Qual a relação existente entre a indústria da cultura e os meios de comunicação de massa?

conteúdo 30 de julho de 20175 de agosto de 2017 3 minutos

Como foi apresentado no vídeo anterior, a cultura é um produto das relações humanas constituída de práticas e hábitos de subsistência e estética que representa todo o sentido de viver socialmente. Para além desse conceito, a cultura é entendida também como algo em constante elaboração e transformação, pautado pelas experiências que vivenciamos com os outros. Atualmente as culturas de vários povos são influenciadas pelo processo de globalização, que tende em certa medida uniformizar as expressões culturais. Contudo, apesar das culturas sofrerem o impacto da globalização, aspectos tradicionais não sumiram completamente, eles passam por processos de renovação e ressignificação dentro dessa nova lógica de pensar a cultura. Manifestação como o folguedo, sobrevive como símbolo da identidade alagoana, de incentivos de projetos culturais e da resistência das comunidades.

A teoria tinha como objetivo mostrar que o processo de industrialização cultural abre margem para uma homogeneização dos padrões culturais, culminando numa alienação. Por que isso aconteceria?

– Os indivíduos pensam pouco sobre o que consomem;
– Isso mina a possibilidade do pensamento crítico e reflexivo;
– a passividade diante de assuntos sérios como desigualdade e violência;
– caracterizando a cultura como mercadoria, uma máquina para disseminar conformação.

Os meios de comunicação desempenham um papel fundamental para a constituição dessa estrutura de consumo; eles são a rede que interliga a indústria às massas, controlados por uma classe dominante que transforma o lazer numa prolongação das relações de trabalho, pois as pessoas passam a trabalhar mais para alcançar seus desejos, explicando assim a lógica de alienação.

a cultura — feita em série, industrialmente, para o grande número — passa a ser vista não como instrumento de livre expressão, crítica e conhecimento, mas como produto trocável por dinheiro e que deve ser consumido como se consome qualquer outra coisa. E produto feito de acordo com as normas gerais em vigor: produto padronizado, como uma espécie de kit para montar, um tipo de pré-confecção feito para atender necessidades e gostos médios de um público que não tem tempo de questionar o que consome. Uma cultura perecível, como qualquer peça de vestuário. Uma cultura que não vale mais como algo a ser usado pelo indivíduo ou grupo que a produziu e que funciona, quase exclusiva mente, como valor de troca (por dinheiro) para quem a produz. (COELHO, 1993)

Neste contexto, cultura de massa é tudo aquilo produzido pela indústria cultural que tem como objetivo atingir um grande público. Isso quer dizer que não se distingue por classes sociais, sendo apropriada de diferentes formas por cada grupo social. Um grande exemplo são as telenovelas brasileiras.
Vejamos como isso funciona:

O que é indústria cultural?
É um conceito para designar esse modo de fazer cultura a partir da lógica da produção industrial, no qual o objetivo é o lucro. Isso só é possível através da padronização desses produtos.

O que é cultura de massa?
É um conceito atrelado a ideia de indústria cultural, no qual são determinadas ou aproveitadas as dinâmicas culturais para serem espalhadas para toda sociedade, sem distinção de classe social como os filmes e seus gêneros (romance, ação, terror, e etc.).

Slide da aula: Aula 8 INDÚSTRIA CULTURAL 2
Texto em pdf: Aula 8 Indústria cultural

SILVA, Afrânio et al. Cultura e ideologia. In: Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2013.

ARAÙJO, Silvia M. de; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. A cultura e suas transformações. In: Sociologia – ensino médio – volume único. São Paulo: Moderna, 2013.

COELHO, T. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1993.

Publicado por @cezarsezar

Estudante de ciências sociais pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), colaborador no projeto PIBID e bolsista do projeto Conexões de Saberes. Ver todos os posts por @cezarsezar

Publicado 30 de julho de 20175 de agosto de 2017