Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?

Além disso, o atraso no diagnóstico atrasa o inicio do tratamento, o que leva a complicações causadas pelo HIV, não necessariamente relacionadas à baixa da imunidade (leia mais aqui).

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?

O período de maior circulação de vírus no sangue é de 1 a 12 semanas após primeiro contato com o vírus.

Na região genital, o período de maior concentração viral ocorre entre 10 e 12 semanas após o primeiro contato.

O risco de transmissão do vírus é 26 vezes maior durante a infecção aguda que em fase mais crônica da infecção.

Estima-se que 10 a 50% das transmissões do vírus ocorram no primeiro ano após a infecção.

O diagnóstico precoce do HIV e o tratamento da infecção é a maior prevenção para novas transmissões e a maior garantia de expectativa de vida e perspectiva de qualidade de vida.

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?

Quem tem Maior Risco?

Sabemos que não existe população em risco para se infectar pelo HIV. Existe, sim, estilo de vida de risco.

A distribuição dos casos de HIV entre as populações no mundo mostram como grande parte das pessoas que se infectam pelo HIV, não pertencem ao chamado “grupo de risco”.

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?
Desenho tirado de: WHO – Pag 4

Diagnóstico do HIV – Onde fazer o teste?

  • Testes comprados em Farmácias (feitos pela própria pessoa);
  • Laboratórios;
  • Testes rápidos podem ser feitos, inclusive pelo Sistema Único de Saúde.

O que é Janela Imunológica?

É o tempo que um teste leva para dar o diagnóstico positivo de uma infecção, a partir do primeiro contato com o vírus.

Neste período, a pessoa pode já estar infectada e ainda sim o teste ter resultado negativo.

A janela imunológica muda de acordo com o tipo de teste.

Os testes para diagnóstico de HIV identificam diferentes estruturas.

Para entender como funcionam os exames diagnósticos do HIV, é preciso conhecer um pouco mais sobre os tipos do vírus HIV e como o vírus HIV age no organismo humano.

Marcadores Biológicos para o Diagnóstico do HIV

Desde o primeiro contato do HIV com o organismo até o estabelecimento da infecção, existe uma sequencia de acontecimentos.

Nessa sequencia, existe uma interação do vírus com o organismo e a liberação de vários elementos chamados marcadores. O diagnóstico do HIV é feito através da detecção destes marcadores.

Os diferentes tipos de teste detectam diferentes tipos de marcadores. O marcador que o teste consegue detectar definirá o tempo minimo para se conseguir o diagnóstico por aquele teste (janela imunológica).

Material Genético

São testes moleculares de detecção direta do vírus (RNA- HIV).

Chamados de PCR-HIV (Técnica de Reação em Cadeia de Polimerase) ou Carga Viral.

Testes com menor tempo de janela imunológica, muito sensíveis e específicos. Usados para:

  • Diagnóstico em bebês menores de 18 meses;
  • Controle de tratamento;
  • Testes diagnósticos indeterminados.

Antígenos

Antígenos são proteínas do próprio vírus. São elas que entram em contato com algumas células de defesa, causando a produção de anticorpos.

Cada vírus é constituído por vários tipos de proteínas. Algumas estão presentes no HIV tipo-1 e outras no HIV tipo-2.

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?

Anticorpos

Testes que detectam anticorpos (proteínas que nosso organismo produz ao entrar em contato com o vírus). Existem 2 tipos de anticorpos:

  • Imunoglobulina M – IgM: anticorpos que são produzidos durante fase precoce do contato com o vírus.
  • Imunoglobulina – IgG: anticorpos que são produzidos em etapas mais tardias.

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?

Diagnóstico do HIV – Testes de Triagem ou Rastreio

O diagnóstico do HIV é feito através da realização de exames específicos. Existem vários tipos de exames. À medida que os testes foram evoluindo, os tipos de marcadores que conseguem identificar foram mudando.

Os testes de rastreio são os primeiros que devem ser realizados. Eles são testes de Imunoensaio ou Elisa e fazem o diagnóstico do HIV através da detecção dos marcadores biológicos.

Testes mais novos conseguem identificar marcadores que se encontram mais cedo no sangue, possibilitando um diagnóstico mais precoce. Diferentes testes fazem o diagnóstico do HIV identificando diferentes marcadores no sangue.

Testes de Primeira Geração

Este teste identifica a presença de anticorpos específicos de tipo IgG. Eles são menos sensíveis e menos específicos que as gerações seguintes, pois podem positivar erroneamente por contaminantes de proteínas celulares.

Em média, a janela de seroconversão destes testes é de 6 a 8 semanas. Atualmente, esses ensaios deixaram de ser utilizados na rotina diagnóstica dos laboratórios.

Testes de Segunda Geração

Identificam algumas proteínas do próprio vírus. Em comparação com os ensaios de primeira geração, os de segunda geração são mais sensíveis e específicos, por conter uma maior concentração de proteínas relevantes. Em média, a janela imunológica dos ensaios de segunda geração é de 28 a 30 dias.

Testes de Terceira Geração

Identifica algumas proteínas virais e a identificação simultânea de anticorpos anti-HIV IgM e IgG. A possibilidade de detectar anticorpos da classe IgM (que são expressos antes dos anticorpos IgG)  torna esse ensaio mais sensível do que os de gerações anteriores.

Testes de Quarta Geração

Este teste detecta ao mesmo tempo o antígeno p24 e anticorpos específicos anti-HIV de tipo IgM e IgG. Em média a janela imunológica deste teste é de 15 dias.

Testes de rastreio são testes bastante sensíveis e por isso possuem altas taxas de resultados falso positivos. Por isso, quando um destes testes possui um resultado positivo, um teste complementar deverá ser feito.

Diagnóstico do HIV – Testes Complementares

  • Western blot (WB);
  • Imunoblot (IB);
  • Imunofluorescência indireta (IFI);
  • Testes moleculares.

A maioria destes testes detecta apenas anticorpos. Então, uma pessoa com infecção muito recente pode ter um teste de rastreio de 4ª geração positivo e um WB negativo, pois ainda não houve tempo de aparecerem os anticorpos.

Testes Rápidos para o Diagnóstico do HIV

Permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos, por isso podem ser realizados no momento da consulta. Podem ser feitos com:

  • Amostra de sangue obtida por punção venosa;
  • Amostra de sangue obtida a partir punção da polpa digital;
  • Amostras de fluido oral;
  • Dependendo do fabricante, podem também ser realizados com soro e/ou plasma.

Os testes rápidos permitem que o paciente, no mesmo momento que faz o teste, tenha conhecimento do resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste.

Os testes rápidos em geral detectam apenas os anticorpos, não detectam material genético ou proteínas do vírus.

Limitações do Teste Rápido

O teste rápido possui 99% de sensibilidade e especificidade em infecções crônicas pelo HIV, mas possui uma taxa de falso negativos (resultado negativo em quem tem o vírus) em até 12% das infecções agudas.

Situações ideais para a realização do teste rápido como rastreio de HIV

  • Populações que moram em locais de difícil acesso à saúde;
  • Gestantes em trabalho de parto que não fizeram o acompanhamento no pré-natal;
  • Situações de acidentes no trabalho;
  • Populações com risco sociais com grande possibilidade de perda de seguimento.

Teste de Fluido Oral

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?

O teste do fluido oral é um teste rápido, de triagem, que pode ser encontrado em farmácias. O teste detecta anticorpos contra o HIV no fluido oral da pessoa.

O exame fornece o resultado que pode ser analisado a olho nu, em até 30 minutos, e pode ser executado em qualquer local.

Vantagens do teste de fluido oral
  • Fácil acesso;
  • Resultado rápido;
  • Maior privacidade;
  • Não precisa ser feito por pessoa treinada;
  • Aumento dos casos diagnosticados.
Desvantagens do teste de fluido oral
  • Testes de fluido oral parecem ser menos sensíveis que os testes rápidos de sangue (falso negativo);
  • Podem ter problemas de armazenamento, validade ou erros de realização, o que pode comprometer os resultados;
  • Pode dar uma falsa sensação de segurança (falso negativo).

Interpretação dos Valores Absolutos no Resultado do Teste

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?

Muitas pessoas que fazem mais de um teste diagnóstico ficam muito preocupadas com o significado dos valores absolutos dos testes. Isso gera uma ansiedade desnecessária.

O único teste diagnóstico cujo valor absoluto importa é o teste molecular, o de carga viral. Nos demais testes, o valor absoluto do resultado não possui nenhuma importância clínica.

Kits diferentes, realizados em momentos diferentes em uma mesma pessoa terão valores diferentes. O importante é o significado destes valores com relação aos valores de referência do teste.

  • Reagente (positivo);
  • Não reagente (negativo);
  • Indeterminado.

Por exemplo, teste de quimioluminescência realizados em dias diferentes com os seguintes resultados: 0,156 0,220 e 0,313, não significam absolutamente nada, desde que seus resultados signifiquem não reagentes ou negativos, de acordo com os valores de referência.

Diagnóstico do HIV – Janela Imunológica

O tempo da Janela imunológica varia de acordo com o tipo de teste.

Quais são os tipos de ensaios para diagnóstico de infecção por HIV?
Fontes: Manual MS / UpToDate / CDC 

 

 O tempo de reativação presente no quadro acima é o tempo mínimo em média que os testes levam para se positivar. Contudo, o tempo máximo para isso ocorrer também muda de teste para teste. Para os testes de 3ª geração, este tempo máximo é de 180 dias e para os testes de 4ª geração é de 90 dias, segundo o Ministério da Saúde.

Causas de Resultados Falso-Positivos no Diagnóstico do HIV

Alguns dos exames existentes no Brasil para diagnosticar a infecção pelo HIV buscam anticorpos anti-HIV nas amostras de sangue.

Apesar de sua elevada especificidade, esses testes podem apresentar resultados falso-positivos em alguns casos. Por isso, é importante o paciente se submeter a um novo teste.

Um teste positivo deve ser sempre seguido de um teste confirmatório de outro tipo, feito por pessoa treinada.

Qual o tipo de ensaio para diagnóstico de infecção por HIV?

No Brasil, são conhecidos como ensaios imunoenzimáticos ou ELISA. Esses ensaios apresentam uma fase sólida1, que pode ser uma placa de plástico (poliestireno) com poços, ou pérolas de plástico. Atualmente os testes ELISA do tipo sanduíche ou imunométrico são muito utilizados no diagnóstico da infecção pelo HIV.

Quais os testes diagnósticos usados para confirmação do diagnóstico do HIV?

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Quais testes imunológicos podem ser utilizados para diagnóstico laboratorial da infecção por HIV?

Em amostras que apresentam resultados indeterminados em testes como o Western Blot, Imunoblot ou Imunoblot Rápido, os Testes Moleculares (TM) podem ser muito úteis para confirmar a presença da infecção pelo HIV.

Quais são os testes de 4 geração para HIV?

Testes de Quarta Geração Este teste detecta ao mesmo tempo o antígeno p24 e anticorpos específicos anti-HIV de tipo IgM e IgG. Em média a janela imunológica deste teste é de 15 dias. Testes de rastreio são testes bastante sensíveis e por isso possuem altas taxas de resultados falso positivos.