Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo ISSN: 1989-4155A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO ÂMBITO ESCOLAR E A SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO EDUCACIONAL DA CRIANÇA Show
Autores e infomación del artículoLucicleide de Souza Barcelar* Maria Fernanda de Sousa da Silvacia ** Mariana Mouta Soares*** Centro Universitário Ateneu, Brasil e-mail: Resumo
Palavras-chave: Família. Educação infantil. Escola. PARTICIPACIÓN FAMILIAR EN LAS ESCUELAS Y SU INFLUENCIA EN LA FORMACIÓN EDUCATIVA DE LOS NIÑOS. Resumen Palabras clave: Familia. Educación Infantil. Escuela. Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: Lucicleide de Souza Barcelar, Maria Fernanda de Sousa da Silva y Mariana Mouta Soares (2020): “A participação da família no âmbito escolar e a sua influência na formação educacional da criança”, Revista Atlante:
Cuadernos de Educación y Desarrollo (enero 2020). En línea: 1 INTRODUÇÃO A escola é um local de desenvolvimento do saber onde o pequeno aprendiz construirá o seu conhecimento e parte da sua visão de mundo, mas a família desempenha um papel importante na formação da criança, vem da família as raízes e,
é a primeira instituição social a qual a criança é inserida. Na família é que se inicia o processo de construção do conhecimento sobre a língua que fala os hábitos de higiene e de alimentação, as normas de comportamento, etc. Esse processo de socialização, e a entrada na escola, há alguns anos, vem mudando por motivos bastante variados. Assim, as crianças, cada vez mais cedo, vêm obtendo conhecimento sobre o mundo e, para um adulto, entender o que se passa pela cabeça de uma criança é, muito
difícil uma vez que o adulto possui conceitos, crenças e conhecimentos amadurecidos em relação à criança. Mas é crucial que os familiares/responsáveis e os profissionais da educação compreendam a evolução e também necessidades da criança. Com o apoio da escola e da família a criança percorrerá os degraus da infância com maior segurança e melhores condições de desenvolvimento. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nessa parte da pesquisa, apresentamos as principais teorias acerca do fenômeno investigado. Destacamos a participação da família e a influência desta entidade social na formação educacional da criança e, a relevância do relacionamento da escola com a família pra o desenvolvimento global dos alunos/filhos. 2.1 Família e suas diversidades De acordo com Ferreira (1986), a família é um núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, as quais geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si relação solidária entre
seus membros. A família não é um simples fenômeno natural, ela é uma instituição social variando através da história e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja sendo observado. Como exemplo, basta refletirmos sobre a ambiguidade social relativa à mulher que dá à luz. À primeira vista, trata-se de uma mãe com o respectivo filho, no entanto, para ser considerada socialmente como mãe, não terá sido suficiente o lado biofisiológico do processo de gravidez e parto, é preciso, conforme a cultura a que pertença, que tal processo tenha se dado segundo os usos e costume e, até mais rigidamente, segundo as leis do direito em vigência numa determinada sociedade e momento. (PRADO, 1981, p. 12). Novas culturas surgiram em relação ao conceito de família. O papel de mãe mudou, e o pai não é mais declarado o único chefe da família. No decorrer dos últimos anos, deram início às grandes transformações no comportamento e nos valores morais da sociedade. De maneira sutil, ocorreu o processo de mutação, e surgiram os novos arranjos familiares, por isso já não há apenas um modelo único, mas uma variedade de grupos familiares. De acordo com Souza e Sousa (2016). 2.2 A Educação infantil Entendemos como educação o ato de educar, de instruir disciplinamento. De maneira mais abrangente, é a origem da comunicação, é o meio que os seres utilizam para desenvolver-se e alcançar suas potencialidades. A educação é o “processo de desenvolvimento das capacidades que o ser humano é capaz de atingir, visando torná-lo mais habilitado para viver em sociedade e para superar os obstáculos da vida. A Educação está ligada à cultura, busca o preparo, trabalha com competências, que trazem a ideia de formação e desenvolvimento. E a educação infantil é uma etapa muito importante que deve ser bem trabalhada para o desenvolvimento ocorrer de maneira produtiva, uma vez que a criança pequena é dotada de muitas potencialidades as quais devem ser exploradas, como diz a nova Base Nacional Comum Curricular: Conformem vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição escolar e na coletividade), [as crianças] constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando como seres individuais e sociais (BRASIL, 2019, p. 41). Sendo a educação infantil um processo tão importante na vida da criança, vale ressaltar que é dever de todos contribuir para que essa aconteça efetivamente. Segundo a Constituição de 1988, em seu Art. 205: A educação direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho. (BRASIL, 1988). A educação, sendo um direito de todos, deve ser ofertada de forma ampla e acessível e sendo um dever, cabe aos responsáveis pela criança cumprir seu papel e incentivá-la para que ela permaneça na escola. Mas para que ocorra um desenvolvimento de qualidade, é preciso que haja uma compreensão sobre a educação infantil e suas especificidades. As potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com uma pessoa mais experiente, as potencialidades do aprendiz são transformadas em situações que ativam nele esquemas processuais cognitivas ou complementares, ou de que este convívio produza no indivíduo novas potencialidades, num processo dialético contínuo. (VYGOTSKY,1989 p.38). Atualmente a compreensão de educação infantil conquistou um novo olhar, não é mais vista de modo assistencialista, e sim como a base e a construção do desenvolvimento global da criança, assim sendo, no decorrer das últimas décadas, houve valorização e reconhecimento sobre os benefícios e a importância da educação infantil. O espaço da educação infantil deve ser propício de modo que o brincar e o aprender estejam interligados, possibilitando a criança a construir o seu próprio conhecimento. Por estar em uma constante interação com os adultos as crianças acabam incorporando as suas ações e suas culturas, sendo assim, a família se torna a primeira referência de socialização, essa relação determinara como será essa socialização nos outros ambientes. A educação infantil se torna um complemento do que se aprende na família, cabe a escola proporcionar um lugar onde a criança se desenvolva, disponibilizando apoio e estímulos para o seu desenvolvimento integral. A escola tem como dever desenvolver os aspectos sociais, afetivos e cognitivo do aluno, procurando respeitar o seu tempo de aprender e suas individualidades. 2.3 A participação da família no âmbito escolar: contribuição no processo de ensino aprendizagem na educação infantil Buscando a melhoria nos processos de ensino e aprendizagem a escola vem destacando a relevância da parceria escola e família e os proventos desta união. A palavra participação traz a ideia de fazer parte de algo, participar é se tornar pertencente de algo que vai além do “si próprio” é deixar de ser um e aceitar ser fração de um todo. Ocorre que a participação não é somente um instrumento para a solução de problemas, mas, sobretudo, uma necessidade fundamental do ser humano, como são a comida, o sono e a saúde. A participação é o caminho natural para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si mesmo e dominar a natureza e o mundo. Além disso, sua prática envolve a satisfação de outras necessidades não menos básicas, tais como a interação com os demais homens, a auto- expressão, o desenvolvimento do pensamento reflexivo, o prazer de criar e recriar as coisas, e ainda, a valorização de si mesmo pelo menos outros. Conclui-se que a participação tem duas bases complementares: uma base afetiva – participamos porque sentimos prazer em fazer coisas com os outros – e uma base instrumental, participamos porque fazer coisas com outros é mais eficaz e eficiente que fazê-las sozinhos. (BORDENAVE, 1983, p.16) Sendo assim, a participação deve ocorrer logo no início da vida escolar das crianças, para que o trabalho ocorra
de forma alicerçada. É interessante que o aluno seja acompanhado por seus responsáveis em sua vida escolar mas, sabemos que isso é mais comum no início da educação infantil, pois é nessa fase em que toda a família teme a não adaptação das crianças com professores e funcionários da escola, mas infelizmente a tendência é os familiares com o ingressar da criança em series mais avançadas, se distanciarem da escola. Deixam somente para os professores e para a escola a árdua tarefa de ensinar os
alunos. A falta de tempo é, então, usada como desculpa para o afastamento da escola. Em decorrência, muitas vezes, a escola faz o papel que caberia à família. Dadas todas essas concepções de participação, acreditamos que ficou clara a necessidade da união da família com a escola. A participação passa a ser concebida com uma intervenção social periódica e planejada, ao longo de todo circuito de formulação e implementação de uma política pública. Para que venha a ocorrer a participação cidadã, os sujeitos de uma localidade/comunidade precisam estar organizados/mobilizados de forma que ideários múltiplos fragmentados possam ser articulados. (GOHN, 2007, p.19) Ainda que não seja fácil a construção e a manutenção do relacionamento entre essas duas instituições, pois existem muitas barreiras e convivências interpessoais são complexas, afinal os seres humanos são seres plurais, com suas especificidades. Certamente, a construção desse relacionamento não é uma tarefa fácil, mas é imprescindível para o
desenvolvimento da criança e para o objetivo do trabalho da escola. Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois, a muita coisa a mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades. (PIAGET, 2007, p. 50) Dessa forma, a construção de uma relação saudável entre estas duas instituições deve partir da escola, porque nem todas as famílias ou os responsáveis possuem conhecimento sobre a real importância de sua presença na vida escolar de suas crianças. O relacionamento da família com a escola e seu trabalho pedagógico tem grande relevância no caminhar da escola e na evolução da criança, assim sendo é preciso investir nesse relacionamento, pois tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: É possível imaginar uma relação entre pais e escola que não esteja na exploração dos primeiros pela segunda. É possível imaginar um tipo de relação que não consista simplesmente de uma “ajuda” gratuita dos pais a escola. Pode-se pensar em uma integração dos pais com a escola, em que ambas se apropriem de uma concepção elaborada de educação que, por um lado, é um bem cultural para ambas e, por outro, pode favorecer a educação escolar e rever-se em benefício dos pais na forma de melhoria da educação dos seus filhos. (PARO, 2007, p. 25). A escola tem um papel específico que é o de ensinar, ou seja, cabe à escola a escolarização. Atualmente o ensinar é visto como um meio de auxiliar os alunos a desenvolverem suas capacidades em meio as suas próprias dificuldades e realidades, e a escola vai além, pois abraça também a responsabilidade de educar ainda que esse papel seja da família. Cabe à família formar a criança de forma integral, seus valores, sua cultura e o seu caráter. Cabe-lhe também: Preparar as crianças para o mundo, no entanto a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproxima desta mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita de família para concretizar o seu projeto (PAROLIM, 2003, p. 99). É importante ressaltar que a família, a escola e os alunos formam o tripé que sustenta o processo de formação da criança. No entanto, para que esse tripé funcione, é preciso que cada um faça sua parte, mas não de modo isolado, e sim de modo emparelhado, de forma que um possa contribuir com o outro e todos se beneficiem. Afinal uma boa relação entre familiares e os responsáveis dos alunos proporciona uma parceria mais significativa, e essa parceria é capaz de causar um impacto imensurável no processo de aprendizagem da criança, estimulando um ensino com maior qualidade e unificando a comunidade escolar. Com o engajamento das famílias o trabalho dos profissionais da escola atingirá de forma mais efetiva seu principal objetivo, o pleno desenvolvimento do educando. A criança quando percebe que existe um interesse de seus responsáveis em suas conquistas escolares, sente-se valorizada e torna-se mais confiante para aprender e se desenvolver. 3 METODOLOGIA Nessa parte do trabalho, apresentamos o desenho de pesquisa, assim como o tipo e abordagem. Ressalta ainda as técnicas de coleta, técnicas de análise, lócus, sujeitos participantes e termo de consentimentos. 3.1 Desenho de pesquisa Compreendendo a realidade social em
sentido amplo que envolve os seres humanos, seus múltiplos relacionamentos e suas interações nas instituições sociais, entendemos que esse estudo se aproxima de uma pesquisa social, ou seja, uma pesquisa que “permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social.” (GIL, 2007, p. 27). 3.2 Lócus e sujeitos da pesquisa Para
a realização da pesquisa aqui apresentada, escolhemos a determinada escola por ser uma escola que trabalha com educação infantil e possui em seu Projeto Político Pedagógico trechos que destacam a importância da parceria família/escola. Escolhemos uma instituição privada ensino Infantil e Fundamental na cidade de Fortaleza. A escola foi fundada em fevereiro de 2002 pela atual proprietária. No início atendia apenas crianças da educação infantil e fundamental 1, mas com passar dos anos a escola
cresceu e se tornou muito apreciada pelos moradores do bairro, hoje atende a 806 alunos divididos em dois turnos manhã e tarde, nos níveis infantil fundamental 1 e 2. O perfil socioeconômico dos alunos é bem diversificado, sendo a maioria de renda mínima e boa parte depende da bolsa família. Hoje conta com 40 funcionários, sendo 23 professoras pedagogas, e consegue proporcionar uma educação de qualidade, segundo relatos de pais de alunos. 3.3 Coleta de dados e análise da informação Quanto aos métodos empregados na coleta e análise de dados, essa pesquisa se
classifica como qualitativa, pois busca-se compreender a realidade pela ótica dos sujeitos, no caso os professores coordenadores e familiares. Essa pesquisa se constitui de campo, no que se refere ao ambiente onde os dados serão coletados (GIL, 2007). 3.4 Aspectos éticos A referida pesquisa foi realizada em consonância com a Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que trata dos aspectos éticos em pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL, 2016). 4 ANÁLISES DAS INFORMAÇÕES Apresentamos neste tópico as análises realizadas usando como base os dados coletados no Projeto Político Pedagógico (PPP) e nas entrevistas realizadas com a auxiliar da coordenação do infantil e as professoras dos anos iniciais do infantil, sendo estas do infantil 3, 4 e 5. Estivemos presentes em duas reuniões e em um evento (festa do dia das mães), que a instituição escolar proporciona para as famílias de seus alunos, com intuito de enriquecer as estratégias utilizadas pela escola para fortalecer o vínculo entre a mesma e os responsáveis de seus alunos. 4.1 Projeto Político Pedagógico (PPP) Em função da análise sobre o PPP, observa-se que preconiza como função principal respeitar
e valorizar as experiências de vida dos educandos e de suas famílias. São metas estabelecidas em seu projeto, visando uma maior proximidade com as famílias de seus alunos. Gadotti diz: “O projeto político-pedagógico da escola pode ser considerado um momento importante de renovação da escola. Projetar significa ‘lançar-se para a frente’, antever um futuro diferente do presente” (GADOTTI,1998, p.18). 4.2 Entrevistas Através das entrevistas, conseguimos contemplar os objetivos principais que esta pesquisa aborda e organizamos em tópicos as respostas fornecidas pelas entrevistadas de maneira que nos possibilite maior compreensão do tema abordado. A criança tem necessidade de ter pai/mãe ou algum responsável perto, ali apontando seus passos, podemos certificar através das experiencias diárias com nossos alunos, que são visíveis os benefícios, posso dizer até que são mais felizes e tranquilos. (Coordenadora auxiliar, Aurora). O estado emocional, o bem-estar, a aprendizagem, o relacionamento intrapessoal, todos estes setores parecem profundamente impactados pelo acompanhamento assíduo de seus responsáveis, de acordo com as entrevistadas. Até mesmo a rotina da escola é diferenciada quando há uma boa parceria, segundo a professora do infantil 5: “A interação entre a família e a escola, contribui até
para a redução de conflitos, o comportamento é mais tranquilo, há uma maior possibilidade de diálogo e a relação entre os alunos é mais pacífica. (professora Karol). Diante desses relatos que fortificam os resultados positivos da atuação ativa da família na escola, é relevante registrar que ambas as instituições devem buscar soluções para atuarem em parceria. O primeiro passo é conversar com os pais explicando a necessidade da atuação contínua deles no apoio ao nosso trabalho feito isso é passado através de informações informes tudo que acontece na escola e principalmente com seu filho e ações individuais e em grupos e dar a família acesso livre na escola. (professora Deise) A participação da família é uma necessidade declarada por muitos profissionais da educação e é embasada por lei. A LDB, no artigo 1°, que diz: Este artigo traz a ideia de que é preciso haver parceria entre as instituições que fazem parte da vida da criança para que a educação aconteça de forma integral. Nesse sentido, pedimos para as entrevistadas falarem um pouco sobre as experiências mais significativas no tocante à parceria existente entre elas e as famílias de seus alunos e os efeitos dessa participação. De acordo com a professora do infantil 3: Um dos benefícios de ser professora nos anos iniciais da educação é que a família em geral é muito presente os pais estão sempre na porta da minha sala, querem saber sobre tudo que acontece com suas crianças e mesmo tendo uma rotina de sala corrida, procuro dar toda atenção possível, e o legal é que vejo que meus pequenos ficam felizes com a presença de seus pais e quando estamos conversando ficam por perto querem participar.(professora, Jade) Vejamos o que diz a professora do infantil 4, com respeito à parceria da instituição familiar na vida escolar da criança: Poderia contar muitas histórias sobre o que acontece quando a família colabora com meu trabalho, mas vou destacar o que eu acho mais importante, primeiro quero dizer que os pais infantil 4 não são tão atuantes quanto eu gostaria que fossem e muitas vezes tenho que cobrar a presença deles, mas tem algumas famílias que estão de parabéns. Só te os efeitos da parceria, posso afirmar que é visível a diferença no desenvolvimento emocional e cognitivo do aluno e em outros aspectos também (Professora Deise). Concluindo os relatos das entrevistadas sobre os efeitos da participação da família na escola, temos as palavras da professora do infantil 5: No infantil 5, temos mais conteúdos para ministrar, há uma maior cobrança, só que o aluno ainda é pequeno mas o que acontece é que parece que as famílias pelo menos uma grande porcentagem destas acreditam que a criança cresceu e se distanciam da escola e o pior é que a criança desaprende um pouco do que já tinha aprendido, a uma desconstrução de boa parte do que foi feito anteriormente aí fica difícil, mas felizmente posso contar com aqueles pais que ainda contribuem e fazem toda diferença pois seus filhos aprendem com mais facilidade e alguns até me ajudam com os outros alunos que têm mais dificuldade (professora Karol). Nas três falas de nossas entrevistadas, podemos perceber que elas concordam que a parceria entre essas duas instituições sociais é responsável por avanços em muitos aspectos da vida do aluno, refletindo diretamente na
aprendizagem e no bem-estar dos pequenos estudantes. Podemos observar também, de acordo com as palavras das professoras, que, no decorrer das promoções de nível que a criança conquista, acontece um certo declínio na atuação de seus responsáveis. De acordo com as experiências citadas pelas entrevistadas, os pais perdem gradualmente o interesse inicial em acompanhar o desenvolvimento escolar de seus filhos, e essa mudança de atuação causa, segundo a terceira entrevistada, uma desconstrução do
trabalho realizado anteriormente. Esse prejuízo pode ser causado porque a criança necessita saber que é amparada e que seus esforços são reconhecidos e valorizados. Aos pais cabem preparar seus filhos para o futuro, para a escola fica a parte de ensinar conteúdos mais educação dos dois papéis que faz a diferença (professora
Jade). Vemos, nos relatos das professoras, que cada instituição tem seu papel, mas que não devem atuar separadamente. Em outras palavras, ainda que cada um tenha seu
papel é na junção dos dois que acontecem os maiores benefícios, é na responsabilidade compartilhada que se constroem os melhores resultados. Cortella (2016) diz que cabe à escola a escolarização, que é só uma parte da educação, e, de acordo com Parolim (2003), a família tem a tarefa de estruturar o sujeito em sua identificação individual e autônoma. É interessante observar que a família do passado tinha menos conhecimento, menos acesso às informações, mas eram (sic) mais presentes, principalmente a mãe; hoje, mesmo com toda evolução da humanidade, o que se vê é um retrocesso, principalmente no comportamento da criança e no tipo de criação dada pela família. (Coordenadora auxiliar, Aurora). As
mudanças no relacionamento entre as duas instituições sociais de maior importância na formação da criança têm refletido diretamente no processo educacional dos alunos. Assim, ambas precisam articular meios de aprimorar seu relacionamento, mesmo diante de todas as contrariedades que fazem parte da história dessa relação. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS É na família que a criança tem sua primeira influência, é por isso que a família tem grande importância no processo de desenvolvimento educacional. É necessário que haja uma parceria constante e efetiva entre a família e a escola, que os responsáveis sejam participativos e presentes na vida
escolar de seus filhos. REFERÊNCIAS BORDANAVE, J. E. D. O que é participação. São Paulo: Brasiliense,1983. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de abril 2016. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 maio 2016. ______. Constituição (1988), Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,1988. ______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: <http//basenacionalcomum.mec.gov.br/base>. Acesso em: 11/05/2019. CORTELLA. M. S. Educação, convivência e ética: audácia e esperança. São Paulo: Cortez, 2016. FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GADOTTI, M. Perspectivas atuais em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. GIL, Antº. C. Métodos e técnicas da pesquisa social. São Paulo Atlas,2007. GOHN, Mª. da G. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 2007. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2013. PARO, V. H. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2007. PAROLIM, I. Professores formadores: a relação entre a família a escola e à aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2003. ______. As dificuldades da aprendizagem e as relações familiares. Livro da quinta Jornada de Educação do Norte e Nordeste. Fortaleza, 2003. PIAGET, J. Para onde vai a educação. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. PRADO, D. O que é família. São Paulo: Brasiliense, 1981. SAYÃO, R. Família e escola parceiras ou rivais? TV Escola. n.28, p.40-42, Ago / Set.2002. SOUZA, C. A. R.; SOUSA, T. M. G.Os novos tipos de família reconhecidos pela jurisprudência do supremo Tribunal Federal. Revista de Produção Acadêmico-Científica, Manaus, v.3, n.º 1, 2016. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,1989. *Professora do Centro Universitáro Ateneu. Doutora em Educação pela Universidad Autònoma de Barcelona. E-mail: Nota Importante a Leer: Qual a importância da família no desenvolvimento da sociedade?A família é o principal espaço de referência, proteção e socialização dos indivíduos, independente da forma como se apresenta na sociedade. Ela exerce uma grande força na formação de valores culturais, éticos, morais e espirituais, que vêm sendo transmitidos de geração em geração.
Qual a importância da participação da família?O envolvimento da família permanece crucial para o desempenho dos alunos (LOPES, 2011). Pesquisas mostram que o envolvimento da família nas escolas: melhora o desempenho dos alunos, reduz o absentismo e restaura a confiança dos pais na educação de seus filhos.
Qual é a importância da família na sua vida?Compartilhar: Na minha vida, ela é a base fundamental de tudo. Posso dizer que a família é fruto do união e do amor, o vínculo afetivo mais valorizado e por isso, é considerada a unidade básica da sociedade. Defender a família é zelar por um futuro melhor, uma sociedade mais equilibrada e um mundo mais justo.
Qual deve ser a participação da família para formar bons cidadãos?Desenvolvimento do perfil cidadão
A família deve apresentar e valorizar esses conceitos no dia a dia das crianças em casa. Além disso, os pais também precisam incentivar a participação dos filhos nas ações educacionais e extracurriculares promovidas pela escola.
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