Nao se ama duas vezes a mesma mulher

Não se ama duas vezes a mesma mulher.

Nao se ama duas vezes a mesma mulher

Não se ama duas vezes a mesma mulher.

Machado de Assis

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Nascimento: 21 de junho de 1839


Morte: 29 de setembro de 1908 (69 anos)


Biografia: Joaquim Maria Machado de Assis foi um escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome da literatura nacional. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário.


Meu pai ficou atônito com o desenlace, e quer-me parecer que não morreu de outra coisa. Eram tantos os castelos que engenhara, tantos e tantíssimos os sonhos, que não podia vê-los assim esboroados, sem padecer um forte abalo no organismo. A princípio não quis crê-lo. Um Cubas! um galho da árvore ilustre dos Cubas! E dizia isto com tal convicção, que eu, já então informado da nossa tanoaria, esqueci um instante a volúvel dama, para só contemplar aquele fenômeno, não raro, mas curioso: uma imaginação graduada em consciência.

— Um Cubas! repetia-me ele na seguinte manhã, ao almoço.

Não foi alegre o almoço; eu próprio estava a cair de sono. Tinha velado uma parte da noite. De amor? Era impossível; não se ama duas vezes a mesma mulher, e eu, que tinha de amar aquela, tempos depois, não lhe estava agora preso por nenhum outro vínculo, além de uma fantasia passageira, alguma obediência e muita fatuidade. E isto basta a explicar a vigília; era despeito, um despeitozinho agudo como ponta de alfinete, o qual se desfez, com charutos, murros, leituras truncadas, até romper a aurora, a mais tranquila das auroras.

Mas eu era moço, tinha o remédio em mim mesmo. Meu pai é que não pôde suportar facilmente a pancada. Pensando bem, pode ser que não morresse precisamente do desastre; mas que o desastre lhe complicou as últimas dores, é positivo. Morreu daí a quatro meses, — acabrunhado, triste, com uma preocupação intensa e contínua, à semelhança de remorso, um desencanto mortal, que lhe substituiu os reumatismos e tosses. Teve ainda meia hora de alegria; foi quando um dos ministros o visitou. Vi-lhe, — lembra-me bem, — vi-lhe o grato sorriso de outro tempo, e nos olhos uma concentração de luz, que era, por assim dizer, o último lampejo da alma expirante. Mas a tristeza tornou logo, a tristeza de morrer sem me ver posto em algum lugar alto, como aliás me cabia.

— Um Cubas!

Morreu alguns dias depois da visita do ministro, uma manhã de maio, entre os dois filhos, Sabina e eu, e mais o tio Ildefonso e meu cunhado. Morreu sem lhe poder valer a ciência dos médicos, nem o nosso amor, nem os cuidados, que foram muitos, nem coisa nenhuma; tinha de morrer, morreu.

“Não se ama duas vezes a mesma mulher.” (MACHADO DE ASSIS)

Nao se ama duas vezes a mesma mulher

Não acredito que se possa amar duas vezes a mesma mulher, como concluiu o respeitável escritor. Sentimentos nascem, crescem e, quando morrem, não ressurgem. Será a velha história: “não é mais a mesma coisa”. Isso porque, não é o mesmo sentimento: amor!
No entanto, existe aquela chama consumidora que, ás vezes, precipitadamente, acaba com seu combustível. Logo, então, as labaredas cessam e apenas vemos um pequeno brilho para se apagar. Mas se existir um pequeno calor, com trabalho árduo e novo combustível, podemos incendiar novamente nossos corações. A lenha, na vida prática, é o companheirismo; a tolerância; o dom da concessão; o perdão; o carinho. Os pequenos gestos. E o fogo não é a simples química, mas a paixão.
Se o fogo ainda não sumiu completamente, reacenda-o. Pois, quando a chama apagar se totalmente, é impossível amar novamente. Tudo vira tão somente gostar...
Decidiu? Vai colocar lenha na fogueira?
Ainda existe fogo?

Postado por Tatiana às16.11.10

Nao se ama duas vezes a mesma mulher

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