Em quais plantas surgiram os vasos condutores e quais são as vantagens da sua presença?

As algas marinhas de 500 milhões de anos atrás, no período Ordoviciano, deram origem aos vegetais. A Terra passou por um período de seca e muitas modificações (período Siluriano, há 435 milhões de anos) que pode ter sido um fator de seleção natural.

Para conquistarem o novo ambiente, as plantas precisaram se adaptar às suas novas condições de vida. Assim, desenvolveram vasos condutores de seiva, que garantem a distribuição das seivas bruta e elaborada pela planta.

Esta característica está diretamente ligada ao porte da planta, pois as briófitas, como os musgos, por exemplo, não apresentam esses vasos e chegam a ter no máximo 10 cm, enquanto que as gimnospermas e angiospermas podem chegar a 100 m.

Agentes polinizadores

Outra adaptação ao ambiente terrestre está relacionada às sementes e sua dispersão. O vegetal mais evoluído é aquele que apresenta sua semente protegida pelo fruto. Sua disseminação ocorre, normalmente, através de agentes polinizadores, tais como, os insetos, pássaros e morcegos, entre outros.

Uma outra adaptação necessária foi controlar a perda excessiva de água. Isso passou a ocorrer através da abertura e fechamento dos estômatos - estruturas microscópicas por meio das quais ocorrem as trocas gasosas entre a planta e a atmosfera. Da mesma maneira, as plantas dispensaram a água durante o seu ciclo reprodutivo, uma vez que seus gametas já não se encontravam num ambiente aquático.

Acredita-se que no período Denoviano (410 milhões de anos atrás) surgiram bosques formados pelos ancestrais de musgos e samambaias. As plantas com sementes desenvolveram-se neste período e se diversificaram no Carbonífero (355 milhões). Encontram-se adaptadas ao meio terrestre até os dias atuais.

Gimnospermas e angiospermas

Em suma, seguindo a evolução de plantas terrestres, temos as briófitas, sem vasos condutores de seiva, como é o caso dos musgos e das hepáticas, por exemplo. As pteridófitas foram primeiras a apresentarem vasos condutores de seiva. Entre elas, as mais comuns são as samambaias e avencas.

As gimnospermas, representadas pelos pinheiros, apresentam sementes nuas (um exemplo típico é o pinhão) e, por fim, vêm as angiospermas. São as mais evoluídas, pois apresentam flor, fruto e semente protegida pelo fruto.

Cotilédone é o nome que se dá à folha ou folhas primordiais que se formam no embrião das gimnospermas e das angiospermas. Existem vários cotilédones naquelas, mas nestas últimas são apenas um ou dois, por isso as angiospermas se subdividem em duas classes: monocotiledônea e dicotiledônea.

As monocotiledôneas apresentam nervuras paralelas nas folhas, raiz cabeleira (fascicular), e flores trímeras (três pétalas e três sépalas). Pertencem a esta classe plantas tão diferentes quanto as orquídeas e o milho.

Já as dicotiledôneas apresentam nervuras irregulares pelas folhas, raiz principal, flores tetrâmeras ou pentâmeras. São elas a maioria das árvores (exceto os pinheiros) e plantas herbáceas.

Doutorado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2017)
Mestrado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (Instituto de Botânica de São Paulo, 2012)
Graduação em Biologia (UNITAU, 2006)

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As traqueófitas são as plantas que possuem sistema vascular, estando incluso nesse grupo as plantas vasculares sem sementes, as gimnospermas e as angiospermas. A presença do sistema vascular, que é formado pelo xilema e floema, contribuiu para o sucesso das plantas na ocupação do ambiente terrestre. O xilema é um tecido que conduz água e sais minerais, ao passo que o floema conduz açúcares e outros compostos orgânicos produzidos pelas folhas. As substâncias transportadas pelo xilema recebem o nome de seiva xilemática, e as transportadas pelo floema constituem a seiva floemática. A capacidade de sintetizar lignina foi iniciada neste grupo de plantas. A adição de lignina à parede celular tornou-as rígidas, permitindo que se mantivessem eretas e alcançassem grandes alturas.

As principais células do xilema são as traqueídes e os elementos de vaso. Ambas são alongadas e possuem parede celular secundária. Na maturidade são células mortas que perdem seu protoplasto, o correspondente a parte viva da célula, constituído pelo citoplasma, núcleo e a membrana plasmática. A diferença entre esses tipos celulares é que os elementos de vaso apresentam perfurações, que são áreas sem parede primária e secundária, ocorrendo geralmente nas paredes terminais, formando colunas contínuas denominadas de vasos. As traqueídes são células menos especializadas e estão presentes nas plantas sem sementes e nas gimnospermas, sendo que as angiospermas apresentam tanto elementos de vaso como traqueídes.

Ao contrário do xilema, as células condutoras do floema permanecem vivas na maturidade. As principais células do floema são as células crivadas que são típicas das gimnospermas, e os elementos do tubo crivado, exclusivos das angiospermas. Nas plantas vasculares sem sementes, os sistemas de condução do floema variam em estrutura e são chamados apenas de elementos crivados. As células crivadas são alongadas e delgadas, apresentando áreas crivadas com poros estreitos ao longo de toda a célula. Já os elementos do tubo crivado são células mais curtas e contém poros maiores em algumas partes das áreas crivadas, que recebem o nome de placas crivadas. Essas placas geralmente estão localizadas nas paredes terminais. As células condutoras do floema estão associadas com células do parênquima denominadas de células companheiras nas angiospermas, e células albuminosas nas gimnospermas, que são importantes para a nutrição desse tecido.

As plantas vasculares sem sementes incluem os filos Lycopodiophyta e Pteridophyta (Figuras 1 e 2). Os representantes mais comuns do filo Lycopodiophyta são os licopódios e a Selaginella. Os licopódios apresentam um esporófito constituído por um rizoma ramificado, do qual se desenvolvem os ramos aéreos e as raízes. A Selaginella é um gênero de plantas que possui uma distribuição predominantemente tropical, podendo crescer em locais úmidos ou desérticos. A maior parte do filo Pteridophyta é formado por samambaias, porém análises moleculares mostram que as cavalinhas, antes consideradas um filo separado, representam uma segunda linha evolutiva das pteridófitas, por isso estão agrupadas neste filo.

Em quais plantas surgiram os vasos condutores e quais são as vantagens da sua presença?

Figura 1. Licopódio, um representantes das plantas vasculares sem sementes. Foto: ViktoriaIvanets / Shutterstock.com

Em quais plantas surgiram os vasos condutores e quais são as vantagens da sua presença?

Figura 2 - Selaginella, também uma espécie de Lycopodiophyta, planta vascular sem semente. Foto: pisitpong2017 / Shutterstock.com

As gimnospermas foram as primeiras plantas a produzirem uma estrutura protetora para o embrião (a semente), além de não apresentarem uma dependência direta da água para sua reprodução. Esse grupo de plantas geralmente é formado por árvores de médio e grande porte, sendo comuns em locais frios e de clima temperado. No Brasil, a araucária ou pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia - Figura 3) é uma gimnosperma típica da região sul que produz uma semente comestível, o pinhão, que é muito apreciada tanto pelos seres humanos quanto pelos animais.

Em quais plantas surgiram os vasos condutores e quais são as vantagens da sua presença?

Figura 3: Indivíduo adulto de araucária. Foto: Costa Rodrigues / Shutterstock.com

As angiospermas representam a maior parte das plantas atuais, apresentando uma grande diversidade em forma e tamanho. A flor e o fruto foram duas estruturas importantes na sua evolução. As flores possuem uma variedade de tamanhos e cores, podendo ainda serem perfumadas ou apresentarem odores fétidos para a atração de moscas e besouros. A maior parte dos frutos contêm sementes no seu interior. São consumidos por muito animais, como insetos, aves, peixes e mamíferos, e com isso são importantes para a dispersão das sementes, o que contribui para a ocupação dos ambientes pelas angiospermas. Essas plantas podem ser agrupadas em duas grandes classes: as monocotiledôneas, que incluem as palmeiras (figura 4), bromélias e orquídeas, e as eudicotiledôneas, tendo como representantes o feijão, o ipê-amarelo e o cacto. Algumas plantas remanescentes apresentam características mais primitivas, sendo a maioria incorporada no grupo das magnoliídeas, que integra a família do louro, da pimenta, do papo-de-peru e da magnólia.

Em quais plantas surgiram os vasos condutores e quais são as vantagens da sua presença?

Figura 4. Palmeiras são representantes das monocotiledôneas, plantas angiospermas. Foto: Brian S / Shutterstock.com

Referências bibliográficas:

Appezzato-da-Glória, B. & Carmello-Guerreiro, S.M. 2006. Anatomia Vegetal. 2ª ed. Viçosa: Ed. UFV, 438 p.

Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellogg, E.A.; Stevens, P.F. & Donoghue, M.J. 2009. Sistemática Vegetal – Um enfoque filogenético. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 612 p.

Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/plantas-vasculares/

Em quais plantas surgiram os vasos condutores e quais são?

Pteridófitas. As pteridófitas formam o grupo de vegetais que evoluíram a partir das briófitas. São criptógamas, não possuindo sementes, e formam o primeiro grupo contendo vasos condutores de seiva, conhecidos como xilema e floema.

Quais as vantagens da presença dos vasos condutores?

A sua principal função é a condução de água e sais minerais. Os elementos de vaso apresentam perfurações, o que permite diferenciá-los dos traqueídos. As fibras lenhosas, células mortas, alongadas e com paredes celulares espessas, são responsáveis pelo transporte no xilema.

Quais são as plantas que possuem vasos condutores?

As chamadas plantas vasculares, por sua vez, possuem vasos condutores e apresentam como representantes as pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.

Quais plantas possuem vasos condutores de seiva e qual a vantagem dessa característica?

Pteridófitas são plantas que apresentam, como características mais marcantes, a presença de vasos condutores de seiva e a ausência de sementes. A samambaia é uma das pteridófitas mais conhecidas.