Em diversas partes do planeta existem nações reivindicando a formação de um território (Estado próprio), pois elas habitam países onde a nação predominante é outra. Esses grupos, compostos por indivíduos que apresentam características históricas, religiosas, culturais, valores sociais, entre outros elementos em comum, solicitam a criação de um país que será definido e delimitado por e a partir de relações de poder, sendo estabelecida uma unidade administrativa autônoma e reconhecida pela comunidade internacional. Entre as principais nações nessa situação estão: Show
Curdos: Palestinos: Tibetanos: Caxemires: Bascos: Chechenos: Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) O impasse vivido pela região ucraniana da Crimeia, que neste domingo (16) faz um referendo para se unir ou não à Rússia, é só mais um dentre os vários "conflitos congelados" em territórios da antiga União Soviética. São pelo menos quatro territórios que querem se separar de seus países, mas não conseguem reconhecimento de outras nações nem de organizações internacionais. É o que ocorre, por exemplo, com Ossétia do Sul e Abcásia, na Geórgia. Segundo Angelo Segrillo, professor doutor de história contemporânea da Universidade de São Paulo, os casos são diferentes da Crimeia, apesar de a Rússia aparecer em todos eles. “A relação da Rússia com a Ucrânia (russos, bielorrussos e ucranianos eram um povo só originalmente entre os séculos IX e XII no chamado Estado Kievano) é diferente da que tem com a Geórgia, de quem nunca foi historicamente tão próxima", explicou Segrillo. "A Rússia não anexou formalmente Ossétia do Sul e a Abcásia, mas pode anexar a Crimeia, parte da Ucrânia atual que foi parte constituinte da Rússia até 1954 e tem população majoritariamente russa.” Outras duas regiões, Nagorno-Karabakh e Transdnístria, já declararam independência de seus países: Azerbaijão e Moldova, respectivamente. As duas solicitações, no entanto, jamais foram reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por seus países integrantes. Analistas internacionais acreditam que o referendo na Crimeia pode ser um pretexto para o fortalecimento dos outros conflitos na região. "O status destes territórios não está definido. Não seria de se surpreender se eles reivindicassem a adesão aos respectivos estados de maioria étnica na esteira da decisão da população da Crimeia", disse ao G1 Alexander Zhebit, professor de relações internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Conheça detalhes dos movimentos separatistas surgidos após o desmantelamento da União Soviética: Ossétia do Sul Logo após essa mudança, a Ossétia pediu independência, negada pela Geórgia. Os ossétios falam uma língua própria e eram cerca de 90 mil nessa época - população que foi diminuindo com os constantes conflitos. Um tratado em 1992 estabeleceu uma força de paz, mas a influência russa cresceu desde 2001, quando um candidato pró-Rússia foi eleito presidente da região. A situação começou a se deteriorar quando autoridades georgianas deram início a uma ação anticontrabando na zona de conflito. Em 7 de agosto de 2008, as forças georgianas lançaram uma ofensiva para recuperar o controle da Ossétia. A batalha com a Rússia de apenas cinco dias matou pelo menos 390 civis e, no seu auge, deixou mais de 100 mil refugiados. A luta terminou com um acordo de cessar-fogo que exigia que as partes deixassem suas tropas na posição pré-guerra. "A Ossiétia do Sul [e a Abcásia] foram protegidas pelas forças de manutenção de paz da CEI [Comunidade dos Estados Independentes], devido aos conflitos sangrentos com a Geórgia que haviam tido lugar nos anos 1990. Estas mesmas forças, constituídas pelos mantenedores da paz, na sua maioria russos, foram atacadas de maneira traiçoeira e passaram a ser as primeiras vítimas, seguidas pelas centenas de mortos entre civis e não-combatentes", disse o professor Alexander Zhebit. Hoje, não mais que 2,5 mil georgianos vivem na região basicamente rural, e a maior parte do orçamento vem de ajuda russa. Abcásia Em 1992, abcásios a favor da separação começaram a ganhar força e no ano seguinte a Geórgia enviou tropas para reafirmar seu poder, o que forçou uma saída massiva de georgianos da região. Um acordo de paz foi estabelecido, mas em 1999 a Abcásia declarou independência unilateral - mesmo enfrentando sanções e pressões internacionais. A declaração de independência deixou a região economicamente dependente da Rússia. O vizinho ainda irritava a Geórgia ao liberar cidadanias e passaportes para abcásios com muita frequência. Em 2008, durante a guerra entre os dois países pela Ossetia do Sul, a Rússia aproveitou para avançar suas tropas para a Abcásia, abrindo assim outra frente contra a Geórgia. Depois disso, a Rússia reconheceu os dois territórios, que ainda almejam uma independência oficial e completa da Geórgia. Nagorno-Karabakh Estimulada pela dissolução da URSS, a região adotou uma declaração de independência após um plebiscito em 1992, embora não tenha sido reconhecida por nenhum país. O conflito foi ampliado e virou uma guerra, fazendo com que milhares de azeris deixassem a região. Um cessar-fogo intermediado pela Rússia foi assinado em 1994 - mas não impediu Nagorno-Karabakh de invadir sete distritos adjacentes de seu território com ajuda armênia. A comunidade internacional não reconhece a independência de Nagorno-Karabakh. Transdnístria A Transdnístria tem sua própria moeda, Constituição, Parlamento e bandeira. A maioria da infraestrutura industrial da Moldova ainda está no território, mas seu potencial econômico está limitado pelo seu isolamento internacional. A presença russa é muito grande, e a região ainda luta pelo reconhecimento internacional de sua soberania. Quais territórios foram envolvidos em conflitos na Geórgia região asiática do Cáucaso decorrente do período de instabilidade econômica e política da antiga URSS?Além da Chechênia e demais territórios da Rússia, há também no Cáucaso outras lutas separatistas, como na Ossétia do Sul e na Abkházia, que buscam independência em relação à Geórgia, bem como o Nagorno Karabakh, zona de maioria armênia que busca a libertação nacional sobre o Azerbaijão.
Qual o interesse da Rússia na região do Cáucaso?Desde o fim da URSS, a região do Cáucaso é considerada uma "dor de cabeça" para a Rússia. Essa região é de interesse estratégico para a Rússia, devido ao controle das companhias internacionais de petróleo sobre as jazidas do mar Cáspio, e esses movimentos de cunho separatistas põem em risco o domínio russo na região.
Qual destes territórios é palco de um conflito que busca torná lo independente da Rússia?Além da Crimeia, quatro outros territórios da região buscam liberdade | Mundo | G1. Nagorno-Karabakh e Transdnístria já declararam independência. Ossétia do Sul e Abcásia tentam se livrar da Geórgia.
Quais são as principais causas de conflito na região do Cáucaso?Alguns especialistas apontam que entre as causas do conflito está o fato de a Chechênia ter uma população majoritariamente islâmica e de o governo russo temer que a constituição de um Estado fundamentalista religioso na região sirva de exemplo para outros movimentos separatistas, já que há no país uma enorme ...
|