Faz teste de intolerância a lactose pelo SUS?

A intolerância à lactose surge quando o organismo tem a incapacidade total ou parcial de produzir a lactase, uma enzima responsável pela digestão da lactose (o açúcar dos produtos lácteos).
Sem a produção dessa enzima o composto se acumula no intestino e é fermentado pelas bactérias que vivem ali, provocando mal-estar. Cerca de 40% da população têm predisposição a ter esse tipo de intolerância, mas apenas 2% vem a apresentar manifestações clínicas, a ponto da mesma interferir no seu cotidiano.
Dentre as possíveis manifestações clínicas estão as dores abdominais, gases, diarreia e outros desconfortos gastrointestinais provocados após a ingestão de leites e derivados.

Quando essas manifestações acontecem de forma recorrente e há a suspeita de intolerância à lactose, o(a) médico(a) pode vir a solicitar alguns exames, que serão relacionados com o quadro clínico do paciente para a conclusão de um diagnóstico.

No nosso laboratório temos dois tipos de exames de intolerância a lactose: a curva de lactose e o exame genético.

A curva de lactose é o exame mais comum e acontece da seguinte forma: o paciente chega ao laboratório em jejum de 8 horas e realiza uma primeira coleta de amostra de sangue.
Logo após, faz a ingestão de um líquido que contém lactose em sua composição e realiza outras coleta em 30, 60 e 120 minutos após a ingestão do líquido.
As amostras do antes e depois da ingestão do líquido são encaminhadas para análise, que irá considerar como foi a absorção da lactose através da dosagem da glicose nesses dois tempos. Se a diferença entre os resultados for muito pequena, significa que o paciente não possui a enzima lactase e não conseguiu degradar a lactose, portanto possui certo grau de intolerância.

– Já o teste genético de intolerância à lactose acontece de forma muito mais simples e é uma opção mais confortável.
Pois não requer nenhum preparo, ingestão de líquido ou jejum (podendo dessa forma ser aplicado também em pacientes diabéticos) e acontece através da coleta de amostra de sangue ou de raspado de mucosa bucal.

A raspagem da mucosa bucal é breve e indolor, e por sua coleta acontecer de maneira mais prática, sua realização se torna muito mais tranquila – principalmente em crianças – onde as mesmas muitas vezes não aceitam muito bem a ingestão de líquidos ou a coleta de amostra de sangue. Tendo muito mais aceitação por elas e também por adultos que não curtem muito a coleta de sangue.

Em análise, é avaliada a presença de uma mutação/alteração do gene MCM6 (o responsável pela manutenção da tolerância à lactose) associando com a persistência/não persistência da lactase.  

Falamos mais sobre os testes em nosso canal do Youtube, confira:

Intolerância a lactose é um distúrbio digestivo associado à baixa ou nenhuma produção de lactase pelo intestino delgado. Os sintomas variam de acordo com a maior ou menor quantidade de leite e derivados ingeridos.

Intolerância à lactose é o nome que se dá à incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados. Ela ocorre quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva chamada lactase, que quebra e decompõe a lactose, ou seja, o açúcar do leite.

Como consequência, essa substância chega ao intestino grosso inalterada. Ali, ela se acumula e é fermentada por bactérias que fabricam ácido lático e gases, promovem maior retenção de água e o aparecimento de diarreias e cólicas.

É importante estabelecer a diferença entre alergia ao leite e intolerância à lactose. A alergia é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de uma porção, por menor que seja, de leite ou derivados. A mais comum é a alergia ao leite de vaca, que pode provocar alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório (tosse e bronquite, por exemplo).

A intolerância à lactose é um distúrbio digestivo associado à baixa ou nenhuma produção de lactase pelo intestino delgado. Os sintomas variam de acordo com a maior ou menor quantidade de leite e derivados ingeridos.

Pesquisas mostram que 70% dos brasileiros apresentam algum grau de intolerância à lactose, que pode ser leve, moderado ou grave, segundo o tipo de deficiência apresentada.

Veja também: Tire dúvidas sobre intolerância à lactose

Tipos

  • Deficiência congênita – por um problema genético, a criança nasce sem condições de produzir lactase (forma rara, mas crônica);
  • Deficiência primária – diminuição natural e progressiva na produção de lactase a partir da adolescência e até o fim da vida (forma mais comum);
  • Deficiência secundária – a produção de lactase é afetada por doenças  intestinais, como diarreias, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, doença celíaca, ou alergia à proteína do leite, por exemplo. Nesses casos, a intolerância pode ser temporária e desaparecer com o controle da doença de base.

Sintomas

Os sintomas da intolerância à lactose se concentram no sistema digestório e melhoram com a interrupção do consumo de produtos lácteos. Eles costumam surgir minutos ou horas depois da ingestão de leite in natura, de seus derivados (queijos, manteiga, creme de leite, leite condensado, requeijão, etc.) ou de alimentos que contêm leite em sua composição (sorvetes, cremes, mingaus, pudins, bolos, etc.). Os mais característicos são distensão abdominal, cólicas, diarreia, flatulência (excesso de gases), náuseas, ardor anal e assaduras, estes dois últimos provocados pela presença de fezes mais ácidas. Crianças pequenas e bebês portadores do distúrbio, em geral, perdem peso e crescem mais lentamente.

Veja também: Entenda porque intolerância à lactose causa desconforto abdominal 

Diagnóstico

Além da avaliação clínica, o diagnóstico da intolerância à lactose pode contar com três exames específicos: teste de intolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes.

O primeiro é oferecido pelo SUS gratuitamente. O paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, colhe amostras de sangue para medir os níveis de glicose, que permanecem inalterados nos portadores do distúrbio.

O segundo considera o nível de hidrogênio eliminado na expiração depois de o paciente ter ingerido doses altas de lactose e o terceiro leva em conta a análise do nível de acidez no exame de fezes.

Tratamento

A intolerância à lactose não é uma doença. É uma carência do organismo que pode ser controlada com dieta e medicamentos. No início, a proposta é suspender a ingestão de leite e derivados da dieta a fim de promover o alívio dos sintomas. Depois, esses alimentos devem ser reintroduzidos aos poucos até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar sintomas adversos. Essa conduta terapêutica tem como objetivo manter a oferta de cálcio na alimentação, nutriente que, junto com a vitamina D, é indispensável para a formação de massa óssea saudável. Suplementos com lactase e leites modificados com baixo teor de lactose são úteis para manter o aporte de cálcio, quando a quantidade de leite ingerido for insuficiente.

Pessoa que desenvolveu intolerância à lactose pode levar vida absolutamente normal desde que siga a dieta adequada e evite o consumo de leite e derivados além da quantidade tolerada pelo organismo.

Recomendações

Portadores de intolerância à lactose precisam saber que:

  • Na medida do possível, o leite não deve ser totalmente abolido da dieta;
  • É importante ler não só os rótulos dos alimentos para saber qual é a composição do produto, mas também a bula dos remédios, porque vários deles incluem lactose em sua fórmula;
  • Leite de soja, de arroz, de aveia não contém lactose;
  • Leite de vaca não entra como ingrediente do pão francês e do pão-de-ló;
  • Verduras de folhas verdes, como brócolis, couves, agrião, couve-flor, espinafre, assim como  feijão, ervilhas, tofu, salmão, sardinha, mariscos, amêndoas, nozes, gergelim, certos temperos (manjericão, orégano, alecrim, salsa) e ovos também funcionam como fontes de cálcio;
  • Comer de tudo um pouco é a melhor forma de manter o suporte de nutrientes necessários para a saúde e bem-estar do organismo.

Como fazer teste de intolerância à lactose pelo SUS?

Teste de intolerância à lactose, que é oferecido pelo SUS de forma gratuita e é feito pela coleta de amostras de sangue após o paciente ter ingerido uma dose de lactose em jejum. O resultado é positivo quando a taxa de açúcar no sangue permanece a mesma após a análise de glicose das amostras.

Tem lactose no SUS?

Agora é Lei - Leite sem lactose poderá ser fornecido para crianças intolerantes. A Lei 14.492/2022, que autoriza a distribuição contínua e gratuita de leite sem lactose, com proteína hidrolisada ou livre de aminoácidos a crianças lactentes foi sancionada nesta quarta-feira, 3, pelo Executivo.

Quanto custa em média um exame de intolerância à lactose?

Teste Genético de Intolerância à Lactose - R$178,00 - Labi Exames.

Onde faz teste de intolerância à lactose?

Exame do Laboratório Oswaldo Cruz facilita o diagnóstico de intolerância à lactose.