Por que é mais comum encontrar fósseis de animais e plantas em rochas sedimentares?

O que s�o e como se formam os f�sseis?

18 agosto 2014
P�rcio de Moraes Branco

F�sseis s�o restos ou vest�gios de animais e vegetais preservados em rochas. Restos s�o partes de animal (ex.: ossos, dentes, escamas) ou planta (ex.: troncos) e vest�gios s�o evid�ncias de sua exist�ncia ou de suas atividades (ex.: pegadas).

Geralmente ficam preservadas as estruturas mais resistentes do animal ou da planta, as chamadas partes duras (como dentes, ossos e conchas). As partes moles (como v�sceras, pele e vasos sangu�neos) preservam-se com muito mais dificuldade. Pode ocorrer tamb�m o caso ainda mais raro de ficarem preservadas tanto as partes duras quanto as moles, como no caso de mamutes lanudos que foram encontrados intactos no gelo e de alguns insetos que fossilizam em �mbar.

Considera-se f�ssil aquele ser vivo que viveu h� mais de 11 mil anos, ou seja, antes do Holoceno, que � a �poca geol�gica atual. Restos ou evid�ncias antigas, mas com menos de 11 mil anos, como os sambaquis, s�o classificados como subf�sseis.

A paleontologia, o estudo dos f�sseis, divide-se em: paleozoologia (estudo dos f�sseis animais), paleobot�nica (estudo dos f�sseis vegetais) e paleoicnologia (estudo dos icnof�sseis, estruturas resultantes das atividades dos seres vivos, como pegadas, sulcos, perfura��es ou escava��es).

A paleobiologia � o ramo da paleontologia que estuda os f�sseis e suas rela��es dentro da biosfera, e a paleopalinologia estuda os p�lens e esporos.

A fossiliza��o resulta da a��o combinada de processos f�sicos, qu�micos e biol�gicos. Para que ela ocorra, ou seja, para que a natural decomposi��o e desaparecimento do ser que morreu seja interrompida e haja preserva��o s�o necess�rias algumas condi��es, como r�pido soterramento e aus�ncia de a��o bacteriana, que � a respons�vel pela decomposi��o dos tecidos. Tamb�m influenciam na forma��o dos f�sseis o modo de vida do animal e a composi��o qu�mica de seu esqueleto.

Entre os restos animais pass�veis de preserva��o incluem-se as estruturas formadas de s�lica (�xido de sil�cio), como as esp�culas das esponjas; a calcita (carbonato de c�lcio), como as conchas de muitos moluscos e os corais; a quitina, subst�ncia que forma o esqueleto dos insetos; e a celulose, encontrada na madeira.

� interessante observar que folhas, caules, sementes e polens podem ser preservados, mas normalmente n�o aparecem juntos.

A FOSSILIZA��O pode dar-se de diferentes modos:

- Incrusta��o: ocorre quando subst�ncias trazidas pelas �guas que se infiltram no subsolo depositam-se em torno do animal ou planta, revestindo-o. Ocorre, por exemplo, em animais que morreram no interior de cavernas. Dos materiais que se depositam os mais comuns s�o calcita, pirita, limonita e s�lica. Os famosos peixes f�sseis da Chapada do Araripe parecem ter se formado dessa maneira: morto o animal, ele foi para o fundo do mar e, ao come�ar a se decompor, passou a liberar am�nia. Essa gerou um ambiente alcalino em torno dos restos, promovendo a precipita��o de bicarbonato de c�lcio. Isso explica por que as concre��es hoje encontradas t�m sempre forma e tamanho semelhantes aos do animal ou grupo de animais recobertos.

- Permineraliza��o: bastante frequente, ocorre quando subst�ncias minerais s�o depositadas em cavidades existentes em ossos e troncos, por exemplo. � assim que se forma a madeira petrificada.

- Recristaliza��o: rearranjo da estrutura cristalina de um mineral, dando-lhe mais estabilidade. Exemplo cl�ssico � a transforma��o de aragonita em calcita.

- Carbonifica��o ou incarboniza��o: ocorre quando h� perda de subst�ncias vol�teis (oxig�nio, hidrog�nio e nitrog�nio principalmente), restando uma pel�cula de carbono. � mais frequente em estruturas formadas de lignina, quitina, celulose ou queratina.

Os f�sseis do tipo vest�gios n�o s�o restos de um ser vivo, mas evid�ncias de que ele existiu. Se uma concha � preenchida e totalmente recoberta por sedimento, vindo depois a se dissolver, poder� ficar esculpido no material que a preencheu um molde interno e, no que a recobriu, um molde externo. E se o espa�o antes ocupado for preenchido ter-se-� um contramolde.

Outros vest�gios s�o as impress�es, deixadas, por exemplo, por folhas em sedimentos carbonosos, frequentes acima e abaixo das camadas de carv�o de Santa Catarina. Tamb�m s�o considerados vest�gios os copr�litos (excrementos de animais), os gastr�litos (pequenas pedras que as aves e alguns r�pteis possuem no aparelho digestivo), os ovos (isolados ou reunidos em ninhos), as marcas de dentadas (deixadas por dinossauros, por exemplo) e os j� citados icnof�sseis (pegadas, sulcos etc.).

Animais e plantas que existem ainda hoje e que pouco mudaram ao longo da hist�ria da Terra s�o chamados de f�sseis vivos. Exemplos s�o a planta gingko biloba e animais como o l�mulo (limulus polyphemus) e o celacanto (latimeria chalmnae), um peixe que at� 1938 se julgava estar extinto.

A pesquisa foi realizada na �rea de Strelley Pool, na regi�o de Pilbara, pela Universidade da Austr�lia Ocidental e pela Universidade de Oxford, Reino Unido.

Os f�sseis estudados s�o bact�rias que precisam de sulfeto para sobreviver. Eles foram descobertas entre gr�os de areia em uma rocha sedimentar e, segundo David Wacey, da Universidade da Austr�lia Ocidental, s�o a primeira evid�ncia de micro-organismos que usam sulfeto em seu metabolismo. A exist�ncia desses micro-organismos, por�m, especificamente durante a transi��o de um mundo n�o biol�gico para um biol�gico, j� havia sido prevista.

A idade dos f�sseis foi determinada com seguran�a porque as rochas se formaram entre duas sucess�es vulc�nicas, o que reduz a varia��o da idade a poucos milh�es de anos, explicou Martin Brasier, da Universidade de Oxford. Ele informou tamb�m que essas bact�rias s�o comuns atualmente, sendo encontradas em fontes termais ou outros locais com pouco oxig�nio.

Fontes

FONTES CARVALHO, I. S. ed. Paleontologia. Rio de Janeiro: Interci�ncia, 2000. 628 p. .Cap.1, p. 3-11

MENDES, J. C. Conhe�a o solo brasileiro. S�o Paulo: Pol�gono, 1968. 202 p. p. 146-147.

Wikip�dia - http://pt.wikipedia.org/.

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