Qual a importância do desenvolvimento da cultura?

Com investimentos na área cultural pelas iniciativas pública (ministérios e secretarias) e privada (empresas, por meio de leis de incentivo), este setor tem crescido nos últimos 20 anos e, consequentemente, ganhado cada vez mais atenção. E não é só pela realização de projetos cada vez maiores e significativos e a exportação de cultura brasileira para o exterior.

Nesse período, foi possível notar uma maior abordagem e ampliação de temas relacionados à cultura em agendas de políticas públicas de governantes nos níveis federal, estadual ou municipal. A criação do Ministério da Cultura (MinC), passando pela regulamentação de profissionais da área cultural, criação de leis (de incentivo, de meia-entrada, vale-cultura, etc.), criação de secretarias municipais de cultura, estabelecimento do Plano Nacional de Cultura e uma nova visão sobre a cultura não só como entretenimento, mas como matriz artística e educacional, foram grandes responsáveis por esse feito.

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Mas, afinal, por que o investimento em cultura é tão importante para o desenvolvimento de um país?

Educação

O Brasil é um país rico em cultura devido a suas origens que unem povos tão distintos como o europeu, o africano e o indígena. Por isso, conhecer a cultura também é conhecer mais sobre o país e a trajetória que nos torna o que somos hoje.

A arte também conta histórias: pinturas rupestres contam como os seres humanos viviam há milhares de anos; peças de artesanato do período da escravidão nos mostram de forma mais explícita a condição de vida dos negros na época; textos e livros refletem a cultura e a forma como se davam as relações humanas em diferentes momentos históricos. Tudo isso é informação. Por isso, pode-se dizer que investir em cultura também é investir em educação, pois quem tem a oportunidade de apreciá-la obtém conhecimentos que não seriam possíveis adquirir de outras formas.

E não é só isso: garantir que mais pessoas tenham acesso à cultura também estimula os estudos, aumenta a bagagem cultural (significativa para a vida pessoal e profissional) e pode ter impacto na decisão de carreira dessas pessoas. Isso tudo, a longo prazo, pode incentivar que mais jovens concluam o ensino médio em um país como o Brasil, com uma das maiores taxas de evasão escolar do mundo. E quando o capital cultural de uma pessoa é elevado, as chances de seus filhos serem bem-sucedidos nos estudos aumentam consideravelmente, gerando impactos positivos para várias gerações.

A indústria cultural também é um setor um pouco mais democrático do que outras áreas, pois não é formada apenas de galerias, teatros, museus e espetáculos, que podem ser considerados elitistas, por conta dos valores necessários para o acesso. Ela pode incluir filmes, oficinas e outras atividades de baixo custo ou gratuitas e que não exijam conhecimentos prévios do expectador.

Além disso, o investimento em cultura e educação pode ser responsável por reduzir a violência em regiões periféricas, por dar oportunidades a jovens que estariam inseridos em contextos de risco caso não participassem de suas ações. Ações na periferia podem incluir a produção de filmes e documentários que retratem seu cotidiano e ajudem a lidar com traumas, exposições, saraus e outras atividades que colocam os jovens no centro da criação da arte, e não só como meros observadores.

Os trabalhos desenvolvidos pelo Ministério da Cultura depois de 2002 permitiram que meninos e meninas da periferia e do interior do país pudessem ter acesso a produtos culturais, ampliando o capital cultural desses jovens. Consequência: mais jovens nas universidades, mais jovens à frente de projetos socioculturais, mais jovens produzindo arte.

Identidade nacional

O que nos torna brasileiros? A cultura nacional, mistura de diversas tradições e costumes de nacionalidades diferentes, é também a nossa identidade. O que nos aproxima, mesmo diante das diferenças, é a paixão por nossas praias e também por nossos sertões, nossos trejeitos calorosos, toda a variedade musical criada pelo povo, e a língua portuguesa com todos os seus sotaques e características regionais de cada parte do país.

A cultura merece ser valorizada, não só pela sua capacidade educativa e social, mas também por reforçar nossa identidade nacional e unir o povo por meio de suas diferenças. Afinal, a cultura é a nossa maior riqueza.

Economia

“A cultura brasileira é extremamente rica e pode servir como um insumo importante para se pensar em desenvolvimento econômico, tanto no mercado de trabalho como na geração de renda, de ocupação e de exportação”, afirmou o ex-ministro da Cultura, Roberto Freire.

Falando em riquezas, além de ter papel importante em diversos setores da sociedade, o investimento em cultura também reflete significativamente na economia de um país. Atualmente, ela representa 2,6% do PIB brasileiro, com mais de 900 mil empregados diretos e 251 mil empresas no setor. Isso sem contar que a média salarial de profissionais efetivos na área é de R$ 4.000,00, quase o dobro da média nacional de R$ 2.037,00, segundo a Firjan.

Mesmo com a crise econômica recente no Brasil, muitos especialistas apontam que a cultura foi um dos poucos setores que sofreram menos impacto.

Apesar desses dados animadores, ainda há muitos obstáculos e desafios para enfrentar, seguem alguns exemplos:

  • Divisão clara de atribuições e responsabilidades de investimento na área cultural para municípios, estados e governo federal, a fim de evitar a sobreposição de ações e otimizar recursos;
  • Recolocação das cidades como principais agentes de ações culturais -e consequentemente redistribuir investimentos, de repasses estaduais ou federais;
  • Maior regulamentação de profissionais que atuam nesse setor;
  • Parcerias que estimulem a sinergia com o setor privado, garantindo mais fontes de renda para realização de iniciativas culturais;
  • Reformulação e/ou criação de novas leis de incentivo para a área;
  • Ampliação do olhar da gestão pública cultural para a gestão pública da economia criativa;
  • Implementar ações de potencialização da economia criativa;
  • Maior investimento em profissionalização e especialização dos gestores públicos e privados atuantes na área, para garantir que ações e projetos na área sejam realizados de forma eficaz.

E como mudar essa situação?

Uma forma de lidar com esse problema é capacitando profissionais que possam atuar como gestores culturais nas esferas pública, privada e de organizações sociais, com visão crítica, global, estratégica, empreendedora e ética.

A especialização torna o gestor cultural apto para gerenciar projetos que se materializam em programas e atividades, a partir de planejamento  -pesquisa, análise, gestão, implementação e avaliação de programas, projetos e culturais, e linhas programáticas definidoras de políticas culturais, participando de todas as fases do processo: criação, produção, distribuição e difusão.

Todos esses e outros desafios são debatidos constantemente com os alunos da pós-graduação em Gestão Culturaldo Senac, pois entendemos que olhar a cultura é plantar a semente para o desenvolvimento social e econômico do país.

Quer fazer parte deste debate? Acesse http://www.sp.senac.br

Qual a importância da cultura resumo?

A importância da cultura na sociedade Como já mencionado, a cultura é o que cria a nossa identidade, compõe o nosso sujeito, grupos de pessoas e norteia as próximas gerações. Podemos afirmar que, para criar a cultura há uma somatória de gostos, hábitos, crenças e outros costumes.

O que é o desenvolvimento da cultura?

“Ações empresariais que têm na Cultura um veículo para o resgate da cidadania intervêm em um quadro de instabilidade social, partindo da percepção de que a empresa tem, em sua operação, interface com o estágio social – e não apenas econômico – das comunidades.”

Qual a importância da educação para o desenvolvimento da cultura?

A escola é defendida como uma entidade socializadora que deve incorporar as diversas culturas, afim de que haja um ambiente sociável onde todos possam manifestar seus ideais sem medo de serem tachados como antiéticos e serem discriminados pela cultura que estes manifestam ou pertencem.

Como a cultura contribui para o desenvolvimento da sociedade?

Cultura como alavanca para a transformação social Atenção concentrada em cultura é base para a melhoria da efetividade do desenvolvimento em educação, saúde, produção de bens e serviços e gestão das cidades. Cultura está no centro das questões relativas à redução da pobreza, bem como da melhoria da qualidade de vida.