferenciadas e relativas aos indiv�duos e grupos em rela��o ao acesso aos bens, e tamb�m em rela��o a uma escala de valores mediante a qual estes lugares sociais s�o avaliados. As tr�s dimens�es essenciais do processo de estratifica��o s�o a riqueza, o prest�gio e o poder (CAVALLI, 1991). Nas sociedades ocidentais e modernas, ou melhor, no modo de produ��o capitalista, o fator fundamental que orienta a estratifica��o � a propriedade dos meios de produ��o e a divis�o social do trabalho, conformando um sistema de classes sociais. Amartya Sen (2000) aponta os limites da abordagem das desigualdades pelo crit�rio de renda. No seu entender, o mais importante � verificar como a renda e outros bens e servi�os contribuem para as capacidades das pessoas de atingir seus objetivos de viver uma vida digna e satisfat�ria. Nesse sentido, outro conceito importante � o de vulnerabilidade, pois permite analisar a exposi��o de determinados grupos a riscos externos e avaliar suas capacidades em responder a estes desafios (GERSHMAN & IRWIN, 2000). O conceito de exclus�o social amplia as dimens�es de an�lise da pobreza e das desigualdades. � o processo pelo qual indiv�duos ou grupos s�o total ou parcialmente exclu�dos de participarem integralmente da sociedade em que vivem (European Foundation for the Improvement of Living and Working Condition, apud GERSHMAN & IRWIN, 2000, p. 16). S�o processos de vulnerabilidade, fragiliza��o ou precariedade e at� ruptura dos v�nculos sociais em cinco dimens�es da exist�ncia humana em sociedade: ocupacionais e de rendimentos; familiares e sociais proximais; pol�ticas ou de cidadania; culturais; e, no mundo da vida onde se inserem os aspectos relacionados com a sa�de (ESCOREL, 1999, p. 75) A exclus�o consiste de processos din�micos, multidimensionais produzidos por rela��es desiguais de poder que atuam ao longo de quatro dimens�es principais econ�mica, pol�tica, social e cultural �, e em diferentes n�veis incluindo individual, domiciliar, grupal, comunit�rio, nacional e global. Resulta em um continuum de inclus�o/exclus�o caracterizado por acessos desiguais aos recursos, capacidades e direitos que produzem iniq�idades em sa�de (POPAY et al, 2008, p. 36). Segundo Rouanet (1993), estes conceitos de universalidade, individualidade e autonomia, est�o sendo tratados com novas interpreta��es, onde o universalismo est� sendo substitu�do pelo nacionalismo, proliferando em muitos casos o racismo e a xenofobia; o individualismo se expressa no conformismo e busca somente pelo benef�cio pr�prio; a autonomia transformou-se em uma desresponsabiliza��o pelo ser humano, onde cada um � respons�vel por si mesmo e muitos vivem em condi��es sub-humanas. Precisamos ent�o de uma a��o mais voltada para a maioria da popula��o, para que se busque o bem estar de todos. Uma a��o voltada para esse grupo marginalizado, para ai sim, ser poss�vel chegar a uma equidade, e a justi�a social. Rawls (2002) realiza um estudo sobre a teoria da justi�a, onde a justi�a � entendida como equidade, buscando a liberdade do indiv�duo. A justi�a s� ser� equitativa, quando for constru�da uma sociedade democr�tica, atrav�s da redistribui��o de renda e do impedimento da concentra��o de bens e riquezas heredit�rias. Para isso o estado deve intervir servindo o cidad�o, defendendo o que � justo, o que � legal. O Estado passa a ser o regulador, propiciando pol�ticas p�blicas e sociais para diminui��o das desigualdades, para que os indiv�duos alcance sua autonomia e liberdade atrav�s da minimiza��o da desigualdade social e da garantia do acesso aos bens necess�rios para seu desenvolvimento. Resultando assim na equidade, que s� ser� poss�vel tratando os desiguais de maneira desigual. N�o podemos nos esquecer de que muito j� foi feito para minimiza��o das desigualdades sociais presentes no Brasil. Foram v�rias pol�ticas e programas adotados, e levando em considera��o a heran�a que adquirimos e a qual citamos no in�cio deste artigo, estamos caminhando para melhores resultados. Dentre elas podemos citar:
Ou seja, apesar do muito que ainda precisa ser feito alguns avan�os j� foram dados pelo poder p�blico para combater desigualdades sociais e gerar oportunidades mais equitativas de inser��o para os diferentes grupos. Propiciando assim a redu��o da propor��o de pobres � pessoas vivendo com renda familiar per capita inferior a meio sal�rio m�nimo � de 44,9% para 28,8% da popula��o entre 1989 e 2007, com o que a desigualdade de renda � embora permane�a em n�veis extremamente elevados � diminuiu 7,8% no per�odo, passando o �ndice de Gini de 0,599 para 0,552. O que temos que fazer � pensar em maneiras de redu��o cada vez mais dessas desigualdades, n�o apenas na garantia m�nimo a esses cidad�os, mas em pol�ticas que efetivaram os direitos desses cidad�os, para que n�o fique s� no discurso, direitos civis (direito � liberdade, � propriedade e � igualdade perante a lei); direitos pol�ticos (direito � participa��o do cidad�o no governo da sociedade � voto) e direitos sociais (direito � educa��o, ao trabalho, ao sal�rio justo, � sa�de e � aposentadoria). Assim sendo a equidade estar� muito mais pr�xima. Barros, Henriques e Mendon�a (2001) mostra-nos que os elevados n�veis de pobreza que afligem a sociedade encontram seu principal determinante na estrutura da desigualdade brasileira � tanto na distribui��o de renda como na distribui��o de oportunidades de inclus�o econ�mica e social. Ou seja, o Brasil n�o � um pa�s pobre, mas sim um pa�s que cont�m uma sociedade desigual, onde a concentra��o de renda � maior nas m�os de uma minoria. O que faz com que essas desigualdades existentes n�o sejam devido a uma escassez de recursos, mas h� uma m� distribui��o deles. Por isso n�o s�o s� necess�rias pol�ticas publicas eficazes, mas tamb�m, � preciso localizar as prioridades no Brasil, para direcionar as pol�ticas para essas �reas, al�m de ser preciso um maior controle/fiscaliza��o sobre essas pol�ticas, s� assim alcan�aremos um avan�o significativo no que diz respeito � minimiza��o das desigualdades. Portanto al�m de cria��o de pol�ticas p�blicas eficazes, para o combate a pobreza e as desigualdades sociais � preciso mais ainda que elas sejam focalizadas, ou seja, direcionadas ao publico/indiv�duos que realmente necessitam dessas pol�ticas, al�m de um controle e fiscaliza��o do processo, para saber se realmente est�o atendendo aos objetivos a que se prop�em. Refer�ncias
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