O que pode acontecer com os raios solares se ocorresse um agravamento desse efeito?

O que pode acontecer com os raios solares se ocorresse um agravamento desse efeito?

Agravamento do efeito estufa demanda mudança rápida em nosso estilo de vida

Estudiosos indicam que o planeta pode chegar logo a um ‘ponto de inflexão’. Nova previsão requer compromisso de governos e empresas em prol do crescimento sustentável. Saiba como a AmbScience pode ajudar sua organização

Cientistas de diversas instituições ao redor do mundo fizeram um alerta: o planeta Terra pode entrar em uma espécie de estado de “efeito estufa” permanente. Por isso, efetivas mudanças nos processos produtivos de empresas e indústrias dos mais variados segmentos são essenciais para tentar reverter este quadro. Destaque no setor de Engenharia Ambiental com a proposição de soluções inovadoras e com o melhor custo-benefício, a AmbScience auxilia organizações a alcançar um desenvolvimento sustentável sem perder a rentabilidade e competitividade.

De acordo com estudos recentes citados em uma matéria da Agence France-Presse e replicada por portais brasileiros, como o de Minas Gerais, duas das principais razões para o agravamento do efeito estufa e, por consequência, do aquecimento global são o uso de combustíveis fósseis e o desmatamento.

Os pesquisadores relataram que se o derretimento do gelo polar não for contido, as florestas continuarem a ser destruídas e os gases do efeito estufa seguirem aumentando, o planeta atingirá um “ponto de inflexão”, o que significa um estágio de dano irreversível. E os resultados decorrentes deste cenário são as piores para a população.

O que é o efeito estufa?

O efeito estufa é um fenômeno natural que ocorre devido à concentração de gases na atmosfera que formam uma camada de proteção para a Terra. Ele permite a passagem dos raios solares e também a absorção do calor. O seu principal benefício é manter o planeta com uma temperatura adequada para sobrevivência humana e de todos os outros seres vivos.

Após os raios solares atingirem nossa superfície, uma parte deles fica retido na atmosfera por causa da camada de gases do efeito estufa e outra aquece a Terra e irradia calor. Entretanto, a atividade humana vem provocando um aumento na liberação destes gases e uma maior quantidade de calor é “presa” na atmosfera, o que resulta no aumento de temperatura e no aquecimento global.

Alguns dos principais gases do efeito estufa são: monóxido de carbono, dióxido de carbono, clorofluorcarbonos, óxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, metano, entre outros.

Atingimento de ponto de inflexão cria “Terra estufa”

Segundo os especialistas, esta “Terra estufa” teria um clima com 4 a 5 graus Celsius a mais de temperatura em relação à era pré-industrial e um aumento entre 10 e 60 metros do nível do mar.

Transbordamento de rios, inundação de terras costeiras, tempestades rigorosas, desaparecimento de arrecifes de corais e incêndios florestais são alguns dos acontecimentos previstos para o final do século ou até mesmo antes, se nada for feito para mudar as regras do progresso econômico.

Algumas mudanças para frear o efeito estufa

Os cientistas acreditam que ainda é possível alterar este panorama com uma mudança radical na estrutura econômica vigente. E esta lista de compromissos deve incluir a substituição dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia com emissões baixas ou nulas de carbono, o fim do desmatamento de grandes florestas, a criação mais espaços verdes com árvores para absorver o dióxido de carbono, melhorias de práticas agrícolas e de gestão do solo, entre outros.

AmbScience ajuda empresas a  tornar seus modelos de negócios mais sustentáveis

Além de governos, as empresas também precisam adotar modelos de negócios mais sustentáveis e que tenham em vista a preservação da natureza. Deste modo, a atuação da AmbScience vai de encontro a este novo momento e ajuda as organizações que desejam rever e transformar as bases do seu progresso.

AmbScience é uma empresa de Consultoria Ambiental, Engenharia Ambiental e Serviços, focada principalmente na resolução de problemas de Gerenciamento de Áreas Contaminadas que engloba a parte de Investigação Ambiental e Remediação, comprometida com o fornecimento de soluções efetivas e legais às questões ambientais de seus clientes.

A instituição oferece Consultoria Técnica (Second Opinion) para conformidade às leis ambientais, para vários segmentos industriais, desde a pesquisa e avaliação até a remediação de áreas contaminadas, bem como estudos ambientais para licenciamento, tratamento de efluentes e atendimento a padrões de lançamento, consultoria ambiental e  treinamentos operacionais.

O que são mudanças climáticas e outras 14 perguntas para entender o fenômeno

19 outubro 2019

O que pode acontecer com os raios solares se ocorresse um agravamento desse efeito?

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As geleiras do Ártico diminuíram nos últimos anos

"Pode parecer assustador, mas as evidências científicas indicam que se não forem tomadas medidas drásticas nos próximos dez anos, podemos enfrentar um dano irreversível do mundo natural e o colapso de nossas sociedades."

O célebre naturalista britânico David Attenborough resumiu assim as ameaças decorrentes do aquecimento global em um recente documentário da BBC, Mudança Climática: os Fatos.

As mudanças climáticas estão em "tempo real diante de nossos olhos", afirma Michael Mann, professor da Universidade Estadual da Pensilvânia e um dos cientistas do clima mais respeitados do mundo.

Mann cita como exemplos desta realidade dos nossos tempos a intensificação das chuvas, uma maior frequência de furacões e ondas de calor devastadoras.

A BBC selecionou 15 perguntas e respostas a fim de esclarecer pontos importantes do debate atual.

1. O que são as mudanças climáticas?

O termo mudança climática é mais amplo do que aquecimento global, que se refere apenas ao aumento da temperatura.

O que se chama de mudanças climáticas inclui temperatura, intensidade das chuvas e eventos climáticos extremos, como furacões e ondas de calor.

O clima do planeta muda constantemente ao longo do tempo. A temperatura média global atualmente é de 15ºC, e evidências geológicas indicam que ela já foi bem mais alta e bem mais baixa no passado.

No entanto, o período atual de aquecimento está ocorrendo mais rápido do que no passado. Cientistas temem que as flutuações naturais no clima têm sido superadas por um aquecimento rápido induzido pelo homem com sérias implicações para a estabilidade climática do planeta.

Não há mais dúvida de que essas mudanças são devidas em grande parte à atividade humana, especificamente à emissão na atmosfera de grandes quantidades de gases do efeito estufa, como CO² e metano.

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2018 foi o quarto ano mais quente desde que os registros de temperatura começaram, em 1850

2. O que é o efeito estufa?

Esse fenômeno se refere à maneira com que a atmosfera da Terra retém parte da energia do sol. A energia solar que reflete na superfície terrestre em direção ao espaço é absorvida pelos gases do efeito estufa e reemitida em todas as direções.

Ela passa então a aquecer tanto zonas mais baixas da atmosfera quanto a superfície terrestre. Sem esse efeito, a Terra seria quase 30ºC mais fria, tornando o planeta hostil à vida.

Cientistas afirmam que o homem está acrescentando ao efeito estufa natural gases resultantes da indústria e da agricultura (chamados também de emissões), levando a uma retenção maior da energia solar e aumentando a temperatura do planeta. Isso é o que costuma se chamar hoje de aquecimento global.

O mais importante dos gases do efeito estufa, em termos de impacto no aquecimento, é o vapor d'água, mas suas concentrações apresentam mudanças pequenas que persistem na atmosfera apenas por alguns dias.

O gás carbônico (CO₂), no entanto, persiste por muito mais tempo (levaria séculos para retornarmos aos níveis pré-industriais). Além disso, apenas uma parte do CO₂ pode ser absorvido por reservatórios naturais como os oceanos.

O que pode acontecer com os raios solares se ocorresse um agravamento desse efeito?

A maioria das emissões humanas de gás carbônico são oriundas da queima de combustíveis fósseis. Quando florestas capazes de absorver CO₂ são derrubadas por madeireiras ou queimadas para serem transformadas em pasto, o carbono aprisionado ali também volta à atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.

Outros gases do efeito estufa, como o metano, também são emitidos em atividades humanas, mas a concentração deles é pequena em comparação à do dióxido de carbono.

Desde o início da revolução industrial, em torno de 1750, os níveis de CO₂ aumentaram mais de 30% e os de metano, mais de 140%. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera é hoje a mais alta em 800 mil anos, pelo menos.

3. Quais são as evidências do aquecimento global?

Registros de temperaturas desde o século 19 mostram que a temperatura média da superfície da Terra cresceu 0,8ºC nos últimos cem anos. Quase 0,6ºC desse total ocorreu nas últimas três décadas.

Os 20 anos mais quentes já registrados ocorreram nos últimos 22 anos, liderados pelo período entre 2015 e 2018.

Ao redor do planeta, o nível médio do mar cresceu 3,6 mm por ano entre 2005 e 2015. A maior parte dessa mudança ocorre em razão da expansão térmica da água do mar. Com o aumento da temperatura dela, as moléculas se tornam menos densas, levando ao aumento do volume do oceano.

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Ciclones que atingiram a África nos últimos dois meses deixaram centenas de mortos

Mas a redução da massa de gelo nos polos tem sido considerada o principal fator nessa tendência. A maioria das geleiras em regiões temperadas do mundo e ao longo da península da Antártida está diminuindo.

Desde 1979, imagens de satélite mostram um declínio dramático na extensão de gelo no Ártico, a uma velocidade de 4% por década. Em 2012, essa faixa atingiu seu patamar mais baixo, que é 50% menor que a média entre 1979 e 2000.

A camada de gelo na Groenlândia tem passado por um derretimento recorde nos últimos anos. Se todo esse gelo derreter, elevaria os níveis do mar em 6 metros.

Dados de satélite mostram que a camada de gelo oeste da Antártida também está perdendo massa, e um estudo recente indicou que o lado leste da região, que não tem apresentado qualquer tendência de aquecimento ou resfriamento, pode ter começado a perder massa nos últimos anos.

Mas cientistas não esperam mudanças drásticas. Em alguns lugares, a massa pode inclusive crescer, já que o aumento da temperatura pode levar à produção de mais neve.

Os efeitos das mudanças climáticas também podem ser vistos na vegetação e nos pastos. Eles incluem mudanças nos ciclos de vida das plantas, como uma floração antecipada, e alterações nos territórios ocupados por animais.

4. Quanto as temperaturas vão subir no futuro?

Em uma ampla análise científica de 2013, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) previu uma série de cenários baseados na modelagem computacional. A maioria das simulações indica que a temperatura na superfície terrestre deve subir 1,5ºC até o fim do século 21, em relação a 1850.

A Organização Meteorológica Mundial afirma que, caso a atual tendência de aquecimento se mantenha, as temperaturas podem subir de 3ºC a 5ºC até o fim do século.

Um patamar de 2ºC tem sido considerado, há muito tempo, como a porta de entrada para um cenário mais perigoso. Recentemente, cientistas e formuladores de políticas públicas reviram a cifra e afirmaram que o aumento da temperatura não deveria passar de 1,5ºC.

Ainda assim, um relatório do IPCC publicado em 2018 mostra que mesmo a meta de 1,5ºC exigiria "mudanças rápidas, amplas e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade".

Mesmo com a redução drástica das emissões de gases que agravam o efeito estufa, cientistas afirmam que levaria décadas para retirá-los da atmosfera e por isso o impacto no clima continuaria por anos sobre grandes volumes de água e gelo.

5. Como a mudança do clima vai nos afetar?

Há vários graus de incerteza sobre o tamanho do impacto do aquecimento global. Mas as mudanças decorrentes dele podem levar à escassez de água doce, a uma transformação radical da capacidade global de produzir alimentos, além do aumento de mortes por inundações, tempestades, ondas de calor e seca.

Isso ocorreria porque estima-se que as mudanças climáticas devem aumentar a frequência de eventos climáticos extremos, ainda que seja muito difícil associar qualquer evento isolado ao aquecimento do planeta como um todo.

Cientistas preveem mais chuvas em geral, mas apontam um risco maior de seca em regiões afastadas do litoral. Tempestades e aumento do nível do mar devem levar também a mais inundações. Haveria, no entanto, alta variação desses fenômenos ao longo das regiões.

Países mais pobres, que são menos preparados e equipados para lidar com mudanças bruscas, podem sofrer mais com as transformações.

Há previsões também de extinção de animais e plantas incapazes de se adaptar à mudança rápida do habitat, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a saúde de milhões de pessoas pode ser ameaçada pelo avanço da malária, de doenças transmitidas pela água e da desnutrição.

Com o aumento do CO₂ emitido na atmosfera, há um avanço da captura desse gás pelos oceanos, o que torna a água mais ácida. Esse processo contínuo pode representar grandes problemas para os recifes de coral do mundo, pois as mudanças na química impedem que os corais formem um esqueleto calcificado, essencial para sua sobrevivência.

Modelos gerados por computador são usados nos estudos das dinâmicas do clima terrestre e levam a projeções sobre mudanças de temperatura.

Esses cenários variam em torno da "sensibilidade climática", a exemplo do peso de cada elemento (como o CO₂) no aquecimento ou no resfriamento. E mostram diferenças no modo com que esses "feedbacks climáticos" podem ocorrer.

O aquecimento global causará algumas mudanças que provavelmente levarão a mais aquecimento, como a liberação de grandes quantidades de metano dos gases de efeito estufa à medida que derrete o permafrost (solo permanentemente congelado encontrado principalmente no Ártico). Isso é conhecido como feedback positivo sobre o clima.

Mas feedbacks negativos podem compensar o aquecimento. Vários "reservatórios" na Terra absorvem CO₂ como parte do ciclo do carbono – o processo pelo qual o carbono é trocado entre, por exemplo, os oceanos e a terra.

A questão é: como eles vão se equilibrar?

6. Que países são os maiores emissores de gases do efeito estufa?

Os países que emitem mais gases de efeito estufa são, de longe, a China e os EUA. Juntos, eles são responsáveis por mais de 40% do total global de emissões, de acordo com dados de 2017 do Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia e da Agência Holandesa de Avaliação Ambiental (PBL).

A política ambiental dos EUA mudou sob o governo de Donald Trump, que adotou uma agenda pró-combustíveis fósseis.

Depois de tomar posse, o presidente americano anunciou a retirada do país do Acordo de Paris, referente à mitigação das mudanças climáticas.

Na ocasião, Trump disse que queria negociar um novo acordo "justo" que não prejudicasse as empresas e trabalhadores americanos.

7. Quais são as maiores companhias poluidoras do mundo?

Segundo a análise, as 20 empresas produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de toneladas de dióxido de carbono e metano liberados na atmosfera nesse período.

O montante representa 35% das emissões totais de combustíveis fósseis e cimento, que foram de 1,35 trilhão de toneladas.

Esse cálculo é baseado na produção anual de petróleo, gás natural e carvão relatada pelas empresas, e leva em conta as emissões desde a extração até o uso final do combustível.

A Petrobras disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que tem buscado aplicar em suas operações "tecnologias que têm como consequência direta a redução da intensidade de carbono, com resultados significativos já alcançados".

Segundo comunicado da empresa, "desde 2008, já foram reinjetadas 9,8 milhões de toneladas de CO2 dos campos de pré-sal na Bacia de Santos", e até 2025, "a companhia projeta reinjetar cerca de 40 milhões de toneladas de CO₂".

No processo de reinjeção, o CO₂ é separado do petróleo e do gás extraído do poço e reinjetado de volta, aumentando também a pressão interna — o que acaba por induzir uma produção maior.

8. Qual é o impacto econômico das mudanças climáticas?

No último século, as mudanças climáticas aumentaram a desigualdade entre as nações, puxando para baixo o crescimento econômico dos países mais pobres e aumentando a prosperidade de alguns dos países mais ricos do planeta, aponta um estudo da Universidade Stanford, na Califórnia.

Segundo pesquisadores, o Brasil teria tido um crescimento 25% maior se não fossem os efeitos do aquecimento global.

"Os dados históricos mostram claramente que as plantações são mais produtivas, e as pessoas são mais saudáveis e mais produtivas no trabalho quando as temperaturas não são nem tão quentes nem tão frias", explica um dos autores da pesquisa, Marshal Burke, do Earth System Science, de Stanford.

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O aquecimento global prejudicou economias como a da Índia e de vários países da África, diz o estudo

De acordo com a pesquisa, entre 1961 e 2010, todos os 18 países com emissões históricas que totalizam menos de 10 toneladas de dióxido de carbono per capita foram impactados negativamente pelo aquecimento global. Eles tiveram, em média, uma redução de 27% no PIB per capita comparado a um cenário sem alta nas temperaturas.

Por outro lado, 14 dos 19 países cujas emissões ultrapassam 300 toneladas de dióxido de carbono per capita se beneficiaram do aquecimento global, tendo um crescimento médio adicional de 13% no PIB.

9. O aquecimento global causa eventos climáticos extremos?

Fenômenos climáticos se intensificaram em relação à média dos anos anteriores.

As ondas de calor que atingiram a Europa em 2018 foram duas vezes mais prováveis ​​devido ao aquecimento global, de acordo com o consórcio World Weather Attribution (WWA).

O aumento da temperatura na atmosfera e nos oceanos também está tornando furacões e tempestades mais intensos.

"Podemos ver os traços das mudanças climáticas em todos os eventos extremos", diz o cientista holandês Geert Jan van Oldenborgh, membro da WWA.

É muito difícil provar que um evento específico foi "causado" pelas mudanças climáticas.

Mas para o professor Michael Mann, da Universidade Estadual da Pensilvânia, perguntar se a mudança climática "causa" um evento específico é fazer a pergunta errada.

"A questão relevante é a seguinte: as mudanças climáticas afetam esses eventos e os tornam mais extremos? E podemos dizer com bastante confiança que a resposta é positiva".

10. Quais são os impactos dessas mudanças nos oceanos?

Os oceanos absorvem quase um terço das emissões de CO₂.

Mas esse processo tem trazido um grande efeito indesejado - a diminuição do pH da água, tornando-a mais ácida.

A chamada acidificação das águas oceânicas abala a fixação do carbonato de cálcio em conchas, ouriços do mar, ostras e outras espécies, causando o declínio de grupos sensíveis (a exemplo das estrelas do mar) e colocando em risco ecossistemas marinhos, como os recifes de coral. Estes são vitais à pesca por funcionarem como "berços" para peixes.

Desse modo, o risco à descalcificação coloca toda a cadeia alimentar em perigo.

11. As ondas de frio contradizem os indícios de aquecimento global?

O clima é um panorama mais prolongado e completo dos padrões de tempo. Ele se refere às condições que prevalecem em uma região ou em toda a Terra, e pode ser estudado com uma análise das tendências históricas.

Quando falam em clima, os cientistas estão se referindo à situação do planeta todo, ao longo do tempo. Ou seja, mesmo que esteja fazendo mais frio que a média em uma região específica, o mundo como um todo está, na média, mais quente – é isso que apontam centenas de estudos feitos por cientistas no mundo todo ao longo de décadas.

Esse aquecimento da temperatura média da Terra – que cientistas creditam aos gases de efeitos estufa produzidos por ação humana – provoca eventos climáticos extremos, desde inundações na África até seca no Brasil, passando por invernos muito mais rigorosos na América do Norte.

Em sua página na internet voltada para crianças, a Agência Espacial Americana (Nasa) explica que devemos esperar tempos frios mesmo que as temperaturas do planeta estejam aumentando de forma geral.

"O caminho até um mundo mais quente terá muitos episódios de tempos extremamente quentes e extremamente frios", diz o site da agência.

Isso porque as mudanças climáticas incluem alterações na forma como correntes marítimas, correntes de vento e outros fenômenos meteorológicos funcionam ao redor do mundo, gerando eventos meteorológicos extremos – tanto de frio quanto de calor.

12. O que é pegada de carbono?

Trata-se da quantidade de carbono emitida por um indivíduo ou uma organização por um período determinado, ou emitida durante o processo de fabricação de um produto.

Recentemente, a jovem ativista sueca Greta Thunberg realizou um giro pela Europa de trem para levar sua mensagem sobre a urgência de se enfrentar o que descreveu como a "crise existencial" das mudanças climáticas.

Thunberg se recusou a viajar de avião sob o argumento de que queria reduzir sua pegada de carbono. Estima-se que, em uma viagem de trem, uma pessoa gera 15g de CO₂ por km. De avião, são 100g por km.

13. E neutralidade de carbono?

É um processo no qual as emissões de CO₂ são equivalentes a zero.

A Costa Rica anunciou recentemente seus planos de atingir o "carbono zero" até 2050. Isso não significa, no entanto, que o país não emitirá gases do efeito estufa.

Quando se fala de emissões líquidas equivalentes a zero, isso significa que o CO₂ lançado na atmosfera deve ser compensado pela absorção do carbono por outros métodos, com o plantio de florestas.

14. A tecnologia pode ser usada para reverter ou frear esse processo?

A geoengenharia é a área da tecnologia que poderia ser usada para deter ou mesmo reverter o aquecimento global. Entre os mecanismos estão, por exemplo, a captura do CO₂ da atmosfera e seu armazenamento de forma subterrânea.

Há também tentativas como o lançamento de para-sóis para refletir a luz solar ou mesmo espelhos gigantes com o mesmo fim.

Alguns cientistas alertam, no entanto, que estes itens são tecnologias de eficácia pouco comprovada.

Outros afirmam que a geoengenharia será necessária ante a falta de medidas drásticas para reduzir as emissões de CO₂.

15. Há um ponto em que a situação não terá mais volta?

Os chamados mecanismos de retroalimentação podem ser positivos (aumentam o ritmo do aquecimento) ou negativos (desacelerando o processo).

Um dos exemplos mais fortes de retroalimentação positiva é a chamada "Amplificação Ártica", que explica por que as temperaturas têm, em média, aumentado mais no Ártico do que no resto do planeta.

O gelo reflete a luz do sol, mas ao derreter surge o oceano escuro, que absorve essa radiação, esquenta e faz com que mais gelo derreta.

Tendo em vista esses mecanismos de retroalimentação, há o que se chama de "ponto sem retorno", ou seja, as mudanças climáticas ultrapassam o nível limítrofe em que será muito mais difícil detê-las ou revertê-las.

Em outras palavras, o processo se agravaria por sua própria dinâmica interna, independente das ações que possam ser tomadas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

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Como funciona o efeito estufa o que pode acontecer com os raios solares se ocorresse um agravamento desse efeito?

Existem, na atmosfera, diversos gases de efeito estufa capazes de absorver a radiação solar irradiada pela superfície terrestre, impedindo que todo o calor retorne ao espaço. Parte da energia emitida pelo Sol à Terra é refletida para o espaço, outra parte é absorvida pela superfície terrestre e pelos oceanos.

Quais são as principais consequências da intensificação do efeito estufa?

Por esse motivo, o efeito estufa deixou de ser nosso grande aliado e passou a ser um risco para a sobrevivência humana. A inundação das cidades costeiras, a desertificação de áreas férteis, o derretimento de massas glaciais e a proliferação de furacões devastadores são apenas algumas de suas principais consequências.

Qual é o maior risco de agravamento do efeito estufa?

A alta concentração desses gases está relacionada, principalmente, às atividades industriais, realizadas, muitas vezes, por meio da queima de combustíveis fósseis. Além disso, o crescimento da produção agrícola, do desmatamento e do uso dos transportes também são responsáveis pela intensificação da emissão de gases.

Quais são as causas e as consequências do efeito estufa?

Isso o ocorreu devido a problemas urbanos, como a emissão de CO2, e o desmatamento de florestas. A poluição do ar, graças à emissão dos gases de efeito estufa (GEE), acontece principalmente pela utilização de combustíveis fósseis. Eles liberam substâncias como o dióxido de carbono e o metano na atmosfera.